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Cinco razões para pregar Colossenses

por Wagner Ferreira |



Em 2010 preguei uma série com 25 mensagens na Carta aos Colossenses. Eu posso me lembrar com certa precisão de como as mensagens extraídas dos quatro capítulos desta epístola foram relevantes para a minha congregação e para minha própria vida. Esta pequena carta composta de apenas 95 versículos, se encontra na categoria dos menores escritos canônicos. Apesar do seu tamanho ela é surpreendentemente atual e não esconde de maneira alguma o brilho e o poder da sua mensagem. É possível ver em suas linhas traços tão comuns aos nossos dias. E por causa da sua brevidade, ela é uma opção para aqueles que estão implantando a pregação em série em suas igrejas, pois ela não vai cansar o ouvinte desacostumado com este modelo de mensagem. Mas a razão teológica pelo qual encorajo a exposição dela é a preocupação de Paulo para com os efeitos do evangelho na vida dos crentes. Havia uma expectativa do apóstolo para que os irmãos em Colossos experimentassem a plenitude do conhecimento de Cristo e isso somente seria possível se o evangelho impactasse a vida daquela igreja.


À parte de todas as vantagens mencionadas acima para pregar a Carta aos Colossenses, destacarei os principais motivos, segundo minha ótica, pelos quais desafio todo expositor a pregá-la em sua igreja. São eles:


1- O evangelho estava causando um grande impacto na vida dos irmãos em Colossos e pode causar na vida da sua congregação.


A saudação inicial já evidencia quem o evangelho havia mudado. O próprio perseguidor da igreja fora transformado num mártir dela. No versículo 24 do capítulo 1, Paulo afirma que completaria no seu corpo os sofrimentos de Cristo a favor da igreja. Isto é, ele estava na prisão sofrendo por causa da mesma igreja que havia perseguido. E o que transformaria um cruel perseguidor da igreja num mártir totalmente devotado? Somente o grande impacto do evangelho. Os versos de 3 a 8 do primeiro capítulo é uma afirmação feita por Paulo de como este mesmo evangelho vinha transformando a vida de muitas comunidades, inclusive dos próprios colossenses, a tal ponto que Paulo fala do sublime amor que a igreja de Colossos adquirira. No verso 8 ele comenta: “... o qual também nos relatou o vosso amor no Espírito”. Algo muito especial havia acontecido no meio daquela comunidade, pois em nenhum outro lugar das cartas paulinas, há uma declaração tão carregada de emoção quanto esta. Somente um impacto poderoso do evangelho poderia produzir um fenômeno assim numa comunidade afetada pela queda. E parece ser isso o que todo pastor espera da sua igreja. Uma comunidade que tem um amor genuíno e especial, vindo do impacto do evangelho na vida do seu rebanho.


O segundo motivo pelo qual desafio o leitor a expor a Carta aos Colossenses é:


2- O evangelho estimulava a liberdade na vida dos irmãos em Colossos e pode estimular na vida da sua congregação.


As palavras apostólicas alertam sobre algumas possíveis algemas que aprisionariam os cristãos (cuidado que ninguém vos venha a enredar 2.8). E o texto sugere alguns mecanismos que fariam este trabalho: as filosofias, as tradições e as vãs sutilezas foram exemplos que o autor apontou. É totalmente possível ver as muitas semelhanças desses elementos nos dias atuais, com nomes e roupagens diferentes, mas que, em essência são as mesmas armadilhas e têm o mesmo propósito, limitar a liberdade que o crente tem em Cristo. Ao pregar a Carta aos Colossenses, serão oferecidas oportunidades para alertar sobre as ideologias correntes que intencionam minimizar o poder do evangelho na vida da sua igreja.


O terceiro motivo pelo qual desafio o leitor a expor a Carta aos Colossenses é:


3- O evangelho promovia qualificações éticas aos irmãos em Colossos e pode também promover em sua congregação.


A terceira sessão do livro que começa no capítulo 2.20 e termina no 4.6 é composta de pelo menos 18 imperativos. O que parece uma interminável lista de regras moralistas. Porém, o autor antecede a esta mesma lista uma lembrança importante aos ouvintes: “todos são munidos do poder da ressurreição de Cristo, portanto as ordens podem ser obedecidas desde que o evangelho influencie sua vida” (3.1). Nesta sessão ele trata de questões comuns como a corrupção, passa pelo ambiente familiar e termina tratando dos princípios missionários. Todos os assuntos expostos pelo apóstolo são de cunho ético universal e até certo ponto atemporal e os temas que envolvem os relacionamentos familiares são ultra relevantes para os dias em que as famílias são cruelmente atacadas pela ideologia de gênero. A corrupção, a impureza e a pornografia julgadas como nocivas à vida cristã naquele contexto, são tão atuais, que poucas explicações seriam necessárias ao expor esta passagem no contexto da igreja do século XXI. Ao pregar a terceira sessão da Carta aos Colossenses, o expositor se sentirá confortável para educar sua igreja quanto aos vários problemas éticos que emergem no contexto da igreja contemporânea. Por isso ressalto a tese de que o evangelho estava promovendo qualificações éticas com base no poder de Deus para a igreja em Colossos e pode promover em sua igreja também.


O quarto motivo pelo qual desafio o leitor a expor a carta aos Colossenses é: