A tradição evangélica atribuiu à figura do pastor um sem-número de funções e responsabilidades. Muito mais que a liderança espiritual e a condução do rebanho de Cristo, o ministro do Evangelho, hoje, também atua como administrador, estrategista, conferencista, conselheiro, gestor de pessoal e até marqueteiro. No meio disso tudo, onde fica a vocação? E a vida familiar e espiritual do pastor? Quem o pastoreia? Qual o caminho para o equilíbrio entre o que se prega e o que se vive?Como o título já diz, De: Pastor A: Pastor é um livro escrito de pastor para pastores. Hernandes Dias Lopes – ele mesmo um ministro do Evangelho multi-atarefado, que divide o púlpito da igreja local com a participação em congressos, a publicação de livros e as próprias demandas pessoais – escreve em primeira pessoa, como sinal claro de que se inclui e enfrenta as mesmas situações que relata. A vantagem é que o livro não traz receitas prontas, mas sim, uma abertura de coração, um compartilhamento de angústias onde remetente e destinatários são mutuamente apascentados, disciplinados e pastoreados.Tomando como base os escritos de Paulo a uma Igreja ainda em formação e muitas referências a outros homens de Deus que enfrentaram os desafios de portar o cajado pastoral, Lopes resume sua argumentação em oito pontos. “Os perigos do pastor”, “Os sofrimentos do pastor” e “O salário do pastor” são alguns deles, enfatizando aspectos e riscos cotidianos da atividade pastoral. Já em “O preparo do pastor” e “A vida devocional do pastor”, a ênfase recai nos princípios que devem nortear aqueles que, à semelhança do rei Davi, querem ser líderes segundo o coração de Deus. “A vida do pastor é a vida do seu pastorado” é uma frase que resume a obra, mas De: Pastor A: Pastor vai muito além disso. O livro é a demonstração clara de que o sermão mais difícil de ser pregado é aquele que o pastor prega para si mesmo e sua mensagem é transmitida pela própria vida.