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por D. A. Carson | 	Foi dito que a Bíblia é como um reservatório de água em que tanto uma criança como um elefante podem nadar. O cristão mais jovem pode ler a Bíblia com proveito, pois a mensagem básica da Bíblia é simples, mas nunca podemos esgotar sua profundidade. Após décadas de estudo intenso, os mais experientes estudiosos da Bíblia descobrem que mal arranharam a superfície. Embora não possamos saber nada com a perfeição do conhecimento de Deus (seu conhecimento é absolutamente exaustivo!), ainda assim, porque Deus revelou coisas, podemos conhecer essas coisas verdadeiramente. 	Tentar fazer sentido de partes da Bíblia e da Bíblia como um todo pode ser desafiador. Que tipo de estudo deve estar envolvido quando qualquer leitor sério da Bíblia tenta fazer sentido da Bíblia como um todo? O estudo apropriado envolve várias disciplinas básicas interdependentes, das quais cinco são mencionadas aqui: leitura cuidadosa, teologia bíblica (TB), teologia histórica (TH), teologia sistemática (TS) e teologia pastoral (TP). O estudo a seguir, examina cada uma dessas individualmente e mostra como elas se inter-relacionam e como são mais do que meros exercícios intelectuais. Leitura Cuidadosa 	“Exegese” é a palavra frequentemente usada para leitura cuidadosa. A exegese responde às perguntas: O que este texto realmente diz? e, O que o autor quis dizer com o que ele disse? Descobrimos isso aplicando princípios sólidos de interpretação à Bíblia. Fundamental para ler bem a Bíblia é uma boa leitura. Bons leitores prestam atenção cuidadosa às palavras e seus significados e às maneiras como as frases, parágrafos e unidades mais longas são montados. Eles observam que a Bíblia é um livro que inclui muitos estilos diferentes de literatura - histórias, leis, provérbios, poesia, profecia, parábolas, cartas, apocalíptico e muito mais. Bons leitores seguem o fluxo dos textos. Por exemplo, embora seja sempre válido meditar sobre palavras e frases individuais, o fator mais importante na determinação do que uma palavra significa é como o autor usa essa palavra em um contexto específico. 	Um dos melhores sinais de uma boa exegese é fazer perguntas ponderadas que nos levam a “ouvir” atentamente o que a Bíblia diz. À medida que lemos o texto repetidamente, essas perguntas são progressivamente aprimoradas, afiadas, corrigidas ou descartadas. Teologia Bíblica A TB responde à pergunta: Como Deus revelou sua palavra historicamente e organicamente? A TB estuda a teologia de livros bíblicos individuais (por exemplo, Isaías, o Evangelho de João), de coleções selecionadas dentro da Bíblia (por exemplo, o Pentateuco, literatura de sabedoria, os Evangelhos, as cartas de Paulo, os escritos de João) e, em seguida, traça temas conforme eles se desenvolvem ao longo do tempo dentro do cânon (por exemplo, a maneira como o tema do templo se desenvolve, em várias direções, para preencher uma “teologia de toda a Bíblia”). Pelo menos quatro prioridades são essenciais: 	 1. Leia a Bíblia progressivamente como uma coleção de documentos em desenvolvimento histórico. Deus não forneceu ao seu povo toda a Bíblia de uma vez. Há uma progressão em sua revelação, e ler o todo sem considerar as partes, pode distorcer seriamente essa parte, obscurecendo seu verdadeiro significado no fluxo da história redentora. Isso requer não apenas organizar o material histórico da Bíblia em sua sequência cronológica, mas também tentar entender a natureza teológica da sequência. 	 2.    Pressupõe que a Bíblia é coerente. A Bíblia tem muitos autores humanos, mas um Autor divino, e ele nunca se contradiz. A TB descobre e articula a unidade de todos os textos bíblicos tomados em conjunto. 	 3.   Trabalhe indutivamente a partir do texto - a partir de livros individuais e de temas que percorrem toda a Bíblia. Embora os leitores nunca possam se divorciar completamente de seus próprios contextos, os estudantes de TB reconhecem que seu objeto de estudo é exclusivamente a Bíblia. Portanto, eles tentam usar categorias e seguir agendas que o próprio texto estabelece. 	 4.   Faça conexões teológicas dentro de toda a Bíblia que a própria Bíblia autoriza. Uma maneira de fazer isso é traçar a trajetória dos temas diretamente através da Bíblia. (É isso que os artigos seguintes nesta Bíblia de estudo fazem.) 	A TB geralmente se concentra nos pontos de virada na história da Bíblia, e sua preocupação mais crucial está ligada à como o NT usa o AT, observando como os escritores das Escrituras posteriores se referem aos anteriores. Teologia Histórica 	A TH responde às perguntas: Como as pessoas no passado entenderam a Bíblia? O que os cristãos pensaram sobre a exegese e a teologia? e, mais especificamente, Como a doutrina cristã se desenvolveu ao longo dos séculos, especialmente em resposta a falsos ensinamentos? A TH está preocupada principalmente com opiniões em períodos anteriores ao nosso. Mas também podemos incluir sob este título a importância de ler a Bíblia globalmente - isto é, descobrir como os crentes em outras partes do mundo leem o texto. Isso não significa que eles (ou nós!) estão necessariamente certos; ao contrário, significa que reconhecemos que todos nós temos muito a aprender. 	Estudar cuidadosamente a história da interpretação é uma das maiores ajudas para nos libertar da escravidão involuntária aos nossos preconceitos. Induz humildade, limpa nossas mentes de suposições infundadas, expõe interpretações falhas que outros há muito e corretamente descartaram e nos lembra que interpretar responsavelmente a Bíblia nunca deve ser uma tarefa solitária. 	As notas de estudo nesta Bíblia (NIV Biblical Theology Study Bible) são informadas pela TH e refletem tal conhecimento quando apresentam maneiras alternativas viáveis de interpretar textos. Mas as notas de estudo se concentram principalmente na exegese e na TB. Teologia Sistemática 	A TS responde à pergunta: O que toda a Bíblia ensina sobre certos tópicos? ou, de outra forma, O que é verdade sobre Deus e seu universo? 	Correndo o risco de afirmar o óbvio, a TS é sistemática: é organizada com base em princípios de lógica, ordem e necessidade. A TS é sistêmica: está preocupada com a coerência lógica de todo o sistema de pensamento da Bíblia. Ela geralmente organiza a verdade sob títulos como as doutrinas de Deus (teologia propriamente dita), a Bíblia (bibliologia), os seres humanos (antropologia), o pecado (hamartiologia), Cristo (cristologia), o Espírito Santo (pneumatologia), salvação (soteriologia), a igreja (eclesiologia) e os tempos do fim (escatologia). A TS é geralmente estruturada de forma a interagir e abordar o mundo contemporâneo. Mesmo os teólogos sistemáticos que valorizam a narrativa das Escrituras e fazem muito das várias maneiras pelas quais a Bíblia se dirige aos seus leitores acabam com estruturas altamente ordenadas, às vezes chamando-as de “teodramas”. 	A unidade da Bíblia torna a TS não apenas possível, mas necessária. Os dados bíblicos devem controlar a TS; no entanto, a TS deve, por sua vez, desafiar as visões de mundo alternativas. Às vezes, é especialmente importante não “ir além do que está escrito”, pois algumas verdades cristãs incluem em seu alcance áreas substanciais de coisas desconhecidas. Por exemplo, existem coisas importantes que não sabemos sobre a encarnação de Jesus, sobre a Trindade e sobre a soberania de Deus e a responsabilidade humana. Fingir que sabemos mais do que sabemos gera uma TS de má qualidade que pode ser enganosa e perigosa. Uma grande parte da ortodoxia reside em ouvir atentamente e humildemente todas as Escrituras e, em seguida, relacionar adequadamente passagem com passagem, verdade com verdade. 	Todos aderem a algum tipo de TS. A qualidade da TS é baseada em seus dados fundamentais, métodos construtivos, princípios para excluir certas informações, linguagem adequadamente expressiva e conclusões lógicas e precisas. Teologia Pastoral 	A TP responde à pergunta: Como os humanos devem responder à revelação de Deus? Às vezes, isso é explicitado pela própria Escritura; outras vezes, baseia-se em inferências do que a Escritura diz. A TP aplica praticamente as outras quatro disciplinas - tanto que as outras disciplinas correm o risco de serem estéreis e até desonrosas para Deus, a menos que estejam ligadas de alguma forma às respostas que Deus justamente exige de nós. A TP pode abordar domínios tão diversos como cultura, ética, evangelismo, casamento e família, dinheiro, cura de almas, política, adoração e muito mais. Estruturas Literárias 	Antes de refletirmos sobre a maneira como essas várias abordagens da teologia interagem umas com as outras, algo deve ser dito sobre as estruturas literárias da Bíblia. Assim como a Bíblia não é apresentada como uma teologia sistemática, com capítulos tópicos separados sobre “Deus”, “Seres Humanos”, “Pecado” e assim por diante, também não é apresentada como uma série de livros que marcham em ordem cronológica através da história, em que cada livro retoma a história onde o livro anterior parou. 	Alguns dos diferentes gêneros literários - ou seja, tipos de escrita - que compõem a Bíblia são introduzidos em artigos como “Introdução aos Livros Históricos”, “Introdução aos Livros de Sabedoria e Líricos” e “Introdução às Cartas”. Quando olhamos mais de perto, encontramos nas páginas da Bíblia gêneros literários tão diversos como genealogias, parábolas, lamentações, confissões, salmos de louvor, pronunciamentos divinos de Deus, bem-aventuranças, discurso, narrativa, documentos e decretos governamentais e até mesmo uma fábula. (Uma fábula é uma história sem personagens humanos, mas onde animais ou árvores ou outros objetos representam seres humanos. Veja Juízes 9:7-15). 	Deus mostra sua sabedoria providencial ao nos fornece uma Bíblia composta por todos esses gêneros literários, e mais. A diversidade constitui uma grande vantagem, pois cada gênero tem uma maneira ligeiramente diferente de nos atrair, de causar impacto em nós. Juntos, eles fazem mais do que instruir nossas mentes: eles incendeiam nossas imaginações, nos levam a meditar, evocam imagens mentais, nos convidam a memorizar, apelam para nossas emoções, nos envergonham quando nossos pensamentos ou ações são sórdidos e indignos, e fazem nossos espíritos saltarem de alegria. Então, enquanto trabalhamos nas maneiras pelas quais a exegese está (por exemplo) ligada à TB e à TS, devemos sempre lembrar que Deus, em sua perfeita sabedoria, nos deu os textos fundamentais, os livros da Bíblia, em formas espetacularmente diversas. Nada sobre o estudo da Bíblia é chato ou mecânico. Aqui entramos em contato com a mente instrutiva, evocativa, criativa e incrivelmente rica de Deus. Inter-relações 	Alguns podem achar conveniente se pudéssemos ordenar essas disciplinas ao longo de uma linha reta: Exegese → TB → [TH] → TS → TP. (Os colchetes em torno de HT sugerem que HT contribui diretamente para o desenvolvimento de TB para TS e TP, mas não é em si uma parte dessa linha.) Mas esse paradigma arrumado é ingênuo porque nenhuma exegese é feita no vácuo. Antes de começarmos a fazer exegese, já temos uma estrutura de TS que influencia nossa exegese. 	Veja o gráfico abaixo para entender o melhor caminho do que é chamado de “Círculo Hermenêutico”. CÍRCULO HERMENÊUTICO.  	Em outras palavras, sempre há ciclos de reação e de informação que voltam e remodelam como se faz qualquer exegese ou teologia. Os ciclos não devem assumir a voz final, mas eles moldam o processo, quer se goste ou não. É absurdo negar que a TS não afeta a exegese do estudioso. Mas a linha de controle final é a linha reta da exegese através da TB e TH para TS e TP. A autoridade final é a Bíblia e somente a Bíblia. Exegese e Teologia Bíblica 	A TB media como a exegese influencia a TS, em parte porque ajuda a lembrar que há promessa e cumprimento, tipo e antítipo, desenvolvimento, crescimento orgânico, antecipação e consumação. A sobreposição entre exegese e TB é a mais marcante entre as disciplinas teológicas: ambas se preocupam em entender textos, e a TB é impossível sem exegese. A exegese tende a se concentrar na análise e a TB na síntese. A TB reflete sobre os resultados da exegese à luz de livros individuais e no fluxo de desenvolvimento da narrativa de toda a Bíblia. A exegese controla a TB, e a TB influencia a exegese. Exegese e Teologia Histórica 	Os antigos credos e a história da exegese e da teologia são inestimáveis, mas não têm a autoridade final da própria Bíblia. No entanto, sem a TH, a exegese provavelmente degenerará em debates obscuros muito atrelados às agendas do século XXI. A exegese responsável luta com a exegese e a teologia cristãs anteriores. CÍRCULO DE RETORNO 	É possível, no entanto, tornar-se tão especialista em opiniões secundárias que nunca se pondera o texto da Bíblia em si. A leitura da história da interpretação nunca deve usurpar o lugar da leitura da Bíblia. Exegese e Teologia Sistemática 	Alguns pensam que sua exegese descobre de maneira neutra e objetiva o significado do texto e que constroem sua TS com base nessas descobertas. Na realidade, a TS influencia profundamente a exegese de alguém. Sem perceber, muitas pessoas desenvolvem suas próprias listas de passagens favoritas da Bíblia que então se tornam sua grade de controle para interpretar o resto da Bíblia; em grande medida, isso explica as exegeses conflitantes entre os cristãos. Este problema pode se desenvolver de pelo menos duas maneiras. 	 1.  Uma tradição eclesiástica pode, sem querer, enfatizar demais certas verdades bíblicas em detrimento de outras, subordinando ou mesmo explicando passagens que não se encaixam facilmente na estrutura ligeiramente distorcida que resulta. Por exemplo, o modo como se entende que a justificação em Gálatas, pode acabar controlando como se entende a justificação em todos os outros lugares do NT. 	 2.   Uma tradição eclesiástica pode adotar conscientemente uma certa estrutura para integrar todos os livros da Bíblia, com o resultado de que eles automaticamente classificam e explicam algumas passagens e temas de forma artificial ou muito estreita. Ainda pior é usar partes da Bíblia para apoiar a TS de alguém sem se preocupar muito como toda a Bíblia se encaixa com isso. Teologia Histórica e Teologia Sistemática 	Ao estudar o que a Bíblia ensina sobre um determinado assunto (TS), deve-se integrar a TH. Em certa medida, a TS lida com as categorias da TH, mas as prioridades e a agenda da TS idealmente abordam a era contemporânea nos pontos mais críticos. Teologia Bíblica e Teologia Histórica 	Tanto a TB quanto a TH estão cientes da passagem do tempo em suas respectivas disciplinas: a TB se concentra no tempo durante o qual os documentos bíblicos foram escritos e coletados, enquanto a TH se concentra no estudo da Bíblia a partir do momento em que foi concluída. Dito de outra forma, a TB se concentra na Bíblia, enquanto a TH se concentra no que figuras significativas acreditavam sobre a Bíblia. A TB funciona melhor quando interage com a TH. Teologia Bíblica e Teologia Sistemática 	A TB é histórica e orgânica; a TS é relativamente não histórica e universal. Ao contrário da TB, que está profundamente comprometida em trabalhar indutivamente a partir do texto bíblico para que o próprio texto estabeleça a agenda, a TS pode (legitimamente) estar em uma segunda ou terceira ou quarta ordem removida da Escritura ao se envolver, digamos, em questões filosóficas e científicas que os próprios textos bíblicos não levantam diretamente. Mas a TS é a mais abrangente das várias disciplinas teológicas. 	A exegese e a TB têm uma vantagem sobre a TS porque a Bíblia se alinha mais imediatamente com suas agendas. A TS tem uma vantagem sobre a exegese e a TB porque ela se esforça muito para a integração holística. 	A TS tende a estar um pouco mais afastada do texto bíblico do que a TB, mas a TS está um pouco mais próxima do engajamento cultural. De certa forma, a TB é uma espécie de disciplina-ponte entre a exegese e a TS porque se sobrepõe a elas, permitindo que elas se ouçam um pouco melhor. De certa forma, a TS é uma disciplina culminante porque tenta formar e transformar a visão de mundo de alguém. A TB é importante hoje porque o evangelho é praticamente incoerente a menos que as pessoas entendam a história da Bíblia. A TS é importante hoje porque, quando realizada corretamente, traz clareza e profundidade à nossa compreensão do que a Bíblia é. Teologia Pastoral e as Outras Disciplinas 	A TP aplica a exegese, TB, TH e TS para ajudar as pessoas a glorificarem a Deus vivendo sabiamente com uma visão de mundo bíblica. Ela responde à pergunta prática: Como, então, devemos viver? 	 	Embora seja possível tratar a teologia pastoral como uma disciplina independente, é mais sábio reconhecer que a Bíblia nunca foi dada para suscitar apenas ou exclusivamente questões intelectuais. Foi dada para transformar a vida das pessoas; foi dada para ser prática. A noção de teologia impraticável - estudo teológico que não se preocupa com arrependimento, fé, obediência, conformidade com Cristo e alegria no Senhor - oscila em algum lugar entre o ridículo e o blasfemo. 	Podemos tão rapidamente buscar “o que a Bíblia significa para mim” (enfatizando muito “para mim”) que ignoramos completamente a distância entre nós e o texto e comprometemos a especificidade histórica da Bíblia e, portanto, a natureza da revelação de Deus. É muito melhor ler cada parte da Escritura, pensar nela em seus próprios termos, discernir sua contribuição para toda a Bíblia e perguntar como tal verdade se aplica a nós e à nossa igreja e sociedade. 	Como Deus criou o universo, somos responsáveis perante ele, e ele falou de forma autoritária na Bíblia. Mesmo que tentemos sinceramente entender a auto divulgação graciosa de Deus em seus próprios termos, isso é insuficiente se não respondermos a Deus como ele se revelou. Os intérpretes são inseparáveis do processo interpretativo, e nossa atitude em relação ao texto é importante. Desejar apenas dominar o texto não é suficiente; devemos desejar ser dominados por ele. Pois um dia prestaremos contas àquele que diz: “Estes são os que eu olho com favor: aqueles que são humildes e contritos de espírito, e que tremem diante da minha palavra” (Is 66:2). Original em: NIV Biblical Theology Study Bible: Follow God's Redemptive Plan as It Unfolds Throughout Scripture, Zondervan 2018 Traduzido por: André Oliveira

A Bíblia e a Teologia

Foi dito que a Bíblia é como um reservatório de água em que tanto uma criança como um elefante podem nadar. O cristão mais jovem pode ler a

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É com alegria no coração que informamos por um breve relatório o que Deus proporcionou em nosso Encontro de Professores Pregue a Palavra realizado na Primeira Igreja Batista de Atibaia nos dias 29 de maio a 1º de junho desse ano. O encontro proporcionou um momento de capacitação e comunhão em torno da Palavra de Deus, com o estudo dos livros de 1 e 2 Samuel, ministrado pelo Tim Satler, que há quinze anos tem acompanhado o desenvolvimento do nosso ministério. É perceptível que alcançamos os objetivos que foram traçados para este encontro, como a necessidade de reciclar nossa metodologia, maior compreensão do uso e aplicação das ferramentas hermenêuticas em nossos treinamentos e a conexão do movimento da Palavra para as regiões que o Pregue atua. Recebemos excelente retorno da maioria dos participantes sobre a atuação do ambiente gerado pela equipe e especialmente a atuação do Tim Satler que entregou conhecimento técnico, mas, sobretudo, foi feito de forma edificante com confronto amoroso, encorajamento gracioso e pastoreio de nossos corações. Foram 50 homens de três regiões do Brasil: 10 professores do Nordeste, 20 do Sudeste e 2 do Norte. Além disso, contamos com a equipe de base formada por 18 pessoas entre Pregue a Palavra e os pastores da PIBA. Essa experiência presencial tem unido, estreitando laços fraternos e fortalecido nossa base para que tenhamos unidade de pensamento e fidelidade metodológica. Deus tem nos abençoado e tem trabalhado em nosso amadurecimento individual e consequentemente em nosso amadurecimento como ministério. Compartilhamos três relatos que nos inspiram e enchem de gratidão. Leia e se alegre conosco: “É indispensável e fundamental o treinamento, pois, nele, recebemos capacitação e atualizações metodológicas que aperfeiçoa nosso serviço, segundo a perspectiva do PaP. Também, é uma excelente oportunidade para sermos edificados com o estudo do livro bíblico e com a comunhão e encorajamento dos demais irmãos professores.”  - Gletson Dantas, região nordeste. “Esse encontro, em particular, foi fundamental para ampliar o meu conhecimento. Esse tempo de “afiar as ferramentas” é essencial e o tempo de interação com professores de outras regiões, isso ajuda na compreensão daquilo que tem acontecido no Brasil e exterior por meio do PaP.”  - Bruno Loureiro, região nordeste. “Além de afiar as ferramentas, é encorajador ver e aprender com outros irmãos que compartilham dos mesmos labores na pregação expositiva e treinamento de outros pastores. É um encontro que pastoreou me u coração! ” - José Hilário, região sudeste. Também tivemos reuniões administrativas com a equipe para planejar as próximas ações do ministério, visto que o alcance do Pregue a Palavra tem ultrapassado as fronteiras brasileiras, e já estamos presentes e atuantes nos Estados Unidos, Venezuela, Portugal, Angola e Moçambique. Há um esforço para que além da fidelidade bíblica a excelência seja uma marca em nosso ministério e assim com uma boa organização e planejamento podemos fortalecer todas as nossas frentes no Brasil e no exterior. É necessário que oremos, mas que também estabeleçamos parcerias ministeriais para que continuemos essa excelente obra de formar expositores bíblicos fiéis. Tudo isso só foi possível graças à generosidade e ao compromisso de vocês, que nos ajudaram orando, financiando e ofertando livros. Queremos agradecer especialmente às editoras Vida Nova, Pro Nobis, Estandarte de Cristo e Fiel, ao ministério Lead by the Name e às igrejas PIBA e PIBA Vitória Régia. E em especial ao Flávio Ramos, que também nos apoiou de diversas formas. Juntos fazemos mais e melhor! Podemos fazer muito mais, podemos ir além, esse é o nosso desejo, e vocês são parte essencial deste ministério, que visa equipar homens para pregar fielmente a Palavra de Deus em todo o Brasil e no exterior. Por isso, pedimos que continuem orando e contribuindo conosco, e que desafiem outros a se tornarem parceiros nesta missão. Vossas orações e apoio foi de fundamental importância porque cooperaram com uma obra excelente e sobretudo investiram na vida de homens que tem pregado com fidelidade e precisão a Palavra de Deus e não apenas isso, mas juntos formam a base do movimento da Palavra no Brasil. Agradecemos também a PIBA, porque de maneira abnega e excelente através de seus pastores, liderança e administrativo, bem como dos funcionários e irmãos voluntários que se empenho no apoio do Pregue, ano a pós ano tem investido sem medir esforços no Reino de Deus através de nosso ministério. Que Deus os abençoe ricamente! Atenciosamente, André Oliveira Dir. Executivo PaP

Informativo Encontro dos Professores 2023

É com alegria no coração que informamos por um breve relatório o que Deus proporcionou em nosso Encontro de Professores Pregue a Palavra...

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Prezados, É com grande alegria que escrevemos para compartilhar com vocês o relatório da abertura do novo polo do Pregue a Palavra em Manaus, realizado nos dias 1º a 3 de maio na Igreja Batista de Cachoeirinha. Tivemos a presença de 42 alunos de diversas igrejas da capital e do interior do Amazonas, bem como missionário da Missão Novas Tribos do Brasil, todos já atuantes no ministério e mesmo já possuindo uma jornada ministerial na Palavra demonstraram grande entusiasmo e comprometimento com o aprendizado promovido pelo treinamento. O treinamento tem em sua composição um professor mentor e um coordenador local que estão sob a supervisão do diretor regional.  O pastor Fernando Sousa na função de coordenador local e sua equipe de voluntários, mostraram zelo e muito amor em cada detalhe do evento. Sem eles, nada do que aconteceu seria possível. Na ocasião, tivemos a honra de contar com a presença dos professores Bruno Lahan, mentor do grupo, e André Oliveira, diretor da missão, que ministraram o treinamento com excelência e dedicação, bem como com a presença de um dos nossos professores para a região norte, o pastor Elias Tiago. Apesar do número grande de alunos, houve excelente aproveitamento na percepção dos professores e de boa parte do retorno recebido dos alunos. Ficamos muito satisfeitos em saber que o treinamento contribuiu significativamente para o crescimento espiritual e ministerial dos participantes. Gostaríamos de expressar nossa gratidão a Deus por ter nos concedido esta oportunidade de servir à sua obra e formar líderes comprometidos com a pregação do Evangelho. Também agradecemos a todos os envolvidos no evento, que se dedicaram incansavelmente para que tudo ocorresse da melhor forma possível. E vocês que oram e continuamente contribuem com o ministério Pregue a Palavra também são razão de nossa gratidão a Deus, visto que sem a graça de Deus revelada na participação de muitos que como igreja entendem o dever que temos de cumprir seu plano e propósito esse encontra não seria uma realidade. Pedimos que orem por nós para que possamos continuar com este trabalho tão importante para a nossa missão. Este foi o primeiro de oito encontros, de um treinamento que dura quatro anos até a formatura, e estamos confiantes de que, com a ajuda de Deus e a dedicação de todos os envolvidos, teremos muito sucesso. Que o Senhor continue abençoando este trabalho tão importante para o movimento da Palavra que fortalece a igreja e capacita cristãos a se engajarem no Reino de Deus e sua expansão na terra. Em Cristo, Rubem Alves da Silva – Diretor Região Norte e Venezuela do Pregue a Palavra.

Novo polo do Pregue a Palavra em Manaus

Prezados, É com grande alegria que escrevemos para compartilhar com vocês o relatório da abertura do novo polo do Pregue a Palavra em...

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por Matt Henslee | Embora apenas 10% das igrejas tenham mais de 250 pessoas e 70% tenham 100 ou menos [*], não vou questionar a realidade do que melhor descreve “típica” ou “normativa” uma “pequena” igreja com menos de 250 membros participando das atividades. A grande maioria das igrejas é pequena considerando a participação. Mas parece haver alguns mitos sobre os pastores que as lideram. Sua localização pode variar, mas as pessoas me disseram ou sugeriram que cada um dos mitos que vou expor neste artigo em diferentes ocasiões e contextos. Talvez você os tenha ouvido, pensado ou dito a si mesmo. Seja qual for o seu papel, seja qual for o seu contexto, vamos dedicar um momento para expor alguns desses mitos. Mito 1: Somos de segunda classe Cada igreja em cada contexto tem desafios. A dor de um pastor de uma igreja pequena pode ser diferente da de um pastor de uma igreja grande e um pastor no meio do nada pode ter lutas diferentes daquele que divide um estacionamento com um estabelecimento da rede Chick-fil-A na cidade. No entanto, aqueles que pastoreiam pequenas igrejas – particularmente pequenas igrejas em cidades rurais, não são de segunda classe ou um nível abaixo dos pastores de grandes igrejas em áreas metropolitanas. Não somos burros, somos diferentes. Não é como se os pastores de grandes igrejas metropolitanas tivessem alcançado um enorme sucesso – participando da primeira divisão, enquanto os homens em cidades desconhecidas com um punhado de pessoas estão na segunda divisão. Não somos de segunda classe e não é um degrau abaixo, é apenas diferente. Em um dia em meu papel como missionário colaborador da Collin Baptist Association, trabalhei com o pastor de uma igreja com quase 20.000 pessoas e outro cuja igreja tem cerca de 80 pessoas. Embora um possa ter um alcance e uma plataforma maiores, nenhum deles é mais ou menos significativo no Reino de Deus. Afinal, um pregador substituto de uma pequena igreja metodista levou o “Príncipe dos Pregadores” Charles Spurgeon a Jesus. Querido pastor, quer você lidere uma igreja grande ou pequena em uma cidade grande ou no meio do nada, você é importante para Deus e para o Reino — não importa a sua assim chamada influência ou plataforma neste mundo. Como John Wesley disse: “Dê-me cem pregadores que não temem nada além do pecado e não desejam nada além de Deus e não me importarei nem um pouco se eles são clérigos ou leigos, apenas que esses abalarão os portões do inferno e estabelecerão o Reino dos Céus sobre a terra”. Igreja grande, igreja pequena, ministério em tempo integral ou bi vocacional – nenhum é maior ou menor aos olhos de Deus. Mito 2: Falta-nos capacidade Da mesma forma, o pastor de uma igreja grande não é necessariamente um líder de maior capacidade do que o pastor de uma igreja pequena. Como pastor de uma igreja anteriormente desconhecida no meio das montanhas na zona rural do Novo México eu desempenhava todas as tarefas que havia para fazer: pregador, líder de música, zelador, técnico de áudio/vídeo e muito mais. Minha escolha de servir no chamado “meio do nada” não foi porque eu não tinha capacidade para servir uma grande igreja na cidade. Não servi a uma igreja pequena porque tinha fraquezas de liderança ou falta de criatividade. Eu servi no meio do nada porque Deus me chamou para estar lá! Assim como pastorear uma pequena igreja em uma cidade pequena não é um ministério de segunda classe, isso também não indica falta de habilidade para estar em uma grande igreja no coração de qualquer cidade grande. Na verdade, embora a “amplitude” do pastor de uma igreja pequena possa ser numericamente pequena, a necessidade de que ele tenha uma amplitude maior de experiência como pastor que atua sozinho me diz que ele tem tanta capacidade ou habilidade quanto o pastor da maior igreja dos Estados Unidos da América. Mito 3: Nós odiamos isso aqui e queremos ir embora O mito final une os outros dois. Não apenas os pastores de igrejas pequenas não são ministros de segunda classe nem carecem da capacidade de liderar igrejas maiores, mas muitos simplesmente acreditam que são chamados para servir e liderar igrejas menores em cidades menores e não desejam sair. Há exceções, como uma mentalidade de “subir” que leva alguns pastores a usar várias igrejas como trampolins para o destino desejado. Mas eu chamo estes de exceção por um motivo. A maioria dos pastores de igrejas pequenas que conheço adora liderar suas igrejas e o fazem com distinção e nenhuma vontade de “avançar” para pastagens “maiores e melhores”. Muitas vezes me perguntavam quanto tempo eu “desperdiçaria” como pastor de uma pequena igreja no Novo México. Apenas ter um pai doente me levou a ter um motivo para sair e isso me retirou de modo forçoso e com protestos sobre meu papel nesta igreja para um novo papel como um missionário colaborador. Alguns podem ver meu novo papel como "subir", mas vejo isso apenas como um papel diferente que Deus está usando de maneiras diferentes. Pastor (e cristão), não existe ministério insignificante, quer você sirva nos bastidores e fora dos holofotes ou na igreja mais importante do planeta. Apenas seja fiel onde quer que Deus o chame e fiquei contente em ficar lá até que Ele o leve para outro lugar. Finalmente, para o pastor de pequena igreja, você é visto e conhecido hoje de modo especial. Seu valor não está no seu alcance no Twitter ou em quantos você tem nos bancos, mas em Cristo. Para o pastor de uma igreja maior, não menospreze os pastores de igreja pequena. Veja-os como líderes cruciais na obra de Deus para o avanço de Seu Reino. Nota: *Pesquisa disponível em https://research.lifeway.com/2021/10/20/small-churches-continue-growing-but-in-number-not-size/ Disponível em: https://www.baptistpress.com/resource-library/bptoolbox/3-myths-about-the-small-church-pastor/ Traduzido por Pr. Tiago Silva

3 mitos sobre o pastor de pequena igreja

No entanto, aqueles que pastoreiam pequenas igrejas – particularmente pequenas igrejas em cidades rurais, não são de segunda classe ou um ní

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Um excelente pregador compartilha como ele sente a mão de Deus ao falar com seus ouvintes. Derek Morris (D.M.):  Você recebeu muitos prêmios e reconhecimentos como um excelente pregador, incluindo uma pesquisa da Baylor University onde você foi identificado como um dos doze pregadores mais eficazes no mundo de língua inglesa. O que você mais gosta na pregação? Haddon Robinson (H.R.):  Há algo em sentir a mão de Deus enquanto você fala a uma congregação, acreditando que, através de você, Ele está falando com seus ouvintes sobre Sua vontade para eles. Não há nada que se compare a isso. D.M.:  Qual é a parte mais difícil do processo de pregação para você? H.R.:  A parte mais difícil do processo de pregação é aprender como pegar uma passagem da Bíblia e aplicá-la ao século XXI. Nunca fica fácil porque você está lidando com duas entidades: um texto escrito há dois mil anos e pessoas hoje. Sermões bíblicos fortes devem ser bifocais. Eles precisam refletir a grande ideia do texto e também refletir as preocupações, necessidades e perguntas dos ouvintes de hoje. Por meio da pregação bíblica relevante, as pessoas podem entender e experimentar o que Deus tem a dizer a elas hoje. Mas trabalhar nesse processo é um desafio. D.M.:  Quando você desenvolveu uma paixão por ensinar as pessoas a pregar? H.R.:  Eu acho que recuei. Eu realmente não tinha paixão por ensinar as pessoas a pregar, mas tinha paixão por pregar bem. Quando eu estava no Seminário Teológico de Dallas (DTS) anos atrás, eu ia à biblioteca toda sexta-feira e lia livros sobre pregação. Eu não sabia muito sobre pregação, mas queria aprender. Então eu tive alguns alunos da minha classe sênior que me perguntaram se eu daria uma aula sobre pregação. Eles não tinham muita homilética na DTS naqueles dias, muito menos qualquer outro seminário. Então, toda semana eu dava uma aula para meus colegas. Ensinei-lhes o que sabia e o que não sabia! Mas esse foi o começo da minha experiência com o ensino de homilética. Depois de me formar na DTS, servi como pastor assistente em Medford, Oregon. Um dia recebi uma carta do Dr. John Walvoord, me perguntando se eu voltaria para a ETED e ensinaria. Ele se arriscou comigo, embora eu tivesse muito pouco treinamento formal em pregação. Fiz mestrado em comunicação pela Southern Methodist University e doutorado em retórica e discurso público pela Universidade de Illinois. Quando fui para a universidade de Illinois, eles não sabiam o que fazer comigo. O conselheiro que eles sugeriram foi o Dr. Otto Dieter, um estudioso de clássicos. Eu o conheci na biblioteca de clássicos do campus. Ele estava sentado na ponta de uma longa mesa da biblioteca. Ele me disse: “Bem, o que você quer?” Eu disse: “Preciso de um conselheiro e eles acharam que você ajudaria”. “O que você pretende fazer no futuro?” ele perguntou. “Ensinar pregadores”, respondi. Ele disse: “Você acha que precisa do Espírito Santo para pregar?”. "Sim, eu disse". “Você está sem sorte", ele respondeu. “Ele não tinha estado neste campus há cinquenta anos.” Naquela mesa da biblioteca havia uma velha Bíblia no púlpito. Não faço ideia de onde veio. Ele apontou para a Bíblia do púlpito e perguntou: “Você planeja pregar isso?”. Eu disse: “Sim, eu quero”. Então ele disse: “Eu li todos eles – Quintiliano, Platão. Eu nunca conheci ninguém cuja vida foi mudada pela leitura dos clássicos. Mas eu conheço algumas pessoas cujas vidas foram mudadas pela leitura da Bíblia”. Soube mais tarde que o Dr. Dieter tinha dois sobrinhos que realmente tinham ido para o fundo do poço, mas a leitura da Bíblia mudou suas vidas. Então ele estava falando de sua própria experiência. D.M.:  Ao longo de seus anos como professor de pregação, você sempre continuou a pregar regularmente. Por que é importante permanecer conectado como praticante e não simplesmente trabalhar como professor de pregação? H.R.:  Parece-me que não basta ensinar sobre a pregação. Você tem que fazer isso. Ao pregar, você está envolvido no texto da Bíblia e na vida das pessoas. Seu ensino é moldado, movido e mudado por sua própria experiência de pregação. Meus alunos também me ajudaram a ser um pregador melhor. Nos últimos vinte anos, tenho ensinado estudantes de doutorado em ministério no Seminário Teológico Gordon-Conwell. Eles vêm da linha de frente e não deixam você se safar de nada. Eles levantam questões importantes sobre a pregação e se você está apenas inventando alguma teoria que realmente não toca a vida, eles irão desafiá-lo. D.M.:  Desde a publicação de seu livro best-seller sobre pregação, Pregação Bíblica: O Desenvolvimento e Entrega de Sermões Expositivos*, sua instrução sobre pregação teve um impacto significativo no campo da homilética, não apenas nos países de língua inglesa, mas também em todo o mundo. O que você vê como a contribuição mais significativa que você fez para o treinamento de pregadores cristãos nas últimas três décadas? H.R.:  Acredito que todo sermão é a comunicação de uma ideia. Todo texto na Bíblia é sobre ideias. O desafio é tirar uma ideia da Bíblia, colocá-la em um sermão e pregá-la. Esse processo de descoberta da grande ideia é provavelmente a principal contribuição que fiz. Acabou sendo significativo. O que é tão estranho é que se você voltar à antiguidade, Quintiliano, Platão, Aristóteles – todos eles falam sobre a importância da ideia principal. Mas de alguma forma ela se perdeu ao longo dos anos ou nunca foi aplicada à pregação expositiva. Com a importância da grande ideia em mente, desenvolvi minha definição operacional de pregação bíblica como a comunicação de um conceito bíblico, derivado e transmitido por meio de um estudo histórico, gramatical e literário de uma passagem em seu contexto, a qual o Espírito Santo primeiro aplica à personalidade e experiência do pregador, depois, através do pregador, ao ouvinte. D.M.: Como seus pensamentos sobre a pregação mudaram ao longo dos anos? H.R.:  As pessoas costumavam pensar que pregar era gritar. Se você não gritou, você não estava pregando. O que mudou minha abordagem de pregação foi o tempo que passei como diretor geral da Christian Medical and Dental Society, primeiro no Texas e depois em todo o país. Você não fica na frente de um grupo de médicos e dentistas e grita com eles. Você se pega falando com eles e não para eles. Era assim também que a comunicação estava indo, da ênfase no monólogo ao diálogo. Essa é uma grande mudança que tenho visto. Eu acho que também há mais importância dada ao público. Você precisa estar ciente de seus ouvintes. Esse não era um tema dominante anos atrás. Você está falando para uma congregação da classe trabalhadora ou para um grupo de ouvintes altamente educados? Compreender seu público é importante quando você prega. Também fiquei impressionado com a importância de títulos de sermões eficazes. Às vezes, visito uma cidade no fim de semana e folheio as páginas religiosas do jornal. Leio títulos de sermões como “A Igreja em Corinto” e penso: Quem se importa? Outros títulos são muito práticos, como “Como ser um líder”. Existem certas igrejas que eu fui como pregador convidado e eles me pediram antecipadamente um título de sermão. Às vezes, quando envio o título do meu sermão, recebo uma resposta dizendo: “Precisamos de um título melhor do que esse. As pessoas têm que passar por outras sete igrejas para vir aqui, então se você não tiver um bom título de sermão, elas podem nem vir ouvi-lo.” A maioria das pessoas está perguntando: “Se eu for ouvir esse sermão, serei ajudado?” Mesmo que eles vejam apenas o título do sermão quando forem à igreja, um título eficaz já iniciou o processo de conexão com seus ouvintes. D.M.:  Seu livro Pregação Bíblica foi lançado recentemente em uma terceira edição. Quais são algumas das mudanças que você fez nesta edição? H.R.:  Acrescentei muitos exercícios. Descobri que quando os estudantes de pregação estavam lendo o livro, eles não conseguiam entender tudo o que eu estava dizendo. Eu uso muitos exercícios quando estou ensinando e os alunos apreciam essa abordagem. Por isso, acrescentamos mais, especialmente no que diz respeito à tarefa de encontrar o assunto e complemento no texto, e assim descobrimos a grande ideia da sua passagem de pregação. Não basta apenas ler a teoria. Você tem que trabalhar o processo. D.M.:  Você ocupou vários cargos em sua carreira. Que fatores o ajudaram a decidir se tornar o Professor Émerito de Pregação Harold John Ockenga no Seminário Teológico Gordon-Conwell? H.R.:  Cheguei à conclusão de que é difícil ficar em um lugar por mais de dez ou doze anos sem se repetir. Quando fui convidado para ir ao Gordon-Conwell, respondi positivamente porque parecia a coisa certa a fazer. Eu descobri ao longo dos anos que muitos pastores acreditam na Bíblia, mas eles não têm ideia de como pregá-la. Nosso foco em GordonConwell era simples – como pregar a Bíblia de forma eficaz. Também descobri que aprender a pregar é um processo de grupo. Você não pode simplesmente ficar na frente de um grupo e ensinar. Você precisa envolver o grupo – eles precisam interagir. No programa de doutorado em ministério, nós envolvemos todos os alunos no ensino da pregação, porque quando você tem que ensinar algo, você aprende. D.M.:  Que conselho você daria aos pregadores cristãos hoje? H.R.:  Pregue a Bíblia. Se você não prega a Bíblia, você não tem nada para pregar. Mas não apenas pregue a Bíblia. Pregue a Bíblia para as pessoas. Entenda seu público. Quem são eles? Os pastores têm uma grande vantagem quando interagem com sua congregação. Você conhece suas mágoas, problemas e perguntas. Acho que é de vital importância que as pessoas em sua congregação saibam que você as ama. Você quer o melhor de Deus para eles. Quando você faz isso, você captura algo em sua pregação que é vital e sólido. D.M.:  Grandes líderes cristãos são lembrados por várias razões. Ao refletir sobre sua vida e ministério, como você gostaria de ser lembrado? H.R.:  Fico mais satisfeito quando algo que ensino impacta a vida e o ministério de alguém. Quando vejo isso acontecendo, é um grande prazer. Nota do editor: Haddon W. Robinson foi reconhecido como um dos mais destacados pregadores e professores de pregação no século XX. Ele concluiu sua carreira memorável como Professor Émerito de Pregação Harold John Ockenga no Seminário Teológico Gordon-Conwell. Texto original: Life-changing preaching: An interview with Haddon W. Robinson Disponível em https://www.ministrymagazine.org/archive/2014/07/life-changing-preaching  Tradução Tiago Silva

Pregação que transforma a vida:
uma entrevista com Haddon W. Robinson

Pregue a Bíblia. Se você não prega a Bíblia, você não tem nada para pregar. Mas não
apenas pregue a Bíblia. Pregue a Bíblia para as pessoas.

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por Matthew Y. Emerson | Introdução 
 A pergunta que orienta este ensaio pode ser respondida a partir de uma variedade de perspectivas.  Poderíamos pesquisar o pensamento batista desde seu início no início do século XVII até hoje, ou poderíamos escolher representantes de diferentes períodos da história batista e comparar seu pensamento. Alternativamente, poderíamos adotar uma abordagem mais explicitamente bíblica e teológica, perguntando como os teólogos batistas têm apoiado suas posições sobre teologia política a partir das Escrituras e em relação à tradição cristã. Cada uma dessas abordagens seria frutífera e, idealmente, uma resposta completa à pergunta consideraria todas elas coletivamente. Porém, devido ao espaço limitado nossa abordagem modesta neste ensaio é pesquisar as confissões batistas inglesas [1] do século XVII, o início do pensamento batista, e categorizar a teologia política encontrada lá. Essa abordagem é importante pelo menos por duas razões. Primeiro, nos dá uma noção de como os batistas no início de nossa tradição pensavam sobre teologia política e especificamente como eles concebiam essa teologia política como distinta tanto dos anabatistas quanto dos separatistas em particular. Em segundo lugar, tanto os batistas quanto os não-batistas mudaram em sua teologia política nos últimos quatro séculos, com os batistas às vezes se afastando de seus compromissos de longa data e os não-batistas adotando princípios batistas (por exemplo, liberdade religiosa). Embora os primeiros batistas não sejam teologicamente perfeitos, suas confissões nos dão uma boa ideia do que eles achavam que era propriamente distintivo sobre o movimento batista, inclusive no campo da teologia política. Nossa investigação se concentrará nas confissões de fé batistas escritas no século XVII, tanto em sua articulação explícita de teologia política quanto em comparação com declarações confessionais anabatistas sobre teologia política. Muitas vezes essa abordagem dupla se sobrepõe, pois os primeiros batistas pretendiam se distinguir dos anabatistas e especialmente na arena da teologia política. Para antecipar nossa conclusão, os primeiros batistas viam sua teologia política como distinta em duas frentes. Primeiro, em distinção aos anabatistas, os primeiros batistas (principalmente) viam o envolvimento político como apropriado para os cristãos [2]. Em segundo lugar, em distinção dos separatistas ingleses, bem como da Igreja da Inglaterra e os “papistas”, os primeiros batistas articularam um forte senso de liberdade religiosa [3] e pressionaram pelo que hoje chamamos de separação entre igreja e estado, mesmo enquanto esse termo ainda não tinha sido cunhado. Além dessas distinções, devemos acrescentar um terceiro componente importante da teologia política batista primitiva, a saber, que eles viam a participação política e a sujeição como apropriadas, mas também limitadas por certos limites éticos e teológicos [4]. Confissões de Fé dos Batistas Gerais  [5] 
  A Declaração Inglesa de Amsterdã , comumente conhecida como “... a primeira Confissão de Fé Batista Inglesa” [6] também é, por padrão, a primeira Confissão Batista Geral.  Thomas Helwys e, talvez, alguns dos outros de seu grupo que se separaram de John Smyth em Amsterdã a escreveram. Demonstrar a diferença entre o seu grupo e o grupo de Smyth parece ter sido um dos principais impulsos para a confissão, e neste sentido foi particularmente no que diz respeito à “... rejeição às proibições Menonitas contra juramentos, porte de armas, [e] participação no governo ...” [7]. Em outras palavras, uma das primeiras características distintivas do pensamento batista em geral, quando comparado a seus parentes próximos, os anabatistas, está na área da teologia política. Mas enquanto esses primeiros Batistas Gerais queriam se distinguir dos anabatistas, essa lógica polêmica não é a única peça de teologia política evidente na Declaração Inglesa . Em primeiro lugar, o artigo 9º declara que: Fora de sua igreja, ele também sendo o único Legislador, estabeleceu em sua Aliança 	uma regra absoluta e perfeita de direção, para que todas as pessoas, em todos os momentos, sejam respeitadas; Que nenhum príncipe, nem qualquer um, pode acrescentar ou diminuir, pois evitará os terríveis julgamentos denunciados contra aqueles que assim o fizerem (Ap 22.18,19). Esta breve declaração contém as sementes do relato mais completo da liberdade religiosa dado pelos batistas mais tarde no século XVII. Finalmente, o Artigo 24, embora destinado principalmente a distinguir os primeiros batistas da separação política anabatista, é claro que o envolvimento político dos cristãos tem seus limites. Citando Romanos 13, 2 Pedro 2:10 e 1 Timóteo 2:1-4, o artigo começa elogiando o ofício de “Magistracie” como “uma ordenança sagrada de DEUS, que toda alma deve estar sujeita a ela não por medo de alguém, mas por causa da consciência”. O artigo continua chamando os magistrados de “ministros de DEUS”, tanto “para nossas riquezas” quanto “para se vingar daqueles que praticam o mal”. Por esta razão, os autores afirmam que os cristãos não devem falar mal deles, não devem desprezar o governo (talvez uma alusão óbvia aos anabatistas espirituais), devem pagar impostos e orar por aqueles que estão no governo e particularmente para que DEUS “os tenha salvo e cheguem ao conhecimento da sua verdade”. Então, porque o governo é ordenado por Deus, os cristãos podem servir no governo e ser membros da Igreja de Cristo ao mesmo tempo. Tudo isso destina-se a distinguir esses primeiros batistas de suas contrapartes anabatistas. Mas o artigo passa a colocar limites explícitos no apoio dado ao governo pelos cristãos, limites que estavam implícitos anteriormente no artigo por meio de referências à “consciência” daqueles que se submetem, restrição de falar mal de governos que operam “com dignidade” e múltiplas invocações do padrão de Deus para a justiça. A cláusula final do artigo diz: Eles [os cristãos no magistrado] portam a espada de DEUS – espada que nas administrações lícitas deve ser defendida e sustentada pelos servos de DEUS que estão sob seu governo com suas vidas e tudo o que eles têm de acordo com a primeira instituição fora aquela Ordenança Sagrada. E quem quer que diga o contrário deve sustentar (se eles de fato compreendem) que eles são os ministros do diabo e, portanto, não devem ser louvados nem aprovados em qualquer de suas administrações – visto todas as coisas que eles fazem (como punir os ofensores e defender seus países, estados e pessoas pela espada) é ilegal. Em outras palavras, há limites às obrigações dos cristãos de orar e apoiar o governo, a saber, a opressão da consciência individual (mais explícita à medida que as confissões do século XVII se multiplicam) [8] e a falta de moralidade nos magistrados e nas leis que promulgam. De acordo com o Artigo 24 da Declaração Inglesa , mesmo que um governo faça algo “bom”, é considerado “ilegal” se esse governo agir ou falar de maneira contrária à lei de Deus. A primeira confissão publicada pela Associação dos Batistas Gerais (1651) tem pouco a dizer sobre política além de um pós-escrito que afirma a existência e autoridade de “bons” funcionários do governo para que “a justiça reine e o vício seja vencido ...” [9]. Outra Confissão Batista Geral, A Verdadeira Fé Evangélica  (1654), aborda apenas brevemente a política, dizendo no Artigo XVIII: “Que eles devem ser obedientes aos magistrados em todas as coisas que são corretas – Romanos 13.1; 1 Pedro 2.13,14” [10]. Embora ambas as declarações sejam curtas, elas indicam que os Batistas Gerais queriam deixar espaço para dissidência. O governo foi dado por Deus, mas não deveria ser seguido ou visto como uma vocação legítima se e quando se afastasse de “todas as coisas que são certas”. A Confissão Padrão  (1660) tem muito mais a dizer sobre política. Primeiro, no prefácio observa duas vezes que seu objetivo é distinguir os autores dos anabatistas. Embora isso possa ser uma referência a algumas tendências anabatistas em relação à cristologia hoffmanita, dado o contexto de perseguição da época, é mais provável que seja uma tentativa de se diferenciar das visões anabatistas de envolvimento governamental (e especialmente dos münsteritas). Os artigos XXIV e XXV [11] formulam os pontos de vista dos Batistas Gerais sobre política. O primeiro defende a liberdade de consciência na crença e na prática, enquanto o segundo detalha as opiniões dos autores sobre a Magistratura. Mais uma vez encontramos a afirmação do ofício e da capacidade dos cristãos de participar dele. 1 Pedro 2:13-14 é novamente empregado em apoio e mais uma vez há uma ênfase em governos que existem “para castigo dos malfeitores e para louvor dos que praticam o bem” (1 Pe 2:14). Mas, assim como as primeiras confissões Batistas Gerais, a Confissão Padrão  também afirma claramente que: ... caso os Poderes Civis imponham, ou venham a qualquer momento impor questões sobre assuntos de religião, que nós por consciência a Deus não possamos realmente obedecer, então nós com Pedro também dizemos que devemos (em tais casos) obedecer a Deus em vez de obedecer a homens (Atos 5.29); e, portanto, declaramos nossa inteira e santa intenção e propósito, que (através da ajuda da graça) não cederemos, nem (em tais casos) de modo algum os obedeceremos; ainda humildemente propondo (na força do Senhor) pacientemente sofrer o que quer que seja infligido a nós, por nossa tolerância conscienciosa. Em um epílogo subsequente, os autores afirmam novamente sua determinação “... (pela graça) para selar a verdade ou essas coisas como forma de sofrer perseguição, não apenas com a perda de nossos bens, direitos ou liberdades, mas também com nossas vidas (se formos chamados a isso)” [12]. Embora não seja tão influente nas gerações subsequentes de Batistas Gerais quanto A Confissão Padrão , uma confissão Batista Geral do final do século XVII merece consideração: O Credo Ortodoxo  (1678). No artigo XLV, os autores afirmam que Deus tem “... ordenado magistrados civis para estar sob ele, sobre o povo, para sua própria glória e bem público”. Portanto, os cristãos são capazes de ocupar o cargo de magistrado “quando legalmente chamados para isso” e Deus deu a todos os magistrados o “poder da espada” para fins de “defesa e encorajamento dos que fazem o bem e para a manutenção da justiça e paz, de acordo com as leis saudáveis ​​de cada reino e comunidade, e eles podem travar a guerra em ocasiões justas e necessárias”. Todos os cidadãos devem aos magistrados “... sujeição no Senhor em todas as coisas lícitas  ordenadas por eles, por causa da consciência, com orações por eles, para abençoá-los, dando-lhes segundo os costumes legais, razoáveis e tributos, para ajudá-los, contra inimigos estrangeiros, domésticos e poderosos”. Há, portanto, um forte senso do lugar do governo no governo de Deus sobre determinados países, mas que enfatiza a necessidade de que esses governos estejam sujeitos à lei de Deus.  Essa última ressalva é o motivo pelo qual o Artigo XLVI, “Da Liberdade de Consciência”, é adicionado.  Começa com esta forte declaração: “O Senhor Jesus Cristo, que é o Rei dos reis, Senhor de tudo por aquisição e Juiz dos vivos e dos mortos, é somente ele o Senhor da Consciência; tendo um direito peculiar de ser [em virtude de sua morte pelos pecadores e ressurreição dos mortos]”. Porque Jesus é o único Senhor das consciências individuais “... ele não teria as consciências dos homens escravizadas ou imoladas por qualquer usurpação, tirania ou mando contrário à sua vontade revelada em sua palavra, que é a única regra que ele deixou, para que as consciências de todos os homens sejam governadas, reguladas e guiadas por meio da assistência de seu espírito”. Além disso, exigir uma “fé implícita” ou “obediência cega” destrói tanto a “liberdade de consciência” quanto a “razão”. Por estas razões os cristãos não podem “... tornar essa ação, obediência ou prática, lícita e boa, que não esteja fundamentada” ou concordante com a Sagrada Escritura. Confissões de Fé dos Batistas Particulares  [13] As duas confissões mais influentes escritas por Batistas Particulares no século XVII são a Primeira Confissão de Londres  (1644) e a Segunda Confissão de Londres  (1689), a última das quais ainda é usada pelos Batistas Reformados hoje e serviu de base para várias confissões batistas americanas importantes do século XVIII. Antes de examiná-las, no entanto, devemos mencionar duas outras: Uma Confissão Verdadeira  (1596) [14] e A Confissão de Somerset  (1656) [15]. Esta última menciona apenas brevemente a teologia política no artigo XLIV, reconhecendo a ordenação de Deus do governo e o dever cristão de se submeter a ela “por causa da consciência” e orar pelos líderes. A primeira, porém, tem muito mais a dizer. Uma Confissão Verdadeira  é uma das primeiras confissões Batistas Separatistas conhecidas e de algumas maneiras (mas não todas; veja abaixo) dá o tom para o que se segue no pensamento Batista Particular do século XVII. Em relação à teologia política, é em muitos aspectos semelhante ao que vimos acima com os Batistas Gerais, [16] com uma exceção. Embora a confissão enfatize a obrigação cristã de se submeter ao governo em todas as coisas lícitas e a obrigação governamental de fornecer liberdade religiosa aos cristãos (artigos 39 a 44), ela também exige que o governo deve “... suprimir e extirpar por sua autoridade todos os falsos ministérios, religiões voluntárias e adoração falsificada de Deus, para abolir e destruir os templos de ídolos, imagens, altares, vestimentas e todos os outros monumentos de idolatria e superstição, tomar e converter ao seu devido uso civil não apenas o benefício de todas essas propriedades e monumentos idólatras, mas também suas receitas, propriedades, senhorios, domínios, glebas e manutenção de quaisquer ministérios falsos e funções eclesiásticas ilegais dentro de seus domínios” (Artigo 39) [17]. Essa restrição da liberdade religiosa relativa aos cristãos protestantes e o resultante chamado para expulsar todas as outras religiões é característico entre as primeiras confissões batistas, tanto na Grã-Bretanha do século XVII quanto no início da vida batista americana. Embora não possamos saber com certeza por que Uma Confissão Verdadeira  inclui essa linguagem e a maioria das confissões subsequentes não, podemos especular e sugerir que a linguagem de Uma Confissão Verdadeira  é explicada por sua intenção separatista, enquanto os batistas posteriores viram que excluir alguns da liberdade religiosa significava que eles também poderiam ser excluídos. A Confissão de Londres  (1644) é análoga as confissões Batistas Gerais pesquisadas acima com respeito à teologia política. A magistratura civil é “uma ordenança de Deus estabelecida por Deus para punição dos malfeitores e para louvor dos que fazem o bem” (artigo XLVIII), o que significa que os cristãos são obrigados a orar por aqueles que têm autoridade e a se submeter a eles “no Senhor” em “todas as coisas lícitas por eles ordenadas”.  Mesmo assim, há fortes declarações sobre a liberdade religiosa (artigos XLIX, L e LI), incluindo um apelo ao governo para permitir que eles cultuem livremente (artigo L) e uma advertência de que, se o governo os perseguir por suas crenças, eles “devem obedecer a Deus e não aos homens” (Artigo LI). Além disso, textos bíblicos comuns usados ​​em apoio são: Romanos 13, 1 Pedro 2:13-14 e principalmente 1 Timóteo 2:2. Dada a dependência da Segunda Confissão de Londres  (1689) em relação à Primeira Confissão de Londres , não é surpreendente que seja semelhante à sua antecessora. Mais uma vez encontramos Romanos 13:1-4 citado em apoio à declaração de que Deus, que é Rei sobre todos, ordenou governos particulares para punir o mal e encorajar o bem (XXIV.1). Os cristãos podem servir como magistrados e nessa qualidade “travar a guerra em ocasiões justas e necessárias” (XXIV.2). Todos os cristãos são obrigados a estar em “... sujeição em todas as coisas lícitas ordenadas por [magistrados civis] ... no Senhor; não apenas por causa da ira, mas por causa da Consciência” e para orar por seus líderes (XXIV.3).  Embora a Segunda Confissão de Londres  não discuta a liberdade religiosa em proximidade imediata com o restante de sua teologia política, ela aborda a questão no Capítulo XXI – “Somente Deus é o Senhor da Consciência” (XXI.2), e está implícito nessa declaração que o governo (ou qualquer outra pessoa) não deve obrigar uma pessoa ou igreja a acreditar ou praticar a fé de maneiras particulares.  Curiosamente, porém, o foco deste capítulo em particular é o abuso da liberdade e não sua proteção. Talvez isso possa ser explicado pela aprovação do Edito de Tolerância no mesmo ano. De qualquer forma, tanto a Primeira  quanto a Segunda Confissão de Londres  exibem as mesmas características que vimos até agora. Dadas essas pesquisas, que conclusões podemos tirar sobre a teologia política batista primitiva? Teologia Política Batista Primitiva Os primeiros batistas, tanto gerais quanto particulares, exibiam uma mente quase singular sobre teologia política. Digo “quase” por duas razões: primeiro, por causa do argumento peculiar para a intervenção governamental em religiões não protestantes em Uma Confissão Verdadeira  e, segundo, porque nem toda confissão contém cada um dos seguintes elementos ou o faz usando a mesma linguagem. Ainda assim, dado provérbio comum de que “onde dois batistas estão reunidos, você obtém três opiniões”, a continuidade entre os primeiros batistas (e, de fato, na vida batista posterior) em relação à teologia política é digna de atenção. Vemos pelo menos três elementos comuns na teologia batista primitiva. Primeiro, enquanto Deus em Cristo é Rei sobre todos (por exemplo, Uma Confissão Verdadeira , Artigo 39; Primeira Confissão de Londres,  XXIV), ele ordenou governos particulares em lugares particulares para promover o bem e punir o mal. Os cristãos são, portanto, obrigados a se submeter ao governo em todas as coisas lícitas e a orar por seus líderes. Eles também podem se tornar magistrados se assim o desejarem. Em segundo lugar, porque somente Cristo é o Senhor da consciência do indivíduo e das particulares igrejas locais, os governos não devem infringir a liberdade religiosa de seus cidadãos ou de suas organizações religiosas com respeito tanto à crença quanto à prática. Se esse tipo de liberdade não for dado, os cristãos – especialmente os batistas – são obrigados a “obedecer a Deus antes que aos homens”, mesmo que isso lhes custe a vida. Finalmente, os cristãos não são obrigados a se submeter ao governo ou a participar dele se e quando este começar a agir de forma ilegal, ou seja, de forma contrária à lei de Deus. De fato, eles deveriam estar dispostos a sacrificar sua prosperidade, liberdade e até mesmo suas vidas se a obediência a Cristo, o único Rei verdadeiro, exigir isso em face da oposição do governo [18]. O primeiro ponto é comum à maioria das tradições cristãs, fornecendo um elemento de catolicidade à teologia política batista, enquanto os dois últimos nascem do lugar privilegiado dos batistas como dissidentes [19]. Além disso, o primeiro ponto distingue os batistas dos anabatistas e, portanto, tomados em conjunto como indicativos da teologia política batista, esses três elementos distinguem o pensamento e a prática batistas de todos os outros grupos. Eles também apontam para o ideal político batista, uma igreja livre em um estado livre. Portanto, este é um dos  marcadores da identidade batista, pelo menos historicamente falando. Embora não tenhamos tempo para pesquisar o pensamento batista posterior sobre teologia política, devemos mencionar brevemente que esses elementos permanecem comuns em movimentos batistas subsequentes [20]. Particularmente no início da vida batista americana, no pensamento de batistas tão variados quanto John Clarke, John Leland e Isaac Backus, encontramos esses mesmos aspectos da teologia política – a ordenação do governo por Deus, liberdade religiosa e dissidência. Na medida em que os batistas de hoje também afirmam esses aspectos, permanecemos em continuidade com a tradição batista quanto sua teologia política, como uma das marcas definidoras de nossa identidade. Na medida em que esquecemos nossa obrigação de nos submeter e orar por oficiais do governo, defender a liberdade religiosa para todas as pessoas e discordar diante do mal governamental, trocamos nossa herança e identidade batistas por mingau político. Notas [1] Devido ao espaço, devemos restringir nossas observações aos batistas ingleses do século XVII, deixando de fora confissões, declarações e cartas de batistas americanos do século XVII, como (por um breve período de sua vida) Roger Williams, John Clarke e Obadiah Holmes. Para uma visão geral desse período, incluindo a perseguição política que os batistas americanos sofreram nas mãos de seus colegas colonos e recursos para um estudo mais aprofundado do pensamento político batista americano inicial, veja Anthony L. Chute, Nathan A. Finn e Michael A. G. Haykin, The Baptist Story: From English Sect to Global Movement  (Nashville: B&H Academic, 2015), 27–39. Não há muita diferença entre a teologia e pensamento político batista americano e a teologia e pensamento político batista inglês no século XVII, além do fato de que os batistas americanos parecem se concentrar mais na liberdade religiosa do que no ponto de partida do batista inglês da ordenação do governo por Deus. Isso talvez possa ser explicado pela presença de anabatistas na Inglaterra e no continente e de sua presença e influência comparativamente mínimas na América. Os batistas ingleses sofreram perseguição precisamente porque estavam sendo confundidos com os anabatistas e, portanto, sentiram a necessidade de enfatizar sua distinção deles por meio da afirmação da ordenação do governo por Deus. Os batistas americanos sentiram mais pressão em relação à sua fé e prática como batistas, não tanto em termos de serem confundidos com anabatistas. De qualquer forma, embora seja lamentável que não possamos pesquisar os batistas americanos devido ao espaço, não acreditamos que tal pesquisa alteraria nossas conclusões, mas as reforçaria ainda mais. Finalmente, veja D. Densil Morgan, “Conflicting Commitments?  Baptist Identity and Welsh National Consciousness, 1649 to Present”, pp. 45–55 em Ian M. Randall, Toivi Pilli e Anthony R. Cross, eds., Baptist Identities: International Studies from the Seventeenth to the Twentieth Centuries  (Studies in Baptist History and Thought 19; Milton Keynes: Paternoster, 2006), 45-49 para uma discussão do movimento batista galês do século XVII e sua relação (ou falta dela) com os primeiros movimentos batistas britânicos. [2] Sobre esta distinção, ver James Leo Garrett, Baptist Theology: A Four-Century Study  (Macon: Mercer University Press, 2009), 15-16. [3] Ver particularmente os comentários em Garrett, Baptist Theology , 21, sobre A True Confession , uma das primeiras confissões separatistas que também é precursora das primeiras confissões de fé batistas particulares. Voltaremos a discutir essa confissão abaixo. [4] Para uma versão atenuada, mas semelhante, do argumento feito neste ensaio sobre a teologia política batista primitiva, veja os breves comentários em Brian Haymes, Ruth Gouldbourne e Anthony R. Cross, On Being the Church: Revisioning Baptist Identity  (Studies in Baptist History and Thought 21; Milton Keynes, Paternoster, 2008), 54–56. [5] Para uma visão geral das confissões de fé dos batistas gerais ingleses, incluindo as discutidas aqui, veja Garrett, Baptist Theology , 31–41. Veja também seus comentários sobre um dos principais Batistas Gerais do século XVII, Thomas Grantham, em ibid., 42-43. [6] William L. Lumpkin e Bill J. Leonard, eds., Baptist Confessions of Faith , 2ª rev. ed. (Valley Forge: Judson, 2011), 107. [7] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 107; ver particularmente os Artigos 24 e 25 da Declaração Inglesa, ibid., 113–14. [8] Embora não seja uma confissão propriamente batista, Propositions and Conclusions Concerning True Christian Religion  (PCCTCR), escrita pelos seguidores de John Smyth e presumivelmente o suficiente para angariar comunhão com os menonitas de Waterland, parece ser a primeira confissão a articular claramente a liberdade religiosa e liberdade de consciência. Ver Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions, 114-29; PCCTCR 8, Artigo 84. [9] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 171. [10] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 178. [11] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 213-14. [12] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 214. [13] Para uma visão geral da história batista particular inglesa e suas confissões no século XVII, ver Garrett, Baptist Theology , 51-61. [14] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 75-91. [15] Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 184-98. [16] Por exemplo, reconhecendo a ordenação de Deus do governo e dos magistrados em particular, articulando a liberdade religiosa para todos os tipos de cristãos, ainda que de forma incipiente. [17] Citado em Lumpkin e Leonard, eds., Baptist Confessions , 88-89. [18] O que é, de fato, o que aconteceu com alguns dos primeiros batistas, incluindo Thomas Helwys, que morreu na prisão depois de tornar públicos argumentos escritos para a liberdade religiosa. Ver, por exemplo, Robert G. Torbet, A History of the Baptists , 3ª ed.  (Valley Forge: Judson, 1963), 38-39. [19] Sobre a relação entre a tradição dissidente e o senhorio de Cristo sobre todas as coisas, ver Curtis W. Freeman, Undomesticated Dissent: Democracy and the Public Virtue of Religious Noncomformity  (Waco: Baylor University Press, 2017), 4–15. [20] Devemos notar, no entanto, a articulação caracteristicamente cuidadosa de David Bebbington sobre a vacilação na vida batista pensada em relação à prática política. Segundo ele, “repetidamente tem havido interação entre identidades religiosas e nacionais. Alguns batistas se orgulham de fundir suas lealdades como cristãos em suas versões de patriotismo. Outros, especialmente onde o estado é como a Babilônia descrita nas Escrituras, queriam manter sua cidadania firmemente no céu. Muitas vezes ... uma mudança na identidade nacional foi necessária à medida que as igrejas derivadas de missões cristãs se moveram para a autossuficiência. A nacionalidade estrangeira pode se tornar uma responsabilidade, especialmente para o crescimento da igreja, em tais circunstâncias”. David W. Bebbington, “Prefácio”, pp. xiii–xv em Ian M. Randall, Toivi Pilli e Anthony R. Cross, eds., Baptist Identities: International Studies from the Seventeenth to the Twentieth Centuries  (Studies in Baptist History and Thought 19; Milton Keynes: Paternoster, 2006), xiv. Matthew Y. Emerson  (Ph.D., Southeastern Baptist Theological Seminary) é Reitor de Teologia, Artes e Humanidades na Oklahoma Baptist University. Seus interesses de pesquisa incluem teologia bíblica, interpretação cristã primitiva e catolicidade batista. Matt é casado com Alicia e tem cinco lindas filhas. Texto original: Is There a Baptist Contribution to Political Theology? Disponível em https://www.centerforbaptistrenewal.com/is-there-a-baptist-contribution-to-political-theology Tradução Tiago Silva

Existe uma contribuição batista para a teologia política?

A pergunta que orienta este ensaio pode ser respondida a partir de uma variedade de perspectivas. Poderíamos pesquisar o pensamento batista

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por Matthew Y. Emerson | Existe uma contribuição batista para a teologia política? Sim, e ela deve ser chamado de “Testemunho profético batista”. Em um ensaio que apresentei recentemente no ERLC Research Institute, me referi a três pontos comuns da teologia política entre os primeiros batistas: a afirmação do governo como divinamente instituído e autorizado, a necessidade do governo fornecer liberdade religiosa para todos e a obrigação dos cristãos de discordar da participação e sujeição governamental se e quando um determinado governo agir imoralmente. Aqui eu quero fornecer três pontos de coordenação – histórico, bíblico e teológico, para este argumento que fornecerá uma teologia política batista mais robusta do que foi possível naquele ensaio necessariamente atenuado e estreito (que será publicado em um volume editado por Andrew Walker no devido tempo, espero). Histórico Em primeiro lugar, menciono algumas observações históricas. A teologia política batista permaneceu notavelmente consistente. Seus únicos rivais pela consistência em termos de distintivos batistas são a autonomia da igreja local e o credobatismo. Praticamente todas as outras áreas do pensamento batista viram mudanças nas posições mantidas, seja dos modelos de pastor único à pluralidade de presbíteros, do calvinismo ao não-calvinismo, do associacionismo ao landmarquismo, da adoração revivalista às formas litúrgicas mais tradicionais. Poderíamos continuar, mas o credobatismo, a autonomia da igreja local e a teologia política batista permaneceram consistentes. Em relação a este último, os três elementos evidenciados no início da vida batista inglesa também são encontrados em vários outros períodos da vida batista, embora com diferentes níveis de ênfase. Como mencionei em uma nota de rodapé no final de meu ensaio, os batistas americanos tiveram por necessidade que enfatizar quase exclusivamente argumentos sobre liberdade religiosa. Por um lado, talvez isso se deva ao seu contexto de perseguição e ao contexto que compartilhavam com os batistas ingleses, em conjunto com a presença comparativamente menor de anabatistas nas colônias. Enquanto os batistas ingleses do século XVII tiveram que articular sua teologia política enquanto lutavam em duas frentes – certificando-se de que não eram confundidos com anabatistas de um lado e defendendo a liberdade religiosa do outro, os primeiros batistas americanos só tinham que lutar em relação ao último. Mas isso não significa que os batistas americanos, ou movimentos batistas globais subsequentes, argumentaram que o governo não foi ordenado por Deus ou deveria ser totalmente evitado. Longe disso. Por causa dessa consistência, o credobatismo, a autonomia da igreja local e a teologia política batista devem ser vistos como os principais marcadores da identidade e prática batista. Bíblico Claro, precisamos dizer neste ponto que a teologia política batista é um marcador da identidade e prática batista, em última análise, porque é bíblica. Os batistas são um “povo do livro”, e por causa de nosso compromisso primário com a Sola Scriptura , agimos durante a Reforma e ainda agimos agora, para citar Nathan Finn, como um “movimento restauracionista dentro da Reforma”. Na área da teologia política, os primeiros batistas e seus herdeiros empregaram um conjunto comum de textos bíblicos para apoiar suas posições doutrinárias. Em relação à instituição divina do governo, Romanos 13:1-4 é frequentemente empregado. Mas geralmente é seguido de perto, especialmente nas confissões pesquisadas em meu ensaio, por 1 Pedro 2:13-14. Esses dois textos coordenam a afirmação batista de que o governo é divinamente instituído e, portanto, deve ser obedecido e somos comprometidos de orar por ele, juntamente com sua insistência de que o governo deve ser resistido se ele se comporta de maneira imoral. Poderíamos também mencionar com respeito aos últimos textos como Apocalipse 17-18, onde o clamor  profético é para a igreja sair, “Saia, saia dela, povo meu!” em referência à opressão política e econômica de Roma. O mandato bíblico para a teologia política da igreja é profético – promover o bem ao governo e condenar o mal do governo. O terceiro aspecto da teologia política batista, liberdade religiosa para todos, está relacionado a essas duas primeiras afirmações bíblicas do testemunho da igreja. É bom que o governo permita que pessoas e igrejas creiam e pratiquem suas crenças livremente, uma vez que cada indivíduo é responsável perante o Senhor por conta própria e é mau para o governo exigir crenças ou práticas religiosas particulares, uma vez que somente Cristo é o Senhor da Consciência. Teológico Isso nos leva ao terceiro ponto de coordenação da teologia política batista: a localização propriamente dogmática do pensamento de nossa tradição. Precisamos mencionar primeiro que a liberdade religiosa e seu corolário constitucional, a separação entre igreja e estado, estão enraizados em um princípio teológico batista fundamental, ou seja, a liberdade de consciência. Isso é realmente verdade para todos os três distintivos batistas: o credobatismo afirma a liberdade de consciência com respeito à conversão pessoal, a autonomia da igreja local afirma a liberdade de consciência com respeito à política congregacional, e a liberdade religiosa e seu corolário constitucional, a separação entre igreja e estado, afirma a liberdade de consciência com respeito tanto ao indivíduo quanto à relação da Igreja com o Estado. Em segundo lugar, em relação ao método teológico, os primeiros batistas e, de fato, muitos batistas subsequentes não se apegaram a uma aberração ingênua de “nenhum credo além a Bíblia” do princípio Sola Scriptura  da Reforma. Em vez disso, suas confissões, incluindo a afirmação do governo como ordenado por Deus, estavam enraizadas na tradição cristã e refletiam outras confissões cristãs da época.  A ideia de que a teologia batista deve rejeitar qualquer senso de tradição para ser verdadeiramente batista está enraizada na história revisionista e em uma teologia defeituosa da tradição e não nos princípios da Reforma, na identidade batista e no ensino bíblico, e isso não é menos verdadeiro na área de teologia política. Os primeiros batistas dependiam da tradição cristã para suas afirmações da instituição divina do governo e do seu papel de promover o bem e defender contra o mal, e assim, nesse sentido, eles exibiram um espírito católico* em sua recepção da tradição. Mas, o pensamento batista sobre a liberdade religiosa e a separação entre igreja e estado também influenciou outras tradições.  Isso é verdade no protestantismo e, incrivelmente, até no pensamento católico romano, que até suas interações com a China na semana passada dificilmente poderiam ser chamados de erastas em qualquer sentido significativo na maioria dos aspectos de sua presença global. Portanto, teologia política batista é também católica em sua persuasão de outras tradições cristãs à sua posição, especialmente no que diz respeito à liberdade religiosa e à separação entre Igreja e Estado. Testemunho profético batista Isso nos traz de volta à nossa declaração de abertura – há uma contribuição batista para a teologia política e ela deve ser chamada de “testemunho profético batista”. Eu uso este termo para chamar nossa atenção de volta para a Bíblia e especialmente para os profetas do Antigo Testamento e sua culminação na pessoa e obra de Jesus Cristo, conforme descrito no corpus  quádruplo do Evangelho.  Poderíamos resumir o trabalho dos profetas do Antigo Testamento como promover o bem, condenar o mal e trabalhar contra a injustiça, tudo de forma política. Ou seja, suas mensagens não eram dirigidas a indivíduos isolados, mas ao rei, o representante do povo e o responsável por promulgar suas leis, e ao povo corporativo de Deus. Quando os profetas promoveram o bem, eles o fizeram com mecanismos e estruturas políticas em mente – precisamente porque a Lei de Deus para Israel tinha esses mesmos mecanismos e estruturas em mente em suas estipulações. Quando os profetas denunciaram o mal, eles o fizeram porque o rei e/ou seu povo transgrediram a Lei de Deus para a nação de Israel. E quando os profetas trabalharam contra a injustiça, eles o fizeram denunciando maquinações e estruturas políticas corruptas. Em suma, eles exigiam arrependimento individual em um contexto corporativo e, assim, o arrependimento individual incluía abordar injustiças sistêmicas, promover o bem por meio de sistemas políticos e condenar o mal perpetrado por indivíduos nesses sistemas. Nos Evangelhos, Jesus faz o mesmo, assim como seus discípulos. Basta pensar no confronto de João Batista com Herodes ou nas críticas de Jesus ao Sinédrio para perceber que o último dos profetas e o Messias de Israel não evitou a voz profética política de seus antepassados, mas a cumpriu. Eles continuaram a promover o bem cuidando dos oprimidos, dos pobres e dos prisioneiros. Eles continuaram a condenar o mal em seus líderes e continuaram a trabalhar contra a injustiça sistêmica. O que mais chamaríamos de Jesus derrubando as mesas no Templo ou suas aflições para os escribas e fariseus? A diferença nos modos de engajamento político do Antigo e do Novo Testamento não é que ele existe no Antigo Testamento e não existe no Novo Testamento, mas que é limitado a uma nação geopolítica particular no Antigo Testamento e é global como a igreja de Cristo é global no Novo Testamento. Por causa dessa mudança eclesológica, a teologia política tem que passar da teonomia israelita do Antigo Testamento para a identidade de “exilados eleitos” e “peregrinos e forasteiros” do Novo Testamento. Somos cidadãos de determinados países, mas ainda mais importante da cidade ainda por vir. Assim, não somos chamados a fazer de nenhum estado-nação em particular o reino de Cristo, mas ainda somos chamados a exortar reinos específicos a viver, mover-se e existir no mundo como Cristo o fez. O reconhecimento desta identidade simultânea como cidadãos de nações particulares e do país muito melhor que é o reino de Cristo nos novos céus e nova terra chama a igreja de Cristo em todos os lugares em todos os tempos a reconhecer a instituição de governos particulares por Deus para promover o bem, defender contra o mal e clamar contra a injustiça política perpetrada por governos e outros sistemas corporativos. Esse tipo de participação política é exemplificado por um de nossos primeiros documentos cristãos, a Epístola a Diogneto, que diz:  Pois os cristãos não se distinguem do resto da humanidade por país, idioma ou costume. Pois em nenhum lugar eles vivem em cidades próprias, nem falam algum dialeto incomum, nem praticam um modo de vida excêntrico. Este seu ensinamento não foi descoberto pelo pensamento e reflexão de pessoas engenhosas, nem promovem nenhuma doutrina humana, como alguns o fazem. Mas enquanto vivem em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e seguem os costumes locais de vestuário e alimentação e outros aspectos da vida, ao mesmo tempo demonstram o caráter notável e reconhecidamente incomum de sua própria cidadania. Eles vivem em seus próprios países, mas apenas como não residentes; eles participam de tudo como cidadãos e suportam tudo como estrangeiros. Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é estrangeira. (Epístola a Diogneto 5:1-5) É nesse sentido que acho que temos justificativa para chamar a contribuição batista para a teologia política de “testemunho profético batista”. Os batistas, com a igreja católica*, reconhecem que os governos são instituídos e capacitados por Deus para promover o bem e defender-se contra o mal. Mas, como os antigos profetas do Antigo Testamento e sua culminação no Cristo de Israel, os batistas também lideraram a dissidência política, tanto em termos de liberdade religiosa quanto em termos de ação política e social diante da injustiça. Da prisão de Thomas Helwys por causa de sua consciência ao chicoteamento de Obadiah Holmes em face da perseguição da Colônia da Baía de Massachusetts, do cuidado dos batistas do século XVIII com crianças analfabetas através da inovação da “Escola Dominical” ao cuidado de Charles Spurgeon com os pobres, da oposição de William Carey ao Sati  ao Movimento dos Direitos Civis de Martin Luther King Jr., os batistas têm sido testemunhas proféticas políticas que promovem o bem, condenam o mal e trabalham contra a injustiça, particularmente no que diz respeito à liberdade religiosa, nos modos políticos. Isso faz parte da nossa identidade e da nossa contribuição para a igreja católica*. Nota do tradutor: *O autor utiliza o termo católico no sentido da igreja cristã universal, assim sendo, todos os cristãos de todas épocas e localidades. Esta referência histórico-teológica se encontra nas marcas da igreja cristã ( notae ecclesiae ) do credo Niceno-Constantinopolitano que afirma que esta é “Una, Santa, Católica e Apóstolica”. Matthew Y. Emerson  (Ph.D., Southeastern Baptist Theological Seminary) é Reitor de Teologia, Artes e Humanidades na Oklahoma Baptist University. Seus interesses de pesquisa incluem teologia bíblica, interpretação cristã primitiva e catolicidade batista. Matt é casado com Alicia e tem cinco lindas filhas. Texto original: A baptist contribution to political theology, Disponível em http://www.centerforbaptistrenewal.com/blog/2018/11/28/xwdy42p2wzi0ifrpbpdz9jjvmvsoiq Tradução Tiago Silva

Uma contribuição batista para a teologia política

Pois os cristãos não se distinguem do resto da humanidade por país, idioma ou costume. Pois em nenhum lugar eles vivem em cidades próprias,

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por R. Albert Mohler, Jr. e Daniel L. Akin  A morte de um bebê ou criança pequena é profundamente comovente – talvez a maior dor que um pai é chamado a suportar. Para os pais cristãos, existe a certeza de que nosso Deus soberano e misericordioso está no controle, mas também há uma pergunta insistente: nosso bebê está no céu?  Esta é uma pergunta natural e inevitável, que exige nosso estudo bíblico e reflexão teológica mais cuidadosos e fiéis. A angústia indescritível do coração de um pai exige nossa pesquisa honesta e humilde das Escrituras.  Alguns são rápidos em responder a essa pergunta por sentimentalismo. É claro que as crianças vão para o céu, eles argumentam, pois como Deus poderia recusar um precioso pequenino? O Universalista tem uma resposta rápida, pois acredita que todos irão para o céu. Algumas pessoas podem simplesmente sugerir que os bebês eleitos vão para o céu, enquanto os não eleitos não vão e devem sofrer punição sem fim. Cada uma dessas respostas fáceis é insatisfatória.  O mero sentimentalismo ignora o ensino da Bíblia que trata do assunto. Não temos o direito de estabelecer doutrina com base no que esperamos que seja verdade. Devemos tirar nossas respostas do que a Bíblia revela ser verdade.  O universalismo é uma heresia antibíblica. A Bíblia ensina claramente que nascemos em pecado e que Deus não tolera pecadores. Deus fez uma provisão absoluta e definitiva para nossa salvação através da expiação substitutiva realizada por Jesus Cristo nosso Senhor. A salvação vem para aqueles que crêem em Seu nome e o confessam como Salvador. A Bíblia ensina um destino duplo para a raça humana. Os redimidos – aqueles que estão em Cristo – serão ressuscitados para a vida eterna com o Pai Celestial. Aqueles que não creram em Cristo e O confessaram como Senhor sofrerão o castigo eterno no fogo do Inferno. O universalismo é um ensino perigoso e antibíblico.  Oferece uma falsa promessa e nega o Evangelho.  A Bíblia revela que nascemos marcados pelo pecado original e, portanto, não podemos afirmar que as crianças nascem em estado de inocência. Qualquer resposta bíblica à questão da salvação infantil deve partir do entendimento de que as crianças nascem com uma natureza pecaminosa.  A mudança do foco para a eleição, na verdade, evita responder à pergunta. Devemos fazer melhor e examinar mais de perto as questões em jogo.  Ao longo dos séculos, a igreja ofereceu várias respostas diferentes a essa pergunta. Na igreja primitiva, Ambrósio acreditava que as crianças batizadas iam para o céu, enquanto as crianças não batizadas não, embora recebessem imunidade das dores do inferno. Seu primeiro erro foi crer no batismo infantil e, portanto, na regeneração batismal. O batismo não salva e é reservado para os crentes – não para as crianças. Seu segundo erro foi sua indulgência na especulação. As Escrituras não ensinam uma posição intermediária que nega a admissão de crianças no céu, mas as salva do perigo do inferno.  Agostinho, o grande teólogo do século IV, basicamente concordava com Ambrósio e compartilhava sua compreensão do batismo infantil.  Outros ensinaram que os bebês terão a oportunidade de vir a Cristo após a morte. Esta posição foi mantida por Gregório de Nissa e está crescendo entre muitos teólogos contemporâneos que afirmam que todos, independentemente da idade, terão uma oportunidade post-mortem  de confessar Cristo como Salvador. O problema com esta posição é que as Escrituras não ensinam tal oportunidade post-mortem . Ela é uma invenção da imaginação de um teólogo e deve ser rejeitada.  Aqueles que dividem as crianças em eleitos e não eleitos procuram afirmar a doutrina clara e inegável da eleição divina. A Bíblia ensina que Deus elege pessoas para a salvação desde a eternidade e que nossa salvação é toda pela graça. À primeira vista, essa posição parece inexpugnável em relação à questão da salvação infantil – uma simples afirmação do óbvio. Um segundo olhar, no entanto, revela uma evasão significativa. E se todos os que morrem na infância estão entre os eleitos?  Temos uma base bíblica para acreditar que todas as pessoas que morrem na infância estão entre os eleitos?  Acreditamos que as Escrituras realmente ensinam que todas as pessoas que morrem na infância estão entre os eleitos. Isso não deve ser baseado apenas em nossa esperança de que seja verdade, mas em uma leitura cuidadosa da Bíblia. Começamos com as afirmações bíblicas que já observamos. Primeiro, a Bíblia revela que somos "gerados em iniqüidade" [1] e, portanto, carregamos a mancha do pecado original desde o momento de nossa concepção. Assim, enfrentamos diretamente o problema do pecado. Segundo, reconhecemos que Deus é absolutamente soberano na salvação. Nós não merecemos a salvação, não podemos fazer nada para ganhar a nossa salvação e assim é tudo pela graça.  Além disso, entendemos que nossa salvação é estabelecida pela eleição de pecadores por Deus para a salvação por meio de Cristo.  Terceiro, afirmamos que as Escrituras ensinam que Jesus Cristo é o único e suficiente Salvador e que a salvação vem somente com base em Sua expiação de sangue. Quarto, afirmamos que a Bíblia ensina um duplo destino eterno – os redimidos para o céu, os não redimidos para o inferno.  Qual é, então, nossa base para afirmar que todos aqueles que morrem na infância estão entre os eleitos? Primeiro, a Bíblia ensina que devemos ser julgados com base em nossos atos cometidos “no corpo” [2]. Ou seja, enfrentaremos o tribunal de Cristo e seremos julgados, não com base no pecado original, mas por nossos pecados cometidos durante nossas próprias vidas.  Cada um responderá “segundo o que fez” [3] e não pelo pecado de Adão. A imputação do pecado e da culpa de Adão explica nossa incapacidade de responder a Deus sem regeneração, mas a Bíblia não ensina que responderemos pelo pecado de Adão. Nós responderemos por nós mesmos.  Mas e os bebês?  Aqueles que morrem na infância cometeram tais pecados no corpo?  Acreditamos que não.  Um texto bíblico é particularmente útil neste ponto.  Depois que os filhos de Israel se rebelaram contra Deus no deserto, Deus sentenciou aquela geração a morrer no deserto após quarenta anos de peregrinação. “Nenhum destes homens, desta geração má, verá a boa terra que jurei dar a seus pais” [4]. Mas isso não era tudo.  Deus isentou especificamente crianças e bebês desta sentença e até mesmo explicou por que Ele fez isso: “Além disso, seus pequeninos, que vocês disseram que seriam presas, e seus filhos, que hoje não têm conhecimento do bem e do mal, entrarão lá, e eu darei a eles e eles a possuirão” [5]. A questão chave aqui é que Deus especificamente isentou do julgamento aqueles que “não têm conhecimento do bem ou do mal” por causa de sua idade. Esses "pequeninos" herdariam a Terra Prometida e não seriam julgados com base nos pecados de seus pais.  Acreditamos que esta passagem se relaciona diretamente com a questão da salvação infantil e que a obra consumada de Cristo removeu a mancha do pecado original daqueles que morrem na infância. Não conhecendo nem o bem nem o mal, essas crianças são incapazes de cometer pecados no corpo – ainda não são agentes morais – e morrem seguras na graça de nosso Senhor Jesus Cristo.  John Newton, o grande ministro que escreveu o hino Amazing Grace estava certo dessa verdade. Ele escreveu a amigos íntimos que perderam um filho pequeno: "Espero que vocês dois estejam bem reconciliados com a morte de seu filho. Não posso lamentar a morte de bebês. De quantas tempestades eles escapam! Nem posso duvidar, em meu julgamento particular, que eles estão incluídos na eleição da graça” [6]. Os grandes teólogos de Princeton Charles Hodge e B. B. Warfield mantiveram a mesma posição.  Uma das expressões mais eloquentes e poderosas dessa compreensão da salvação infantil veio do coração de Charles Spurgeon. Pregando para sua própria congregação, Spurgeon consolou os pais aflitos: “Agora, que cada mãe e pai aqui presentes saibam com certeza que está tudo bem com a criança, se Deus a tirou de você em seus dias de infância" [7]. Spurgeon transformou essa convicção em um chamado evangelístico.  “Muitos de vocês são pais que têm filhos no céu. Não é desejável que você também vá para lá?” Ele continuou: “Mãe, mãe não convertida, das ameias* do céu seu filho te chama para o Paraíso. Pai, pai ímpio e impenitente, os olhinhos que outrora olhavam alegremente para você, olham para você agora, e os lábios que mal aprenderam a chamá-lo de pai, antes de serem selados pelo silêncio da morte, podem ser ouvidos como com uma voz mansa e delicada, dizendo a você esta manhã: "Pai, devemos ser divididos para sempre pelo grande abismo que nenhum homem pode passar? A própria natureza não coloca em sua alma uma espécie de desejo de que você possa ser amarrado no pacote da vida com seus próprios filhos?”.  Jesus instruiu seus discípulos que eles deveriam “Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais, porque o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas". Acreditamos que nosso Senhor recebeu graciosa e gratuitamente todos aqueles que morrem na infância – não com base em sua inocência ou dignidade – mas por sua graça, feita neles através da expiação que Ele pagou na cruz.  Quando olhamos para o túmulo de um desses pequeninos, não depositamos nossa esperança e confiança nas falsas promessas de uma teologia antibíblica, na instabilidade do sentimentalismo, na análise fria da lógica humana, nem no refúgio covarde de ambiguidade.  Colocamos nossa fé em Cristo e confiamos que Ele será fiel à sua Palavra. Reivindicamos as promessas das Escrituras e a certeza da graça de nosso Senhor. Sabemos que o céu estará cheio daqueles que nunca atingiram a maturidade na terra, mas no céu nos saudarão completos em Cristo. Vamos confiar pela graça encontrá-los lá. Notas finais: 1. Salmos 51:5.  Todas as citações bíblicas são da New American Standard Bible. 2. 2 Coríntios 5:10 3. Ibid. 4. Deuteronômio 1:35 5. Deuteronômio 1:39 6. John Newton, "Carta IX", The Works of John Newton (Londres, 1820), p. 182. 7. Charles H. Spurgeon, "Infant Salvation" Um sermão pregado em 29 de setembro de 1861. Metropolitan Tabernacle Pulpit (Londres, 1861), p. 505. 8. Marcos 10:14 R. Albert Mohler, Jr. é Presidente e Professor de Teologia Cristã no Southern Baptist Theological Seminary. Daniel L. Akin é Vice-Presidente de Administração Acadêmica, Deão da Escola de Teologia e Professor Auxiliar de Teologia Cristã no Southern Baptist Theological Seminary. Texto original: The Salvation of the 'Little Ones': Do Infants who Die Go to Heaven? Disponível em https://albertmohler.com/2009/07/16/the-salvation-of-the-little-ones-do-infants-who-die-go-to-heaven  Tradução: Tiago Silva

A salvação dos 'pequeninos': os bebês que morrem vão para o céu?

A morte de um bebê ou criança pequena é profundamente comovente – talvez a maior dor que um pai é chamado a suportar. Para os pais cristãos

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Como descobri o significado da Bíblia. Por John Piper 	Sempre que lemos, queremos saber o que um autor pretendia que víssemos e experimentássemos. Essa convicção tem enormes implicações para o porquê e como lemos. 	Primeiro, a leitura implica cortesia .  Se você me escrevesse uma carta com instruções de como chegar à sua casa e eu me perdesse porque coloquei meus próprios significados criativos em suas palavras em vez de entrar na sua cabeça, seria desrespeitoso. 	A cortesia diz: “Faça aos autores da maneira que você gostaria que os autores fizessem a você”.  Se você colocar suas intenções em uma carta, um contrato ou um sermão, você esperaria que os outros tentassem extrair o que você colocou. Devemos fazer o mesmo com os autores quando lemos. “Estamos lendo para aprender sobre a realidade fora de nós que ainda não conhecemos.” 	Em segundo lugar, a leitura implica humildade . Quando lemos dessa forma, confessamos que não sabemos das coisas e que os outros provavelmente sabem. Então, queremos aprender através da leitura. Não estamos lendo apenas para ver um reflexo do que já sabemos. Estamos lendo para aprender sobre a realidade fora de nós que ainda não conhecemos. 	É claro que existem outros objetivos na leitura além do aprendizado, como o prazer de uma boa história, um poema ou ensaio bem elaborado. Mas vamos ter que deixar isso pra lá por enquanto. 	Terceiro, ler em busca das intenções de um autor implica a existência objetiva da realidade  fora da minha própria mente. Não estamos lendo simplesmente para experiências subjetivas. Estamos lendo para descobrir mais sobre a realidade objetiva. 	O autor é uma dessas realidades objetivas fora de mim. Ele existe e tem percepções sobre a realidade que eu não tenho.  Quero ver o que ele viu, testar e, se for verdade, abraçar para que eu cresça em meu conhecimento da realidade e meu prazer de tudo o que é bom.  A intenção do autor ao escrever é outra realidade objetiva. Ele tinha uma intenção quando escreveu. Nada nunca vai mudar isso. Está lá como um evento passado e objetivo na história.  Um autor pode mudar de ideia, mas não seu passado. 	Posso ou não ser capaz de entender sua intenção (porque sou um leitor fraco, ou ele era um escritor fraco ou algum outro motivo). Mas acreditar que a intenção do autor está lá, e vale a pena encontrar, afeta profundamente a maneira como lemos. Que tipo de perguntas eu faço? 	Quando leio uma palavra , o que quero saber é o que o autor pretendia com ela ? não simplesmente as ideias vêm à minha cabeça quando eu digo a palavra?  Quando leio uma sentença , o que quero saber é o que o autor pretendia com ela ?  Não que novas ideias tenho quando a leio ?  Este é, de fato, o significado  da palavra “significado” como eu a uso.  O significado de uma frase, uma palavra ou um documento é o que o autor pretendia que entendêssemos por ele. “Permaneceremos pigmeus em nossa compreensão se não nos humilharmos procurando pensar os pensamentos pretendidos de um autor.” 	É bom aprender mais com a escrita de um autor do que ele pretendia e é bom ter prazer em tomar as palavras de um poema de forma diferente  do que o autor pretendia. Mas permaneceremos pigmeus em nosso entendimento se não nos humilharmos procurando pensar os pensamentos pretendidos de um autor e experimentar as emoções que ele esperava que tivéssemos. 	Assim, no que se segue, sempre que falo sobre o significado  de uma palavra, frase, proposição ou documento, quero dizer o que o autor pretendia que entendêssemos , não as ideias que temos durante a leitura. 1. Pergunte para desvendar as riquezas do significado das Escrituras. 	Começo aqui porque nossas mentes geralmente são passivas até que algo precise ser descoberto. Ou, em outras palavras, geralmente não pensamos até que nos deparamos com um problema a ser resolvido, um mistério a ser desvendado ou um quebra-cabeça a ser decifrado. 	Até que estejamos pensando  sobre o que estamos lendo, perderemos parte do significado das Escrituras. Até que nossas mentes mudem da leitura passiva para a leitura ativa , vamos avançar direto para compreensões maravilhosas. 	Paulo disse a Timóteo: “ Pensa  no que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo” (2 Timóteo 2:7). 	 Pense  na ordem de Paulo! Isso significa que Deus dá entendimento além  do pensamento? Não. Ele diz: “Pense! E Deus dará entendimento”. Ele o dará através  do nosso pensamento. 	Mas na maioria das vezes nossas mentes são passivas. Elas não  estão pensando. Elas estão vagueando. Mas quando há um problema que queremos resolver ou um mistério para descobrir, começamos a pensar. Nossa mente se torna ativa. 	É por isso que o hábito de fazer perguntas é crucial. E quero dizer, principalmente, fazer perguntas a nós mesmos , não aos outros. Perguntar aos outros causa um curto-circuito no seu processo de pensamento. Há momentos em que você precisará perguntar aos outros. Mas se você criar o hábito de se  perguntar, você se tornará uma daquelas pessoas a quem os outros vêm com suas perguntas. 	Fazer perguntas a nós mesmos é uma forma de criar um problema ou um mistério a ser resolvido. Isso significa que o hábito de nos fazer perguntas desperta e sustenta nosso processo de pensamento. Isso em um hábito incrivelmente frutífero. Coisas incríveis acontecem quando você cria o hábito de se fazer perguntas enquanto lê. Você se torna um investigador  rastreando pistas com cada vez mais emoção à medida que a trama das passagens se complica. Você se torna um amante  querendo ver e saborear cada vez mais a mensagem que seu Deus lhe enviou. Você se torna seu próprio advogado no interrogatório , forçando-se a responder às perguntas que os outros podem fazer antes que eles os façam. Você se torna uma árvore  plantada por riachos vivos e você se vê crescendo e se tornando forte. Você se torna um professor  pronto com perguntas e respostas para outras pessoas que querem descobrir com você. “Coisas incríveis acontecem quando você cria o hábito de se fazer perguntas enquanto lê.” 2. Pergunte sobre o significado das palavras. 	Em outras palavras, pergunto sobre definições. Eu pergunto mais especificamente sobre o que a palavra significa aqui na frase específica (lembre-se, estamos perguntando sobre o que o autor pretendia com isso, não o que achamos que significa.) 	Isso pressupõe que as palavras têm significados diferentes em frases diferentes. Isso é verdade.  Elas têm. Por exemplo, a palavra “vida” pode significar vida terrena ou vida eterna.  O que o autor pretendia quando escreveu uma determinada sentença? 3. Pergunte como funcionam as locuções. 	Por uma locução quero dizer um grupo de palavras sem um verbo que descreve alguma ação, pessoa ou coisa.  Por exemplo, “O homem com lepra ”. “Com lepra” é uma locução que descreve o homem. Ou “mortifique seus pecados pelo Espírito ”. “Pelo Espírito” é uma locução que descreve a ação “mortificar”. Ela nos diz como mortificamos nossos pecados. 	Perguntamos sobre como as locuções funcionam porque nem sempre são claras. Por exemplo, “Seguir a obediência da fé ”. “Da fé” é uma locução que descreve a obediência. Mas como isso funciona?  Será que “da fé” significa “obediência que consiste em fé ”?  A fé é ordenada, então quando temos fé, obedecemos ao comando. E assim é a obediência da fé? Ou “da fé” significa “obediência que nasce da fé ”?  Neste caso, fé e obediência não são a mesma coisa, e a fé é a causa da obediência.  4. Pergunte sobre as relações entre duas ou mais proposições. 	Uma proposição é um grupo de palavras que tem um verbo e um sujeito e, portanto, faz algum tipo de afirmação ou faz algum tipo de pergunta. Como as proposições se relacionam umas com as outras é uma das perguntas mais importantes que você pode fazer. Por exemplo, suponha que você leia estas duas proposições: Operai a vossa salvação com temor e tremor. Deus é aquele que está trabalhando em você. 	Como elas estão relacionadas? Não sabemos sem uma palavra ou locução de conexão. Conectores (conjunções) são palavras ou locuções como: e, mas, porque, para, de modo que, para que, embora, se, então, e assim por diante.  Se o conector dessas duas proposições fosse “para que”? 'Operai a vossa salvação com temor e tremor, para que  seja Deus quem opera em vós.' 	Qual é a relação entre as proposições? Pode ser um propósito : “Desenvolva a sua salvação com temor e tremor, com o propósito de  fazer com que Deus trabalhe em você”. Ou pode ser o resultado : “Desenvolva a sua salvação com temor e tremor, para que  Deus seja quem está operando em você.” 	Mas e se o conector fosse “pois”, que é o que Paulo realmente usa em Filipenses 2:13? 'Operai a vossa salvação com temor e tremor. Pois Deus é quem está trabalhando em você.' 	Isso significaria que a obra de Deus veio em primeiro lugar e foi a causa de nossa obra. Teologias totalmente diferentes podem ser ensinadas com a mudança de uma palavra de conexão. “Como as proposições se relacionam umas com as outras é uma das perguntas mais importantes que você pode fazer.”  Poderíamos gastar muito tempo com as várias maneiras pelas quais as proposições podem se relacionar umas com as outras, mas elas estão resumidas em meu livreto ' Biblical Exegesis' .  5. Pergunte como as proposições ajudam a determinar o significado das palavras. 	Há um círculo hermenêutico, mas não é um círculo vicioso. Você não pode saber com precisão o que uma proposição significa até que você conheça o significado das palavras, e você não pode saber com precisão o significado das palavras até que você conheça o significado da proposição. 	As palavras têm uma gama limitada de significados compartilhados. Quando começamos a ler as palavras, quaisquer suposições erradas que fazemos sobre seus significados geralmente são corrigidas no final da sentença ou pela conexão com outras sentenças. Aqui estão uma ilustração simples e complexa sobre como as proposições esclarecem o que suas palavras significam: 	Deus não se deixou sem testemunho , fazendo o bem, dando-vos chuvas do céu e estações frutíferas. (Atos 14:17) 	Sabemos em geral o que é uma “testemunha”. Mas somente quando a proposição final está ligada à primeira é que sabemos que a “testemunha” se refere não a uma pessoa, mas à chuva e às estações frutíferas. Aqui está um exemplo mais complexo: 	Nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas para os chamados , tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. (1 Coríntios 1:23-24) 	Quem são os “chamados”? A palavra por si só poderia se referir àqueles que ouvem a palavra da cruz pregada por Paulo. Paulo “chama” a todos em um sentido. Quando ele prega a Cristo, ele não limita seu chamado à salvação. Ele chama todos a se arrependerem e crerem. 	Mas a maneira como as proposições se encaixam, “chamados” no versículo 24 não pode significar isso. Os “chamados”, diz o versículo 24, recebem a palavra da cruz como “o poder de Deus e a sabedoria de Deus”.  Mas sabemos pelo versículo 23 que muitos dos que ouviram a mensagem não  a receberam dessa maneira. Eles o receberam como pedra de tropeço e loucura. 	Portanto, os chamados não são todos os que ouvem a palavra. Então, no versículo 24 “chamada” não pode significar a chamada geral que todos recebem através do sermão. Deve referir-se a um chamado de Deus que ele dá apenas a alguns e deve ter uma eficácia especial porque todos os que a obtêm vêem a cruz como poder e sabedoria. Portanto, os teólogos se referem a ele como chamado eficaz . 	Assim, embora as palavras carreguem vários significados em si mesmas, o conteúdo e as relações das proposições em torno delas geralmente esclarecem o significado específico que o autor pretendia que elas tivessem. 6. Pergunte como o ponto de uma passagem se encaixa com os pontos de outras passagens, especialmente se parece que os pontos não se encaixam.  	Um dos hábitos mais frutíferos de fazer perguntas que tenho é perguntar como o aparente significado ou ponto de uma passagem se encaixa com outras passagens que parecem contraditórias ou inconsistentes. 	Eu nunca suponho que a Bíblia seja inconsistente, mas que não estou vendo tudo o que preciso ver. É por isso que esse hábito é tão frutífero. Se não vi o suficiente para explicar a aparente inconsistência, é provável que perguntar como os textos se encaixam me ajude a ver mais. 	E ver mais é o que procuramos. Queremos ver tanto quanto realmente existe. Aqui está um exemplo desse tipo de questionamento. Em Romanos 5:8 Paulo diz: 	Deus mostra seu amor  por nós quando ainda éramos pecadores , Cristo morreu por nós.  Mas no Salmo 11:5 diz: 	O Senhor prova o justo, mas sua alma odeia o ímpio  e aquele que ama a violência. 	Então Deus nos ama enquanto somos pecadores e Deus odeia os ímpios. Quando vemos essa tensão entre o amor de Deus pelos pecadores e o ódio pelos pecadores, devemos começar a pensar em possíveis maneiras pelas quais essas duas verdades se encaixam. Isso significa que começamos a fazer mais perguntas. Estão falando de dois grupos diferentes em “pecadores” e “ímpios”? Os pecadores que Deus ama não estão incluídos nos pecadores que Deus odeia? Existe uma diferença entre “pecado” e “impiedade” para que ele realmente não ame os ímpios ou odeie os pecadores? Alguma coisa mudou entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento para que Deus não odeie os ímpios hoje? O que, mais especificamente, o ódio de Deus envolve? O ódio que ele tem pelos ímpios exclui a possibilidade de que ele também os ame? Quais seriam os diferentes tipos de ódio que ele poderia ter? Um tipo de ódio é o ódio intenso do coração perverso de uma pessoa? Outro tipo de ódio é o propósito intenso de destruir? O ódio poderia estar presente sem o propósito de destruir? Se assim for, ele poderia amar aqueles a quem detesta, visando resgatá-los de sua repugnância e de seu ódio? Que outros textos devo consultar para ajudar a responder a essas perguntas?  	Esses tipos de perguntas surgem na mente quando duas passagens em tensão uma com a outra são reunidas com o objetivo de descobrir como elas se encaixam. É incrível o quanto aprendemos nesse hábito de fazer perguntas sobre dificuldades aparentes. Poucas coisas tornam uma pessoa mais profunda e rica em seu conhecimento de Deus e de seus caminhos do que esse hábito de perguntar como os textos são coerentes na realidade quando, a princípio, não parecem ser. “Eu nunca suponho que a Bíblia seja inconsistente, mas que não estou vendo tudo o que preciso ver.” 7. Pergunte como o significado se aplica ao modo como você vive e ao modo como a igreja e o mundo vivem. 	O objetivo dos escritores bíblicos não é apenas que saibamos coisas, mas que façamos coisas.  Assim, parte de nossa resposta às Escrituras é formar o hábito de fazer perguntas sobre a aplicação – para nós e nossa igreja, outros cristãos e nossos relacionamentos, e ao mundo, incrédulos e instituições. 	Isso significa que a tarefa de aplicação nunca é encerrada. Existem milhões de maneiras pelas quais um texto pode ser aplicado a milhões de situações e relacionamentos. Nosso trabalho não é conhecer todas essas aplicações, mas crescer na aplicação do significado das Escrituras às vidas e às pessoas e instituições ao nosso redor. 	As questões de aplicação não são principalmente uma busca de sentido (a intenção do autor), mas da diferença que o sentido fará em nossas vidas. Mas o fato é que fazer perguntas de aplicação muitas vezes esclarece coisas que você não viu no texto. “Existem milhões de maneiras pelas quais um texto pode ser aplicado a milhões de situações e relacionamentos.” 	Por exemplo, é muito provável que, até que uma igreja tente realmente aplicar as passagens sobre disciplina eclesiástica, ela não as leia com atenção suficiente para ver o que elas estão dizendo especificamente. Cada novo esforço para seguir os processos o enviará de volta à Bíblia para ver o que mais está lá. 	Por exemplo, até que eu tentei aplicar  o ensino de Mateus 18:15-18 eu não tinha notado que algum tempo pode passar entre levar duas ou três testemunhas para confrontar um irmão impenitente e o próximo passo de levar seu caso para toda a igreja. Mas quando a aplicação  nos impôs essa pergunta, vimos de fato que não há nada no significado  do texto que sugira que o próximo passo fosse imediato . Isso levantou a questão sobre como devemos nos relacionar com uma pessoa naquele período de tempo, e tivemos mais trabalho a fazer ao pesquisar as Escrituras. 	Isso não é incomum. Os esforços para aplicar o significado de um texto muitas vezes nos ajudam a fazer perguntas sobre o texto que revelam coisas que não tínhamos visto. Assim, embora nosso objetivo seja encontrar o significado  de uma passagem e depois aplicá-lo , também é verdade que a aplicação real do significado muitas vezes levanta questões que lançam mais luz sobre o significado. 8. Pergunte quais são os afetos que correspondem à verdade deste texto. 	O objetivo de ler a Bíblia não é apenas saber, mas também crer, esperar e amar. Toda a gama de emoções humanas são reações possíveis ao significado da Bíblia. Deus nos deu a Bíblia não apenas para informar nossas mentes, mas também para transformar nossos corações – nossos afetos.  Há sempre uma maneira mais ou menos adequada de nossos afetos serem movidos pela verdade que vemos. 	Por exemplo, a horrível verdade não deve ter o mesmo efeito emocional que a bela verdade. A santidade inacessível de Deus não deve produzir a mesma emoção que a terna proximidade de Deus. A repreensão de Jesus não deve produzir a mesma emoção que a recomendação de Jesus. “O objetivo de ler a Bíblia não é apenas saber, mas também acreditar, esperar e amar.” 	Portanto, parte de responder às Escrituras é fazer a pergunta: “Qual é uma resposta emocional adequada ao significado deste texto? Estou vivenciando isso?”. 	A Palavra de Deus é honrada não apenas por ser entendida corretamente, mas também por ser sentida corretamente. Uma resposta vazia do coração à verdade gloriosa é uma resposta defeituosa à Bíblia. Portanto, não terminamos de fazer perguntas até que tenhamos perguntado sobre quais emoções se encaixam em resposta ao significado da Bíblia e se estamos experimentando essas emoções. Texto original: Unlock the Riches of Scripture Disponível em https://www.desiringgod.org/articles/unlock-the-riches-of-scripture  Tradução: Tiago Silva

Desbloqueie as riquezas das Escrituras.

“Eu nunca suponho que a Bíblia seja inconsistente, mas que não estou vendo tudo o que preciso ver.”

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Esta declaração é a terceira e última de uma trilogia de Encontros promovidos pelo Conselho Internacional sobre a Inerrância Bíblica. O Encontro de Cúpula I (26 a 28 de outubro de 1978) produziu a Declaração de Chicago sobre a Inerrância Bíblica. Clique aqui.  O Encontro de Cúpula II (10 a 13 de novembro de 1982) resultou na Declaração de Chicago sobre Hermenêutica Bíblica. Clique aqui.  Esta última conferência, Encontro de Cúpula III (10-13 de dezembro de 1986), redigiu a Declaração de Chicago sobre Aplicação Bíblica. Com esta afirmação, o trabalho acadêmico proposto do ICBI foi concluído, pois a doutrina da inerrância foi assim definida, interpretada e aplicada por muitos dos principais estudiosos evangélicos de nossa época. ARTIGOS DE AFIRMAÇÃO E NEGAÇÃO 	 Artigo I: O DEUS VIVO Afirmamos  que o único Deus verdadeiro e vivo é o criador e sustentador de todas as coisas. Afirmamos  que este Deus pode ser conhecido através de Sua revelação de Si mesmo em Sua palavra escrita inerrante. Afirmamos  que este Deus existe eternamente em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, cuja cada uma delas é totalmente Deus. Afirmamos  que este Deus vivo, ativo e que fala entrou na história através do Filho Jesus Cristo para trazer salvação à raça humana. Afirmamos  que o caráter e a vontade revelada de Deus são a base de toda a moralidade. Negamos  que a linguagem humana das Escrituras é inadequada para nos informar quem é Deus ou como Ele é. Negamos  que a doutrina da Trindade seja uma contradição ou se baseia em uma ontologia inaceitável. Negamos  que a noção de Deus deve ser acomodada ao pensamento moderno, o qual não tem lugar para os conceitos de pecado e salvação. 	 Artigo II: O SALVADOR E SEU TRABALHO Afirmamos  que Jesus Cristo é verdadeiro Deus, gerado pelo Pai de toda a eternidade, e também verdadeiro homem, concebido pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria. Afirmamos  que a união indivisível da deidade plena com a humanidade plena na única pessoa de Jesus Cristo é essencial para o Seu trabalho salvador. Afirmamos  que Jesus Cristo, através de Seu sofrimento vicário, morte e ressurreição, é o único Salvador e Redentor do mundo. Afirmamos  que a salvação é apenas pela fé em Jesus Cristo. Afirmamos  que Jesus Cristo, como revelado nas Escrituras, é o modelo supremo da vida santa, que é nossa nele e através dele. Negamos  que as Escrituras justificam qualquer proclamação ou oferta de salvação, exceto com base no trabalho salvífico do Cristo crucificado e ressuscitado. Negamos  que aqueles que morrem sem Cristo possam ser salvos na vida que está por vir. Negamos  que pessoas capazes de escolha racional possam ser salvas sem fé pessoal no Cristo bíblico. Negamos  que apresentar Jesus Cristo como exemplo moral sem referência à Sua deidade e expiação vicária faz justiça ao ensino das Escrituras. Negamos  que uma compreensão adequada do amor e da justiça de Deus garante a esperança da salvação universal. 	 Artigo III: O ESPÍRITO SANTO E SUA OBRA Afirmamos  que o Espírito Santo é a terceira pessoa do Deus Trino e que Sua obra é essencial para a salvação dos pecadores. Afirmamos  que o conhecimento verdadeiro e salvador de Deus é dado pelo Espírito de Deus, na medida em que Ele autentica e ilumina a Palavra das Escrituras Canônicas, da qual Ele é o autor primário. Afirmamos  que o Espírito Santo guia o povo de Deus, dando-lhes sabedoria para aplicar as Escrituras às questões modernas e à vida cotidiana. Afirmamos  que a vitalidade da Igreja em adoração e comunhão, sua fidelidade na confissão, sua frutificação em testemunho e seu poder em missão, dependem diretamente do poder do Espírito Santo. Negamos  que qualquer visão que se oponha à tri pessoalidade essencial de Deus é compatível com o evangelho. Negamos  que qualquer pessoa possa dizer com o coração que Jesus é Senhor sem a ação do Espírito Santo. Negamos  que o Espírito Santo, depois da era apostólica, já deu, ou dê agora, nova revelação normativa à igreja. Negamos  que o nome de “avivamento” deva ser dado a qualquer movimento na igreja que não envolva um sentido aprofundado do julgamento e misericórdia de Deus em Cristo. 	 Artigo IV: A IGREJA E SUA MISSÃO Afirmamos  que a inspiração do Espírito Santo dá à Bíblia sua autoridade canônica, e o papel da igreja foi e é reconhecer e afirmar essa autoridade. Afirmamos  que Cristo, o Senhor, estabeleceu sua igreja na Terra e a governa por Sua Palavra e Espírito. Afirmamos  que a igreja é apostólica uma vez que recebe e é estabelecida sobre a doutrina dos apóstolos registrada nas Escrituras e continua a proclamar o evangelho apostólico. Afirmamos  que as marcas de identificação das igrejas locais são a confissão fiel e a proclamação da Palavra de Deus, e a administração responsável do batismo e da Ceia do Senhor. Afirmamos  que as igrejas estão sujeitas à Palavra de Cristo em sua ordem assim como em sua doutrina. Afirmamos  que, além de seu compromisso com uma local igreja, os cristãos podem se envolver adequadamente em organizações para-eclesiásticas para ministério especializado. Afirmamos  que Cristo chama a igreja para servi-lo por sua adoração, nutrição e testemunho como Seu povo no mundo. Afirmamos  que Cristo envia a igreja para o mundo inteiro para chamar a humanidade pecaminosa à fé, arrependimento e justiça. Afirmamos  que a unidade e a clareza das Escrituras nos encorajam a buscar resolver as diferenças doutrinárias entre os cristãos, e assim manifestar a unidade da igreja em Cristo. Negamos  que a igreja possa conceder autoridade canônica às Escrituras. Negamos  que a igreja seja constituída pela vontade e tradições dos homens. Negamos  que a igreja possa convencer a consciência à parte da Palavra de Deus. Negamos  que a igreja possa se libertar da autoridade da Palavra de Deus escrita e ainda exercer disciplina válida em nome de Cristo. Negamos  que a igreja possa acomodar-se às demandas de uma cultura particular se essas exigências entrarem em conflito com a revelação bíblica, ou se restringirem a liberdade da consciência cristã. Negamos  que diferentes situações culturais invalidam o princípio bíblico da igualdade entre homens e mulheres ou os requisitos bíblicos para seus papéis na igreja. 	 Artigo V: SANTIDADE DA VIDA HUMANA Afirmamos  que Deus, o Criador, é soberano sobre toda a vida humana e a humanidade é responsável, sob Deus, para preservá-la e protegê-la. Afirmamos  que a santidade da vida humana é baseada na criação da humanidade como imagem e semelhança de Deus. Afirmamos  que a vida de um ser humano começa na concepção (fertilização) e continua até a morte biológica; assim, o aborto (exceto quando a continuidade da gravidez ameaça iminentemente a vida física da mãe), infanticídio, suicídio e eutanásia são formas de assassinato. Afirmamos  que a visão penal da justiça social é compatível com a santidade da vida humana. Afirmamos  que reter alimentos ou água para causar ou apressar a morte é uma violação da santidade da vida. Afirmamos  que, como o avanço da tecnologia médica obscureceu a distinção entre a vida e a morte, é essencial avaliar cada caso terminal com o maior cuidado de modo a preservar a santidade da vida humana. Negamos  que a qualidade de vida humana tenha prioridade sobre sua santidade. Negamos  que a santidade da vida pré-natal negue a propriedade dos procedimentos médicos necessários para preservar a vida da mãe grávida. Negamos  que matar em legítima defesa, na pena capital administrada pelo Estado, ou em guerras justamente travadas, é necessariamente uma violação da santidade da vida humana. Negamos  que aqueles que rejeitam uma base divina para o direito moral estão isentos da obrigação ética e social de preservar e proteger a vida humana inocente. Negamos  que permitir a morte sem intervenção médica para prolongar a vida é sempre uma violação da santidade da vida humana. 	 Artigo VI: CASAMENTO E FAMÍLIA  Afirmamos  que o propósito do casamento é glorificar o Deus e estender seu Reino na Terra em uma instituição que prevê castidade, companheirismo, procriação e educação cristã de crianças. Afirmamos  que, uma vez que o casamento é um pacto sagrado sob Deus unindo um homem e uma mulher como uma única carne, igreja e Estado devem exigir fidelidade à intenção de Deus de que seja um vínculo permanente. Afirmamos  que no padrão matrimonial ordenado por Deus, o marido como chefe é o servo-líder amoroso de sua esposa, e a esposa como ajudante na companhia submissa é uma parceira completa com seu marido. Afirmamos  que a educação amorosa e a disciplina das crianças é uma ordem de Deus dos pais; e Deus ordena que a obediência aos pais é um dever dos filhos. Afirmamos  que a igreja tem a responsabilidade de nutrir a família. Afirmamos que a honra aos pais é um dever vitalício de todas as pessoas e inclui a responsabilidade pelo cuidado dos idosos. Afirmamos que a família deve realizar muitos serviços agora comumente assumidos pelo Estado. Negamos  que o prazer e a autorrealização são a base do casamento e que as dificuldades são causas justas para quebrar o pacto matrimonial. Negamos  que o ideal bíblico do casamento possa ser cumprido por um casal que vive junto sem um pacto matrimonial legal ou por qualquer forma de coabitação entre pessoas do mesmo sexo ou grupo. Negamos  que o Estado tenha o direito de legitimar visões sobre o casamento e a unidade familiar que contrariam os padrões bíblicos. Negamos  que a mudança das condições sociais torne o casamento ordenado por Deus ou papéis familiares obsoletos ou irrelevantes. Negamos  que o Estado tenha o direito de usurpar a responsabilidade parental biblicamente designada. 	 Artigo VII: DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO Afirmamos  que o casamento de Adão e Eva como uma relação monogâmica ao longo da vida é o padrão para todos os casamentos dentro da raça humana. Afirmamos  que Deus une marido e mulher em matrimônio assumido e consumado, e responsabilizará moralmente os destruidores destas alianças. Afirmamos  que, uma vez que a essência do compromisso matrimonial é o compromisso ao longo da vida com o parceiro do pacto, a ação em relação a um colapso conjugal deve, pelo menos inicialmente, visar a reconciliação dos parceiros e a restauração do casamento. Afirmamos  que Deus odeia o divórcio, por mais motivado que seja. Afirmamos  que, embora Deus odeie o divórcio, em um mundo pecaminoso a separação às vezes é aconselhável e o divórcio às vezes é inevitável. Afirmamos  que Deus perdoa pecadores arrependidos, mesmo aqueles que pecaram por acabar seus casamentos. Afirmamos  que a igreja local tem a responsabilidade de disciplinar aqueles que violam os padrões bíblicos para o casamento, restaurar com compaixão aqueles que se arrependem, e fielmente ministrar a graça de Deus àquelas cujas vidas têm sido afetadas pela ruptura conjugal. Negamos  que exista qualquer contradição dentro das Escrituras sobre o divórcio e o casamento. Negamos  que é pecado separar ou viver separado de um cônjuge promíscuo ou abusivo. 	 Artigo VIII: DESVIOS SEXUAIS Afirmamos  que as Escrituras revelam os padrões de Deus para as relações sexuais, desvio dos quais é pecaminoso. Afirmamos  que a relação sexual é legítima apenas em uma relação de casamento heterossexual. Afirmamos  que a graça de Deus em Cristo pode levar homens e mulheres da escravidão à prática sexual desviada, sejam elas heterossexuais ou homossexuais, e a igreja deve assumir a responsabilidade de restaurar tais membros a uma vida que honre Deus. Afirmamos  que Deus ama homossexuais, bem como outros pecadores, e que as tentações homossexuais podem ser resistidas no poder de Cristo para a glória de Sua graça, assim como outras tentações também podem. Afirmamos  que os cristãos devem exercer compaixão, bondade e perdão ao ministrar a graça de Deus àqueles cujas vidas foram marcadas por desvios sexuais. Afirmamos  que a realização humana não depende de impulsos sexuais serem satisfeitos; hedonismo e filosofias relacionadas encorajando a sexualidade promíscua estão erradas e levam à ruína. Afirmamos  que a pornografia ameaça o bem-estar dos indivíduos, famílias e sociedades inteiras, e que cabe aos cristãos buscar impedir sua produção e distribuição. Negamos  que a prática homossexual possa agradar a Deus. Negamos  que a hereditariedade, o condicionamento infantil ou outras influências ambientais possam justificar o comportamento sexual desviado. Negamos  que a abuso sexual ou exploração de crianças em geral e relações incestuosas em particular possam ser justificadas. Negamos  que não há esperança de buscar a libertação de práticas homossexuais ou outras formas de desvio sexual. Negamos  que a cura do desvio sexual seja auxiliada pela condenação sem compaixão ou compaixão sem a aplicação da verdade bíblica, em esperança confiante. 	 Artigo IX: O ESTADO SOB DEUS Afirmamos  que Deus estabeleceu o governo civil como um instrumento de Sua graça comum, para conter o pecado, para manter a ordem, e promover a justiça civil e o bem-estar geral. Afirmamos  que Deus dá aos governos civis o direito de usar força coercitiva para a defesa e incentivo daqueles que fazem o bem e para a justa punição daqueles que fazem o mal. Afirmamos  que é apropriado e desejável que os cristãos participem do governo civil e defendam a promulgação de leis para o bem comum de acordo com a lei moral de Deus. Afirmamos  que é dever do povo cristão orar pelas autoridades civis e obedecê-las , exceto quando tal obediência envolveria a violação da lei moral de Deus ou negligenciaria as responsabilidades ordenadas por Deus de testemunho cristão. Afirmamos  que os governos têm a responsabilidade perante Deus de estabelecer e aplicar leis que de acordo com a lei moral de Deus, no que diz respeito às relações humanas. Afirmamos  que o governo de Cristo da igreja através de Sua Palavra não deve ser confundido com o poder que Ele concede aos governos civis; tal confusão comprometerá a pureza do evangelho e violará a consciência dos indivíduos. Afirmamos  que quando as famílias ou igrejas negligenciam seus deveres biblicamente definidos, comprometendo assim o bem-estar de seus membros, o Estado pode intervir por direito. Negamos  que o Estado tenha o direito de usurpar a autoridade de outras esferas da vida dadas por Deus, especialmente na igreja e na família. Negamos  que o Reino de Deus possa ser estabelecido pelo poder coercitivo dos governos civis. Negamos  que o Estado tenha o direito de proibir a oração voluntária e outros exercícios religiosos voluntários em um momento apropriado na escola pública. Negamos  que o estabelecimento providencial de Deus de um determinado governo confere uma bênção especial, além da execução justa e fiel do governo de seus deveres. Negamos  que a crença religiosa é um pré-requisito essencial para o serviço no governo civil, ou que sua ausência invalida a autoridade legal daqueles que governam. Negamos  que o Reino de Deus possa ser estabelecido pelo poder dos governos civis. Negamos  que o governo tenha o direito de prescrever orações específicas ou formas de exercício religioso para seus cidadãos. 	 Artigo X: DIREITO E JUSTIÇA Afirmamos  que as Escrituras são o único registro infalível de princípios morais imutáveis básicos a uma jurisprudência sólida e uma filosofia adequada dos direitos humanos. Afirmamos  que Deus imprimiu sua imagem nos corações de todas as pessoas para que sejam moralmente responsáveis por Suas ações como indivíduos e como membros da sociedade. Afirmamos  que a lei revelada por Deus, a natureza moral da humanidade e a legislação humana servem para conter a ordem política caída do caos e da anarquia e apontar a humanidade para a necessidade de redenção em Jesus Cristo. Afirmamos  que o Evangelho não pode ser legislado e as leis não podem salvar os pecadores. Negamos  que o positivismo jurídico, ou qualquer outra filosofia humanista do direito, seja capaz de satisfazer a necessidade de padrões absolutos de lei e justiça. Negamos  que qualquer pessoa ou sociedade cumpra os padrões de Deus de modo a justificar a si mesma, ou a si mesma perante o tribunal da justiça absoluta de Deus. Negamos  que qualquer ordem política, econômica ou social esteja livre das consequências mortais do pecado original ou capaz de oferecer uma solução utópica ou substituir a sociedade perfeita que Só Cristo estabelecerá em Sua Segunda Vinda. 	 Artigo XI: GUERRA Afirmamos  que Deus deseja paz e justiça entre as nações e condena guerras de agressão. Afirmamos  que os Estados legais têm o direito e o dever de defender seus territórios e cidadãos contra a agressão e opressão de outros poderes, incluindo a provisão para uma defesa civil adequada da população. Afirmamos  que, em defesa legítima de seus territórios e governos cidadãos, os governos devem usar apenas meios justos de guerra. Afirmamos  que os Estados em guerra devem se esforçar por todos os meios possíveis para minimizar as baixas civis. Negamos  que a causa de Cristo possa ser defendida com armas terrenas. Negamos  que os cristãos sejam proibidos de usar armas na defesa de estados legais. Negamos  que o massacre indiscriminado de civis possa ser uma forma moral de guerra. Negamos  que as circunstâncias da guerra moderna destruam o direito e o dever do governo civil de defender seus territórios e cidadãos. 	 Artigo XII: DISCRIMINAÇÃO E DIREITOS HUMANOS Afirmamos que Deus, que criou o homem e a mulher à sua imagem, concedeu a todos os seres humanos direitos fundamentais que devem ser protegidos, sustentados e fomentados nos níveis natural e espiritual. Afirmamos  que todos os seres  humanos são, em última análise, responsáveis diante de  Deus pelo uso desses direitos. Afirmamos  que os cristãos devem defender os direitos dos outros ao mesmo tempo em que estejam dispostos a renunciar aos seus próprios direitos para o bem dos outros. Afirmamos  que os cristãos são advertidos a seguir o exemplo compassivo de Jesus, ajudando a suportar os fardos daqueles cujos direitos humanos foram diminuídos. Negamos  que qualquer direito humano que viole o ensino das Escrituras é legítimo. Negamos  que qualquer ato que prejudique ou diminua a vida natural ou espiritual de outra pessoa, violando os direitos humanos dessa pessoa seja aceitável. Negamos  que idade, deficiência, desvantagem econômica, raça, religião ou sexo usado como base para a discriminação possam justificar a negação do exercício ou gozo dos direitos humanos. Negamos  que o elitismo ou a apreensão de poder são compatíveis com o chamado de Cristo para dedicar nossos direitos ao Seu serviço. 	 Artigo XIII: ECONOMIA Afirmamos  que princípios econômicos válidos podem ser encontrados nas Escrituras e devem fazer parte integrante de um mundo cristão e visão de vida. Afirmamos  que os recursos materiais são uma bênção de Deus, para serem apreciados com ação de graças, e devem ser conquistados, gerenciados e compartilhados como uma mordomia sob Deus. Afirmamos que os cristãos devem dar sacrificialmente de seus recursos para apoiar o trabalho da igreja de Deus. Afirmamos  que o uso de recursos pessoais e materiais para a proclamação do evangelho é necessário tanto para a salvação da humanidade perdida quanto para superar a pobreza onde isso é fomentado pela adesão a sistemas religiosos não cristãos. Afirmamos  que a compaixão ativa pelos pobres e oprimidos é uma obrigação que Deus coloca sobre todos os seres humanos, especialmente naqueles com recursos. Afirmamos  que a posse de riqueza impõe obrigações aos seus possuidores. Afirmamos que o amor ao dinheiro é uma fonte de grande maldade. Afirmamos  que a depravação humana, a ganância e a vontade de poder promovem a injustiça econômica e subvertem a preocupação com os pobres. Afirmamos  que a Bíblia afirma o direito de propriedade privada como uma mordomia sob Deus. Negamos  que as Escrituras ensinem diretamente qualquer ciência da economia, embora existam princípios de economia que podem ser derivados das Escrituras. Negamos  que as Escrituras ensinam que a compaixão pelos pobres deve ser expressa exclusivamente através de um sistema econômico particular. Negamos  que as Escrituras ensinam que o dinheiro ou a riqueza são inerentemente maus. Negamos  que as Escrituras endossem coletivismo econômico ou individualismo econômico. Negamos  que as Escrituras proíba o uso de recursos de capital para produzir renda. Negamos  que o foco adequado da esperança de um cristão seja a prosperidade material. Negamos  que os cristãos devem usar seus recursos principalmente para autogratificação. Negamos  que a salvação do pecado envolve necessariamente a libertação econômica ou política. 	 Artigo XIV: TRABALHO E LAZER Afirmamos  que Deus criou a humanidade à sua imagem e graciosamente as equipou tanto para o trabalho quanto para o lazer. Afirmamos  que em todo o trabalho honroso, por mais comum que seja, Deus trabalha com e através do trabalhador. Afirmamos  que o trabalho é o meio divinamente ordenado pelo qual glorificamos a Deus e suprimos nossas próprias necessidades e as necessidades dos outros.  Afirmamos  que os cristãos devem trabalhar da melhor maneira que conseguirem como forma de agradar a Deus. Afirmamos  que as pessoas devem se submeter humildemente e exercer corretamente qualquer autoridade que opere em sua esfera de trabalho. Afirmamos  que em seu trabalho as pessoas devem buscar o primeiro reino de Deus e a justiça, dependendo Dele para suprir suas necessidades materiais. Afirmamos  que a compensação deve ser um retorno justo para o trabalho feito, sem discriminação. Afirmamos  que o lazer, em equilíbrio adequado com o trabalho, é ordenado por Deus e deve ser apreciado para a Sua glória. Afirmamos  que o trabalho e seu produto têm não apenas valor temporal, mas também eterno quando feito e usado para a glória de Deus. Negamos  que as pessoas devem trabalhar para satisfazer e gratificar a si mesmas em vez de servir e agradar a Deus. Negamos que os ricos têm mais direito ao lazer do que os pobres. Negamos  que certos tipos de trabalho dão às pessoas maior valor aos olhos de Deus do que outras pessoas têm. Negamos  que o cristão deva depreciar o lazer ou fazer disso um objetivo. 	 Artigo XV: RIQUEZA E POBREZA Afirmamos  que Deus, que é justo e amoroso, tem uma preocupação especial com os pobres em sua situação. Afirmamos  que Deus pede uma mordomia responsável por Seu povo de suas vidas e recursos. Afirmamos  que o esforço sacrificial para aliviar a pobreza, a opressão e o sofrimento dos outros é uma marca registrada do discipulado cristão. Afirmamos  que, assim como os ricos não devem ser gananciosos, então os pobres não devem ser cobiçosos. Negamos  que podemos nos chamar, com razão, discípulos de Cristo se não tivermos preocupação ativa com os pobres, os oprimidos, e o sofrimento, especialmente dos da família da fé. Negamos  que possamos sempre considerar a prosperidade ou a pobreza como a medida de nossa fidelidade a Cristo. Negamos  que é necessariamente errado que os cristãos sejam ricos ou que algumas pessoas possuam mais do que outras. 	 Artigo XVI: ADMINISTRAÇÃO DO MEIO AMBIENTE Afirmamos  que Deus criou o ambiente físico para Sua própria glória e para o bem de Suas criaturas humanas. Afirmamos que Deus delegou a humanidade autoridade para governar a criação. Afirmamos  que a humanidade tem mais valor do que o resto da criação. Afirmamos  que o domínio da humanidade sobre a Terra impõe a responsabilidade de proteger e cuidar de sua vida e recursos. Afirmamos  que os cristãos devem adotar a investigação científica responsável e sua aplicação em tecnologia. Afirmamos  que a administração da terra do Senhor inclui o uso produtivo de seus recursos que devem ser sempre repostos na medida do possível. Afirmamos  que a poluição evitável da terra, ar, água ou espaço é irresponsável. Negamos  que o cosmos não tem valor além da humanidade. Negamos  que a visão bíblica autorize ou incentive a exploração com desperdício da natureza. Negamos  que os cristãos devem abraçar o repúdio da ciência ou a crença equivocada de que a ciência é a esperança da humanidade. Negamos  que indivíduos ou sociedades devem explorar os recursos do universo em benefício próprio em detrimento de outras pessoas e sociedades. Negamos  que uma visão de mundo materialista possa fornecer uma base adequada para o reconhecimento dos valores ambientais. A DECLARAÇÃO DE CHICAGO SOBRE A APLICAÇÃO BÍBLICA Introdução O Conselho Internacional de Inerrância Bíblica foi fundado em 1977, com um período de vida planejado de dez anos. Seu objetivo, sob Deus, era buscar por meio de ensino e escrita acadêmica restaurar a confiança do povo cristão na confiabilidade total das Escrituras. Como essa perda de confiança leva tanto à perda de clareza ao afirmar os absolutos do cristianismo autêntico quanto à perda das condições necessárias para mantê-los, a tarefa foi considerada urgente. Dez anos de esforço especial para mudar a maré da incerteza sobre a Bíblia não pareciam ser compromisso grande demais, assim como pedir ao público cristão para apoiar este esforço. Em seu décimo ano, o Conselho enxerga o que foi realizado como causa para profunda ação de graças a Deus, de todos os pontos de vista. Os três encontros de estudiosos que o Conselho promoveu foram concebidas como uma série logicamente conectada, cada uma tendo um propósito unitário e consultivo. A Cúpula de 1978 alcançou uma grande reformulação para o nosso tempo da visão cristã histórica da Sagrada Escritura como revelação canônica de Deus dada na forma de testemunho humano composto de vários elementos da vontade, obras e caminhos de Deus. A Cúpula de 1982 chegou a um amplo consenso sobre as diretrizes e controles hermenêuticos para a interpretação bíblica. A Cúpula de 1986 busca mostrar a relevância de uma interpretação bíblica correta para algumas áreas-chave nas quais existem confusão e disputa na cultura norte-americana de hoje. A necessidade do segundo e terceiro Encontros sempre foi clara, pois confessar a crença em uma Bíblia inerrante nos faz pouco bem até sabermos interpretá-la, e a interpretação envolve aplicar a verdade bíblica às realidades da vida contemporânea. A Cúpula III está preocupada em aplicar a verdade eterna às situações do final do século XX. Não destaca a tarefa evangelística e pastoral de garantir que a verdade conhecida seja internalizada e vivida, mas se concentra em ver o que significa viver essa verdade em nosso meio atual. A Cúpula não centra sua atenção nas disciplinas do discipulado pessoal, pois já existem muitos bons materiais sobre isso, e não é neste ponto que as crises mais agudas da aplicação são sentidas. Em vez disso, a Cúpula III concentra-se, em primeiro lugar, nos fundamentos trinitários que devem moldar toda a vida e testemunha da igreja, e depois uma série de preocupações da comunidade que estão sob o título da ética social cristã. Esses temas foram escolhidos em parte por sua importância intrínseca e, em parte, porque há necessidade de dissipar dúvidas sobre se que creem na Bíblia podem concordar em como respondê-los. Como o consenso da primeira Cúpula dissipava dúvidas sobre se o acordo é possível sobre a natureza das Escrituras, e o consenso da segunda Cúpula dissuadiu as dúvidas sobre se os que defendem a inerrância podem concordar com princípios para interpretar o texto inspirado, então, agora, a Cúpula III oferece um alto grau de consenso sobre como uma Bíblia confiável direciona a oração, planejamento e ação na sociedade à deriva de hoje. Agradecemos a Deus por todos esses acordos, que acreditamos ser de grande importância para o nosso tempo. Aproximando-se de problemas contemporâneos O processo de ação divina sobrenatural que produziu as Escrituras nos deu, não um livro-texto de teologia e ética, mas algo mais rico e instrutivo - um livro de vida. Neste livro, constituído de sessenta e seis livros separados, muitos tipos de materiais diferentes são reunidos. A espinha dorsal da Bíblia é uma coleção de narrativas histórica de fatos que abrangem alguns milhares de anos que contam como Deus, o Criador, tornou-se o Deus Redentor, depois que o pecado entrou em Seu mundo e corrompeu a humanidade. Todo o material didático, doutrinário, devocional, moral e litúrgico, seja na forma de sermões, cartas, hinos, orações, leis, provérbios, reflexões filosóficas e práticas, ou qualquer outro tipo de escrita, tem o caráter de uma exposição aplicável ocasional dirigida a pessoas específicas, em sua localização histórica e teológica, em um determinado ponto do desdobrar do plano de Deus de revelação e redenção. Por causa desta característica e à luz da enorme distância cultural entre antigas civilizações do Oriente Próximo, das quais a Bíblia veio, e a vida comunitária do Ocidente moderno, enxergar a aplicação mais verdadeira e sábia dos princípios bíblicos à vida de hoje é, muitas vezes, uma tarefa de alguma dificuldade. Verdades universais sobre Deus e os homens em relação uns aos outros têm que ser descascadas das aplicações em que estão envoltas quando as conhecemos pela primeira vez, e reaplicadas em contextos culturais e dentro de um fluxo de história bem diferente de qualquer coisa exibida pelo texto bíblico. Ao aplicar as Escrituras a este meio transformado e em transformação de nossos próprios tempos, os seguintes princípios devem ser levados em mente. Em primeiro lugar,  uma vez que todas as Escrituras são autenticadas para nós como a Palavra permanentemente autoritária de Deus pelo nosso Senhor Jesus Cristo (nosso Antigo Testamento por Sua afirmação e uso dele, nosso Novo Testamento por Sua promessa do Espírito aos seus escritores apostólicos e proféticos), ela deve ser vista em sua totalidade como o órgão e o canal da própria autoridade de Cristo. Assim, o discipulado fiel a Cristo deve ser realizado para envolver a aceitação consciente de tudo o que as Escrituras ensinam, sejam no indicativo ou imperativo, e a ideia comum de que a lealdade a Cristo pode consistir em abordagens céticas ou seletivas às Escrituras deve ser descartada como uma fantasia perversa e indefensável. A autoridade das Escrituras e a autoridade de Cristo são uma só. Em segundo lugar,  uma vez que todas as Escrituras são, em última análise, produto de uma única mente, a de Deus o Espírito Santo, há uma consistência real em seu ensino sobre cada assunto que toca. Qualquer aparência de autocontradição ou confusão deve, portanto, ser julgada ilusória, e deve-se entender que parte da tarefa do exegeta é buscar formas de dissipar tal aparência. Até onde podemos ter sucesso nesta tarefa específica vai variar, mas devemos sempre mirar neste objetivo. A harmonia interna das Escrituras é axiomática, sendo implicação da certeza de que o Deus da verdade, de quem todos os ensinamentos bíblicos deriva, sempre conhece sua própria mente, e nunca falsifica fatos. Então, na medida em que é da natureza de Deus falar apenas o que é verdadeiro e confiável, tudo o que é encontrado nas Escrituras sobre qualquer assunto deve ser recebido como confiável. (A justificativa mais completa para essa afirmação da autoridade e inerrância bíblica e instrução definitiva pelo nosso criador foi estabelecida nas conclusões das duas primeiras Cúpulas.) Em terceiro lugar,  as diferenças entre as sucessivas etapas na revelação progressiva de Deus devem ser mantidas à vista, e devemos estar atentos ao fato de que algumas das exigências de Deus sobre seu povo em tempos anteriores ao Novo Testamento eram apenas temporárias. Ao reconhecer isso, no entanto, devemos também procurar discernir os princípios morais e espirituais aos quais esses requisitos estavam sendo aplicados e expressos, e devemos questionar sobre como esses mesmos princípios são transportados para nossas vidas hoje. Em quarto lugar,  a igreja não é nem uma fonte de informações infalíveis sobre Deus além das Escrituras, nem é em nenhum de seus modos ou meios de autoexpressão um intérprete infalível das Escrituras. A igreja está sob o Bíblia, não sobre ela. As reivindicações históricas do magistério  católico romano não são biblicamente justificadas nem intrinsecamente plausíveis; também não são plausíveis as reivindicações de grupos protestantes de que são conduzidos e ensinados pelo Espírito ser conduzidas e ensinadas pelo Espírito de Deus quando tais posições tomadas não são apoiadas pelo ensino bíblico. Mas séculos de estudo bíblico têm demostrado repetidamente que as Escrituras interpretam-se a si mesmas em todas as questões de significado para a vida da fé, esperança, obediência, amor e salvação. A virtual unanimidade a respeito destes fundamentos entre os expositores crentes na Bíblia desde a Reforma confirma poderosamente a alegação dos Reformadores de que a Escritura como temos é suficiente e perspícua - em outras palavras, é completa como uma revelação de Deus e clara em seu significado e mensagem a todos que, através da graça do Espírito Santo, têm olhos para ver o que está aberto diante deles. No entanto, como a santificação intelectual dos cristãos, como aspectos de sua santificação, ainda é imperfeita, algumas diferenças de opinião sobre questões secundárias são esperadas entre os crentes bíblicos; elas não devem ser usadas para jogar dúvida sobre a clareza intrínseca das Escrituras que todos procuram expor e aplicar. Em quinto lugar,  é um erro de método relativizar o ensino bíblico aos axiomas culturais, suposições e paradigmas desta ou de qualquer era. As Escrituras revelam as obras, os meios e a vontade do Criador imutável em sua relação com a humanidade como tal, e toda a opinião humana a respeito de valores, prioridades e deveres deve ser julgada e, quando necessário, corrigida tendo por referência esta revelação. Toda cultura, sendo uma expressão dos objetivos corporativos da humanidade caída, tem um efeito distorcido, sufocante e contundente sobre as verdades bíblicas que, se aplicadas, a mudariam, e manter a forma destas verdades livres de se serem assimiladas pelo status quo cultural, nunca é fácil. O protestantismo mainstream  dos dois últimos séculos oferece um exemplo a este respeito, pois errou de forma radical ao adquirir o hábito de relativizar regularmente o ensino bíblico à moda secular atual, seja o racionalismo, o historicismo, o evolucionismo, existencialismo, marxismo, ou qualquer outra coisa. Mas isso é esquecer de como o pecado escurece e desorienta o intelecto humano em relação a tudo o que, em última análise, importa,  e é esquecer também que as Escrituras nos foram dadas para aliviar as trevas mentais e espirituais, mostrando-nos onde os conceitos e presunções da cultura secular nesta e em todas as outras eras estão aquém de Deus. No que diz respeito a Deus e à vida humana, a cultura secular é sempre desviada (ver Rom. 1:18-32), e somente o conteúdo da revelação bíblica pode trazer a necessária correção. Nosso chamado, portanto, não é para endireitar a Bíblia, mas para permitir que as Escrituras nos endireitem. Na medida em que deixamos o ensino bíblico, em sua qualidade como a verdade absoluta de Deus, alterar as suposições relativas a Deus e a melhor maneira de viver que a sociedade ao nosso redor toma como certa, lidamos com as Escrituras como deveríamos. A maneira correta de lidar com as Escrituras é permitir que ela nos manuseie intelectual, moral e espiritualmente. Este foi o ponto dos Reformadores quando eles falaram da necessidade das Escrituras: ninguém jamais pensará corretamente a respeito de Deus, e, portanto, ninguém viverá ou agirá como deveriam, sem a orientação da Bíblia A maneira adequada de colocar a questão hermenêutica que é central no debate contemporâneo é perguntar o que é em nós, e em nossa cultura, que nos impede de ouvir a Palavra imutável de julgamento, misericórdia, arrependimento e justiça da parte de Deus, uma vez que ela se aplica a nós e à nossa própria situação. Quando a questão é colocada desta forma, a porta é aberta à Palavra de Deus trazer seu devido impacto sobre nós, o qual de outra forma dificilmente poderia fazer. A forma desse impacto vai variar no tempo e no espaço, pois é certo que a Palavra deve indigenizar-se a cada cultura distinta que a família humana produz; mas a substância do impacto, isto é, a demanda pelo arrependimento e fé em Cristo, adoração e santidade diante de Deus, e amor e justiça para com nossos semelhantes,  será sempre e em todos os lugares o mesmo. Em sexto lugar,  a aplicação de princípios bíblicos à vida é sempre condicionada pelos limites do nosso conhecimento factual sobre a situação em que ela está sendo feita. Quando há controvérsias sobre questões de fato, ou sobre as prováveis consequências, diretas ou indiretas, de linhas alternativas de ação, os efeitos a longo prazo, por exemplo, de determinados desenvolvimentos industriais, ou procedimentos econômicos, ou estratégias militares, a discordância sobre a melhor e mais sábia maneira de seguir em frente é provável e tal discordância pode muito bem ser considerada perturbadora, uma vez que a produção das melhores consequências legais para os outros é parte do dever de amar nosso próximo que as Escrituras impõem a todos nós. Mas a discordância desse tipo não implicará necessariamente em incerteza sobre os princípios a serem aplicados, e não pode, portanto, ser usada acriticamente como evidência de diferentes entendimentos do ensino das Escrituras inerrantes. Em sétimo lugar, a aplicação dos princípios bíblicos à vida requer a consciência de que, dentro dos limites estabelecidos pelas leis morais de Deus, estão áreas de liberdade dentro das quais temos a responsabilidade de escolher as opções que nos parecem mais frutíferas para a glória de Deus e para o bem-estar da humanidade, nós mesmos incluídos. Nunca deixar que o bom se torne inimigo do melhor, ou preferir o que parece "satisfatório" ao invés do que o que é claramente melhor, é uma das regras da sabedoria e obediência cristãs. Aqui novamente, no entanto, cristãos cujas teologias concordam em substância podem ter diferenças devido a fatores pessoais ou culturais que justamente afetam sua escala de valores e prioridades, e mais uma vez será um erro apelar para tais diferenças como indicador de discordância sobre o que a Bíblia tem a dizer Em oitavo lugar,  a aplicação das Escrituras à vida requer a unção do Espírito Santo. Sem sua ajuda, as realidades espirituais das quais as Escrituras falam não serão percebidas, nem o escopo, o impulso e o poder para buscar pelo ensino bíblico serão verdadeiramente desejados, nem o alcance e a profundidade das visões bíblicas, dos apelos, desafios, repreensões e dos chamados à fé e à mudança serão devidamente compreendidos. Reconhecimento humilde de que há sempre mais a ser aprendido, e que o conhecimento presente é incompleto, e o constante clamor a Deus por mais luz e sabedoria, é o único estado de espírito saudável para aqueles que reconhecem a relevância da Palavra divina. E esse estado de espírito só se tornará realidade naqueles que estão salvificamente relacionados a Jesus Cristo, que tendo sentido a cegueira e a loucura de sua própria razão natural e, portanto, foram ensinados pelo próprio Senhor a não se inclinar para sua própria compreensão. O terceiro Encontro de Cúpula assume esses oito princípios como campo comum, e suas conclusões refletem uma tentativa honesta de segui-los racionalmente e com autocrítica para trazer o ensino bíblico para o mundo à nossa volta. Novas Vistas Ao Longo de Caminhos Antigos A tarefa a que o terceiro Encontro de Cúpula de Chicago se dirigiu foi aplicar o ensino de uma Bíblia confiável a algumas das áreas mais confusas da vida moderna. Esta tarefa não poderia, em princípio, ser enfrentada pela própria sociedade secular ocidental; pois nossa sociedade secular insiste em julgar a si mesma, não pela revelação do Criador, mas por parâmetros evolutivos, permissivos, materialistas, hedonistas, mundanos para o pensamento. As conclusões da Cúpula incorporam a visão de que a crença e o sistema de valor que tal julgamento reflete é, de fato, tragicamente enganado, e as conclusões como um todo constituem um desafio radical a estes parâmetros. Não há dúvida, no entanto, de que na no mundo ocidental a perspectiva secular anda em alta em todos os lugares, e será preciso muito mais do que apenas a crítica e o desafio de uma conferência para destituí-los. Nem poderia a tarefa que o terceiro Encontro de Cúpula empreende ser realizada por qualquer forma de teologia liberal ou modernista. Essas infidelidades nominalmente cristãs também estão em alta no momento, em certos círculos. Mas tal teologia coloca em questão a divindade, adequação e força vinculante de muito ensino bíblico, e é, portanto, metodologicamente incapaz de operar sob a autoridade das Escrituras. Os pressupostos do liberalismo relativizam a Bíblia, tornando absolutas posições que vão contra o ensino bíblico (por exemplo, a bondade essencial do homem, ou a unidade essencial de todas as religiões), e, em seguida, reorganizando prioridades bíblicas à luz dos preconceitos e preocupações seculares atuais (por exemplo, redefinindo a missão para dar prioridade às causas políticas, sociais e econômicas acima do evangelismo e do plantio da igreja). O Encontro distancia-se explicitamente da arbitrariedade destes métodos. As conclusões deste Encontro de Cúpula se voltam contra todas as formas modernas do Ateninismo, que busca apenas falar ou ouvir alguma coisa nova. Em vez de buscar novidades, eles oferecem aplicações atualizadas de uma herança de crença mais antiga, mais estável, indiscutivelmente mais sábia e comprovadamente mais bíblica. Assim, nadar contra o fluxo do pensamento atual é um gesto, não de timidez, mas de ousadia, e não de excentricidade, mas de consciência. Os membros deste Encontro estão unidos na crença de que o único bom caminho para a igreja e a comunidade hoje está ao longo dos velhos caminhos. Assim, em questões históricas como a santidade da vida, do sexo e da família, e o papel dado por Deus ao Estado, na sua regulação de aspectos políticos, judiciais e econômicos da vida comunitária, como também em questões com novos ângulos do final do século XX, como a legitimidade da guerra nuclear e a administração da ordem natural,  a validade contínua dos pontos de vista mantidos no passado cristão é constantemente confirmada. Da mesma forma, o estatismo moderno, com sua adoração à centralização, seu ethos paternalista , e sua pronta sanção de visões objetivas sobre todos os temas mencionados, é constantemente visto como um lamentável desenvolvimento, seja em sua forma fascista ou marxista ou em qualquer outra. Se isso é preconceito político ou visão profética é uma questão às quais pessoas diferentes, sem dúvida, darão respostas diferentes, mas é uma sobre a qual os membros do Encontro têm uma mente bastante unida. Os duzentos e cinquenta de nós que nos encontramos nesta Cúpula acreditam que qualquer um que permita que as Escrituras entreguem sua própria mensagem sobre esses assuntos acabará aproximadamente onde estamos. Agora oferecemos nossas conclusões e documentos ao público como testemunho do que acreditamos ter ouvido Deus dizer, e saudaremos todas as oportunidades para elaborar e confirmar este testemunho em discussões mais amplas. Nota: 
 A declaração de Chicago sobre a aplicação bíblia é um importante documento doutrinário e sua contribuição para defesa e afirmação da autoridade bíblica é singular. O ministério Pregue a Palavra disponibiliza a presente declaração em português, juntamente com as outras duas declarações anteriormente publicadas em nosso site, com o propósito de viabilizar o testemunho público dessa defesa das Escrituras. Assim, recomendamos a leitura das três declarações bem como sua recepção. Contudo, nesta presente declaração, o ministério Pregue a Palavra ressalva fraternalmente que alguns pontos dos artigos apresentados inicialmente parecem ambíguos nas aplicações teologico-pastorais apresentadas. Entendemos que as ambiguidades detectadas e as possíveis discordâncias em algumas aplicações não diminuem o valor e contribuição da presente declaração bem como sua recepção. Traduzido por Carlos Felipi Massimo Faria 
 
 Texto Original: The Chicago Statement On Biblical Application.  In DTS

A declaração de Chicago sobre a Aplicação Bíblica.

O terceiro Encontro de Cúpula assume esses oito princípios como campo comum, e suas conclusões refletem uma tentativa honesta de segui-los r

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Posição Doutrinária da Primeira Igreja Batista de Atibaia e do ministério Pregue a Palavra. 1) Cremos que a mulher foi criada por Deus como imagem e semelhança dEle (Gn 1.27); que ela é igual ao homem no SER (como imagem de Deus) mas diferente no FAZER (como auxiliadora Adequada ao homem), um reflexo da unidade em diversidade evidente na Trindade (Gn 1,27, 2.18,20; 1Co 11.3). Cremos que o homem foi criado como cabeça (líder) da mulher (1Co 11.3b; Ef 5.23a, 24b). 2) Cremos que a mulher foi criada do homem (Gn 2.22; 1Co 11.8; 1Tm 2.13) como complemento encorajador, com dignidade e valor, para que juntos o “casal casado” pudesse refletir a imagem do Deus triuno, reproduzir novos adoradores, e realizar a Sua obra na Terra (Gn 1.27,28; 2.18, 20). 3) Cremos que a mulher casada é chamada para submeter-se ao seu próprio marido (Ef 5.22; Cl 3.18; Tt 2.5 ; 1Pe 3.1) como reflexo da submissão evidente entre a Igreja e Cristo (Ef 5.22-24, 32); que submissão é um mandamento divino que deve ser voluntário (não forçado), e caracteriza-se pelo “alinhamento” compulsório ,  mas espontâneo  da mulher debaixo da liderança do marido, com santo temor e respeito (Ef 5.32; 1Pe 3.1-6) num relacionamento de mútuo auxílio e encorajamento (Gn 2.18, 20). 4) Cremos que a responsabilidade final pelo andamento do lar é do homem (Ef 6.4; cf 1Tm 3.1ss). Quanto à mulher, Deus delegou a mordomia normal do dia a dia da casa e da criação dos filhos (1Tm 2.15; Tt 2.3-5; Pv 31.30-31). 5) Cremos que o pecado introduziu conflito nos papéis de homem e mulher e que a tendência da natureza humana manifestada tanto na Queda como depois dela foi uma inversão do plano de Deus para o casal, ou seja, mulheres insubmissas e homens opressores (Gn 3.16b; cf 4.7). Cremos que a obra de Cristo na Cruz possibilita ao homem a restauração do plano original de Deus de unidade em diversidade com diferenciação de papéis (2Co 5.17; Gl 3.28; Ef 5.22-33; Cl 3.18,19; 1Pe 3.1-7). 6) Cremos que o Novo Testamento, e especialmente o ensino e o ministério de Jesus e do Apóstolo Paulo, resgataram e exaltaram a dignidade da mulher no meio de uma cultura e sociedade que a desvaloriza (João 4). Cremos que Deus dá muitas oportunidades para a mulher ministrar na Igreja e no mundo (Tt 2.3-5; At 9.32-43; Rm 16; 1Tm 3.11). Quanto às casadas a prioridade delas sempre deve ser cumprir seu papel no lar (1Tm 2.11-15, Tt 2.4-5; 5.8ss), que posteriormente a qualifica para ministérios mais abrangentes e até mesmo para sustento na viuvez (1 Tm 5.9-16). 7) Cremos que Deus reservou ao homem a responsabilidade pela liderança do lar e da igreja (1 Tm 3.1-7; Tito 1.5-9). Cremos que o ministério  da mulher na Igreja restringe-se principal e prioritariamente ao ensino e discipulado de outras mulheres (Tito 2.5-9; 1Tm 2.11-15). Cremos que a sua participação na igreja deve ser sempre em contextos que não envolvam o doutrinamento, a exortação ou a liderança de homens (1Tm 2.11,12; 1Co 14.34,35).  A primeira forma dessa declaração foi elaborada por Pr. Davi Merkh usando como referência a declaração de “Core Beliefs” (Crenças Essenciais) criada pelo Council on Biblical Manhood and Womanhood – Danvers Statement” ( http://cbmw.org/core-beliefs/ ), dezembro 1987 e também o texto “Filiação de ‘Pastoras’ na OPBB” preparado pelo Pr. Ednilson Farto Batista e apresentado à reunião da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, subsecção Nordeste Paulista, 11 de agosto, 2006.  Depois foi discutida e trabalhada pelos pastores e líderes da Primeira Igreja Batista de Atibaia para esclarecer sua posição e compreensão do ensino bíblico quanto ao papel da mulher à luz das Escrituras.

Declaração: O Papel da Mulher à Luz das Escrituras.

Posição sobre o Papel da Mulher à luz das Escrituras.

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Por Tim Challies | Nós sabemos que a pornografia é um pecado feio e prejudicial. Nós sabemos que aqueles que se entregam à pornografia cometeram o pecado da luxúria, mas há muito mais do que isso. Quando você abre seu navegador e começa a ver essas imagens e vídeos, você está pecando de maneiras que vão muito além da luxúria. Aqui estão 8 pecados que você comete quando vê pornografia. 1. Você comete o pecado da idolatria Todo pecado é idolatria, uma tentativa de encontrar alegria e satisfação não no próprio Deus, mas no que Deus proíbe (Êxodo 20.3-6). Matt Papa diz bem: “Um ídolo, simplesmente, é tudo que é mais importante para você do que Deus. É qualquer coisa que superou Deus em sua vida – qualquer coisa que você ame, confie ou obedeça mais do que Deus, qualquer coisa que substituiu Deus como essencial para a sua felicidade”. Você cometeu o pecado da idolatria. No momento em que você começa a ver pornografia, permite que ela substitua Deus como algo essencial para a sua felicidade. 2. Você comete o pecado de adultério Este é o pecado mais óbvio que você comete quando usa pornografia. Em Mateus 5, Jesus estabelece uma conexão clara entre a luxúria e o adultério. “Ouvistes que foi dito: 'Não cometerás adultério.' Mas eu vos digo que todo aquele que olha para uma mulher com intenção lasciva, já cometeu adultério com ela em seu coração” (v.27-28). A pornografia é luxúria e existe para fomentar a luxúria. Mas a luxúria é simplesmente uma forma do pecado mais amplo de adultério, o ato ou desejo de se envolver sexualmente com alguém que não seja seu cônjuge. 3. Você comete o pecado do engano Engano é o ato de ocultar ou deturpar suas ações. Como a pornografia gera vergonha, você a esconderá, encobrirá ou se recusará a confessá-la. Quando você apaga seu histórico de navegação para evitar que seus pais descubram, quando você o usa em segredo para evitar que seu cônjuge saiba sobre seu vício, quando você se recusa a confessá-lo proativamente a um parceiro de responsabilidade, quando você participa da Ceia do Senhor até embora você esteja implacavelmente entregue a ele, você está praticando o engano. E a Bíblia avisa sobre as terríveis consequências: “Ninguém que pratica fraude morará em minha casa; ninguém que profere mentiras permanecerá diante dos meus olhos” (Salmo 101:7). 4. Você comete o pecado de roubo A indústria pornográfica está sendo gravemente prejudicada pela pirataria, por pessoas que distribuem ilegalmente material protegido por direitos autorais. Algumas estimativas dizem que para cada 1 vídeo baixado legalmente, 5 são baixados ilegalmente. 60% de todos os downloads ilegais são de conteúdo pornográfico. Embora possamos estar contentes de que a indústria esteja em apuros, não temos o direito de participar de tal roubo, pois Deus diz claramente: “Não furtarás” (Êxodo 20:15). Quando você usa pornografia, está quase definitivamente assistindo material que foi roubado e, dessa forma, está participando de seu roubo. 5. Você comete o pecado da ganância O pecado sexual é a ganância, uma forma de tirar vantagem de outra pessoa para defraudá-la de algo que é dela por direito. Em 1 Tessalonicenses 4, Paulo insiste “que ninguém transgrida e defraude a seu irmão neste assunto [do pecado sexual], porque o Senhor é vingador de todas essas coisas, como já dissemos e advertimos solenemente” (v.6). A palavra traduzida como “defraudar” neste contexto se refere a tomar avidamente algo de outra pessoa. É permitir que a ganância motive a fraude, para usar outra pessoa de forma injusta e ilegítima para seus propósitos desprezíveis. 6. Você comete o pecado da preguiça Somos chamados em toda a vida para “redimir o tempo”, para entender que vivemos pequenas vidas e somos responsáveis ​​perante Deus por aproveitar ao máximo cada momento (Efésios 5:16). Preguiça é preguiça, falta de vontade de usar bem o tempo e reflete a vontade de usar o tempo para fins destrutivos em vez de construtivos. Nesse sentido, a pornografia é preguiçosa, um mau uso do tempo. É usar momentos, horas e dias preciosos para prejudicar os outros em vez de ajudá-los, promover o pecado em vez de matar o pecado, retroceder em vez de crescer, perseguir um ídolo em vez do Deus vivo. 7. Você comete o pecado de agressão sexual Uma pessoa que dirige um carro em fuga para um bando de ladrões de banco será, com razão, acusada de assassinato por qualquer um que seja morto na prática desse crime. A pessoa que voluntariamente assiste a uma agressão sexual para fins de excitação é, com razão, culpada dessa agressão sexual. E uma quantidade nauseante de pornografia é de natureza violenta, exibindo homens tirando vantagem das mulheres. Às vezes, essas mulheres se ofereceram para tal degradação e às vezes são forçadas ou estupradas a isso. Assistir a tal obscenidade horrível é ser um participante dela e suportar a sua mácula moral. A pessoa que voluntariamente assiste a uma agressão sexual para fins de excitação é, com razão, culpada dessa agressão sexual. 8. Você comete o pecado de ignorar o Espírito Santo Como cristão, você tem a tremenda honra e vantagem de ser habitado pelo Espírito Santo. Uma das maneiras pelas quais o Espírito ministra a você é dando-lhe uma advertência interna contra o pecado. Paulo garante que o Espírito adverte contra o pecado sexual em particular, então dá uma advertência severa: “Portanto, quem desconsidera esta [advertência], não desconsidera o homem, mas a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo” (1 Tessalonicenses 4:8). Cometer pecado sexual é ignorar o Espírito Santo, suprimir ativamente sua voz enquanto ele avisa que você não precisa e não deve cometer esse pecado. Ele fornece tudo o que é necessário para resistir a essa tentação (1 Coríntios 10:13). Resistir ao Espírito e ignorar seu ministério para você é uma ofensa séria contra um Deus santo. É pecado cobiçar outra pessoa e possibilitar esse desejo por meio da pornografia. No entanto, o pecado associado à pornografia é muito mais profundo do que a mera luxúria. Isso se estende à idolatria, adultério, engano, roubo, ganância, preguiça, violência sexual e ignorar o Espírito Santo. Romanos 14:12 avisa: “Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus”. Felizmente, o que Deus exige, Deus fornece, e Ele o faz por meio do Evangelho. Aqueles que confiaram em Jesus Cristo podem ter confiança de que Cristo satisfez nossa necessidade, que satisfez a ira de Deus contra nosso pecado, que nos proveu sua própria justiça. No entanto, devemos também saber que ele fez isso, não para que possamos permanecer em nosso pecado, mas para que possamos “revestir-nos do novo ser, criado conforme a semelhança de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:24). Texto original: 8 Sins You Commit Whenever You Look at Porn Fonte: https://www.challies.com/articles/8-sins-you-commit-whenever-you-look-at-porn/ Tradução: Tiago Silva

8 pecados que você comete sempre que olha pornografia.

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Por Craig Biehl | Deus criou, ordena, sustenta e possui tudo. Separados de Deus, nada temos, nada podemos fazer e nada podemos saber. Ele determina nossa existência, propósito e destino, sem os quais todas as nossas buscas se reduzem ao absurdo sem sentido. Portanto, devemos a Deus todo amor, honra e obediência – com todo nosso coração, mente, alma e força, para sempre. Então, nada é mais relevante para todos os aspectos da vida do que Deus e o que Ele nos disse sobre Sua pessoa e obras nas Escrituras. E nada pode torná-Lo mais relevante. Compreensão e aplicação Pessoas diferentes querem dizer coisas diferentes quando falam em tornar Deus e as Escrituras relevantes. Algumas significam a boa e necessária tarefa de usar linguagem e ilustrações para tornar a verdade de Deus compreensível, uma coisa boa. Outros podem significar a tarefa bíblica apropriada de mostrar como os atos e atributos de Deus se aplicam à nossa vida diária, outra coisa boa. No entanto, para muitos, a ideia de tornar Deus e as Escrituras relevantes significa algo totalmente diferente, algo duvidoso e perigoso. O caminho “fresco” da irrelevância Para muitas pessoas, Deus e as Escrituras se tornam relevantes quando são reinterpretados para se conformar às crenças dominantes de nossa cultura. Para alguns, verdade e moralidade são relativas, enquanto as reflexões antigas e culturalmente condicionadas registradas nas Escrituras precisam de interpretações “novas” de acordo com o espírito da época. Como obra humana, então, as “reflexões” da Bíblia não são atemporais nem verdades absolutas. As visões das Escrituras diferem ao longo de um continuum , da visão mais conservadora e ortodoxa de inerrância e inspiração divina até o ateísmo e as Escrituras como uma obra humana, com vários matizes intermediários. Alguns aceitam a maior parte do que as Escrituras ensinam, enquanto modificam as doutrinas que a cultura considera particularmente ofensivas. Em qualquer caso, para os incrédulos verem Deus e as Escrituras como relevantes, é necessário um novo coração ou um novo Deus e novas Escrituras. O último envolve aceitar as preferências, crenças e pressupostos de fé da cosmovisão incrédula, ao invés de desafiá-los e expô-los como injustificados e contrários à realidade. Ao falhar em apresentar a incredulidade como a rejeição da excelência e autoridade infinita divina, Deus e a Bíblia são moldados para se adequar a uma cosmovisão que nega o que Deus revelou sobre Si mesmo, Sua Palavra e Seu mundo. Assim, atenuamos a luz para se adequar aos que estão nas trevas, embora sua maior necessidade seja a luz. Enquanto mudar a mensagem de Deus para torná-la aceitável para a cultura contemporânea não apenas reflete desrespeito pela autoridade e vontade de Deus ao exaltar a nossa, mas abre um caminho rápido para a irrelevância quando as culturas mudam (e sempre mudam). E pior, garante irrelevância ao conformar Deus e as Escrituras aos pressupostos de fé subjacentes a toda descrença, em qualquer época ou cultura. A verdade transcendente e eterna não se torna nenhuma das duas coisas quando se persegue a última moda cultural ou manifestação popular de descrença. A oportunidade do pós-modernismo Os cristãos frequentemente lutam para alcançar uma geração “pós-moderna” que rejeita autoridade e absolutos, incluindo (e principalmente) a autoridade das Escrituras, onde a Bíblia contém uma coleção de histórias desprovidas de precisão histórica e especulações antigas desprovidas de verdades proposicionais. No entanto, não enfrentamos nada de novo ou único na rejeição da autoridade e da vontade de Deus – ela começou no Jardim do Éden e se alojou em cada coração desde então. O que parece único no pós-modernismo envolve uma disposição relativamente maior de rejeitar abertamente Deus e Sua verdade absoluta e princípios morais em uma cultura ocidental pós-cristã. Nesse sentido, o pós-modernismo representa uma exibição mais honesta de descrença, sem a fachada de respeito a Deus. Um livro chamado God Is Not Great não teria sido popular há 100 anos, embora a natureza essencial da descrença permaneça inalterada. No entanto, apesar de sua hostilidade aberta a Cristo e ao Evangelho, a rejeição clara do Cristianismo oferece aos crentes uma oportunidade. Não apenas a excelência de Cristo e do Evangelho brilham mais intensamente contra um fundo escuro, as falsas pretensões de vida com significado e conhecimento das realidades eternas à parte de Deus e das Escrituras são mais facilmente expostas quando a incredulidade parece óbvia. Mas, desperdiçamos a oportunidade quando tentamos alcançar as pessoas, reduzindo ou negando a autoridade final de Deus e a natureza das Escrituras como uma verdade historicamente precisa e absoluta – turvamos as águas da vida e embotamos o esplendor de Cristo e do Evangelho. Aqueles que pretendem ajudar o Cristianismo por meio desse esquema de defesa pela rendição afirmam a legitimidade da descrença e negam a natureza de Deus e da realidade como Ele as criou e explicou. O terrível custo da infidelidade Infelizmente, aqueles que tentam tornar Deus e as Escrituras relevantes para uma cultura que rejeita a autoridade e a verdade absoluta de Deus podem se poupar de algumas zombarias de seus colegas, ou até mesmo ganhar um pouco de respeitabilidade nos corredores da academia descrente, mas também afirmam uma visão de mundo que torna a vida sem sentido e Deus ausente, impotente ou inexistente. E, independentemente do motivo, se diluirmos o remédio que salva almas para um mundo que Cristo sofreu com ira infinita para salvar, não ajudaremos ninguém. Melhor usarmos nossas habilidades dadas por Deus para proclamar e explicar a mensagem dada por Deus sobre a excelência de Deus, sem a qual nada temos, nada podemos fazer e nada sabemos. Proclamamos o Deus infinito que é supremamente relevante em qualquer época ou circunstância. A Ele devemos todo amor, honra e obediência – incluindo fidelidade à mensagem que Ele nos deu para entregar a um mundo de trevas que precisa desesperadamente de Cristo. Craig recebeu seu diploma de cacharelado em economia pela University of California, Berkeley. MBA pela UCLA Anderson School of Managemente, Th.M, do Seminário Teológico de Dallas e Ph.D. Doutor em Teologia Sistemática pelo Seminário teológico de Westminster. Texto original: Death By Relevance Disponível em https://bible.orgMor/article/death-relevance Tradução Tiago Silva

Morte por relevância!

Deus criou, ordena, sustenta e possui tudo. Separados de Deus, nada temos, nada podemos fazer e nada podemos saber. Ele determina nossa exis

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Uma defesa da profecia de cumprimento único centrada em Cristo. Por Andrew Warrick | “E disse-lhes: Estas são as palavras que vos disse, enquanto ainda estava convosco, que todas as coisas deviam ser cumpridas, as quais estavam escritas na lei de Moisés e nos Profetas e nos Salmos, concernente a mim.” Lc 24:4 Toda a Escritura centra-se no Senhor Jesus Cristo. Ele é seu autor, escopo e testemunha que foi claramente revelada no Antigo Testamento milhares de anos antes de Sua encarnação. No entanto, a maneira precisa como Ele é revelado tornou-se uma questão controversa na erudição moderna. Muitos estudiosos lutam para vê-Lo nos textos que Cristo e Seus apóstolos declaram que o profetizaram, e esses estudiosos descobriram várias maneiras de explicar como esses textos podem ser messiânicos. Michael Rydelnik compilou uma lista de suas várias teorias, que incluem sensus plenior  (ou cumprimento dual), cumprimento típico, cumprimento epigenético, cumprimento reletivo e cumprimento midrashico. Todos esses têm defensores hoje na academia evangélica. [1] Felizmente, não fomos deixados por nossa própria conta para desenvolver o melhor método de pregar a Cristo do Velho Testamento. O Espírito Santo testificou: “Toda a Escritura é inspirada por Deus ... para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para todas as boas obras” (2 Tm 3:16-17). Como Sam Waldron mostra, a frase “homem de Deus” é usada na Bíblia para designar um ministro ou porta-voz de Deus, então esses versículos estão enfatizando especialmente a suficiência das Escrituras para equipar os subpastores de Deus para todos os seus deveres [2].  Portanto, podemos confiar que a Escritura nos mostra como pregar Cristo por si mesma, porque lidar corretamente com a Palavra da verdade para ministrar ao Senhor Jesus é um dos deveres primários do homem de Deus. Se as Escrituras não equipassem o pastor para pregar a Cristo com base na maior parte da Bíblia – a única Bíblia da qual os discípulos originais de Cristo tinham que pregar, então suas afirmações de suficiência para o homem de Deus seriam discutíveis. Nós, portanto, devemos rejeitar de imediato aquelas abordagens que negam que devemos seguir o método hermenêutico usado por Cristo e Seus apóstolos em favor de métodos baseados apenas na razão humana. Graeme Goldsworthy corretamente pergunta: “Se não podemos determinar nossa hermenêutica do Antigo Testamento a partir da maneira como Jesus, os apóstolos e os autores inspirados do Novo Testamento a interpretaram, temos alguma base firme para prosseguir?” [3]  Devemos abraçar o método que nosso Senhor ressuscitado deu aos Seus discípulos e que eles executaram posteriormente (Lc 24:44).  Este método não é totalmente consistente com a abordagem histórico-gramatical (como mais comumente aplicada) ou mesmo com o sensus plenior , mas é mais bem identificado com o que às vezes é conhecido como abordagem pré-crítica de cumprimento direto.  Essa abordagem não é apenas o que aparece nas páginas do Novo Testamento, mas também é o consenso dos comentários cristãos antes da era moderna e – em minha experiência, ainda domina os bancos das igrejas. O tópico da profecia do Antigo Testamento com relação às realidades do Novo Testamento é frequentemente visto como um enigma, como se a maioria do povo de Deus lutasse para encontrar Jesus nos textos em que o Novo Testamento o encontra [4]. Mas uma pesquisa da história da igreja sugere que não era a norma ter tal dificuldade e, mesmo hoje, minha própria experiência descobriu que os leigos recebem as profecias do Antigo Testamento com alegria. As dificuldades, creio eu, derivam em grande parte de certas pressuposições antibíblicas que se infiltraram na erudição moderna, em vez de qualquer dificuldade verdadeira em ver Cristo no Antigo Testamento.  Como tal, este artigo exige que primeiro abordemos essas pressuposições, incluindo uma breve exploração da natureza da inspiração e da profecia. A seguir, alguns exemplos do Novo Testamento interpretando o Antigo Testamento usando pressuposições bíblicas serão fornecidos, demonstrando o precedente que a Bíblia estabelece para a visão do cumprimento direto. Finalmente, um exemplo de como é interpretar corretamente a profecia messiânica será dado e contrastado com outras abordagens.  Escritura como verdadeira revelação Hoje, os escritos proféticos são frequentemente tratados como se fossem pouco mais do que reflexões teológicas do profeta sob a orientação do Espírito Santo. Em outras palavras, embora não negue o papel do Divino, muitos intérpretes evangélicos, no entanto, sugerem que os escritos proféticos têm uma gênese real na mente dos profetas, que têm uma intenção pessoal em suas profecias com o objetivo de ter um efeito específico sobre seu público imediato. Alguns evangélicos, como Francis Foulkes, até dirão que sua capacidade de previsão muitas vezes depende muito "das advertências, das promessas da aliança e do fato de que os profetas estavam convencidos de que, como Deus havia feito no passado, Ele faria no futuro” [5]. Essa forte ênfase no papel do autor humano é totalmente contrária aos tratamentos de inspiração por homens anteriores como John Owen, que diz: “As doutrinas que eles [os escritores humanos das Escrituras] transmitiram, as instruções que deram, as histórias que registraram, as promessas de Cristo, as profecias dos tempos do Evangelho que divulgaram e 	revelaram, não eram deles, não foram concebidas em suas mentes, não formados por seus raciocínios, não retidos em suas memórias pelo que ouviram, não por qualquer meio previamente compreendido por eles (1 Pe 1:10,11), mas eram todos eles imediatamente de Deus ... Sua língua, no que eles disseram, ou sua mão no que escreveram, estava עֵט סוֹפֵר, não mais à sua disposição do que a caneta está nas mãos de um escritor especialista.” [6] 	Para ouvidos modernos, a forte ênfase de Owen na primazia do autor Divino pode ser tão chocante que soa como teoria do ditado mecânico. Mas não pode ser classificado corretamente como tal, porque a visão de Owen não inclui uma suspensão das faculdades do escritor no processo de inscrição – ele diz no mesmo local que o processo incluiu "uma concorrência passiva de suas faculdades racionais em sua recepção" [7]. Em vez de suspender suas faculdades, Owen confessa que Deus "agiu com suas faculdades, fazendo uso delas para expressar suas palavras, não suas próprias concepções" [8]. De fato, embora ele negue as Escrituras é sempre um produto das memórias dos escritores, ele nem mesmo nega que o Espírito usaria suas memórias em seus escritos de vez em quando ( cf.  Lc 1:1-4) [9]. O ponto de Owen é simplesmente que a Escritura não é o resultado de homens sondando suas próprias memórias e pensamentos para transmitir sua própria mensagem. Em vez disso, a Escritura é o resultado de Deus falando imediatamente em Seus autores humanos para transmitir Suas idéias e palavras, que às vezes podem ter envolvido a confirmação de suas memórias e o uso de vocabulário adequado a Seus instrumentos. 	A própria atestação das Escrituras quanto à sua origem confirma a visão de Owen. Nem todo livro ou gênero de livros da Bíblia é igualmente claro em como o autor Divino o elaborou, mas os profetas – com os quais nos preocuparemos principalmente aqui, são bastante explícitos. Basta dizer que os outros livros são igualmente descritos como produto do sopro sobrenatural de Deus (2 Tm 3:16). 	Quando consideramos as palavras dos profetas pelo seu valor nominal, eles de forma alguma sugerem que sua mensagem é suas próprias reflexões teológicas destinadas a cumprir sua própria agenda.  Em vez disso, eles repetidamente dizem, “uma visão me apareceu” e “a palavra do Senhor veio a mim”, enfatizando que sua mensagem veio a eles externamente. Não foi uma vaga impressão interna de ser levado a dizer algo; era tão tangível que, para Jonas, a Palavra do Senhor era como um local físico de onde ele pensou que poderia fugir (Jn 1:1-3).  Isso levou muitos a entender que a frase “veio a mim a Palavra do Senhor”, na verdade é uma referência à Palavra pré-encarnada falando aos profetas. Essa interpretação é reforçada pelo testemunho do Novo Testamento, que afirma que os profetas foram comunicados pelo próprio Espírito de Cristo (1 Pe 1:11). 	Longe de transmitir seus próprios pensamentos, os profetas às vezes expressavam perplexidade sobre sua mensagem e seu ministério. Daniel muitas vezes não entendia suas visões, e quando ele pediu compreensão no final de suas profecias, lhe foi negado, “porque as palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim” (Dn 12:9).  Jeremias não tinha motivação para falar ele mesmo, mas Deus disse: “Tudo o que eu te mandar falarás” (Jr 1:6-7). A própria estrutura de Jeremias (e de vários outros profetas) reflete o que se esperaria se ele estivesse simplesmente registrando fielmente as mensagens entregues a ele, em vez de apresentar seu próprio trabalho; estudiosos tiveram notoriamente dificuldade em construir um esboço para aquele livro, com alguns desistindo da ideia de fazer um esboço [10]. Ezequiel foi proibido de dizer qualquer coisa por conta própria e só teria permissão para falar quando Deus sobrenaturalmente abrisse sua boca e lhe desse palavras para dizer (Ez 3:27). Ele também claramente não escolheu a forma como seria usado para expressar a mensagem de Deus simbolicamente, o que é provado por sua petição a Deus para mudar o que ele foi instruído a fazer (Ez 4:13-15). Que os profetas não expressavam suas próprias mentes é igualmente confirmado pelo Novo Testamento, que diz: “nenhuma profecia da Escritura tem qualquer interpretação particular. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:20-21). A Bíblia nega que a profecia veio de qualquer forma que pudesse vir pela vontade do homem.  Em vez disso, o Deus das Escrituras repentina e poderosamente se dá a conhecer aos Seus profetas de várias maneiras, instruindo-os sobre o que escrever e o que falar por meio da influência de Seu Espírito Santo neles. 	Se a mensagem nem veio da mente do profeta nem foi necessariamente entendida por eles, segue-se que a mensagem não foi necessariamente dada para ser entendida pelo público imediato. Isso é bastante explícito em Isaías, onde Deus diz a Isaías: “Vai e dize a este povo: ‘Ouvi verdadeiramente, mas não compreendeis; e vede, mas não percebeis’ ”(Is 6:9).  A mensagem não foi dada para ser entendida por seus ouvintes, mas serviu como um testemunho contra eles, revelando seus corações endurecidos e olhos cegos até o julgamento vindouro (Is 6:10-12).  O público de Ezequiel também não o entendeu e disse a respeito dele: "Será que ele não fala parábolas?" (Ez 20:49).  Novamente, Daniel foi informado de que suas visões foram seladas até o fim e isso certamente não era menos verdadeiro para sua audiência imediata do que para ele mesmo. Além de Moisés e Aquele que seria um profeta como Moisés, Deus disse que alguma obscuridade seria uma marca registrada da profecia (Nm 12:6-8). Não há nada que indique que era normativo que a profecia fosse totalmente entendida no contexto em que foi dada. 	O Novo Testamento é inequívoco que as profecias do Antigo Testamento não revelaram totalmente o assunto que abordavam. As Escrituras dizem que foi revelado aos profetas: “que não para si mesmos, mas para nós, ministraram as coisas que agora vos são relatadas por aqueles que vos pregaram o evangelho com o Espírito Santo enviado do céu” (1 Pe 1:12). Testifica ainda que, sem a luz de Jesus Cristo, o Antigo Testamento foi lido com um véu e ainda é por aqueles que não lêem através das lentes de Sua revelação (2 Co 3:14-15).  Descreve a revelação de Jesus Cristo como um “mistério ... que em outras épocas não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora é revelado aos seus santos apóstolos e profetas pelo Espírito” (Ef 3:3,5). Como observa a nota do Expositor’s Greek New Testament, o "como" (ὡς) de Efésios 3: 5 tem uma força comparativa [11], indicando que, embora o mistério tenha sido dado aos santos do Antigo Testamento, não foi revelado a eles com clareza da era do Novo Testamento – era um mistério . Essas passagens nos ensinam que os profetas estavam profetizando as realidades do Novo Testamento e que essas realidades não foram totalmente reveladas a eles.  Cada um de seus escritos será um tanto enigmático se visto sozinho. 	Foi necessário defender essas conclusões porque elas contradizem o que é dado como certo por muitos dos estudos contemporâneos: a saber, as conclusões contradizem a pressuposição de que as profecias do Antigo Testamento foram dadas para serem claramente compreendidas pelo público original e que, portanto, uma exegese considerando apenas o contexto humano imediato de cada texto é suficiente para determinar seu significado. É compreensível que os estudiosos que defendem isso tenham dificuldade em encontrar Cristo no Antigo Testamento, porque essa pressuposição chega perto de descartar a possibilidade de Ele estar lá em primeiro lugar, especialmente quando é combinada com uma tendência de quase reduzir a inspiração a um fenômeno providencial puro. No entanto, a Escritura apresenta sua composição como uma intrusão milagrosa da Causa Primária no funcionamento normal das causas secundárias para formar um Livro autossuficiente. Consequentemente, somos livres para desistir da tarefa de reconstruir o que pensamos que o profeta pode ter pretendido em seu contexto local por meio do uso de material secundário escasso, porque o resto da Escritura fornece luz interpretativa suficiente.  A Bíblia afirma que Deus – não o instrumento humano, fornece o significado do texto, e que Sua preocupação não é apenas para o público imediato, mas também para Sua Igreja em todas as épocas, especialmente Seus santos do Novo Testamento lendo à luz da obra redentora de Jesus Cristo. Quando fizermos isso, começaremos a ler o Antigo Testamento como a Igreja Apostólica fez.  Interpretação da Escritura das Escrituras 	Tendo estabelecido que a Escritura é fundamentalmente palavras de Deus com uma inclinação profética para a revelação de Jesus Cristo, veremos que a Escritura de fato exerce essa hermenêutica. Naturalmente, o Novo Testamento nos fornece os melhores e mais claros exemplos de como pregar Cristo a partir do Antigo Testamento, mas mesmo no Antigo Testamento vemos os princípios hermenêuticos estabelecidos, que exploraremos primeiro. Vemos, por exemplo, que os eventos tipológicos que acompanham a mensagem da profecia não foram vistos como o cumprimento da profecia. A Escritura ensina que a destruição e o abandono do povo de Deus por causa da maldição da Lei seriam seguidos por Ele trazendo-os de todas as nações, circuncidando seus corações, derramando Seu Espírito sobre eles e fazendo-os obedecer aos Seus mandamentos sob Sua paz e bênção perpétua (por exemplo, Dt 30:1-6, Ez 36:24-27, Jr 31: 31-34). Dada a ênfase nesta mensagem pelos profetas antes e durante o exílio babilônico, pode-se cometer o erro de pensar que o exílio e o retorno dele são o cumprimento dessas profecias. No entanto, pode-se ver na profecia pós-exílio de Malaquias, por exemplo, que essas coisas ainda não se cumpriram. Longe de ter corações circuncidados, a profecia critica as corrupções dos sacerdotes levitas, e o profeta lança a ameaça da maldição sobre eles e Judá (Ml 3: 4-5, 11-12, 4:6). A promessa da bênção perpétua ainda aguardava cumprimento. Assim, quando vemos eventos próximos ao tempo das profecias que em alguns aspectos se assemelham ao seu cumprimento (mas em outros aspectos ficam aquém), devemos concluir que eles não são cumprimentos verdadeiros dessas profecias, mas sim tipos que apontam para seu cumprimento real. 	Embora a Escritura nunca reconheça o duplo cumprimento ao interpretar a revelação anterior, ela reconhece os tipos, que é outra área onde o Antigo Testamento sanciona a hermenêutica messiânica voltada para o futuro.  Como o Novo Testamento, o Antigo Testamento trata os eventos de a.C. como absolutamente históricos, mas, mesmo assim entende esses eventos como prenúncios do futuro. Por exemplo, o Salmo 78 traça a obra de Deus na história redentora e mostra como Suas obras anteriores apontam e culminam no estabelecimento do trono de Davi (em última análise, o trono do Messias) e que nesse trono finalmente encontramos bênçãos. Em Jeremias, da mesma forma, Deus marca a redenção do Egito apontando para a maior libertação que Ele realizará pela mão do Messias, e que somente então a profetizada libertação do povo de Deus de todas as nações realmente ocorrerá (Jr 23:5-8).  Assim, o próprio Antigo Testamento é suficiente para fornecer a hermenêutica cristológica exercida no Novo Testamento. 	Voltando agora para o Novo Testamento, as profecias do Antigo Testamento da mesma forma nunca são descritas como tendo múltiplos cumprimentos – um próximo e outro distante, mas apenas um, centrado em Jesus e Sua inauguração dos últimos dias. Esta hermenêutica altamente cristológica segue de um entendimento de que o Antigo Testamento é, antes de mais nada, Palavra de Deus. Visto que Deus não se preocupa principalmente com eventos históricos isolados para seu próprio bem, mas sim em engrandecer Seu Filho, para quem toda a história foi criada ( cf . Jo 5:20-23, Cl 1:16), segue-se que todas as Escrituras do Antigo Testamento, em última análise, se relacionam com Aquele que é a verdadeira menina dos olhos de Deus. Assim, no Novo Testamento, até mesmo a escolha precisa de palavras é demonstrada como tendo significado profético e cristológico e Cristo é mostrado como a chave para a compreensão de passagens de outra forma obscuras em revelação anterior. Um exemplo de cada um deles será suficiente. 	Na Epístola aos Hebreus, o encontro de Abraão com Melquisedeque é um dos muitos eventos do Antigo Testamento citados como profetizando Cristo e Sua obra sacerdotal. A passagem original em Gênesis não faz referência explícita ao Messias (Gn 14:17-24), mas Hebreus segue o padrão escriturístico do Salmo 110 ao identificar o episódio como messiânico. Isso ocorre porque a Bíblia é sobre Cristo e então a Escritura nos dá o exemplo de que não é tanto uma questão de provar se uma determinada passagem se relaciona com Ele, mas entender como ela se relaciona com Ele.  No caso de Hebreus, há uma insistência de que não é apenas o assunto de uma passagem que é importante, mas também a maneira como ela é apresentada.  Hebreus nos diz: “[Melquisedeque é] sem pai, sem mãe, sem descendência, não tendo princípio de dias nem fim de vida; mas feito semelhante ao Filho de Deus; permanece sacerdote continuamente” (Hb 7:3). O autor não está dizendo que Melquisedeque literalmente não teve pai ou mãe, mas simplesmente que a forma como a narrativa o enquadra o torna "semelhante ao Filho de Deus". Então, aqui Deus nos diz que é significativo que Ele não tenha apresentado Melquisedeque como "o filho de [X]" em Gênesis 14. Ele elaborou as narrativas da história de Seu povo de uma maneira precisa para apontar adiante para o cumprimento de tudo em Jesus Cristo. 	Atos 2 nos dá o princípio de que quando as palavras do Antigo Testamento não se encaixam em um referente local, devemos olhar para Cristo como nossa chave hermenêutica. Pedro faz referência ao Salmo 16, onde se diz que o escritor foi libertado do Hades com sua carne salva da corrupção. Em vez de ter uma perspectiva sensus plenior , Pedro enfaticamente aponta que Davi “está morto e enterrado” e, portanto, não poderia ser sobre Davi; Isso é uma profecia de Cristo, que falou por meio de Davi (At 2:29-30).  Muitos outros salmos e vários lugares nos profetas compartilham essa característica de nenhum referente local compartilhando as características do sujeito falando, com as características apenas correspondendo perfeitamente a Cristo. Nesses casos, a Bíblia usa exegese prosopológica [12]. Este método foi adotado até mesmo por comentaristas judeus pré-cristãos para reconhecer textos messiânicos [13]. Estudo de caso: interpretando com precisão 2 Samuel 7:4-17 	Por último, examinaremos o que significa aplicar de novo os princípios que defendemos a uma passagem do Antigo Testamento, observando diferenças com outros métodos ao longo do caminho.  2 Samuel 7:4-17 é um texto clássico para estabelecer a aliança davídica. Nele, Davi recebe a promessa de que terá um herdeiro para estabelecer seu trono para sempre e construir uma casa para Deus. Mas quem é esse herdeiro?  Uma perspectiva diria que só Salomão está em vista e que ele simplesmente tipifica o Messias, outra diria que tanto Salomão quanto Cristo estão em vista (o autor humano vendo um cumprimento imediato em Salomão com Deus pretendendo um maior cumprimento em Cristo), enquanto a visão defendida aqui afirma que somente Cristo é o referente desta profecia e que Salomão apenas tipifica o cumprimento.  Eu adoto essa perspectiva porque ela está alinhada com a hermenêutica bíblica já discutida e porque Salomão, francamente, não poderia ser considerado como cumprindo vários aspectos desta profecia. Mais flagrantemente, Salomão não estabeleceu o trono de Davi para sempre, como o Filho em questão está prometido (2 Sm 7:13,16).  Alguns argumentam que “para sempre” (עוֹלָֽם) às vezes não significa literalmente sem fim, mas, assim como a expressão em português, “para sempre”, as circunstâncias revelam quando esse é o caso. Quando dizemos que algo durará “para sempre”, há uma exceção implícita se subsistir em um organismo maior e perecível. Isso pode ser visto no caso de práticas que fazem parte do perecível Pacto Mosaico e, também, no caso do escravo hebreu voluntário, que se diz ser de seu senhor "para sempre" (Dt 15:17). Para o escravo, uma condição final não dita deste "para sempre" seria o perecimento de um organismo maior em que existe a relação mestre-escravo – por exemplo, a vida do mestre ou escravo. Esta condição não falada é entendida em hebraico e português e não deve nos levar a supor que “para sempre” pode significar meramente “muito tempo” sem a presença clara de similares condições não faladas. Longe de ter contingência em um organismo perecível, esta promessa de um trono eterno foi o último passo na promessa eterna, incondicional e transcendental de Deus de fornecer uma Semente para redimir permanentemente a humanidade das forças do mal, mesmo usando a mesma palavra encontrada em Gênesis 3:15 para “semente” (2 Sm 7:12). Esta promessa foi anteriormente reduzida a uma Semente da linha de Abraão (Gn 17:7), depois à linha de Judá (Gn 49:10), e agora é ainda mais reduzida à linha de Davi. Mas Salomão não fez nada para estabelecer este trono eterno, apenas recebeu seu trono de Davi e o passou a um filho que ele estava tão mal equipado para a liderança que o reino foi quase imediatamente dividido depois, perecendo totalmente dentro de algumas centenas de anos. Portanto, a profecia nos aconselha a olhar para alguém no futuro, para Alguém que só seria colocado no trono depois que Davi morresse e fosse “dormir com [seus] pais” (2 Sm 7:12). Isso contrasta com Salomão, a respeito de quem Davi observa: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que hoje deu alguém para se sentar no meu trono, mesmo que os meus olhos o vejam” (1 Rs 1:48). Por essas e várias outras razões, Agostinho comenta: “Aquele que pensa que esta grande promessa foi cumprida em Salomão está muito enganado” [14].  Conclusão 	A apresentação bíblica da inspiração ajuda a dar sentido a uma passagem como 2 Samuel 7:4-17.  Quando entendemos que o profeta Natã não estava expressando pensamentos que havia formulado de antemão, mas sim sendo um fiel embaixador do Senhor, é compreensível como a profecia não se adequou a ninguém em sua vida, mas sim apenas a quem o Pai está comprometido a exaltar nas Escrituras. Essas pressuposições bíblicas nos permitem pregar diretamente Cristo a partir do Antigo Testamento ao lado dos apóstolos e do próprio Cristo. Andrew Warrick  é um batista reformado que vive na Virgínia do Norte – um dos milhões de pecadores redimidos pela obra consumada do único Senhor e Salvador, Jesus Cristo, que não requer nada além de nossa fé Nele para recebermos o perdão total de todos os nossos pecados passados, presentes e futuros. Suas crenças são resumidas pela Confissão de Fé Batista de Londres de 1689. Notas: *O ensaio acima foi originalmente escrito por Andrew Warrick para uma aula no CBTS. [1] Michael Rydelnik, The Messianic Hope: Is the Hebrew Bible Really Messianic? (Nashville, TN: B&H Publishing Group, 2010), 28-32. [2] Sam Waldron, A Modern Exposition of the 1689 Baptist Confession of Faith. 5th ed. (Grand Rapids, MI: EP Books, 2016), 57-58. [3] Graeme Goldsworthy, Christ-Centered Biblical Theology (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2012), 106. [4] Por exemplo, veja Jonathan Lunde, “An Introduction to Central Questions in the New Testament Use of the Old Testament,” Three Views on the New Testament Use of the Old Testament, ed. Kenneth Berding and Jonathan Lunde (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2008), 7. [5] Francis Foulkes, “The Acts of God: A Study of the Basis of Typology in the Old Testament” The Right Doctrine from the Wrong Texts? Essays on the Use of the Old Testament in the New, ed. G. K. Beale (Grand Rapids, MI: Baker Books, 1994), 15-16. [6] John Owen, Of the Divine Original of the Scriptures, in The Works of John Owen, ed. William H. Goold, vol. 16 (Edinburgh: T&T Clark, 1862), 298. Logos. [7] Ibid. [8] John Owen, Book III, in The Works of John Owen, ed. William H. Goold, vol. 3 (Edinburgh: T&T Clark, 1862), 133. Logos. [9] Idem, 132. [10] Peter Y. Lee, “Jeremiah” A Biblical-Theological Introduction to the Old Testament: The Gospel Promised, ed. M. V. Van Pelt, (Wheaton, IL: Crossway, 2016), 280. Logos. [11] W. Robertson Nicoll, “Commentary on Ephesians 3” The Expositor’s Greek Testament. (New York, NY: George H. Doran Company, 1897), accessed August 31, 2021.           https://www.studylight.org/commentaries/eng/egt/ephesians-3.html. [12] Craig A. Carter, Interpreting Scripture with the Great Tradition (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2018). 192-201. [13] For example, see the messianic citation of Isaiah 61:1-3 in 11QMelch: Joseph A. Fitzmyer, “Further Light on Melchizedek from Qumran Cave 11” Journal of Biblical Literature 86:1 (1967), 28, accessed August 31, 2021. https://www.jstor.org/stable/3263241?seq=4#metadata_info_tab_contents. [14] Augustine, City of God, ed. Philip Schaff and trans. Marcus Dods, Nicene and Post-Nicene Fathers, First Series, vol 2. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1887.) Revised and edited for New Advent by Kevin Knight. XVII.8, accessed August 31, 2021. http://www.newadvent.org/fathers/1201.htm. Texto original: Preaching Christ from the Old Testament – A Defense of Single-Fulfillment Christ-Centered Prophecy. Disponível em https://theparticularbaptist.net/2021/09/18/preaching-christ-from-the-old-testament-a-defense-of-single-fulfillment-christ-centered-prophecy/ Tradução Tiago Silva

Pregando Cristo no Antigo Testamento

Toda a Escritura centra-se no Senhor Jesus Cristo. Ele é seu autor, escopo e testemunha que foi claramente revelada no Antigo Testamento mil

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Por que os anciãos devem ver e agir Por Joe Rigney | Pastor. Presbítero. Bispo. Três termos para um ofício bíblico. Quando os cristãos modernos se referem aos líderes de suas igrejas, tendemos a usar mais o primeiro, o segundo depois e dificilmente o terceiro. Ainda assim, todos os três termos são úteis para entendermos o ofício e a tarefa. “Se alguém aspira ao episcopado, deseja nobre tarefa” (1 Timóteo 3:1). E qual é a nobre tarefa? O apóstolo Pedro fornece uma resposta perto do final de sua primeira carta. Lá ele incumbe os presbíteros da igreja de “pastorear [ou pastor, usado como verbo] o rebanho de Deus que está entre vocês, exercendo supervisão ” (1 Pedro 5:2). Assim, os presbíteros da igreja, pastor ou pastores do rebanho de Deus estão no exercício da supervisão. Desvendar o significado de supervisão no contexto do pastoreio nos dá uma descrição crucial do chamado de Deus para cada presbítero. Visão com responsabilidade O que, então, significa pastorear? Os autores bíblicos pretendem que consideremos o trabalho de pastores e ovelhas reais. Os pastores cuidam das ovelhas. Os pastores conduzem o rebanho e alimentam o rebanho. Os pastores guiam o rebanho para pastagens verdes e águas tranquilas e eles guardam e protegem o rebanho de ursos, lobos e leões rugindo. Eles estão atentos à saúde e segurança de suas ovelhas. Se as ovelhas começarem a parecer doentes, os pastores examinam sua dieta. Se eles adoecem, os pastores trazem remédios para curar. Se uma ovelha cai em uma fenda na terra, um pastor a puxa e a coloca de volta no caminho. Se um leão ataca, um pastor agarra sua vara e cajado e os usa para defender suas ovelhas, mesmo com grande custo para si mesmo. “Exercer supervisão significa que quando você vê algo, é responsável por fazer algo a respeito”. Ganharemos mais clareza se considerarmos a frase adicional de Pedro “exercendo supervisão”. Podemos perguntar: Qual é a diferença entre visão  e supervisão ? A supervisão inclui a visão. Você não pode exercer supervisão se não puder ver com clareza e compreender com precisão. Mas a supervisão é mais do que apenas visão. Supervisão é visão com responsabilidade. Exercer supervisão significa que quando você vê algo, é responsável por fazer algo a respeito. Você não pode simplesmente ver; você também deve "cuidar disso". Falha ao ver Ganhamos mais clareza sobre a tarefa de supervisão quando consideramos as maneiras pelas quais os presbíteros podem deixar de fazê-lo. Se supervisão é visão com a responsabilidade de agir, isso significa que existem, falando de maneira geral, duas maneiras principais pelas quais os pastores podem falhar. Primeiro, eles podem deixar de ver claramente . Eles não reconheceram quando a doença estava se espalhando em seu rebanho. Eles não viram a matilha de lobos rastejando pela colina, ou foram enganados por lobos em pele de ovelha, ou confundiram ovelhas reais com lobos. Eles não viram que a água estava poluída. Deixar de ver, deixar de discernir é deixar de pastorear bem. No contexto da igreja, os presbíteros podem deixar de ver o falso ensino que está se espalhando como gangrena entre suas ovelhas. Em particular, o ensino enganoso pode entrar em uma comunidade por meio de qualquer um de seus subministérios: ministério de homens, ministério de mulheres, ministério de crianças e jovens ou ministério de aconselhamento. Por outro lado, os presbíteros podem deixar de ver padrões destrutivos de comportamento que estão começando a se enraizar em seu povo. Quer se trate de fofoca e calúnia ou suspeita ímpia, liderança dominadora ou liderança passiva, culpando as vítimas ou as transformando em armas – os anciãos deixam de exercer supervisão se não conseguem ver quando crenças falsas e padrões destrutivos de comportamento estão se espalhando entre seu povo. Falha em agir Em segundo lugar, porém, os anciãos podem deixar de agir. Eles veem a doença, mas não aplicam o remédio com sabedoria. Eles veem os lobos, mas se encolhem de medo. Eles veem a água poluída, mas não movem o rebanho para pastagens melhores. Deixar de agir é também deixar de pastorear bem o rebanho de Deus. No contexto da igreja, os presbíteros podem falhar em contrariar o falso ensino com a verdade. Em vez de corrigir o erro pacientemente, eles podem mimá-lo e tolerá-lo. Ou, inversamente, eles podem intensificar o conflito teológico de forma reativa sem entender o apelo do erro para seu povo em particular. Eles podem fazer tempestade num copo d´água (ou minimizar a questão) ou complicar a situação com impaciência ou lentidão. Ao confrontar padrões destrutivos de comportamento, os presbíteros podem deixar de falar com clareza sóbria e amor sincero. Eles podem evitar o confronto por medo de que algumas ovelhas possam “abandonar” a igreja e encontrar outra. Eles podem ceder ao impulso de dizer “paz, paz”, quando não há paz. Em cada uma dessas situações, os presbíteros, mesmo quando veem o perigo claramente, podem não ter coragem de agir com sabedoria e intencionalmente para enfrentar os desafios que têm pela frente. E, ao fazer isso, eles deixam de exercer supervisão. Tentação sutil Alguns pastores podem ser vítimas de uma forma sutil de falha em ver e falha em agir. Esses pastores veem com clareza e estão preparados para agir com coragem e compaixão para lidar com o que veem, mas não estão atentos às necessidades, cuidados, problemas, perigos, tentações e tendências particulares de seu rebanho. Seus olhos olham para longe em busca de perigo, mas raramente estão próximos e presentes. O clamor de Pedro é específico. Não é apenas “pastorear o rebanho de Deus”. É “pastorear o rebanho de Deus que está entre vocês ”. Os pastores são chamados para pastorear seu  povo. Não as pessoas de outras pessoas. Não as ovelhas de outros pastores. Os pastores são chamados para exercer supervisão sobre os que estão sob sua responsabilidade . Na era das notícias instantâneas e da mídia social, é fácil perder a importância disso. É fácil para os pastores se preocuparem com os perigos para a saúde dos rebanhos de lá, do outro lado da cidade ou do outro lado do país. Na verdade, você pode construir um rebanho (numericamente, pelo menos) apontando os perigos para outros rebanhos, enquanto ignora os perigos para o seu próprio rebanho. “Os pastores são chamados para pastorear seu povo. Não as pessoas de outras pessoas. Não as ovelhas de outros pastores.” É fácil ser o tipo de pastor que anda por aí com um extintor de incêndio quando há uma enchente em sua igreja, porque você está muito mais atento ao lixo pegando fogo online que está afetando igrejas em outro estado ou outra denominação. Mas pastores sábios e fiéis estão atentos às necessidades, cuidados, questões, problemas, perigos, tentações e tendências do rebanho que está entre eles. Mais olhos e mais mãos Diante dos perigos de não enxergarmos ou deixarmos de agir, Deus nos deu duas grandes ajudas. O primeiro é uma pluralidade de presbíteros. Como é o caso em cada menção do Novo Testamento aos presbíteros da igreja local, Pedro se dirige aos presbíteros  no plural. Quando você tem uma pluralidade de presbíteros, pode ver mais e agir melhor. Nenhum pastor tem visão de 360 ​​graus. Nenhum pastor pode prestar atenção a todos os macro-perigos e micro-ameaças – mas uma equipe de pastores pode. Alguns pastores podem ver o horizonte ao leste, enquanto outros examinam o horizonte para o oeste. Alguns podem direcionar sua atenção para ameaças distantes – a tempestade se aproximando ou a matilha de lobos se estabelecendo no vale. Outros podem dirigir sua atenção para dentro – a condição do pasto ou a saúde de cada ovelha. Quando os presbíteros pastoreiam o rebanho de Deus entre eles juntos , eles são capazes de ver mais e agir com maior sabedoria e discernimento do que se eles vissem e agissem sozinhos. Como orar pelos superintendentes A segunda ajuda é a oração. Reconhecer o chamado para exercer supervisão e os dois fracassos em potencial fornece duas boas maneiras de orar. Primeiro, podemos orar para que nossos pastores vejam claramente o que precisam ver sobre sua igreja – que eles conheçam as necessidades, os perigos, as tendências, as tentações das pessoas em sua congregação, em sua cidade particular, neste momento na história. Se houver um incêndio em uma igreja em todo o país e uma enchente em sua própria igreja, queremos pastores que tragam sacos de areia e botes salva-vidas, não brigadas de baldes e mangueiras de incêndio. Em segundo lugar, podemos orar para que, tendo visto claramente o que precisam ver sobre seu rebanho, os pastores tenham a coragem e a compaixão de agir juntos com sabedoria para fazer o que é melhor para as ovelhas, especialmente por meio de seu ensino. Depois de verem o que precisa ser visto, o que precisa ser dito? O que precisa ser feito? E quem precisa dizer isso – quando e com que frequência? Quem precisa fazer isso – como e quando? Exercer supervisão bem como pastoreio requer coração e firmeza, coragem e compaixão, pluralidade e responsabilidade, ensino e oração. Joe Rigney é Presidente do Bethlehem College & Seminary e professor do desiringGod.org. Ele é casado, pai de três filhos e pastor da Cities Church. Texto original: Overseers of Souls – Why Elders Must See and Act. In Desiring God  Tradução: Tiago Silva

Superintendentes de Almas:

Por que os anciãos devem ver e agir Por Joe Rigney | Pastor. Presbítero. Bispo. Três termos para um ofício bíblico. Quando os cristãos...

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Por Bill Ascol | “Timóteo” é um personagem complexo. Ele tem vinte e seis anos, formou-se recentemente no seminário e está em sua primeira igreja há seis meses. Ele e sua esposa, Maria, estão casados ​​há quatro anos, têm um filho de dois anos com outro filho a caminho. Então, o que um ministro do evangelho deve fazer quando se encontra recentemente chamado para uma igreja que precisa ser colocada em conformidade com vários preceitos bíblicos? Timóteo, acredite em mim quando digo que seu relacionamento pessoal com o Senhor Jesus Cristo, seu relacionamento estável com sua esposa e família, seu conhecimento da sã doutrina e teologia, suas habilidades exegéticas e pastorais, bem como suas habilidades pessoais e de capacidade efetiva de comunicação, todos devem ser apoiados por uma coragem evangélica profundamente arraigada – o compromisso incondicional de ministrar o evangelho com compaixão, independentemente das consequências e sem se importar com o custo. Enquanto você trabalha em seu primeiro ministério pastoral, quero encorajá-lo a ter a coragem evangélica de investir naqueles a quem foi chamado a servir, de enfrentar aqueles cujos pecados são destrutivos para eles próprios ou para os outros e para confessar suas faltas àqueles contra quem você peca. Em primeiro lugar, você deve sempre se lembrar de que Deus o chamou para ser um pastor de Suas ovelhas – aqueles que estão seguros na congregação e aqueles a quem Ele chamará no decorrer do seu ministério. Além disso, as ovelhas sob seus cuidados são compostas de cordeirinhos, ovelhas feridas, ovelhas em maturação e ovelhas errantes, todos com apetites diferentes em relação às refeições do evangelho que você deseja alimentá-las. O pastor sábio cultivará pacientemente as ovelhas, alimentando-as com a verdade bíblica de acordo com sua capacidade de recebê-la. É preciso coragem evangélica para cuidar das ovelhas em suas várias situações, pois você enfrentará várias tentações em suas tentativas de pastorear uma variedade de ovelhas. Os cordeirinhos precisarão ser alimentados com o leite sincero da Palavra (1 Pedro 2:2). Eles precisarão de porções digeríveis das verdades preciosas do amor de Deus pelos pecadores, demonstrado na morte sacrificial suficiente e na ressurreição vitoriosa de Jesus. Eles precisarão ser ensinados a simplicidade de andar pela fé no sangue e na justiça de Jesus Cristo, um sangue e justiça que estão constantemente à disposição deles. Eles devem aprender que andar pela fé significa confiar nas promessas do evangelho como se fosse falado pessoalmente a eles. Será importante para eles saberem que esta fé em Jesus Cristo é mais poderosa e alegremente expressa quando frutifica na disposição de se arrepender e confessar seus pecados a outros quando outros pecaram contra eles, bem como na disposição de perdoar os outros quando outros pecarem contra eles. Existem muitas “primeiras lições” que os cordeirinhos precisam aprender, mas eles não podem aprender todas de uma vez. Nem irão necessariamente dominá-los na primeira vez que lhes forem ensinados. Cultivar um “regime alimentar” saudável que provoque um apetite constante em um jovem cristão exige paciência e tolerância. O ministro corajoso lutará contra a tentação de ficar impaciente ou desanimado com relação ao progresso do crescimento na graça do cordeirinho. Será preciso coragem evangélica para continuar ministrando o evangelho com compaixão alimentada por um compromisso incondicional, independentemente das consequências e não importa a que custo. Em qualquer congregação, há ovelhas feridas – aquelas que foram profundamente feridas por outros na congregação ou pior ainda, feridas por encontros anteriores com aqueles que serviam no papel de subpastor de Deus. Você não deve se surpreender que essas ovelhas feridas tenham aprendido a não confiar naquele que ofereceria sua mão para alimentá-las com palavras de vida e cura. Eles provavelmente ficarão inclinados a se afastar completamente do ministério ou pelo menos assumir uma postura de “esperar para ver” a respeito do valor e da sinceridade de seu ministério. Novamente, grande paciência será necessária para suportá-los, enquanto ao mesmo tempo você luta contra a tentação de interpretar a reserva deles em se beneficiar de seu ministério como uma rejeição pessoal de você – ou pior ainda, do evangelho. O tempo tem um jeito de ajustar tudo e, se abordado de forma redentora pelo ministro do evangelho, pode ser seu amigo no ministério. O corajoso ministro lutará contra a tentação de ficar impaciente ou desanimado com relação ao progresso do crescimento na graça do cordeirinho. Com o tempo, todos enfrentam grandes necessidades – até mesmo ovelhas feridas. Muitas vezes, é em tempos de grande necessidade que Deus permite ao pastor fiel exercer o cuidado pastoral crítico na vida das ovelhas feridas. Uma dor maior e mais intensa experimentada no presente pode fazer com que o membro da igreja profundamente ferido coloque em segundo plano uma dor profunda do passado. É neste ponto que o ministro do evangelho deve reunir uma grande dose de coragem evangélica e estar disposto a entrar no meio da dor, mesmo correndo o risco de enfrentar a rejeição contínua inicial das ovelhas feridas. Digo inicial porque o coração de cada ovelha de Jesus bate com Seu amor e misericórdia – não importa o quão danificado esteja, e essa misericórdia acabará se expressando para aqueles que são misericordiosos. Quando você prova a sinceridade de seu amor para com os feridos, você ganha o direito de falar com eles sobre coisas eternas. Ao acumular esse tipo de garantia pastoral, você ganhará seus ouvidos e seus corações. Algumas das experiências pastorais mais deliciosas ocorrem entre o pastor e as ovelhas maduras – aquelas que demonstram um apetite saudável pela Palavra de Deus e que manifestam um apreço genuíno pela sã doutrina. Idealmente, esses devem ser os líderes da congregação. Esses são os que fazem as perguntas certas, tiram as conclusões certas e exibem um apetite crescente pela carne da Palavra. Eles não se cansam de ouvir (ou de contar) a "velha, velha história de Jesus e Seu amor". Eles também muitas vezes expressam um “espírito bereano” em sua disposição de pesquisar as Escrituras para ver se as coisas aprendidas em seu ministério são ensinadas lá (Atos 17:10-11). Eles não têm medo de doutrinas bíblicas que não tenham sido ensinadas anteriormente. Eles só querem saber “o que diz a Escritura?”. As ovelhas em maturação estarão mais inclinadas a ser zelosos pela glória de Deus em suas vidas e na vida da congregação, mesmo que não saibam como expressar isso com precisão teológica. Eles terão o desejo de ver Jesus Cristo exaltado, convencidos de que Ele deve aumentar e eles devem diminuir. Os membros maduros da igreja são provavelmente aqueles que oram juntos pelo progresso do evangelho por meio do ministério e que agradecerão a Deus por enviar-lhes um ministro fiel do evangelho. Pode-se perguntar: "Por que a coragem evangélica é necessária para ministrar a pessoas como essas?". A resposta está na tentação de passar a maior parte do tempo com eles, correndo o risco de ignorar as necessidades dos menos maduros. Não se engane sobre isso, os pastores devem equipar os santos para fazerem a obra do ministério (Efésios 4:12) e devemos ensinar as coisas que vimos e ouvimos a homens fiéis que também serão capazes de ensinar a outros (2 Timóteo 2:2). O trabalho evangélico entre as ovelhas maduras é agradável, mesmo que o ministro se sinta cansado de maneira satisfatória. Entretanto, outra tentação é de que o pastor é suscetível a aceitar o elogio dirigido a ele pelos crentes maduros e transformá-lo em uma ocasião de orgulho, gabando-se e pensando mais alto de si mesmo do que deveria. É também nesse grupo que o ministro tem maior probabilidade de “baixar a guarda” de uma maneira ruim. Pode ser que alguns dos que estão mais entusiasmados com o seu ministério agora um dia se voltem contra você e rejeitem a verdade que você expõe. e devemos ensinar as coisas que vimos e ouvimos a homens fiéis que serão capazes de ensinar a outros também (2 Timóteo 2:2). O trabalho evangélico entre as ovelhas maduras é agradável, mesmo que o ministro se sinta cansado de maneira satisfatória. Outra tentação, entretanto, é que o pastor é suscetível a aceitar o elogio dirigido a ele pelos crentes maduros e transformá-lo em uma ocasião de orgulho, gabando-se e pensando mais alto de si mesmo do que deveria. É também nesse grupo que o ministro tem maior probabilidade de “baixar a guarda” de uma maneira prejudicial. Pode ser que alguns dos que estão mais entusiasmados com o seu ministério agora um dia se voltem contra você e rejeitem a verdade que você expõe. Alegre-se, Timóteo, se o Senhor se agrada de cercá-lo com um grupo íntimo de discípulos em amadurecimento, famintos pela Palavra e que parecem apegar-se a cada palavra que você pronuncia. Mas guarde seu coração, para não se tornar como o Rei Davi, que começou a “acreditar em suas próprias façanhas” (2 Samuel 8:13; 11:1-2). Talvez o grupo mais difícil para o qual um pastor tenta ministrar são aqueles que são ovelhas errantes. Em certa época, eles deram a impressão de ter um interesse vital no cristianismo bíblico e pareciam sinceramente querer crescer na graça como discípulos do Senhor Jesus Cristo. Mas agora eles se afastaram. Talvez sua pecaminosidade se expresse na negligência habitual do estudo da Bíblia, adoração ou outras reuniões cruciais da igreja. Como cristãos professos, eles levam o nome de Jesus Cristo. Talvez eles tenham envergonhado o nome de Cristo ao empreender um estilo de vida destrutivo que é perigoso para suas almas e escandaloso. Talvez eles tenham se tornado encrenqueiros e estejam provocando contendas na congregação. Qualquer que seja a natureza do padrão pecaminoso, a ovelha errante pode provocar ferimento espiritual e emocional sobre o pastor que leva a sério sua responsabilidade de tentar recuperá-la. Os pastores devem equipar os santos para fazerem a obra do ministério (Efésios 4:12), e devemos ensinar as coisas que vimos e ouvimos a homens fiéis que também serão capazes de ensinar outros (2 Timóteo 2:2). O pastor diligente pode descobrir em suas tentativas de recuperar aqueles que foram surpreendidos em uma falha (Gálatas 6:1) que ele não está lidando com alguém que é verdadeiramente uma ovelha. Pode ser que o indivíduo “professou” fé em Jesus Cristo, mas nunca realmente “possuiu” a verdadeira fé salvadora em Jesus Cristo (Atos 8:13-23). Como isso não pode necessariamente ser conhecido imediatamente, o pastor deve entrar no assunto como alguém que está tentando recuperar alguém que tem a presença do Espírito Santo em sua vida. No entanto, quando é descoberto que a "ovelha errante" é na realidade uma "cabra" ou mesmo um "lobo em pele de ovelha", então a missão muda da disciplina corretiva redentora de um discípulo rebelde para a disciplina corretiva redentora de (bem como o testemunho evangelístico para) um membro da igreja não convertido. Muita coragem evangélica é necessária para essa tarefa, porque às vezes pode ser insípida e pode muito bem resultar na difamação do caráter do pastor que ousou empreender o resgate de acordo com o ensino bíblico. O membro errante geralmente está muito disposto a “morder a mão que o alimenta” e não hesitará em manchar a reputação daqueles que se aventuram a lhe dizer que nem tudo está bem com sua alma. Você precisará de grandes doses de coragem evangélica para se envolver no ministério de recuperar as ovelhas errantes. As tentações são duplas. Primeiro, existe a tentação de ser covarde e não tentar recuperar a ovelha errante. As racionalizações para isso são muitas. Talvez essa pessoa seja muito influente na igreja (ou parente ou amigo próximo de uma pessoa muito influente na igreja) e você não queira aborrecê-la. Talvez você não queira correr o risco de ofender as pessoas piedosas que ainda não têm a perspicácia bíblica para entender. Talvez você tenha medo de perder sua influência ou até mesmo seu ministério! É aqui que é importante lembrar que coragem evangélica é o compromisso incondicional de ministrar o evangelho com compaixão, independentemente das consequências e do custo. No entanto, a outra tentação é igualmente perigosa. É a tentação de lidar duramente com a ovelha errante (ou cabra ou lobo em pele de ovelha), agindo como se o objetivo da disciplina corretiva fosse retirá-la, lavando suas mãos quanto a ela e não tendo mais nada a ver com ela. No entanto, essa abordagem vira a disciplina corretiva redentora da igreja de ponta-cabeça e se torna uma ofensa não apenas na congregação, mas também no céu. Como o errante pode muito bem se revelar não convertido, é provável que ele faça ameaças contra o pastor. O perigo que o pastor enfrenta em tal situação é entrar em modo de autodefesa. No entanto, o pastor é colocado sobre o rebanho por Deus para proteger as ovelhas daqueles que as espalhariam e dilacerariam – e não necessariamente para proteger a si mesmo (É por isso que uma pluralidade de presbíteros pode ser um arranjo abençoado em uma igreja – mas isso é assunto para outra carta!). O pastor deve dar sua vida pelas ovelhas. Timóteo, se você se encontrar diante do desafio de retirar uma ovelha errante, reúna a coragem evangélica para empreender o esforço de tal forma que proteja seu coração contra a covardia, a aspereza e o perigo sutil de se tornar auto defensivo. Da próxima vez, veremos a coragem evangélica de confessar suas faltas àqueles contra quem você peca. *Este trecho foi adaptado de Amado, Timóteo, editado por Tom Ascol. Amado Timóteo reflete a sabedoria coletiva de mais de 480 anos de experiência pastoral. Embora as cartas sejam dirigidas especificamente a jovens pastores, o conselho que elas contêm se aplica a ministros de todas as idades, denominações e, na maioria dos capítulos, a qualquer cristão sério. Texto original: Be Courageous: Evangelical Courage to Cultivate Those You Have Been Called to Serve 
 In: https://founders.org/2021/06/25/be-courageous-evangelical-courage-to-cultivate-those-you-have-been-called-to-serve/  Tradução: Tiago Silva

SEJA CORAJOSO: Coragem evangélica para cuidar daqueles que você foi chamado a servir.

O corajoso ministro lutará contra a tentação de ficar impaciente ou desanimado com relação ao progresso do crescimento na graça do cordeirin

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Por Thomas R. Schreiner | “Se não entendermos as alianças, não entenderemos e não poderemos entender a Bíblia porque não entenderemos como a história se encaixa.” As alianças são cruciais para o entendimento correto das Escrituras, como Peter Gentry e Stephen Wellum argumentaram, pois elas são a espinha dorsal do enredo da Bíblia. A Bíblia não é uma coleção aleatória de leis, princípios morais e histórias. Ela é uma história que vai a algum lugar e é a história da redenção, a história do reino de Deus. A história se desenrola e avança por meio as alianças que Deus fez com seu povo. Se não entendermos as alianças, não entenderemos e não poderemos entender a Bíblia porque não entenderemos como a história se encaixa. A melhor maneira de ver isso é examinando rapidamente as alianças nas Escrituras. Se não entendermos as alianças, não entenderemos e não poderemos entender a Bíblia. Deus criou o mundo e os seres humanos, mostrando que é o governante soberano de todos. Ele criou Adão e Eva como reis-sacerdotes, como aqueles feitos à sua imagem, para governar o mundo para Deus. Eles deveriam estender o governo de Deus por toda a terra. Como filho e filha de Deus, eles seriam confirmados na vida e na justiça se obedecessem ao Senhor, mas seriam amaldiçoados se transgredissem a ordem de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Em outras palavras, houve bênção e maldição da aliança. Eles comeram da árvore proibida e experimentaram a maldição da aliança. Pela graça de Deus, a história não termina aí, pois o Senhor prometeu triunfar sobre a serpente por meio da descendência da mulher (Gênesis 3:15). A regra originalmente dada a Adão e Eva seria restaurada por meio da descendência da mulher. A aliança com Noé Com o desenrolar da história, as terríveis consequências do pecado de Adão e Eva tornaram-se evidentes. O mal e a corrupção permearam o mundo. Na época de Noé, havia apenas oito pessoas justas restantes no mundo e a promessa de redenção por meio da descendência da mulher parecia uma memória distante. O mundo inteiro, exceto Noé e sua descendência, foram dizimados no dilúvio. Deus fez uma aliança com Noé, prometendo que a raça humana não seria aniquilada novamente até que o plano de redenção através da descendência da mulher fosse cumprido. De certa forma, Noé era um novo Adão em uma nova terra e, portanto, a aliança da criação com Adão foi rejuvenescida. Ainda assim, a salvação não viria por meio de Noé porque, como Adão, ele pecou no jardim, e o mal fundamental no coração dos seres humanos persistia. A aliança com Abraão Depois de Noé, o mundo novamente caiu em pecado, com a torre de Babel como o sinal do pecado. Nessa terrível situação, Deus chamou um homem, Abraão, e fez uma aliança com ele. O Senhor prometeu a Abraão terra (Canaã), descendência (Isaque) e uma bênção que se estenderia até os confins da terra. Abraão era como um novo Adão e Canaã seria um novo Éden onde Deus habitava com seu povo. Se os filhos de Abraão confiarem no Senhor e obedecerem a ele, as promessas serão cumpridas. Ao mesmo tempo, o Senhor prometeu em uma dramática cerimônia pactual que a promessa certamente seria cumprida (Gênesis 15). Deus prometeu que manteria sua promessa, mas o faria por meio da descendência obediente de Abraão. A aliança com Israel Uma aliança também foi feita com Israel depois que eles foram libertados do Egito pela graça de Deus. Israel era filho de Deus e descendente de Abraão e o meio pelo qual as bênçãos fluiriam para o mundo inteiro. Eles eram reis-sacerdotes, mediando as bênçãos e o governo de Deus no mundo. Eles viviam em Canaã, que seria como um novo Éden, um lugar onde Deus governava e habitava no meio de um povo santo. As estipulações da aliança com Israel estão resumidas nos dez mandamentos, e o Senhor prometeu bênçãos se eles obedecessem, mas se violassem as prescrições de Deus, sofreriam as consequências. Na verdade, eles seriam até mesmo expulsos da terra e iriam para o exílio. A aliança com Davi A promessa de vitória sobre a serpente e sua descendência virá por meio de um filho de Abraão (Gênesis 3:15; 12:1-3), mas na aliança de Deus com Davi surgiu uma nova característica da promessa, muito embora se alguém lesse a história cuidadosamente perceberia indicações dessa promessa presentes o tempo toda nela (2 Samuel 7). A nova característica é que a vitória sobre a serpente viria por meio de um rei. O filho de Abraão que vencerá o pecado e a morte será um filho de Davi. A promessa de terras e bênçãos universais será assegurada pela dinastia de Davi. O rei, então, era uma espécie de novo Adão em uma nova terra e, por um breve período, quase parecia que todas as promessas seriam cumpridas durante o reinado de Salomão. A aliança com Davi, no entanto, tinha elementos condicionais e incondicionais também. Se os reis transgredissem, eles enfrentariam o julgamento de Deus. Conforme a história avança, torna-se evidente que algo estava radicalmente errado com os reis e com a nação. Na verdade, o pecado dos reis de Judá – e de Israel, foi tão significativo que Israel foi expulso da terra. Deus havia prometido que o mundo seria transformado por meio de um filho de Davi, mas a promessa estava retrocedendo! Israel e Judá foram respectivamente expulsos da terra em 722 e 586 aC. O que estava acontecendo com a grande promessa de Deus? A nova aliança Israel havia bagunçado as coisas e parecia como se a promessa de triunfo sobre a serpente houvesse sido revogada, mas lembramos que a promessa em Gênesis 3:15 era incondicional e que o Senhor também garantiu que a vitória viria através de um filho de Abraão e um filho de Davi. Ainda assim, havia um problema com a aliança feita com Israel e o câncer residia no povo: eles falharam em guardar os mandamentos de Deus e, portanto, experimentaram as maldições da aliança. O Senhor fez uma nova aliança com seu povo que cumpriu as promessas feitas a Adão, Abraão e Davi ( cf.  Jr 31.31-34). A nova aliança encontra seu cumprimento em Jesus Cristo, que é o verdadeiro filho de Abraão, o verdadeiro Filho de Deus, o verdadeiro Israel, o verdadeiro Davi, o Filho do Homem e o Servo do Senhor. A promessa da nova aliança de perdão dos pecados é cumprida no próprio Jesus e assim ele derrama seu Espírito sobre seu povo para que sejam habilitados a fazer a vontade de Deus (Ezequiel 36:26-27). Todos os que pertencem a Jesus são sua descendência: são os filhos de Abraão e membros do Israel de Deus. A promessa da terra também foi cumprida em Jesus Cristo. O primeiro lampejo da promessa está localizado na ressurreição de Jesus, que garante a ressurreição dos crentes e a nova criação que está por vir. Na nova criação o mundo inteiro é o templo de Deus e todo o universo é a nova Jerusalém onde Deus e o Cordeiro habitam (Ap 21:1-22:5). A bênção universal, bênção para todas as nações e povos, também acontece em Jesus. Na antiga aliança o povo de Deus consistia quase exclusivamente em Israel, mas a plenitude da promessa de Deus a Abraão se tornou uma realidade e cada tribo, língua, povo e nação são abençoados em Jesus Cristo, pois confiam nele para a vida eterna. Thomas R. Schreiner  é o professor de interpretação do Novo Testamento e de teologia bíblica no Southern Baptist Theological Seminary, onde também atua como reitor auxiliar da School of Theology. Texto original: Why you can’t understand the Bible without understanding the covenants Disponível em: https://equip.sbts.edu/article/cant-understand-bible-without-understanding-covenants/  Tradução: Tiago Silva

Porque você não pode entender a Bíblia sem entender as alianças

“Se não entendermos as alianças, não entenderemos e não poderemos entender a Bíblia porque não entenderemos como a história se encaixa.”

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Por Tom Hicks | Apesar de parecer cada vez mais na moda em nossos dias dizer que as mulheres podem ser pastoras, a Bíblia é clara que a liderança pastoral é restrita a homens biblicamente qualificados. Este artigo examinará 1 Timóteo 2:12-14, um dos principais textos bíblicos sobre liderança pastoral exclusivamente masculina e responderá a alguns dos esforços feministas evangélicos mais populares para minar o ensino desses versículos. O Ensino Bíblico Em 1 Timóteo 2: 12-14, Paulo diz: “Não permito que uma mulher ensine ou exerça autoridade sobre um homem; em vez disso, ela deve permanecer quieta. Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva; e Adão não foi enganado, mas a mulher foi enganada e tornou-se uma transgressora.” Paulo escreve essas palavras no contexto de uma epístola pastoral. Ele está escrevendo a Timóteo para ensiná-lo sobre o ministério pastoral na igreja, o que significa que esses versículos precisam ser lidos sob essa luz. Eles se aplicam à liderança da igreja, especificamente à liderança pastoral. Duas proibições Paulo diz que as mulheres estão proibidas de ensinar ou exercer autoridade sobre os homens na igreja. É importante entender que Paulo não proíbe as mulheres de ensinar em todos os contextos (Tito 2:3; Atos 18:25-26), apenas de ensinar a Bíblia aos homens na igreja. Observe que Paulo proíbe as mulheres de fazerem duas coisas distintas. Primeiro, as mulheres não podem ensinar a Bíblia aos homens na igreja. Em segundo lugar, as mulheres não podem exercer autoridade sobre os homens na igreja. Ensinar e exercer autoridade na igreja são as duas responsabilidades principais dos presbíteros, pastores ou bispos. Assim, as mulheres não devem exercer o cargo de pastor, mas também não devem desempenhar essas funções específicas de pastor sobre os homens na igreja. Uma ordem positiva Além das duas proibições de Paulo, ele dá uma ordem positiva às mulheres na igreja. Ele diz no versículo 12 que as mulheres devem “permanecer quietas”. Paulo não está dizendo às mulheres que elas jamais podem falar na igreja. Em vez disso, suas palavras devem ser entendidas no contexto. Ele quer dizer que quando se trata de ensinar e exercer autoridade sobre os homens na igreja, as mulheres devem “permanecer quietas” (1 Timóteo 2:12). Isso é semelhante ao ensino de Paulo em 1 Coríntios 14:34-35, onde ele diz: “As mulheres devem ficar caladas nas igrejas. Pois elas não podem falar, mas devem estar em submissão, como também diz a lei. Se há algo que desejam aprender, pergunte a seus maridos em casa. Pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja.” Muitos entenderam mal esses versículos para dizer que as mulheres não deveriam falar na igreja. Mas o contexto de 1 Coríntios 14 é sobre falar em línguas proféticas e a necessidade de interpretá-las no culto de adoração da igreja. Nos versículos 34-35, Paulo está dizendo que as mulheres não devem se envolver em profecias ou na interpretação de profecias no culto de adoração da igreja. Nesses assuntos, elas devem "ficar caladas". Em outras palavras, elas não devem fazer parte do ministério de ensino da igreja, nem exercer autoridade sobre os homens, quando a igreja está reunida. Paulo está dizendo a mesma coisa em 1 Coríntios 14 que ele diz em 1 Timóteo 2. Os dois fundamentos lógicos da ordem Paulo fornece dois fundamentos distintos para sua ordem às mulheres para permanecerem quietas quando se trata de ensinar e exercer autoridade sobre os homens na igreja. A palavra “pois” no versículo 13 significa que se quisermos saber as razões pelas quais Paulo está argumentando da maneira que ele coloca devemos continuar lendo. 1.  A ordem da criação é a primeira razão que Paulo dá para proibir as mulheres de ensinar ou exercer autoridade na igreja. Paulo não baseia seu comando em considerações culturais ou um problema particular com as mulheres na igreja de Éfeso. Em vez disso, ele fundamenta seu comando na criação. Ele diz que a razão pela qual as mulheres não devem ensinar ou exercer autoridade sobre os homens na igreja é: “Primeiro foi formado Adão, depois Eva” (1 Timóteo 2:13). Paulo quer dizer que Deus estabeleceu Adão como cabeça e autoridade de sua esposa, Eva. Deus designou os homens para liderar (1 Coríntios 11:3,8-9). 2 . A natureza das mulheres é a segunda razão que Paulo dá para proibi-las de ensinar ou exercer autoridade na igreja. Paulo diz: “Adão não foi enganado, mas a mulher foi enganada e tornou-se transgressora” (1 Timóteo 2:14). Paulo está dizendo algo sobre a constituição natural de homens e mulheres, que os homens como classe são naturalmente mais preparados para ensinar e ter autoridade na igreja, mas as mulheres não. Wayne Grudem diz: “Este é de longe o ponto de vista mais comum na história da interpretação desta passagem” [1]. Mas por que as mulheres têm mais probabilidade de ser enganadas do que os homens? É verdade que nem todas as mulheres têm maior probabilidade de ser enganadas do que todos os homens e é verdade que alguns homens têm mais probabilidade de ser enganados do que algumas mulheres. Mas a maioria dos intérpretes na história da igreja entendeu essa passagem ensinando que, em geral, as mulheres têm mais probabilidade de serem enganadas do que os homens. Dan Doriani diz: “Ambos os lados [feministas e tradicionalistas] observam que as mulheres tendem ao enredamento, o que implica uma relutância em ver e condenar verdades duras sobre seus entes queridos. Cientes de muitas exceções individuais à regra, eles [feministas e tradicionalistas] às vezes dizem que as mulheres geralmente têm mais interesse nas pessoas e menos interesse na análise racional imparcial das ideias. Mas a capacidade de avaliação imparcial e crítica é absolutamente essencial para discernir e erradicar a heresia, para cumprir a disciplina na igreja [...] Também podemos reconhecer a variedade na natureza humana, sem rotular nada de inferior ou superior. Nessa visão, como as mulheres geralmente focam nos relacionamentos mais do que na análise racional abstrata, o enredamento nos relacionamentos pode comprometer a disposição da mulher de erradicar a heresia na igreja” [2] . Assim, Paulo explica que as mulheres não devem ensinar a Bíblia ou exercer autoridade sobre os homens na igreja por razões da ordem da criação e da natureza humana. Deus criou primeiro Adão e depois Eva, estabelecendo Adão como cabeça e autoridade sobre sua esposa. Além disso, Eva foi enganada pela serpente, não Adão. Algumas objeções evangélicas feministas Tendo examinado brevemente o significado da passagem, vamos considerar algumas das principais interpretações errôneas feministas de 1 Timóteo 2:12-14. A maioria delas foi extraída do livro Countering the Claims of Evangelical Feminism  de Wayne Grudem e as referências das páginas citadas abaixo são desse livro. Mulheres Ensinavam Doutrina Falsa [3]. Algumas feministas afirmam que as mulheres estavam ensinando falsas doutrinas em Éfeso e é por isso que Paulo as proibiu de ensinar. As feministas argumentam que a ordem de Paulo era situacional e não se aplica a nós hoje. O problema com essa visão é que os únicos falsos mestres mencionados em 1 Timóteo são os homens, Himeneu, Alexandre e Fileto (1 Timóteo 1:19-20; 2:17-18). Outro problema com essa visão é que ela torna Paulo injusto. Teria sido errado proibir todas as mulheres de ensinar porque algumas estavam ensinando doutrinas falsas. Além disso, se Paulo proibiu todas as mulheres de ensinar porque algumas estavam ensinando heresia, então a consistência exigiria que Paulo também proibisse todos os homens de ensinar porque alguns homens também ensinavam heresia (1 Timóteo 1:19-20). As mulheres não foram educadas  [4]. Algumas feministas argumentam que Paulo proíbe as mulheres de ensinar aos homens na igreja em Éfeso em 1 Timóteo 2 porque elas não tiveram uma educação formal. O problema mais gritante com essa visão é que a Bíblia em nenhum lugar requer educação formal como pré-requisito para o ensino na igreja. Além disso, a maioria das pessoas nos dias de Paulo tinha educação básica, mas poucos homens ou mulheres tinham qualquer educação além disso. Portanto, se Paulo proibia as mulheres de ensinar na igreja por falta de educação, ele também deveria proibir os homens. Esposas não devem ensinar ou ter autoridade sobre seus próprios maridos  [5]. Alguns argumentaram que Paulo está apenas proibindo as esposas de ensinar ou exercer autoridade sobre seus próprios maridos em 1 Timóteo 2:12-14. Embora as palavras gregas para “homem” e “mulher” possam ser traduzidas como “marido” e “esposa”, isso é altamente improvável nesta passagem por dois motivos. Primeiro, o contexto desses versículos é uma epístola pastoral na qual Paulo explica a conduta apropriada dentro das igrejas, não para os casamentos. A passagem em questão vem logo antes de uma discussão sobre oficiais da igreja local, portanto, faz mais sentido interpretar 1 Timóteo 2:12-14 como se referindo à liderança da igreja. Em segundo lugar, quando as palavras gregas para “homem” e “mulher” devem ser traduzidas como “marido” e “esposa”, o contexto fornece pistas que indicam tal tradução. Esta passagem não contém tais pistas. Uma ordem temporária  [6]. Algumas feministas argumentam que quando Paulo diz: “Eu não permito” em 1 Timóteo 2:12, ele está usando a ordem no verbo no tempo presente, que deve ser entendida como “eu não permito agora.” Mas esse argumento não compreende como Paulo usa as ordens no tempo presente. Existem muitos exemplos de Paulo usando ordens no tempo presente que estão longe de ser temporários. “Exorto [tempo presente] que façam súplicas” (1 Timóteo 2:1); “Eu apelo [tempo presente] a vós, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo” (Romanos 12: 1); “Eu, portanto, um prisioneiro do Senhor, exorto [tempo presente] a você que ande de uma maneira digna da vocação para a qual você foi chamado” (Efésios 4: 1). Claramente, o tempo presente de uma ordem não significa que ela seja temporária. Ninguém proíbe joias ou tranças  [7]. Algumas feministas argumentam que a maioria dos intérpretes considera as instruções de Paulo sobre joias e tranças nos versículos 9 a 10 como não mais aplicáveis ​​hoje. Portanto, as feministas dizem, não devemos aceitar as instruções de Paulo nos versículos 11-14 sobre as mulheres não ensinarem ou terem autoridade sobre os homens como aplicável hoje. O problema com essa visão é que 1 Timóteo 2:9-10 não proíbe joias ou cabelos trançados. Diz que as mulheres não devem se “enfeitar” com roupas, como joias ou tranças, mas com piedade. Paulo está alertando contra as mulheres que fazem de suas roupas seu adorno (literalmente kosmos  ou “mundo”), ao invés de piedade e boas obras. Esses versículos se aplicam tanto hoje quanto na época de Paulo. As mulheres não eram respeitadas como líderes religiosas .  Algumas feministas argumentaram que Paulo proibia as mulheres de ensinar e exercer autoridade em Éfeso para acomodar a igreja à cultura de sua época. Eles argumentam que as mulheres nos dias de Paulo não seriam aceitas como educadoras religiosas, então, para evitar ofender os homens, Paulo proibiu as mulheres de ensinar a fim de alcançar os homens da cultura para Cristo. Um grande problema com essa visão é que as mulheres eram líderes religiosas aceitas nos dias de Paulo. As sacerdotisas pagãs eram comuns. Outro problema é que sugere que a igreja deve acomodar suas práticas às falsas e prejudiciais crenças do mundo. O problema geral com todas essas interpretações errôneas feministas é que elas surgem de especulação ou conjectura subjetiva e carecem de qualquer apoio real do texto ou do pano de fundo histórico. Além disso, todas essas interpretações errôneas ignoram os fundamentos reais que o próprio Paulo fornece para a ordem que ele dá, que envolve as realidades fixas da ordem da criação e da natureza humana. Portanto, concluindo, a Bíblia é clara que apenas homens devem ser pastores em uma igreja local e apenas homens devem cumprir os deveres de ensinar a Bíblia aos homens e exercer autoridade sobre os homens dentro da igreja. As razões para as interpretações feministas evangélicas de 1 Timóteo 2:12-14 não surgem do texto em si, mas de compromissos alheios e não encontrados na passagem. Para Leitura Adicional Evangelical Feminism: A New Path to Liberalism?  por Wayne Grudem (Traduzido no Brasil pela Editora Cultura Cristã. O feminismo evangélico). Countering the Claims of Evangelical Feminism: Biblical Responses to Key Questions  por Wayne Grudem (Traduzido no Brasil pela Editora Cultura Cristã. Confrontando o feminismo evangélico). Evangelical Feminism & Biblical Truth: An Analysis of More than 100 Disputed Questions  por Wayne Grudem Biblical Eldership: An Urgent Call to Restore Biblical Church Leadership  por Alexander Strauch Tom é pastor sênior da Primeira Igreja Batista de Clinton, LA. Ele é casado com Joy e têm quatro filhos: Sophie, Karlie, Rebekah e David. Ele atua no conselho de diretores do Covenant Baptist Theological Seminary e é professor adjunto de teologia histórica do Institute of Reformed Baptist Studies. Notas: [1] Evangelical Feminism & Biblical Truth 70. [2] A History of the Interpretation of 1 Timothy 2 (p.264-265). [3] Countering the Claims of Evangelical Feminism (p.161-167). [4] Countering the Claims of Evangelical Feminism (p.168-174). [5] Countering the Claims of Evangelical Feminism (p.175-178). [6] Countering the Claims of Evangelical Feminism (p.179-182). [7] Countering the Claims of Evangelical Feminism (p.199-201). Texto Original: https://founders.org/2018/11/07/only-men-may-be-pastors/  In: Founders.org  Tradução: Tiago Silva

Somente homens podem ser pastores

Apesar de parecer cada vez mais na moda em nossos dias dizer que as mulheres podem ser pastoras, a Bíblia é clara que a liderança pastoral é

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Por Dr. R. Albert Mohler Jr | "Eis que uma pequena nuvem, como a mão de um homem, está subindo do mar." Essa foi a mensagem que o profeta Elias ouviu de seu servo. Então, "E em pouco tempo os céus se tornaram negros com nuvens e vento, e caiu uma grande chuva." É assim que os problemas costumam surgir. No início, existe apenas uma pequena nuvem. Logo depois, vem a chuva torrencial. Bem, aí vem. A questão das mulheres servindo como pastoras e pregadoras em igrejas agitou a Convenção Batista do Sul da década de 1970 até que o Ressurgimento Conservador na Convenção esclareceu a questão conclusivamente na revisão de Fé e Mensagem Batista de 2000. Nunca houve um momento em que mais do que um punhado de mulheres serviam como pastoras nas igrejas da SBC, mas as principais denominações protestantes estavam se precipitando na ordenação de mulheres como pastoras e sacerdotes (episcopais), impulsionado por duas energias principais - primeiro, as demandas do feminismo de segunda onda e, segundo, os impulsos desencadeada pela teologia da libertação. Em ambos os casos, o principal obstáculo era a Bíblia, mas, já comprometidas pelo liberalismo teológico, essas denominações empregaram argumentos revisionistas para desarmar qualquer argumento das Escrituras. As estratégias de subversão bíblica também assumiram duas formas básicas. O argumento foi apresentado que ou a Bíblia foi mal interpretada pelos cristãos por quase 2.000 anos ou a Bíblia está irremediavelmente atolada no patriarcado e na opressão e os autores bíblicos estavam totalmente errados. Normalmente, os argumentos andavam juntos. Comparando o apóstolo Paulo com o Rev. Norman Vincent Peale (um pregador de pouca teologia, mas muito pensamento positivo), o senador Adlai Stevenson fez a famosa frase: "Acho São Paulo atraente e São Peale apavorante." Bem, os teológos liberais e feministas acharam São Paulo terrível. Os teóricos LGBTQ estão totalmente de acordo. O resultado foi a feminização do protestantismo liberal. Falando francamente, simplesmente não sobraram tantos homens assim. Na verdade, não sobraram muitas pessoas  nessas igrejas. A teologia liberal é o beijo da morte para qualquer igreja ou denominação. Pouco resta senão ativismo de justiça social e manutenção adiada. Entre os evangélicos inclinados à esquerda, os argumentos da época eram um pouco mais moderados, mas eles chegaram à mesma conclusão - a igreja errou ao restringir o ofício de ensino da igreja aos homens. As mulheres devem ser chamadas e ordenadas e colocadas em púlpitos e investidas de total e igual reconhecimento da autoridade docente. A pequena, mas influente ala esquerda da Convenção Batista do Sul estava entusiasmada com o avanço das mulheres como pastoras na década de 1970, na década de 1980 os "moderados" do establishment na SBC tornaram-se teoricamente comprometidos com as mulheres como pastoras. Os moderados tinham muito a dizer sobre seu apoio às mulheres no pastorado, mas a grande maioria de suas igrejas estavam (e permanecem) inflexivelmente certa de que seu  pastor deve ser um homem. Antes do Ressurgimento Conservador, os seminários apoiavam muito as mulheres que estudavam para o pastorado, mas relativamente poucas igrejas estavam realmente abertas à ideia. Na verdade, a questão das mulheres servindo como pastoras alimentou o Ressurgimento Conservador na SBC. A pergunta foi instantaneamente esclarecida. A divisão sobre as mulheres servindo no pastorado serviu como um sinal da divisão mais profunda sobre a autoridade e interpretação da Bíblia. Simplificando, a única maneira de afirmar as mulheres servindo no papel pastoral é rejeitar a autoridade e suficiência de textos bíblicos como 1 Coríntios 14 e 1 Timóteo 2. Há mais no quadro, mas não menos. Além disso, a igreja cristã em virtualmente todas as tradições ao longo de quase dois milênios em quase todos os lugares da terra entendeu esses textos claramente. Na maioria das igrejas ao redor do mundo, não há dúvida sobre esses textos até agora. Além disso, há o testemunho das diferenças dadas por Deus nas funções de homens e mulheres na igreja e no lar em toda a Bíblia. O padrão da verdade revelada não é difícil de seguir. Os Batistas do Sul codificaram as questões de convicção como parte de nossa confissão de fé no ano 2000. A declaração de Fé e Mensagem Batista foi revisada para deixar claro que: "Embora tanto homens quanto mulheres sejam talentosos para o serviço na igreja, o ofício de pastor é limitado aos homens qualificados pelas Escrituras. " Novamente, a declaração é bastante clara, e essa declaração é parte do fundamento confessional que permite que as igrejas Batistas do Sul cooperem na missão e ministério. Cada professor de seminário ensinando em nossos seis seminários é obrigado a esse ensino, é melhor deixar isso claro. O mesmo é verdade para todos os missionários e obreiros da Junta Missionária Internacional e da Junta Missionária Norte-Americana - e para cada trabalho da convenção da SBC. A Constituição da Convenção Batista do Sul inclui esta declaração crucial: "A Convenção apenas considerará que uma igreja está em cooperação amigável com a Convenção e simpática com seus propósitos e trabalho (ou seja, uma igreja 'cooperante' como o termo é usado em os documentos que regem a Convenção) que (1) tem uma fé e prática que se identifica estreitamente com a declaração de fé adotada pela Convenção. " Existem dois critérios adicionais listados, mas o primeiro critério é concordar com as convicções da Convenção. Mais recentemente, menos de vinte anos após essa declaração clara, alguns Batistas do Sul buscaram distinguir entre o ofício de pastor e o ato de pregar, permitindo assim que as mulheres pregassem para a congregação, mas argumentando que o papel do "pastor sênior" é ainda reservado para homens. Um argumento semelhante avançou entre alguns presbiterianos, que argumentam que uma mulher deve ter permissão para realizar qualquer ato de ministério aberto a um homem não ordenado. Sinceramente, duvido que o argumento funcione até mesmo para os presbiterianos, mas terei que deixar o argumento dos presbiterianos para os presbiterianos. Em qualquer caso, o argumento certamente não funciona para os batistas por duas razões gritantes. Primeiro, não temos teologia de um ministério ordenado. Não temos base teológica para fazer da ordenação a questão determinante em nada. Você não encontrará nenhuma evidência de uma teologia de ordenação em qualquer confissão de fé Batista histórica. Você também não encontrará nenhuma referência a um pastor "sênior". Um pastor é um pastor e “o ofício de pastor é limitado a homens qualificados pelas Escrituras”. A segunda razão é igualmente simples. Na eclesiologia batista, ofício e função são precisamente a mesma coisa. Pergunta: Quem é seu pregador? Resposta: Quem está fazendo a pregação. Os batistas resistem corretamente a qualquer distinção entre ofício e função, acreditando que tal distinção seja estranha ao Novo Testamento. Ainda mais recentemente, algumas igrejas começaram a designar (e até ordenar) mulheres como pastoras. Em alguns casos, não é certo o que isso significa e se invoca o ofício de ensino. Em outros casos, é evidente que não  significa uma mulher no ofício de ensino. Na semana passada, a Saddleback Community Church, na Califórnia, ordenou três mulheres como pastoras. Em um desenvolvimento descrito pela igreja como "histórico", a igreja postou uma foto das ordenações com o texto: "O pastor da Igreja Saddleback, Rick Warren, e outros oram pelas três primeiras mulheres que a igreja ordenou como pastoras." Dado apenas aquele texto limitado, seria difícil saber exatamente o que a igreja quis dizer com a ação, mas certamente incluiria a identificação das três mulheres como pastoras. Visto que cada um já estava na equipe do ministério da igreja, a notícia só faria sentido se as ordenações significassem algo bastante significativo. O quadro completo entra em foco quando uma das mulheres, identificada como Pastora Cynthia Petty, explicou em um formato de entrevista que "esta mudança na filosofia para 'mulheres no ministério' foi revolucionária". Ela continuou: "Fiquei honrada e me senti extremamente humilhada. E o que eu acredito que significou mais para mim foi como isso seria inovador para todas as ministras mais jovens da equipe que realmente tinham o desejo ou sonho de ser pastor um dia ! " Mais tarde no documento, ela sugeriu que "o papel das mulheres na igreja evoluiu" e concluiu: "Este é um novo dia para as mulheres no ministério e estou honrada e abençoada por ajudar a carregar o manto de ser uma pastora e ter o título como pastor do Ministério NextGen na Igreja Saddleback! " Em outras palavras, não há dúvida de que essas três mulheres são consideradas pastoras e docentes. Os Batistas do Sul são claros, através da Fé e Mensagem Batista, que isso é contrário às Escrituras. Os Batistas do Sul estão agora, mais uma vez, em um momento de decisão. Este não é mais um ponto de tensão e debate. Esses movimentos representam uma tentativa de redefinir e reformular o fundamento de convicção da fé Batista do Sul e do ministério cooperativo. As questões teológicas não mudaram desde o ano 2000, quando os Batistas do Sul falavam clara e precisamente na Fé e Mensagem Batista. Mais importante ainda, as Sagradas Escrituras não mudaram e não podem mudar. As convicções da Fé e Mensagem Batista -  todas elas   - descrevem a base doutrinária para nossa Convenção e para nossa cooperação juntos. Qualquer uso do termo "pastor" para mulheres na liderança da igreja é, na melhor das hipóteses, imprudente e confuso. Em um número crescente de casos, agora está claro que algumas igrejas, incluindo igrejas bastante grandes e bem conhecidas, estão colocando mulheres no cargo de pastor, em violação direta de nossa confissão de fé. Além disso, várias igrejas que estão pelo menos listadas como Batistas do Sul deram as boas-vindas e anunciaram mulheres pregando no culto matinal. A Convenção Batista do Sul não deve ser obscura sobre nossas convicções teológicas e a base de nossa cooperação. Não podemos nos dar ao luxo de ser. As tentativas de negar o problema não funcionarão. Agora mesmo, os Batistas do Sul decidirão se vamos redefinir a doutrina da Convenção Batista do Sul. Não acredito que os Batistas do Sul permitirão que isso aconteça. Eu não acredito que os Batistas do Sul vão se afastar da verdade. Mas, esta não é mais uma nuvem do tamanho de uma mão.  O texto de abertura é de 1 Reis 18: 44-45, ESV. Dr. Mohler é um teólogo e ministro ordenado, e atua como presidente do The Southern Baptist Theological Seminary , a principal escola da Convenção Batista do Sul e um dos maiores seminários do mundo. Texto original: Women Pastors, Women Preachers, and the Looming Teste of the Southern Baptist Convention In: albertmohler.com  Tradução: Equipe Pregue a Palavra

Mulheres pastoras, pregadoras e o teste iminente da Convenção Batista do Sul

A Convenção Batista do Sul não deve ser obscura sobre nossas convicções teológicas e a base de nossa cooperação. Não podemos nos dar ao luxo

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Por Graham Gunden | Cada pregador já esteve lá. Você tem o texto escolhido diante de você, você estudou e determinou o que vai ensinar a partir do texto. A questão agora é: como faço para transmitir meu ponto de vista na manhã de domingo? A pregação é mais do que uma mera palestra. É mais do que uma transferência de informações. Em A Doutrina Cristã, Santo Agostinho, seguindo Cícero, afirma que o mestre cristão “deve falar de maneira a instruir, deleitar e comover [seus] ouvintes ... instruir é uma questão de necessidade, deleitar uma questão de encanto, e mover uma questão de conquista.” (Livro IV, 74) O pregador deve trabalhar para trazer fatos verdadeiros e relevantes para seus ouvintes a partir do texto, ele deve “deliciar-se” com suas palavras a fim de cativar sua atenção e tornar seu argumento mais persuasivo, e deve levar seus ouvintes a agirem, isto é, a que apliquem o que aprenderam com amor e obediência. Encantar e comover uma audiência pode ser uma das tarefas mais difíceis para o pregador. Mas Agostinho adverte que seu foco não deve ser dado apenas às regras da oratória e da eloquência para cumprir essas duas tarefas. Embora isso sem dúvida seja útil para o pregador e benéfico para a congregação, o que é de extrema importância quando se considera como dizer o que se deve dizer é a oração. O sucesso na pregação deve ser buscado com o melhor da habilidade do pregador. No entanto, ele deve reconhecer que todas as suas habilidades vêm de Deus. Como diz o apóstolo, "o que você tem que não recebeu?" (1 Co 4:7). Agostinho diz que o pregador “… não deve ter dúvidas de que qualquer habilidade que ele tenha, e por mais que tenha, deriva mais de sua devoção à oração do que de sua dedicação à oratória; e assim, orando por si mesmo e por aqueles que ele está prestes a se dirigir, ele deve se tornar um homem de oração antes de se tornar um homem de palavras. À medida que se aproxima a hora de seu discurso, antes de abrir os lábios que se abrem, ele deve elevar sua alma sedenta a Deus, para que possa dizer o que bebeu e derramar o que o encheu” (Livro VI, 87). O sucesso na pregação deve ser buscado com o melhor da habilidade do pregador. No entanto, ele deve reconhecer que todas as suas habilidades vêm de Deus. Agostinho apresenta uma razão muito boa para confiar no poder da oração acima do poder da oratória. Ele diz: “quem pode saber o que é conveniente dizer ou o nosso público ouvir em um determinado momento, senão aquele que vê o coração de todos? E quem pode garantir que dizemos o que é certo e o dizemos da maneira certa, senão aquele em quem nós e nossos sermões existimos?” Deus é Aquele que conhece todas as coisas, vê todos os corações e entende a melhor maneira de comunicar Sua verdade a cada coração. O pregador deve confiar nEle para fornecer a mensagem certa e a maneira certa de falar essa mensagem. É por isso que nosso Senhor disse: “não se preocupe como você vai falar ou o que você vai dizer, porque o que você vai dizer será dado a você naquela hora. Pois não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai que fala por meio de vós” (Mt 10: 19-20). Há muito a ganhar com o estudo da eloquência e da oratória. Agostinho foi um professor de retórica clássica até sua conversão e subsequente ordenação ao ministério. O próprio fato de Agostinho seguir avidamente o paradigma estabelecido por Cícero ao instruir ministros mostra que Agostinho valorizava o discurso eloquente e o estudo da retórica. A prática da oratória pode tornar a mensagem mais agradável e comovente para a congregação. No entanto, ao buscar o sucesso no púlpito, o pregador deve buscar a oração antes da eloquência. é pastor assistente na Grace Baptist Church em Cape Coral, Flórida. Ele é bacharel em estudos bíblicos pelo Reformation Bible College e está concluindo seu Mdiv no Southern Baptist Theological Seminary. Graham e sua esposa, Sarah, estão casados ​​há dois anos e têm um filho. Texto original: Prayer Before Eloquence, in: https://founders.org/2020/10/22/prayer-before-eloquence/  Tradução: Tiago Silva

Oração antes da Eloquência

Por Graham Gunden | Cada pregador já esteve lá. Você tem o texto escolhido diante de você, você estudou e determinou o que vai ensinar a...

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O primeiro encontro do Conselho Internacional de Inerrância Bíblica ocorreu em Chicago nos dias 26 e 28 de outubro de 1978 com o propósito de reafirmar a doutrina da inerrância das Escrituras, deixar claro o entendimento a respeito dela e alertar contra sua negação. Nos sete anos desde o primeiro encontro, Deus abençoou esse esforço de maneiras que superaram a maioria das expectativas. Um gratificante surgimento de literatura útil sobre a doutrina da inerrância, bem como um crescente compromisso com seu valor, são motivos para louvor ao nosso grande Deus. O trabalho do primeiro encontro mal tinha sido concluído quando ficou evidente que havia mais uma grande tarefa a ser realizada. Embora reconheçamos a crença na inerrância das Escrituras como fundamental para sustentar sua autoridade, os valores desse compromisso são reais apenas na medida da compreensão de alguém quanto à interpretação das Escrituras. Assim, surge a necessidade do segundo encontro. Durante dois anos, planos foram feitos e artigos foram escritos sobre temas relacionados aos princípios e práticas hermenêuticas. O ápice deste esforço foi uma reunião em Chicago nos dias 10 e 13 de novembro de 1982, da qual nós, os abaixo assinados, participamos.  Da mesma forma que a Declaração de Chicago de 1978, apresentamos as afirmações e negações como expressão do resultado de nossos trabalhos para esclarecer questões e princípios hermenêuticos. Não reivindicamos totalidade ou tratamento sistemático de todo o assunto, mas essas afirmações e negações representam um consenso dos cerca de cem participantes e observadores reunidos nesta conferência. Os diálogos têm sido uma experiência edificante, e é nossa oração que Deus use o produto de nossos esforços diligentes para permitir que nós e outros possam manejar corretamente a palavra da verdade (2Tim 2:15). ARTIGOS DE AFIRMAÇÃO E NEGAÇÃO Artigo I Afirmamos que a autoridade normativa da Sagrada Escritura é a autoridade do próprio Deus e é atestada por Jesus Cristo, o Senhor da Igreja. Negamos que seja legitimo separar a autoridade de Cristo da autoridade das Escrituras, ou opor um ao outro. Artigo II Afirmamos que, como Cristo é Deus e Homem em uma Pessoa, também a Escritura é, indivisivelmente, a Palavra de Deus na linguagem humana. Negamos que a forma humilde e humana das Escrituras implique em erro, tanto quanto que a humanidade de Cristo, mesmo em Sua humilhação, implica pecado. Artigo III Afirmamos que a Pessoa e obra de Jesus Cristo são o foco central de toda a Bíblia. Negamos que qualquer método de interpretação que rejeite ou obscureça a centralidade de Cristo nas Escrituras seja correto. Artigo IV Afirmamos que o Espírito Santo que inspirou as Escrituras age através dela hoje para produzir fé em sua mensagem. Negamos que o Espírito Santo ensine qualquer coisa, a qualquer um, que seja contrária ao ensino das Escrituras. Artigo V Afirmamos que o Espírito Santo capacita os crentes para que se apropriem e apliquem as Escrituras às suas vidas. Negamos que o homem natural seja capaz de discernir espiritualmente a mensagem bíblica, sem a intervenção do Espírito Santo. Artigo VI Afirmamos que a Bíblia expressa a verdade de Deus em declarações proposicionais e declaramos que a verdade bíblica é objetiva e absoluta. Afirmamos ainda que uma declaração é verdadeira se ela representar assuntos como realmente são, mas é um erro se representar incorretamente os fatos. Negamos que, enquanto as Escrituras são capazes de nos tornar sábios para a salvação, a verdade bíblica deve ser definida em termos desta função. Negamos ainda que o erro deve ser definido apenas como aquele que deliberadamente engana. Artigo VII Afirmamos que o significado expresso em cada texto bíblico é único, definitivo e fixo. Negamos que o reconhecimento deste único significado elimine a variedade de sua aplicação. Artigo VIII  Afirmamos que a Bíblia contém ensinamentos e mandatos que se aplicam a todos os contextos culturais e situacionais e outros mandatos que a própria Bíblia mostra serem aplicados apenas a situações particulares. Negamos que a distinção entre os mandatos universais e particulares das Escrituras possa ser determinada por fatores culturais e situacionais. Negamos ainda que os mandatos universais possam ser tratados como relativos a culturas ou situações. Artigo IX Afirmamos que o termo hermenêutica , que historicamente significava as regras da exegese, pode ser devidamente estendido para abranger tudo o que está envolvido no processo de perceber qual o significado da revelação bíblica e como ela se aplica em nossas vidas. Negamos que a mensagem das Escrituras deriva ou seja ditada pelo entendimento do intérprete. Assim, negamos que os "horizontes" do escritor bíblico e do intérprete possam se "fundir" de tal forma que aquilo que o texto comunica ao intérprete não seja, em última análise, controlado pelo significado expresso das Escrituras. Artigo X Afirmamos que as Escrituras comunicam verbalmente a verdade de Deus para nós através de uma grande variedade de formas literárias. Negamos que qualquer um dos limites da linguagem humana torne as Escrituras inadequadas para transmitir a mensagem de Deus. Artigo XI Afirmamos que as traduções do texto das Escrituras podem comunicar o conhecimento de Deus através de todas as fronteiras temporais e culturais. Negamos que o significado dos textos bíblicos esteja tão ligado à cultura da qual eles vieram que a compreensão do mesmo significado em outras culturas é impossível. Artigo XII Afirmamos que, na tarefa de traduzir a Bíblia e ensiná-la no contexto de cada cultura, apenas os equivalentes funcionais que são fiéis ao conteúdo do ensino bíblico devem ser empregados. Negamos a legitimidade de métodos que ou são insensíveis às demandas da comunicação transcultural ou distorcem o significado bíblico no processo. Artigo XIII Afirmamos que a consciência das categorias literárias, em suas formas e estilos, das diferentes partes das Escrituras é essencial para a exegese adequada, e por isso valorizamos a “crítica do gênero” como uma das muitas disciplinas do estudo bíblico. Negamos que categorias genéricas que neguem a historicidade possam ser impostas às narrativas bíblicas que se apresentem como factuais. Artigo XIV Afirmamos que o registro bíblico de eventos, discursos e falas, embora apresentados em uma variedade de formas literárias apropriadas, corresponde ao fato histórico.  Negamos que qualquer evento, discurso ou fala relatado nas Escrituras foi inventado pelos escritores bíblicos ou pelas tradições que eles incorporavam. Artigo XV Afirmamos a necessidade de interpretar a Bíblia de acordo com seu sentido literal ou normal. O sentido literal é o sentido histórico-gramatical, ou seja, o significado que o escritor expressou. A interpretação de acordo com o sentido literal levará em conta todas as figuras de linguagem e formas literárias encontradas no texto. Negamos a legitimidade de qualquer abordagem das Escrituras que atribua a ela algum significado que o sentido literal não suporte. Artigo XVI Afirmamos que técnicas críticas legítimas devem ser utilizadas na determinação do texto canônico e seu significado. Negamos a legitimidade de permitir que qualquer método de crítica bíblica questione a verdade ou integridade do significado expresso do escritor, ou de qualquer outro ensinamento bíblico. Artigo XVII Afirmamos a unidade, harmonia e consistência das Escrituras e declaramos que ela própria é sua melhor intérprete. Negamos que as Escrituras possam ser interpretadas de forma a sugerir que uma passagem corrija ou milite contra outra. Negamos que os escritores posteriores das Escrituras interpretaram incorretamente passagens anteriores das Escrituras ao citar ou se referir a elas. Artigo XVIII Afirmamos que a interpretação da Bíblia pela própria Bíblia é sempre correta, nunca se desviando, mas sim elucidando, o sentido único do texto inspirado. O significado único das palavras de um profeta inclui, mas não se restringe, à compreensão dessas palavras pelo profeta e, necessariamente, envolve a intenção de Deus evidenciada no cumprimento dessas palavras. Negamos que os escritores das Escrituras sempre entenderam todas as implicações de suas próprias palavras. Artigo XIX Afirmamos que qualquer pressuposto que o intérprete traga para as Escrituras deve estar em harmonia com o ensino bíblico e sujeito a ser corrigido por ele.  Negamos que as Escrituras devem ser obrigadas a se adequar a pressupostos alheios e inconsistentes a ela, como o naturalismo, evolucionismo, cientificismo, secularismo e relativismo. Artigo XX Afirmamos que, uma vez que Deus é o autor de toda a verdade, todas as verdades, bíblicas e extrabíblicas, são consistentes e coerentes, e que a Bíblia fala a verdade quando toca em assuntos relativos à natureza, história ou qualquer outra coisa. Afirmamos ainda que, em alguns casos, dados extrabíblicos têm valor para esclarecer o que as Escrituras ensinam, e para incitar a correção de interpretações defeituosas. Negamos que visões extrabíblicas refutem o ensino das Escrituras ou tenham primazia sobre ela. Artigo XXI Afirmamos a harmonia das revelações especial e geral e, portanto, a harmonia do ensino bíblico com os fatos da natureza. Negamos que quaisquer fatos científicos genuínos são inconsistentes com o verdadeiro significado de qualquer passagem das Escrituras. Artigo XXII Afirmamos que Gênesis 1-11 é factual, assim como o resto do livro. Negamos que os ensinamentos do Gênesis 1-11 são mitológicos e que hipóteses científicas sobre a história da Terra ou a origem da humanidade possam ser invocadas para derrubar o que as Escrituras ensinam sobre a criação. Artigo XXIII Afirmamos a clareza das Escrituras e, especificamente, de sua mensagem quanto a salvação do pecado. Negamos que todas as passagens das Escrituras sejam igualmente claras ou tenham igual relação na mensagem da redenção. Artigo XXIV Afirmamos que uma pessoa não depende do conhecimento especializado dos acadêmicos bíblicos para a compreensão das Escrituras. Negamos que uma pessoa deva ignorar os frutos do estudo técnico das Escrituras por acadêmicos bíblicos. Artigo XXV Afirmamos que o único tipo de pregação que transmite suficientemente a revelação divina e sua adequada aplicação à vida é aquela que expõe fielmente o texto das Escrituras como a Palavra de Deus. Negamos que o pregador tenha qualquer mensagem de Deus além do texto das Escrituras. A DECLARAÇÃO DE CHICAGO SOBRE HERMENÊUTICA BÍBLICA EXPOSIÇÃO* Os parágrafos a seguir descrevem o entendimento teológico geral que a Declaração de Chicago sobre hermenêutica bíblica reflete. Eles foram inicialmente elaborados como um estímulo para essa declaração. Eles foram revisados à luz dos artigos da declaração e de muitas sugestões específicas recebidas durante a conferência na qual ela foi primeiramente esboçada. Embora a revisão não pudesse ser concluída a tempo de ser apresentada na conferência, existem fortes motivos para considerar seu conteúdo como expressão, com ampla precisão, da posição teológica dos signatários da declaração. Fundamentos desta exposição O Deus vivo, Criador e Redentor, é um comunicador, e as Escrituras inspiradas e inerrantes que expõe diante de nós sua revelação salvadora na história é seu meio de se comunicar conosco hoje. Aquele que uma vez falou com o mundo através de Jesus Cristo, seu Filho, fala-nos ainda dentro e através de sua Palavra escrita. Publicamente e privadamente, portanto, através da pregação, estudo pessoal e meditação, com oração e na comunhão do corpo de Cristo, o povo cristão deve trabalhar continuamente para interpretar as Escrituras, para que sua mensagem divina normativa para nós possa ser devidamente compreendida. Incorporar o conceito bíblico das Escrituras como revelação autoritativa por escrito, a regra dada por Deus para fé e para a vida, não obterá resultados se a mensagem das Escrituras não for corretamente compreendida e aplicada. Por isso, é de vital importância detectar e descartar formas defeituosas de interpretar o que está escrito e substituí-las por uma interpretação fiel da Palavra infalível de Deus. Esse é o propósito que esta exposição busca servir. O que ela oferece são perspectivas básicas sobre a tarefa hermenêutica à luz de três convicções. Primeiro, as Escrituras, sendo a própria instrução de Deus para nós, são verdadeiras e totalmente confiáveis. Em segundo lugar, a hermenêutica é crucial para a batalha pela autoridade bíblica na igreja contemporânea. Terceiro, como o conhecimento da inerrância das Escrituras deve controlar a interpretação, proibindo-nos de desconsiderar qualquer coisa que as Escrituras provem afirmar, assim a interpretação deve esclarecer o escopo e o significado dessa inerrância, determinando quais são as afirmações que as Escrituras realmente estão fazendo. A Comunhão entre Deus e a Humanidade Deus criou a humanidade à sua própria imagem, pessoal e racional, para eterna relação amorosa consigo mesmo em  uma comunhão que repousa em uma comunicação de duas vias: Deus nos dirige palavras de revelação e respondemos a ele em palavras de oração e louvor. O dom divino da linguagem nos foi dado, em parte, para tornar possível esses diálogos e, em parte, também para que possamos compartilhar nossa compreensão de Deus com os outros. Ao testemunhar o processo histórico de Adão a Cristo, pelo qual Deus restabeleceu a comunhão com a humanidade caída, as Escrituras descrevem-No como constantemente usando Seu dom da linguagem para enviar aos homens mensagens sobre o que Ele faria e o que eles deveriam fazer. O Deus da Bíblia usa muitas formas de fala: Ele narra, informa, instrui, adverte, argumenta, promete, comanda, explica, exclama, suplica e incentiva. O Deus que salva é também o Deus que fala de todas essas maneiras. Escritores bíblicos, historiadores, profetas, poetas e professores citam as Escrituras como a Palavra de Deus para todos os seus leitores e ouvintes. Considerar as Escrituras como o convite pessoal do Criador à comunhão, que estabelece os padrões de fé e santidade não apenas para seu próprio tempo, mas para todos os tempos, é parte integrante da fé bíblica. Embora Deus seja revelado na ordem natural, no curso da história e pela consciência, o pecado torna a humanidade insensível e não responsiva a essa revelação geral. A revelação geral é, em último caso, apenas uma divulgação do Criador como o bom Senhor do mundo e justo juiz; mas não fala da salvação através de Jesus Cristo. Saber sobre o Cristo das Escrituras é, portanto, uma necessidade para o conhecimento e comunhão com Deus pelo qual Ele chama pecadores hoje. Na medida em que a mensagem bíblica é ouvida, lida, pregada e ensinada, o Espírito Santo trabalha com e através dela para abrir os olhos dos espiritualmente cegos e incutir neles esse conhecimento. Deus fez com que as Escrituras fossem escritas e o Espírito assim ministra com ela, de tal maneira que todos os que a leem, humildemente buscando a ajuda de Deus, serão capazes de entender sua mensagem salvadora. O ministério do Espírito não faz desnecessária a disciplina do estudo pessoal, mas a faz ser eficaz. Negar o caráter racional, verbal e cognitivo da comunicação de Deus conosco, postular uma antítese, como alguns fazem, entre a revelação como sendo pessoal e proposicional, e duvidar da adequação da linguagem como a temos para nos trazer a mensagem autêntica de Deus são erros fundamentais. A humilde forma verbal da linguagem bíblica não a invalida como revelação da mente de Deus, assim como a humilde forma de servo da Palavra feita carne não invalida a alegação de que Jesus realmente revela o Pai. Negar que Deus deixou claro nas Escrituras tudo quanto cada ser humano precisa saber para seu bem-estar espiritual seria um erro adicional. Quaisquer obscuridades que encontramos nas Escrituras não são intrínsecas a ela, mas refletem nossas próprias limitações de informação e discernimento. As Escrituras são claras e suficientes, tanto como fonte de doutrina, vinculando a consciência, quanto como guia para a vida eterna e a santidade, moldando nossa adoração e serviço ao Deus que cria, ama e salva. A Autoridade das Escrituras A Sagrada Escritura é a autorrevelação de Deus na e através das palavras dos homens. Ela é tanto a testemunha de Deus para eles como o testemunho de Deus sobre si mesmo. Como registro divino-humano e interpretação da obra redentora de Deus na história, ela é revelação cognitiva, verdade direcionada às nossas mentes para compreensão e resposta. Deus é sua fonte, e Jesus Cristo, o Salvador, é seu centro de referência e assunto principal. Seu valor absoluto e permanente como uma diretiva infalível para a fé e a vida vem do fato de ser entregue por Deus (2 Tm. 3:15-17). Sendo tão divina quanto humana, ela expressa a sabedoria de Deus em todos os seus ensinamentos e fala de forma confiável – isto é, infalivelmente e inerrantemente, em cada afirmação informativa que faz. Ela é um conjunto de escritos ocasionais, cada um com sua própria característica e conteúdo específicos, que juntos constituem um organismo de verdade universalmente relevante, ou seja, más notícias sobre o pecado humano universal e a necessidade de resposta às boas novas sobre um determinado judeu do primeiro século que é revelado como sendo o Filho de Deus e o único Salvador do mundo. O volume que esses livros constituintes alcançam é tão amplo quanto a vida e carrega todos os problemas humanos e aspectos do comportamento. Ao expor diante de nós a história da redenção – a lei e o evangelho, os comandos de Deus, promessas, ameaças, obras e caminhos; e as lições-objeto sobre fé e obediência e seus opostos, com seus respectivos resultados – as Escrituras nos mostram todo o panorama da existência humana como Deus deseja que a vejamos. A autoridade da Sagrada Escritura está ligada à autoridade de Jesus Cristo, cujas palavras registradas expressam o princípio de que o ensino das Escrituras de Israel (nosso Antigo Testamento), juntamente com seu próprio ensinamento e testemunho dos apóstolos (nosso Novo Testamento), constituem sua regra de fé e conduta designada para seus seguidores. Ele não criticou sua Bíblia, embora tenha criticado interpretações erradas dela; pelo contrário, ele afirmou sua autoridade vinculante sobre ele e todos os seus discípulos (Mt. 5:17-19). Separar a autoridade de Cristo da autoridade das Escrituras e colocar em posição um ao outro são, portanto, erros. Colocar em oposição a autoridade de um apóstolo à de outro ou colocar em oposição o ensino de um apóstolo em uma ocasião ao seu ensino em outro momento também são erros. O Espírito Santo e as Escrituras O Espírito Santo de Deus, que moveu os autores humanos para produzir os livros bíblicos, agora os acompanha com seu poder. Ele levou a igreja a discerni-los como inspirados no processo de canonização; ele continuamente confirma esse discernimento aos indivíduos através do impacto único que Ele faz com que as Escrituras lhe causem. Ele os ajuda enquanto estudam, oram, meditam e buscam aprender na igreja, a entenderem e comprometerem-se com as coisas que a Bíblia ensina, e conhecer o Deus triuno vivo a quem a Bíblia apresenta. A iluminação do Espírito só pode ser esperada onde o texto bíblico é diligentemente estudado. A iluminação não rende uma nova verdade, acima ou além do que a Bíblia diz; em vez disso, ela nos permite ver o que as Escrituras estavam nos mostrando o tempo todo. A iluminação liga nossas consciências às Escrituras como Palavra de Deus e traz alegria e adoração à medida que encontramos a Palavra cedendo a nós seu significado. Em contraste, impulsos intelectuais e emocionais para desconsiderar ou discutir com o ensino das Escrituras não vêm do Espírito de Deus, mas de alguma outra fonte. Evidentes mal-entendidos e interpretações erradas das Escrituras não podem ser atribuídos ao Espírito. A Ideia de Hermenêutica A hermenêutica bíblica tem sido tradicionalmente entendida como o estudo dos princípios certos para a compreensão do texto bíblico. A "compreensão" pode parar em um nível teórico e nocional, ou pode avançar através do parecer favorável e compromisso da fé para se tornar experiencial através do conhecimento pessoal com o Deus a quem as teorias e noções se referem. A compreensão teórica das Escrituras requer de nós não mais do que é necessária para compreender qualquer literatura antiga, ou seja, conhecimento suficiente da linguagem e do fundo e empatia suficiente com o contexto cultural diferente. Mas não há compreensão experiencial das Escrituras – nenhum conhecimento pessoal do Deus a quem ela aponta, sem a iluminação do Espírito. A hermenêutica bíblica estuda a forma como ambos os níveis de compreensão são atingidos. O Escopo da Interpretação Bíblica A tarefa do intérprete em uma definição mais ampla é entender tanto o que as Escrituras significavam historicamente como o que significa para nós hoje, ou seja, como ela se aplica em nossas vidas. Esta tarefa envolve três atividades constantes. Primeiro vem a exegese, a extração do texto daquilo que Deus, pelo escritor humano, estava expressando aos leitores originais. Em segundo lugar vem a integração, a correlação do que cada empreendimento exegético resultou com qualquer outro ensinamento bíblico sobre o assunto em questão e com o resto do ensino bíblico. Somente dentro deste quadro de referência pode-se determinar o significado completo do ensino extraído na exegese. Em terceiro lugar vem a aplicação do ensino, visto explicitamente como o ensino de Deus, para a correção e direcionamento do pensamento e da ação. A aplicação baseia-se no conhecimento de que o caráter e a vontade de Deus, sobre a natureza e a necessidade do homem, o ministério salvador de Jesus Cristo, os aspectos experienciais da divindade, incluindo a vida comum da igreja e a relação multifacetada de Deus e seu mundo, inclusive seu plano para sua história, são realidades que não mudam com o passar dos anos. É com essas questões que ambos os Testamentos constantemente lidam. A interpretação e a aplicação das Escrituras ocorrem mais naturalmente na pregação e toda a pregação deve ser baseada neste procedimento triplo. Caso contrário, o ensino bíblico será mal compreendido e mal aplicado, e a confusão e a ignorância sobre Deus e seus caminhos será o resultado. Regras Formais de Interpretação Bíblica O uso fiel da razão na interpretação bíblica é ministerial, não magistral; o intérprete crente usará sua mente não para impor ou fabricar significado, mas para compreender o significado que já está lá no próprio material. O trabalho de estudiosos que, embora não sejam eles próprios cristãos, foram capazes de entender com precisão as ideias bíblicas será um recurso valioso na parte teórica da tarefa do intérprete. a.  A interpretação deve preferir o sentido literal, ou seja, o único significado literário que cada passagem carrega. A busca inicial é sempre pelo que o amanuense de Deus quis dizer com o que escreveu. A disciplina da interpretação exclui todas as tentativas de deixar o texto, assim como exclui toda a leitura que impõe sobre o texto significados que não podem ser lidos a partir dele e toda a busca de ideias desencadeadas em nós pelo texto que não surge da parte do próprio autor – expressado no fluxo de pensamento. Símbolos e figuras da linguagem devem ser reconhecidos pelo que são e alegorias arbitrárias (diferentes da tipologia que estava evidente na mente do escritor) devem ser evitadas. b.  O sentido literal de cada passagem deve ser buscado pelo método gramatico-histórico, ou seja, perguntando qual é a maneira linguisticamente natural de entender o texto em seu cenário histórico. Estudo textual, histórico, literário e teológico, auxiliado por habilidades linguísticas – filológicas, semânticas, lógicas, é o caminho a ser seguido. As passagens devem ter sua exegese realizada no contexto do livro do qual fazem parte, e a busca pelo significado pretendido do escritor deve ser constantemente buscado. O uso legítimo das várias disciplinas críticas não é colocar em questão a integridade ou a verdade do significado do escritor, mas simplesmente para nos ajudar a determiná-lo. c.  A interpretação deve aderir ao princípio da harmonia no material bíblico. As Escrituras exibem uma ampla diversidade de conceitos e pontos de vista dentro de uma fé comum e uma revelação progressiva da verdade divina dentro do período bíblico. Essas diferenças não devem ser minimizadas, mas a unidade que sustenta a diversidade não deve ser perdida em nenhum momento. Devemos olhar para as Escrituras para interpretar as Escrituras e negar, como uma questão de método, que textos particulares, dos quais todos têm o único Espírito Santo como fonte, possam ser genuinamente discrepantes uns com os outros. Mesmo quando não podemos, no momento, demonstrar sua harmonia de forma convincente, devemos preceder pressupondo que eles são de fato harmoniosos e que o conhecimento mais completo mostrará isso. d.  A interpretação deve ser canônica, ou seja, o ensino da Bíblia como um todo deve ser sempre visto como o pano de fundo sobre o qual nossa compreensão de cada passagem em particular deve ser alcançada e na qual ela deve ser encaixada. A disciplina da crítica de gênero, que busca identificar em termos de estilo, forma e conteúdo, as diversas categorias literárias às quais os livros bíblicos e passagens em particular pertencem é valiosa como auxílio na determinação do significado literal das passagens bíblicas. O gênero literário no qual cada escritor cria seu texto pertence, pelo menos em parte, à sua própria cultura, e será esclarecido através do conhecimento dessa cultura. Uma vez que os erros sobre o gênero levam a mal-entendidos em larga escala do material bíblico é importante que essa disciplina em particular não seja negligenciada. A Centralidade de Jesus Cristo na Mensagem Bíblica Jesus Cristo e a graça salvadora de Deus nele são os temas centrais da Bíblia. Tanto o Antigo como o Novo Testamento testemunham Cristo e a interpretação do Novo Testamento sobre o Antigo Testamento aponta consistentemente para ele. Tipos e profecias no Antigo Testamento anteciparam sua vinda, sua morte expiatória, sua ressurreição, seu reinado e seu retorno. O ofício e o ministério dos sacerdotes, profetas e reis, as ofertas rituais e sacrifícios divinamente instituídos e os padrões de ação redentora na história do Antigo Testamento, todos tinham significado tipológico como prenúncio de Jesus. Os crentes do Antigo Testamento ansiavam por sua vinda e viveram e foram salvos pela fé que tinha Cristo e seu reino à vista, assim como os cristãos de hoje são salvos pela fé em Cristo, o Salvador, que morreu por nossos pecados, que agora vive e reina e um dia voltará. Que as Escrituras revelam que a igreja e o Reino de Jesus Cristo são centrais para o plano de Deus não está aberto a questionamento, embora as opiniões se dividam quanto à maneira precisa pela qual igreja e Reino se relacionam entre si. Qualquer forma de interpretar as Escrituras que não seja consistentemente centrada em Cristo deve ser julgada errônea. Conhecimento Bíblico e Extrabíblico Uma vez que todos os fatos coadunam, a verdade sobre eles deve ser coerente também; e uma vez que Deus, o autor de todas as Escrituras, também é o Senhor de todos os fatos, não pode, em princípio, haver contradição entre uma compreensão correta do que as Escrituras dizem e um relato certo de qualquer realidade ou evento na ordem criada. Qualquer aparência de contradição aqui sugere mal-entendido ou conhecimento inadequado, seja do que as Escrituras realmente afirmam ou do que os fatos extrabíblicos realmente são. Portanto, essa discrepância é uma convocação para reavaliação e estudos acadêmicos mais profundos. Declarações Bíblicas e Ciências Naturais O que a Bíblia diz sobre os fatos da natureza é tão verdadeiro e confiável quanto qualquer outra coisa que ela diga. No entanto, ela fala de fenômenos naturais como são falados na língua comum, não nos termos técnicos explicativos da ciência moderna; ele explica os eventos naturais em termos da ação de Deus, não em termos de ligações causais dentro da ordem criada; e descreve processos naturais em linguagem figurada e poética e não analítica, como a ciência moderna procura fazer. Sendo assim, as diferenças de opinião quanto ao relato científico correto de certos dados fatos e eventos naturais que as Escrituras celebram dificilmente podem ser evitadas. Deve-se lembrar, no entanto, que as Escrituras foram dadas para revelar a Deus, não abordar questões científicas em termos científicos, e que, como não usa a linguagem da ciência moderna, não requer conhecimento científico sobre os processos internos da criação de Deus para a compreensão de sua mensagem essencial sobre Deus e nós mesmos. As Escrituras interpretam o conhecimento científico relacionando-o com o propósito e obra revelados de Deus, estabelecendo assim um contexto final para o estudo e reforma das ideias científicas. Não cabe às teorias científicas ditar o que as Escrituras podem ou não dizer, embora informações extrabíblicas às vezes exponham uma má interpretação das Escrituras. De fato, questionar declarações bíblicas sobre a natureza à luz do conhecimento científico sobre determinado assunto pode ajudar a alcançar uma exegese mais precisa delas. Pois, embora a exegese deva ser controlada pelo texto em si, não moldada por considerações externas, o processo exegético é constantemente estimulado ao se questionar o texto sobre se significa isso ou aquilo. Norma e Cultura na Revelação Bíblica Assim como encontramos nas Escrituras verdades imutáveis sobre Deus e sua vontade expressas em uma variedade de formas verbais, também as encontramos aplicadas em uma variedade de contextos culturais e situacionais. Nem todo o ensino bíblico sobre conduta é normativo para o comportamento de hoje. Algumas aplicações de princípios morais são restritas a um público limitado, cuja natureza e extensão das quais a própria Escritura especifica. Uma tarefa da exegese é distinguir essas verdades absolutas e normativas daqueles aspectos de sua aplicação que são relativos a situações contingenciais. Somente quando essa distinção é identificada podemos esperar ver como as mesmas verdades absolutas se aplicam a nós em nossa própria cultura. Deixar de ver como uma aplicação particular de um princípio absoluto foi culturalmente determinada (por exemplo, como a maioria concordaria, o comando de Paulo de que os cristãos se cumprimentem com um beijo) ou tratar um absoluto revelado como culturalmente relativo (por exemplo, como a maioria concordaria, a proibição de Deus no Pentateuco da atividade homossexual) são, ambos, erros. Embora os desenvolvimentos culturais, incluindo valores convencionais e mudanças sociais dos últimos dias, possam legitimamente desafiar as formas tradicionais de aplicar princípios bíblicos, eles não podem ser usados para modificar esses princípios em si mesmos ou para evitar, completamente, suas aplicações. Na comunicação intercultural um passo adicional deve ser dado, o professor cristão deve reaplicar absolutos revelados a pessoas que vivem em uma cultura que não é do próprio professor. As exigências desta tarefa destacam a importância de ele ser claro sobre o que é absoluto na apresentação bíblica da vontade e obra de Deus e o que é uma aplicação relativa à cultura da vontade e obra de Deus. Engajar-se nesta tarefa pode ajudá-lo a ser mais claro neste ponto, tornando-o mais alerta do que antes para a presença nas Escrituras de aplicações culturalmente condicionadas da verdade, que têm que ser ajustadas de acordo com a variável cultural. Encontrando Deus através de Sua Palavra O século XX tem visto muitas tentativas de afirmar a instrumentalidade das Escrituras em trazer-nos a Palavra de Deus, ao mesmo tempo em que nega que essa Palavra foi estabelecida para sempre nas palavras do texto bíblico. Essas visões consideram o texto como a testemunha humana falível por meio da qual Deus molda e solicita essas percepções que ele nos dá através da pregação e do estudo bíblico. Mas, na maioria das vezes, essas visões incluem a negação de que a Palavra de Deus é comunicação cognitiva e assim elas caem inescapavelmente em misticismo impressionista. Além disso, sua negação de que a Escritura é a Palavra objetivamente dada por Deus torna a relação dessa Palavra com o texto indefinível e, portanto, permanentemente problemática. Isso é verdade em todas as formas atuais de neo-ortodoxia e teologia existencialista, incluindo a assim chamada "nova hermenêutica", que é uma versão extrema e incoerente da abordagem descrita. A necessidade de apreciar as diferenças culturais entre o nosso mundo e o dos escritores bíblicos e de estar pronto para descobrir que Deus, através de sua Palavra, está desafiando os pressupostos e limitações de nossa perspectiva atual são duas ênfases atualmente associadas à "nova hermenêutica". Mas ambos, de fato, pertencem ao entendimento da tarefa interpretativa que esta exposição estabeleceu anteriormente. O mesmo se aplica à ênfase colocada na teologia do tipo existencialista sobre a realidade de encontros transformadores com Deus e seu Filho, Jesus Cristo, através das Escrituras. Certamente, a glória das Escrituras é que elas de fato mediam a comunhão vivificadora com o Deus encarnado, o Cristo vivo de quem elas testemunham, o salvador divino cujas palavras "são espírito e... são a vida" (João 6:63). Mas não há outro Cristo que não o Cristo da Bíblia e apenas na medida em que a apresentação da Bíblia de Jesus e do plano de Deus centrado nele seja confiável pode-se esperar um verdadeiro encontro espiritual com Jesus Cristo. É por meio de interpretação disciplinada de uma Bíblia confiável que o Pai e o Filho, através do Espírito, fazem-se conhecidos a homens pecaminosos. Para tais encontros transformadores, os princípios e procedimentos hermenêuticos indicados aqui delimitam e protegem a estrada. *Escrito por J. I. Packer Traduzido por Carlos Felipi Massimo Faria Texto Original: The Chicago Statement on Biblical Hermeneutics . In DTS

A DECLARAÇÃO DE CHICAGO SOBRE HERMENÊUTICA BÍBLICA

O primeiro encontro do Conselho Internacional de Inerrância Bíblica ocorreu em Chicago nos dias 26 e 28 de outubro de 1978 com o...

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Festschrift*, Por  Karl Lachler  | Pregue  a  palavra,esteja preparado  a  tempo  e  fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda paciência  e  doutrina. 2Timóteo 4:1 A exposição seriada de livros da Bíblia, há de produzir frutos espirituais, não pela capacidade da oratória do pregador, mas sim pelo poder inerente na Palavra de Deus. O brilho do personalismo do pregador, mesmo que atraente, ainda é tingido com pecado e não pode efetivar transformação espiritual no ouvinte. Por isso Deus insuflou a Palavra com poder divino. É a mensagem e não o mensageiro que tem o poder para transformar [1]. O problema maior entre os pregadores modernos está em não acreditar que a Palavra de Deus tem autoridade e poder inerente para transformar vidas. Muitos pastores evangélicos acreditam teologicamente  que a Bíblia é a Palavra de Deus com poder. Contudo, infelizmente não vivem autenticamente esta convicção no gabinete de estudos e na vida ministerial. É uma coisa afirmar uma verdade, e outra, vivê-la. Então, é a Palavra de Deus anunciada que traz convicção, conversão e santifica os ouvintes. O poder está na Palavra e não na oratória do mensageiro [2]. A exposição seriada de livros da Bíblia ( lectio continua ) tem grandes vantagens. Chapell alista diversas, como: o pregador é levado a tratar assuntos mais variados; problemas sensíveis podem ser tratados na medida que aparecem no texto; exposição seriada poupa muito tempo de contemplação e cogitação, pois o próximo parágrafo já indica qual será o sermão do Domingo que vem; o expositor não precisa fazer pesquisas sobre o "contexto" do livro bíblico a cada semana; a congregação apreende quais são os temas fundamentais da Bíblia e percebe melhor a unicidade da Bíblia [3] – Confira uma lista similar no capítulo cinco no meu livro "Prega a Palavra". Quando o pregador tem uma viva convicção de que a Bíblia é a Palavra viva de Deus, ele não cai na tentação de confiar nos truques, métodos ou táticas psicológicas para produzir resultados. Há nele uma confiança no Espírito que não o permite comprometer a essência milagrosa inerente na Bíblia. Não sei quando esta confiança na essência milagrosa da Palavra de Deus torna-se uma "filosofia consciente," digo, uma convicção concretizada na vida do pregador. Sei que, quando há aquele "insight," isto é, um momento crucial quando o pregador define-se, pela infusão do Espírito Santo a ser um arauto da Palavra de Deus, aí as coisas mudam. Não há mais aquela vergonha social quanto a exclusividade da Bíblia – O estilo de pregações biblicamente comprometidas, demonstram este tipo de vergonha. O que há é uma áurea de convicção e autoridade em torno deste ministro assim definido [4]. O pastor não é visto como um orador de classe, mas sim, como um homem da Palavra de Deus. O que há é uma distinção clara de que o pastor é uma porta-voz de Deus. A exposição seriada de livros da Bíblia sem dúvida mexe com a própria vida espiritual do pastor [5]. Como estudar intensamente a verdade eterna e não ser desafiado moral, espiritual e psicologicamente? O Espírito e a Palavra combinam para responsabilizar e capacitar o pregador a viver uma vida autêntica. Esta convivência com a verdade liberta o pastor da obrigação de viver de trás de máscaras profissionais. Um pastor, amigo meu, conta como ele foi levado à autenticidade quanto a um problema de estética. Ao assumir uma igreja em que não era conhecido, ele escondeu sua calvície com uma peça de cabelos postiços. A congregação não sabia do problema de sua calvície. Pregando expositivamente pela Bíblia, por alguns meses, os textos salientavam como é bom ser autêntico. Aí, o Espírito e a Palavra começaram a perturbar sua consciência. Um belo domingo ele apareceu no púlpito sem a peruca e a congregação, surpreendida, quase não o reconheceu. Lá na frente, ele confessou que queria ser autêntico nesta área de estética. E, por esta decisão,sentia-se livre de hipocrisia e em paz espiritual. A dinâmica de estar expondo e vivendo pelas diretrizes da Palavra de Deus dá ao arauto o que Aristóteles propagou como elementos importantes da retórica. LOGOS , disse ele, é o conteúdo substancial da mensagem. Haveria algo mais fundamental, nutritiva que as Sagradas Escrituras? PATHOS,  conforme Aristóteles, é o lado emotivo da mensagem inculcado pela paixão e fervor do mensageiro. Como esconder o fato que as vezes as Escrituras tocam nas emoções mais profundas do mensageiro? ETHOS, pensa Aristóteles, é o que os ouvintes percebam como autenticidade ou caráter no mensageiro. É aquele sentimento no ouvinte que o mensageiro está sendo sincero [6]. Nos dias de hoje há um clamor do povo de Deus: “Dê-nos o pão do céu e seja o irmão, pastor, um servo autênticoque nos alimentacom este pão." Amem e amem! “porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavra ( Logos ), mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção ( Pathos ). Vocês sabem como procedemos( Ethos ) entre vocês,em seu favor.” (1Tessalonicenses 1:5) Estou feliz porque está surgindo no Brasil publicações sobre a Exposição da Bíblia. Isto é um sinal de saúde espiritual no meio evangélico. Professor José de Godoi Filho escreve: Pregação é tanto inspiração quanto ciência, ou tanto unção quanto arte. Deus, no seu poder e misericórdia, pode dispensar a ciência e a arte da pregação, ou seja, a homilética, mas não resta a dúvida de que se Ele pode usar esses dois aspectos da pregação, os pregadores serão poderosos instrumentos para salvar e edificar muitas vidas [7]. Dou graças a Deus pelo colega Antônio Mendes Gonçales, com que tive o privilégio de pregar sermões expositivos seriados em diversos livros bíblicos durante um período de dois anos na Primeira Igreja Batista de Atibaia, em São Paulo. Foi uma experiência de aprendizagem para nós dois. Foi confirmado vez após vez de que Deus estava falando aos corações dos ouvintes. Estava sendo manifesto entre o povo as duas coisas: a Salvação e a Santificação. E, acima de tudo, foi concretizado entre nós a convicção pessoal de que a Bíblia é a   Palavra vivificante de Deus e merece ser proclamada. Notas: *Esse é um Festschrift  (artigo honorífico) escrito nos anos 90 pelo Dr. Karl Lachler em honra ao Pr. Antonio Mendes, que hoje é pastor emérito da Primeira Igreja Batista de Atibaia. 1 Bryan Chapell, Christ-Centered Preaching, (BakerBooks, Grand Rapids,MI, 1994, p.18). 2 idem, p.19. 3 idem, p.58. 4 Prega A Palavra, p. 39. 5.Itamir Neves de Souza, Atos dos Apóstolos; Uma História Singular. 77 Esboços Expositivos, p. 21. (Descoberto Editora Ltda., 1999 Curitiba, PR, p. 21). Neste livro há um excelente resumo sobre a Exposição Bíblica. 6 Chapell, pp. 25,26. 7 José de Godoi Filho; Semeando A Palavra; 100 Esboços De Mensagens Com Ilustrações. (FatoÉ Publicações, 2000, Curitiba, PR) p.9.

EXPOSIÇÃO BÍBLICA: OPÇÃO PRIORITÁRIA

Festschrift*, Por Karl Lachler | Pregue a palavra,esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda...

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Em dezembro, 1987, o recém-formado Concílio sobre Masculinidade e Feminilidade Bíblica se reuniu em Danvers, Massachusetts, para produzir a Declaração de Danvers. Oferecemos esta declaração ao mundo evangélico, sabendo que estimulará uma discussão saudável, e com a esperança de que ela receba grande aceitação. Prólogo A Declaração de Danvers resume a necessidade do Conselho sobre Masculinidade e Feminilidade Bíblica ( CBMW ) e serve como uma visão geral de nossas crenças centrais. Esta declaração foi preparada por vários líderes evangélicos em uma reunião do CBMW em Danvers, Massachusetts, em dezembro de 1987. Foi publicada pela primeira vez na forma final pelo CBMW em Wheaton, Illinois, em novembro de 1988. [Acesse aqui]  Justificativas Fomos impulsionados em nosso propósito pelas seguintes tendências contemporâneas, as quais observamos com profunda preocupação: 1 . A incerteza e confusão difundidas em nossa cultura com respeito às diferenças complementares entre a masculinidade e feminilidade; 2 . Os efeitos trágicos desta confusão ao desfazer a tela do matrimônio tecida por Deus com os belos e diversos fios da masculinidade e da feminilidade; 3 . A promoção crescente dada ao igualitarismo feminista, acompanhada de distorções ou abandono da harmonia feliz apresentada nas Escrituras entre a liderança amorosa e humilde de maridos redimidos e o apoio inteligente e voluntário a essa liderança por esposas redimidas; 4 . A ambivalência difundida com respeito aos valores da maternidade, da vocação de cuidar da casa, e de muitos ministérios realizados historicamente pelas mulheres; 5 . O aumento de demandas de legitimidade de relações sexuais que sempre foram consideradas bíblica e historicamente ilícitas ou perversas, e o aumento da representação pornográfica da sexualidade humana; 6 . O aumento de abuso físico e emocional na família; 7 . O surgimento de papéis para homens e mulheres na liderança da igreja que não concordam com o ensino bíblico, pelo contrário, resultam na debilidade do testemunho biblicamente fiel; 8 . A crescente prevalência e aceitação de hermenêuticas estranhas planejadas para reinterpretar o significado já claro dos textos bíblicos; 9 . A resultante ameaça a autoridade bíblica que tanto se compromete à clareza das Escrituras e a acessibilidade de seu significado para pessoas simples é levada ao âmbito restringido da ingenuidade técnica; 10 . E por detrás de tudo isto, a aparente adaptação de alguns dentro da igreja ao espírito deste século a expensas de uma autenticidade bíblica atraente e radical, a qual mediante o poder do Espírito Santo pode reformar, em vez de refletir, nossa cultura decadente. Propósitos Afirmações Baseados em nosso entendimento dos ensinos bíblicos, afirmamos o seguinte: 1.  Tanto Adão como Eva foram criados à imagem de Deus, iguais perante Ele como pessoas e distintos em sua masculinidade e feminilidade. (Gen 1:26-27, 2:18) 2.  A distinção entre os papéis masculinos e femininos é ordenada por Deus como parte da ordem criada e devem encontrar eco no coração de cada ser humano. (Gen 2:18, 21-24; 1 Cor 11:7-9; 1 Tim 2:12-14). 3.  A liderança de Adão no matrimonio foi estabelecida por Deus antes da queda, e não resultou do pecado. (Gen 2:16-18, 21-24, 3:1-13; 1 Cor 11:7-9). 4.  A queda introduziu distorções nas relações entre homens e mulheres. (Gen 3:1-7, 12, 16). Em lugar, da liderança amorosa e humilde, o marido tende a ser substituído pelo domínio ou pela passividade; a submissão inteligente e voluntária da esposa tende a ser substituída pela usurpação ou pela imitação servil. Na igreja, o pecado fez com que os homens se inclinem para o amor mundano pelo poder ou o abandono da responsabilidade espiritual, e as mulheres a resistir as limitações em seus papéis ou a descuidar do uso de seus dons nos ministérios apropriados. 5.  O Velho Testamento, assim como o Novo Testamento, manifestam o valor e a dignidade, igualmente altos, que Deus atribuiu aos papéis dos homens e das mulheres. (Gen 1:26-27, 2:18; Gal 3:28). Tanto o Velho como o Novo Testamento, também afirmam o princípio da liderança masculina na família e na comunidade do pacto. (Gen 2:18; Efe 5:21-33; Col 3:18-19; 1 Tim 2:11-15). 6.  A redenção em Cristo tem por propósito remover as distorções introduzidas pela maldição. Na família, os maridos devem abandonar a liderança cruel e egoísta e crescer em amor e cuidado por suas esposas; as esposas devem abandonar a resistência à autoridade de seus maridos e crescer em submissão voluntária e ditosa para com a liderança de seus maridos. (Efe 5:21-33; Col 3:18-19; Tit 2:3-5; 1 Ped 3:1-7). Na igreja, a redenção em Cristo dada aos homens e as mulheres é em parte igual às bênçãos da salvação; no entanto, alguns papéis de governo e ensino dentro da igreja são reservados para os homens. (Gal 3:28; 1 Cor 11:2-16; 1 Tim 2:11-15). 7.  Em tudo, na vida Cristo é a autoridade suprema e guia para os homens e as mulheres, de tal maneira que nenhuma submissão terrena — doméstica, religiosa ou civil — implica um mandato a seguir a uma autoridade humana que nos leve ao pecado. (Dn 3:10-18; At 4:19-20, 5:27-29; 1 Ped 3:1-2). 8.  Em ambos, homens como as mulheres, o sentido sincero de um chamado ao ministério nunca deve ser usado para reservar os critérios bíblicos para ministérios particulares. (1 Tim 2:11-15, 3:1-13; Tit 1:5-9). Pelo contrário, o ensino bíblico deve permanecer como a autoridade para examinar nosso discernimento subjetivo da vontade de Deus. 9.  Com a metade da população do mundo fora do alcance da evangelização nativa; com um sem-número de outras pessoas perdidas dentro daquelas sociedades que já ouviram o Evangelho; com as tensões e misérias de enfermidade, desnutrição, pessoas sem-teto, analfabetismo, ignorância, envelhecimento, vícios, crimes, encarceramento, neuroses e solidão; nenhum homem ou mulher que sente uma paixão divina de tornar conhecida Sua graça em palavra e obras, não tem por que viver sem cumprir um ministério para a glória de Cristo e o bem deste mundo perdido. (1 Cor 12:7-21). 10.  Estamos convencidos que a negligência ou o abandono destes princípios conduzirá a consequências cada vez mais destrutivas em nossas famílias, nossas igrejas e na cultura em geral. Sobre o CBMW  O propósito do Concílio de Masculinidade e Feminilidade Bíblica é apresentar os ensinos bíblicos sobre as diferenças complementares entre homens e mulheres, criados iguais à imagem de Deus, porque estes ensinos são essenciais para a obediência as Escrituras e para a saúde da família e da igreja. Tradução: Isaias Lobão Pereira Júnior 
 Publicado in: Professor Isaias lobão

A Declaração de Danvers sobre Masculinidade e Feminilidade Bíblica.

Em dezembro, 1987, o recém-formado Concílio sobre Masculinidade e Feminilidade Bíblica se reuniu em Danvers, Massachusetts, para produzir...

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A declaração de Nashville é uma declaração de fé evangélica-cristã sobre o papel da sexualidade e do gênero humano, autorizada pelo Conselho sobre a Masculinidade e Feminilidade Bíblicas (sigla em inglês, CBMW). A declaração apresenta a oposição dos signatários à sexualidade conforme postulada pelo movimento LGBT e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. A declaração foi publicada em agosto de 2017, durante a Conferência anual da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul dos EUA, en Nashvile, Tennessee. A declaração foi assinada por mais de 150 líderes envagélicos-cristãos, dos quais alguns seguem listados abaixo. No início do século vinte e um, os cristãos evangélicos encontram-se em um período de transição histórica. Inseridos em uma cultura ocidental cada vez mais pós-cristã que embarcou em um questionamento massivo do que significa de fato ser humano. Em geral, nossa era não mais discerne ou se deleita na beleza do propósito de Deus para a humanidade. Muitos negam que Deus tenha criado os seres humanos para Sua glória, e que Seus bons desígnios para nós incluam nossos propósitos pessoas e físicos como homem e mulher. É comum pensar que a identidade humana enquanto homem e mulher, não é parte do belo plano de Deus, mas, ao contrário, uma expressão das preferências pessoais de cada indivíduo. A jornada para a alegria completa e eterna através do bom propósito de Deus para suas criaturas é substituída pelo caminho de alternativas a curto prazo que, mais cedo ou mais tarde, destroem a vida humana e desonram a Deus. Esse espírito secular da nossa era representa um grande desafio para a igreja cristã. Será que a igreja cristã do Senhor Jesus Cristo perderá sua convicção bíblica, clareza, coragem e irá se misturar ao pensamento desse século? Ou ela permanecerá firme na palavra da verdade, encorajada em Jesus, sem vergonha de proclamar Seu caminho como o caminho para a vida? Ela manterá seu testemunho claro, remando contra a maré em um mundo que parece estar à beira da ruína? Para demonstrar nossa fidelidade nessa geração precisamos, novamente, declarar a história do mundo e nosso lugar nela – especialmente como homem e mulher. As Escrituras Sagradas nos ensinam que existe somente um Deus que é o Único Criador e Senhor de tudo. Somente a Ele todos devem gratidão genuína, louvor integral e total fidelidade. Este é o caminho não apenas para glorificar a Deus, mas para conhecermos a nós mesmos. Esquecer nosso Criador é esquecer quem somos, porque Ele nos fez para sermos Dele. Não podemos conhecer verdadeiramente a nós mesmos sem verdadeiramente conhecer Àquele que nos criou. Não criamos a nós mesmos. Não pertencemos a nós mesmos. Nossa real identidade, como homens e mulheres, é dada por Deus. Não é apenas tolice, mas inútil tentar fazer de nós mesmos o que Deus não nos criou para ser. Cremos que o desígnio de Deus para a sua criação e o seu caminho de salvação servem para lhe glorificar e nos trazer o maior bem. O bom plano de Deus nos proporciona maior liberdade. Jesus disse que veio para que pudéssemos ter vida e tê-la de forma transbordante. Ele é por nós e não contra nós. Portanto, na esperança de servir a igreja de Cristo e testemunhar publicamente os bons propósitos de Deus para a sexualidade humana revelada nas Escrituras, oferecemos as seguintes afirmações e negações. Artigo 1 AFIRMAMOS  que Deus criou o casamento para ser uma união vitalícia de compromisso, sexo e procriação entre um homem e uma mulher, marido e esposa, com o intuito de representar o compromisso de amor entre Cristo e sua noiva, a igreja. NEGAMOS  que Deus criou o casamento para que seja um relacionamento homossexual, polígamo ou poliamoroso. Também negamos que o casamento seja um contrato meramente humano, ao invés de um compromisso firmado diante de Deus. Artigo 2 AFIRMAMOS  que a vontade revelada de Deus para todas as pessoas é a castidade fora do casamento e a fidelidade dentro do casamento. NEGAMOS  que quaisquer afeições, desejos ou compromissos justificarão a relação sexual antes ou fora do casamento; também não justificarão qualquer forma de imoralidade sexual. Artigo 3 AFIRMAMOS  que Deus criou Adão e Eva, os primeiros seres humanos, a sua própria imagem, iguais diante de Deus como indivíduos, e diferentes como homem e mulher. NEGAMOS  que as diferenças divinamente estabelecidas entre homem e mulher oferecem a eles diferenças em sua dignidade ou valor. Artigo 4 AFIRMAMOS  que as diferenças divinamente estabelecidas entre homem e mulher refletem o propósito original de Deus para a criação e foram criadas para o bem da humanidade e seu crescimento. NEGAMOS  que tais diferenças são resultado da QUEDA ou que sejam uma tragédia a ser superada. Artigo 5 AFIRMAMOS  que as diferenças das estruturas reprodutivas masculinas e femininas são parte integral do plano de Deus para o conceito de homem ou mulher. NEGAMOS  que anomalias físicas ou condições psicológicas anulem a ligação criada por Deus entre o sexo biológico e o conceito pessoal de homem ou mulher. Artigo 6 AFIRMAMOS  que aqueles que nasceram com um transtorno físico de desenvolvimento sexual foram criados à imagem de Deus e tem valor e dignidade iguais a todos os outros que carregam essa imagem. Eles são reconhecidos por nosso Senhor Jesus, em Suas palavras como “eunucos porque nasceram assim.” Com todos os outros, eles são recebidos como fiéis seguidores de Jesus Cristo e devem aceitar seu sexo biológico na medida em que for conhecido. NEGAMOS  que as ambiguidades relacionadas com o sexo biológico do indivíduo o incapacitam de viver uma vida frutífera em alegre obediência a Cristo. Artigo 7 AFIRMAMOS  que o conceito pessoal de homem e mulher deve ser definido pelos propósitos santos de Deus na criação e redenção, como revelado nas Escrituras. NEGAMOS  que adotar um conceito pessoal homossexual ou transgênero seja condizente com os propósitos santos de Deus na criação e redenção. Artigo 8 AFIRMAMOS  que as pessoas que vivenciam atração sexual pelo mesmo sexo devem viver de forma frutífera agradando a Deus através da fé em Jesus Cristo, como, todo cristão, caminham em pureza de vida. NEGAMOS  que a atração sexual pelo mesmo sexo seja parte da bondade natural da criação original de Deus, ou que isso afaste essa pessoa da esperança do evangelho.  Artigo 9 AFIRMAMOS  que o pecado distorce os desejos sexuais os afastando do compromisso matrimonial e levando a imoralidade sexual – uma distorção que inclui tanto a imoralidade heterossexual como homossexual. NEGAMOS  que um padrão persistente de desejo pela imoralidade sexual justifique o comportamento imoral.  Artigo 10 AFIRMAMOS  que é pecaminoso aprovar a imoralidade sexual ou transgeneridade e que tal aprovação constitui um afastamento essencial da fidelidade e testemunho cristãos. NEGAMOS  que a aprovação da imoralidade sexual ou transgeneridade é uma questão de indiferença moral sobre a qual cristãos fiéis devem concordar em discordar.  Artigo 11 AFIRMAMOS  nossa responsabilidade de falar a verdade em amor em todo tempo, incluindo quando falamos para ou sobre outros homens ou mulheres. NEGAMOS  qualquer necessidade de falar de maneiras que desonrem o propósito de Deus para homens e mulheres que carregam a Sua imagem.  Artigo 12 AFIRMAMOS  que a graça de Deus em Cristo oferece tanto perdão misericordioso como poder transformador, e que esse perdão e poder capacitam um seguidor de Jesus a fazer morrer seus desejos pecaminosos e caminhar de forma digna do Senhor. NEGAMOS  que a graça de Deus em Cristo seja insuficiente para perdoar todos os pecados sexuais e para oferecer poder para santidade de qualquer crente que sinta-se atraído pelo pecado sexual.  Artigo 13 AFIRMAMOS  que a graça de Deus em Cristo permite que pecadores abandonem seu conceito pessoal transgênero e, pela benevolência divina, aceitem a relação ordenada por Deus entre o sexo biológico e o conceito pessoal de ser homem ou mulher. NEGAMOS  que a graça de Deus em Cristo sancione conceitos pessoais que sejam contrários à vontade revelada de Deus.  Artigo 14 AFIRMAMOS  que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar pecadores e que através da morte e ressurreição de Cristo o perdão dos pecados e a vida eterna estão disponíveis para todos que se arrependem de seus pecados e confiam somente em Jesus como Salvador, Senhor e tesouro supremo. NEGAMOS  que o braço do Senhor seja curto demais para salvar ou que qualquer pecador esteja além do seu alcance. 
 Entre os signatários estão: 
 Denny BurkPresident John Piper James Dobson Russell Moore J. I. Packer Wayne Grudem R. Albert Mohler, Jr. Tony Perkins D. A. Carson John MacArthur Sam Allberry R. C. Sproul Rosaria Butterfield Francis Chan Marvin Olasky Nancy DeMoss Wolgemuth Kevin DeYoung Mark Dever Dick Lucas Michal Horton Darrel Bock Jonathan Leeman Tradução: Tatiana Raia Bonassi Ribeiro Publicado in: Mulher da Palavra .

A Declaração de Nashville sobre sexualidade Bíblica

A declaração de Nashville é uma declaração de fé evangélica-cristã sobre o papel da sexualidade e do gênero humano, autorizada pelo...

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Por Jeff Robinson | Cal Ripken Junior se tornou um jogador de beisebol extraordinário por fazer uma coisa comum: ele apareceu para trabalhar. Ele fez isso várias vezes, um recorde de 2.632 vezes consecutivas. O homem da terceira base do hall da fama apareceu pela primeira vez no time titular do Baltimore Orioles em 30 de maio de 1982, em um jogo contra o Seattle Mariners, e seu nome não apareceu em 20 de setembro de 1998. Barry Bonds se tornou uma nota de rodapé na história do beisebol ao tentar fazer algo extraordinário: quebrar as regras do beisebol. Um dos mais temidos sluggers das décadas de 1990 e 2000, Bonds quebrou um dos recordes mais consagrados do jogo — a marca eternizada de 755 home run de Hank Aaron. Mas Bonds fez isso trapaceando. Nos últimos anos de sua carreira ele usou drogas que aumentaram artificialmente seu desempenho — e inflaram seus totais de home run, permitindo-lhe passar Aaron. Para muitos fãs, Bonds é o Benedict Arnold do beisebol. Por que começar um artigo do Blog Founders com essas anedotas do beisebol? Porque elas ilustram bem duas abordagens diferentes para o ministério — o caminho de Deus e o nosso. Na tradição reformada, a pregação, a oração e as ordenanças — o batismo e a Ceia do Senhor, têm sido frequentemente chamadas de “os meios ordinários da graça” porque formam o coração da adoração e os principais métodos de ministério em uma igreja bíblica fiel. Eles são os meios de Deus para transformar seu povo e devem formar o núcleo do ministério da igreja local. Mas temo que, em nosso bom e correto desejo de ver discípulos feitos e a igreja de Deus construída, nos deixemos levar pelo termo “comum”. Pense em Ripken aqui, não em Bonds. Graça não é comum A frase “meios ordinários da graça ” pode ser interpretada como sugerindo que a obra de Deus é enfadonha e nada espetacular, mas não há nada de comum na graça de Deus. Deus usa a proclamação pública de um livro, que tem pelo menos 6.000 anos em alguns lugares, e seu Espírito para fazer com que um exército gigantesco de seus inimigos o ame e deseje se juntar a sua família. Quais são os meios ordinários da graça? Na resposta à pergunta 95, o Catecismo de Keach os define da seguinte forma: Os meios externos e ordinários pelos quais Cristo nos comunica os benefícios da redenção são Suas ordenanças, especialmente a Palavra, o Batismo, a Ceia do Senhor e a Oração; todos os quais se tornam eficazes para a salvação dos eleitos. (Rm 10:17; Tg 1:18; 1 Co 3: 5; At 14: 1; 2: 41,42) Há alguns meses, um homem da minha cidade me disse que havia plantado uma nova igreja. Pedi a ele que me falasse um pouco mais sobre isso. Como apenas um homem das montanhas do norte da Georgia poderia colocar, ele disse: “Bem, não é muito. Apenas pregando, orando e cantando. ‘Acho que é o bastante’.” Bastante, de fato. Quando tentamos usar meios extraordinários Isso é bastante porque coisas trágicas acontecem quando trocamos os meios da graça de Deus pelos nossos — ou quando fazemos mau uso de seus meios. Pergunte aos filhos de Arão, Nadabe e Abiú. Enquanto lidavam com as coisas sagradas na adoração a Deus, eles ofereceram de modo rebelde fogo estranho no altar de Deus — um meio de adoração que o Senhor não ordenou. O resultado? Deus os vaporizou em sua ira. Somente atente ao Israel do Antigo Testamento, que abraçou o panteão de divindades adoradas pelas nações ao seu redor, e Deus usou a Assíria e a Babilônia — nações iníquas, como instrumentos de julgamento. Claro, Deus em sua santidade se voltou e derramou seu julgamento sobre aquelas nações por seus pecados também. Um dos princípios da Reforma frequentemente pouco discutidos foi o da simplicidade. Obedecer a Deus é sempre melhor. Um dos princípios da Reforma frequentemente pouco discutidos foi o da simplicidade. Ou seja, adoração, ministério e todas as coisas que o acompanham (incluindo a arquitetura de uma igreja) devem ser simples. Meu amigo do norte da Georgia estava ciente de algo que nós — mesmo em nossos motivos corretos de ver o povo de Deus edificado e pecadores vindo a Cristo, frequentemente esquecemos: Deus realiza sua obra extraordinária de despertar espiritual por meio de pessoas comuns e coisas comuns. Quando usamos os meios ordinários de Deus Em Atos 2:23, Pedro pregou “este Jesus, entregue de acordo com o plano definido e presciência de Deus, crucificado por vocês e morto pelas mãos de homens sem lei,” e no versículo 41 lemos, “… foram acrescentadas naquele dia (à igreja) cerca de três mil almas”. A “loucura da pregação” tem um poder que confunde nossa sabedoria, pois o que o mundo vê como fraco é forte aos olhos de Deus e vice-versa (2 Co 12:1–10). Atos 2:42 nos diz que toda a igreja “se devotou” aos meios ordinários da graça: “E se devotaram ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações”. Em Atos 13, Paulo e Barnabé pregaram o evangelho com ousadia aos gentios e Deus trouxe o despertar: “E quando os gentios ouviram isso, começaram a regozijar-se e a glorificar a palavra do Senhor, e todos os que foram designados para a vida eterna creram. E a palavra do Senhor estava se espalhando por toda a região”. A conversão de Charles Spurgeon é uma das ilustrações mais notáveis ​​do poder da Palavra de Deus na história da igreja. Spurgeon, aos 15 anos, entrou em uma primitiva Igreja Metodista em um domingo para escapar de uma tempestade de neve. O pregador regular estava ausente e um substituto subiu ao púlpito e simplesmente leu Isaías 45:22 — “Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da terra; porque eu sou Deus e não há outro”. Deus golpeou Spurgeon no coração e atraiu-o de forma salvadora para si mesmo. O impacto de Spurgeon no reino de Cristo desafia a imaginação. Mas tudo começou com a simples leitura das Escrituras. Quando usamos os meios ordinários de Deus, obtemos o poder de Deus com eles. Existem muitas razões para construir nossas igrejas em torno de um ministério dos chamados “meios ordinários de graça” de Deus. Aqui estão cinco: 1. Os meios ordinários da transformação de Deus são atemporais. A Palavra de Deus é a verdade eterna. Deus não muda, nem sua Palavra. O liberalismo protestante argumentou que o cristianismo deve mudar ou morrer. Hoje, as igrejas que aceitaram essa mensagem estão morrendo. Pela graça insondável de Deus, as igrejas que pregam o evangelho de Jesus Cristo hoje estão crescendo. 2. Os meios ordinários da graça de Deus podem ser implantados por qualquer igreja fiel. Eu pastoreio uma igreja de aproximadamente 60 pessoas. Certamente desejamos crescer tanto em graça quanto em número, mas não temos que esperar até que tenhamos tijolos e argamassa ou um sistema de som de primeira linha para ser uma igreja válida fazendo um ministério válido centrado na Palavra. Oro para que sejamos fiéis em fazer isso agora em todas as áreas de nosso pequeno ministério. Não temos orgulho de sermos pequenos — esse é um problema de coração diferente, mas nossos presbíteros e membros simplesmente confiam em Deus para honrar sua Palavra. 3. Os meios ordinários da graça de Deus não requerem inovação extraordinária. Na economia de Deus, o fraco é forte e o forte é fraco (2Co 12:1–10). Portanto, o princípio para o sucesso no ministério é a fidelidade perseverante. Os meios ordinários da graça aparecem aos olhos da maioria como patéticos e insignificantes, com muito pouco potencial para realizar qualquer coisa de amplo impacto. Mas Deus trabalha assim. Ele usa um profeta rebelde para levar as boas novas a Nínive. Ele transforma um discípulo fraco, hesitante e que o nega três vezes em um dos pregadores mais ousados ​​que o mundo já viu. Embora sejamos profundamente falhos e desesperadamente fracos, Ele nos usa. 4. Os meios ordinários da graça de Deus promovem a humildade e a adoração com reverência e temor. Quando Deus define a agenda e nós a seguimos, estamos admitindo que ele é soberano e nós não. Quando empregamos seus meios, estamos dizendo: “Tu és Deus e eu não, Tu se revelaste nas Escrituras e eu, com alegria e boa vontade, me submeto à sua sabedoria”. Isso é humildade. Quando nos humilhamos então estamos posicionados para adorar a Deus com reverência, temor e ação de graças, porque Ele fez isso, não nós. 5. Usar os meios ordinários da graça de Deus corretamente é um ato de fé. Em Mateus 16, Jesus prometeu: “Eu edificarei minha igreja e as portas do inferno não a vencerão”. Deus edifica sua igreja sobre o fundamento dos apóstolos e profetas — que significa sua Palavra, com Cristo Jesus (a soma e a substância da Palavra) como a pedra angular (Ef 2:20). Os meios ordinários da graça são o carpinteiro divinamente designado e movido pelo Espírito da igreja de Deus. A Palavra de Deus e o Espírito de Deus conspiram para formar o motor que puxa os carros pelos trilhos da salvação e santificação. Devemos ministrá-los fielmente com toda a paixão e energia que Deus nos dá e com a confiança de que Ele os usará para realizar sua obra milagrosa de transformar pecadores em santos. Sem atalhos Em um nível puramente humano, nossa tarefa como líderes da igreja local é simples. Como Cal Ripken, devemos comparecer a cada Dia do Senhor e a cada evangelismo realizado, dia após dia, semana após semana, ano após ano, e ser fiéis para ministrar seus meios ordinários da graça e então assistir nosso grande Deus construir sua igreja de um modo como o mundo, com todas as suas coisas extraordinárias, nunca será capaz de explicar. Dr.  Jeff Robinson  é editor sênior do The Gospel Coalition. Bacharel em jornalismo pela University of Georgia, Master of Divinity em estudos bíblicos e teológicos e PhD em Teologia Histórica com ênfase em História Batista pelo Southern Baptist Theological Seminary, Louisville, Kentucky. Ele é pastor da New City Church em Louisville, KY. Jeff e sua esposa Lisa são casados ​​há 19 anos e têm quatro filhos. Traduzido por Tiago Silva Texto Original: God’s Ordinary Means of Grace Are All You Need  In: Founders Ministries

Os meios ordinários da graça de Deus são tudo que você precisa

Por Jeff Robinson | Cal Ripken Junior se tornou um jogador de beisebol extraordinário por fazer uma coisa comum: ele apareceu para...

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Por Stephen O. Presley | Uma das ironias surpreendentes que a nossa cultura na igreja enfrenta é o simples fato de que à medida que o acesso à Bíblia aumentou a capacidade de lê-la diminuiu. Nos últimos anos, muitos observaram este problema crescente (veja estudo da LifeWay aqui 1  ) e alguns, como Ed Stetzer, propuseram soluções (veja aqui 2  e aqui 3 ) que defendem, entre outras coisas, o discipulado mais intenso e pequenos grupos de estudos bíblicos. Certamente essas práticas ajudarão e oro para que mais igreja as implementem. Mas, também quero propor um remédio adicional: retomar o amor pela leitura pública das Escrituras [1]. Eu não presumo que a leitura comunitária das Escrituras solucionará sozinha o problema, mas ela também não pode prejudicar. Se ao menos por algum momento, ela unir toda a igreja num ato comunal de ouvir e se envolver com a Palavra de Deus ela pode nos ajudar a progredir gradualmente em esconder a Palavra em nossos corações. 
 A leitura pública das Escrituras nas Escrituras Não há dúvida de que as exortações à leitura comunitária das Escrituras ocorrem tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Poderíamos recorrer às palavras de Moisés, entregues ao povo enquanto aguardavam do outro lado do Jordão, prontos para entrar na terra prometida (Deuteronômio 1.1 ff ), ou quando Esdras leu a Lei publicamente para a nação remanescente após o exílio (Neemias 8.1 ff ). No entanto, o Novo Testamento dá diretrizes apostólicas claras para ler as Escrituras publicamente. Por exemplo, o apóstolo Paulo encarrega seu discípulo Timóteo a “aplicar-se à leitura, à exortação e ao ensino” (1 Timóteo 4.13). Ele também ordena a igreja em Colossos a ler sua carta e depois repassá-la a igreja em Laodicéia (Colossenses 4.16). O apóstolo João exorta a leitura pública do Apocalipse quando ele escreve: “Bem-aventurados os que leem e também os que ouvem…” (Apocalipse 1.3). Seguindo esses exemplos e exortações, a igreja primitiva sempre prezou pela leitura pública das Escrituras. Eles não podiam imaginar um culto sem alguém que lesse boas porções das Escrituras extraídas do cânon. A ideia de que um pastor pudesse ler apenas alguns versos (ou nenhum verso!) e depois entreter a congregação por quarenta minutos com histórias engraçadas e referências da cultura popular, seria para eles na melhor das hipóteses algo bizarro. Ao contrário, a igreja primitiva acreditava que o encontro regular com a Palavra de Deus, por meio da leitura comunitária das Escrituras, era um dos atos mais espiritualmente formativos para o povo de Deus. Na igreja primitiva, a leitura pública das Escrituras não era um exercício banal feito por obrigação, mas uma parte vital do culto comunitário da igreja e eles pensavam cuidadosamente sobre (dentre outras coisas) as passagens que eram lidas, o caráter do leitor e o estilo da leitura. 	 Em primeiro lugar, a igreja primitiva pensou cuidadosamente sobre o conteúdo da leitura pública das Escrituras. Nos primeiros dias, eles provavelmente seguiram as práticas de leitura comunitária da sinagoga judaica, mas à medida que os escritos do Novo Testamento circulavam, eles começaram a ler tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. Então, na metade do século II, encontramos Justino Mártir reunindo-se com sua congregação local em Roma para ler tanto as “memórias dos apóstolos” (provavelmente os Evangelhos, mas talvez também outros escritos apostólicos) quanto os escritos dos profetas. Justino até mesmo nos diz que eles leem “enquanto o tempo permitir” (que devem ter sido, ao menos, vários capítulos!) e apenas após o leitor terminar que o ministro começa uma exortação [2]. Lá pelo século IV, nós vemos evidência nos escritos de Eusébio de que houve na igreja um longo debate sobre quais textos deveriam ou não deveriam ser lidos no culto [3]. Quando as igrejas escolhiam as leituras tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, elas normalmente seguiam a prática da lectio continua , significando que elas liam através dos livros bíblicos consecutivamente, semana após semana. Elas também organizaram suas leituras com porções da Lei, Profetas, Evangelhos e Epístolas, garantindo que seu povo recebesse uma dieta bem equilibrada de toda a revelação de Deus [4]. 	 Em segundo lugar, a igreja se preocupava com quem estava lendo as Escrituras. Abrir o texto e ler as palavras dos profetas e apóstolos não era um ofício que a igreja cumpria levianamente. Pelo contrário, eles designavam indivíduos específicos para ler e já no século II há referência ao ofício do “leitor” [5]. Enquanto os primeiros leitores na igreja provavelmente eram apenas os membros alfabetizados da congregação, por fim a igreja começou a avaliar as qualificações morais e espirituais à semelhança das exigências dos outros ministros [6]. Afinal, não deveriam as pessoas que estavam diante da congregação, proclamando a Palavra de Deus, ser seriamente comprometidas com as palavras que elas liam? Em um caso fascinante, Cipriano de Cartago nomeou um “confessor” — ou alguém que confessou fielmente a Cristo sob interrogatório e foi liberado mais tarde, como um leitor em sua igreja. Cipriano entendeu que a congregação seria tocada quando ouvisse a boca de uma testemunha fiel ler em alta voz as palavras das Sagradas Escrituras [7]. A questão é que não era qualquer pessoa que estava qualificada a permanecer diante do povo de Deus e ler a Palavra de Deus, mas somente aqueles que amavam a Deus, guardavam a Palavra de Deus e se submetiam humildemente aos ensinamentos das Escrituras. 	 Em terceiro lugar, a igreja apreciava a leitura habilidosa das Escrituras. Por fim, na igreja primitiva, a leitura pública não era (como alguns podem imaginar hoje) entediante. Eles não defenderam uma leitura seca e monótona que percorria lentamente através do texto. A leitura pública na igreja primitiva era uma apresentação animada e imaginativa, onde o leitor interpretava o texto através de gestos, timbre, entonação, ritmo e cadência. Em muitos casos, as Escrituras eram cantadas com ou sem acompanhamento musical. O leitor entendia que a leitura pública era uma forma de interpretação e todos os aspectos da apresentação oral ajudavam a comunicar a Palavra de Deus ao povo de Deus. Por exemplo, Irineu de Lião — um pai da igreja primitiva, observou que os hereges não sabiam como ler Paulo, pois eles ignoravam a gramática e não conseguiam fazer pausa nos intervalos apropriados. Irineu assegurava aos seus leitores que tudo isso influencia a maneira como as Escrituras são interpretadas e compreendidas. Isso também significa que aquele que lê as Escrituras comunitariamente não era um membro da congregação escolhido aleatoriamente cinco minutos antes do culto começar, mas um estudante sério das Escrituras, que estudou a pronúncia e as nuances de cada passagem. 
 Retomando o amor à leitura pública das Escrituras Toda essa reflexão sobre a leitura pública das Escrituras na igreja primitiva nos leva de volta aos exemplos de Moisés, Esdras, Paulo, João e da igreja primitiva que recebeu suas exortações, bem como à questão maior da alfabetização bíblica. Embora eu creia que haja muitas maneiras de solucionar o problema da alfabetização bíblica, acredito que gastar um pouco mais de tempo lendo as Escrituras no culto certamente ajudaria. O exemplo da leitura pública das Escrituras na igreja primitiva lembra-nos que cultivar essa arte não acontece por acaso, antes requer reflexão e preparação cuidadosa. Mas talvez, se desejamos que nosso povo retome o amor pela Palavra de Deus, pode valer o esforço. Stephen O. Presley  (Ph.D., University of St Andrews, Scotland) é Associate Professor of Church History and Director of the Center for Early Christian Studies no Southwestern Baptist Theological Seminary. Ele tem servido a igreja através de várias funções ministeriais. Referências: [1] Para uma boa introdução à prática da leitura pública das Escritura, veja: Harry Gamble, Books and Readers in the Early Church, 205–31. [2] Justin Martyr, I Apologia, 67. [3] Para algumas discussões sobre quais textos devem ou não serem lidos na igreja, veja: Eusebius, Ecclesiastical History, 2.23.25, 3.3.6, 4.23.11, ou 6.12.3–4. [4] Gamble, Books and Readers in the Early Church, 217. [5] Por exemplo, veja as primeiras referências a um “leitor” em: Tertullian, Prescription against Heretics, 41 e Hippolytus of Rome, On the Apostolic Tradition, 1.12. [6] Gamble, Books and Readers in the Early Church, 221–23. [7] Cyprian of Carthage, Epistle 32.2. Traduzido por Tiago Silva Texto original: Recapturing a Love for Public Scripture Reading. In Center For Baptist Renewal

Retomando o Amor à Leitura Pública das Escrituras

Por Stephen O. Presley | Uma das ironias surpreendentes que a nossa cultura na igreja enfrenta é o simples fato de que à medida que o...

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NOTA:  Esta foi a Declaração que deu origem ao Concílio Internacional sobre Inerrância Bíblica (ICBI - International Council on Biblical Inerrancy ), um esforço comum interdominacional de centenas de eruditos e líderes evangélicos para defender a inerrância bíblica contra os conceitos da Escritura de tendência liberal e neo-ortodoxa. A Declaração foi produzida Hyatt Regency O'Hare, em Chicago, no verão de 1978, durante uma conferência internacional suprema de líderes evangélicos interessados. Ela foi assinada por aproximadamente 300 eruditos evangélicos famosos, incluindo Boice, Norman L. Geisler, John Gerstner, Carl F. H. Henry, Kenneth Kantzer, Harold Lindsell, John Warwick Montgomery, Roger Nicole, J.I. Packer, Robert Preus, Earl Radmacher, Francis Schaeffer, R.C. Sproul e John Wenham. A ICBI se despediu em 1988 com sua obra completa. O congresso no final das contas produziu três maiores declarações: esta sobre inerrância bíblica, em 1978; uma sobre hermenêutica bíblica, em 1982, e uma sobre aplicação bíblica, em 1986. A Declaração a seguir discorre sobre a doutrina da inerrância das Escrituras, esclarecendo-nos sobre o que isso vem a ser e advertindo-nos contra a sua negação. Estamos convencidos de que negá-la é ignorar o testemunho dado por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo, e rejeitar aquela submissão às reivindicações da própria palavra de Deus. Diante da enxurrada de desvios doutrinários que tem invadido a Igreja, é dever de cada crente manter-se firmemente apegado à Escritura, tendo como certa a sua suficiência e a sua inerrância. 
 
 A Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia 
 Prefácio A autoridade das Escrituras é um tema chave para a igreja cristã, tanto desta quanto de qualquer outra época. Aqueles que professam fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador são chamados a demonstrar a realidade de seu discipulado cristão mediante obediência humilde e fiel à Palavra escrita de Deus. Afastar-se das Escrituras, tanto em questões de fé quanto em questões de conduta, é deslealdade para com nosso Mestre. Para que haja uma compreensão plena e uma confissão correta da autoridade das Sagradas Escrituras é essencial um reconhecimento da sua total veracidade e confiabilidade. A Declaração a seguir afirma sob nova forma essa inerrância das Escrituras, esclarecendo nosso entendimento a respeito dela e advertindo contra sua negação. Estamos convencidos de que nega-la é ignorar o testemunho dado por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo, e rejeitar aquela submissão às reivindicações da própria palavra de Deus, submissão esta que caracteriza a verdadeira fé cristã. Entendemos que é nosso dever nesta hora fazer esta afirmação diante dos atuais desvios da verdade da inerrância entre nossos irmãos em Cristo e diante do entendimento errôneo que esta doutrina tem tido no mundo em geral. Esta Declaração consiste de três partes: uma Declaração Resumida, Artigos de Afirmação e Negação, e uma Explanação. Preparou-se a Declaração durante uma consulta de três dias de duração, realizada em Chicago, nos Estados Unidos. Aqueles que subscreveram a Declaração Resumida e os Artigos desejam expressar suas próprias convicções quanto à inerrância das Escrituras e estimular e desafiar uns aos outros e a todos os cristãos a uma compreensão e entendimento cada vez maiores desta doutrina. Reconhecemos as limitações de um documento preparado numa conferência rápida e intensiva e não propomos que esta Declaração receba o valor de um credo. Regozijamo-nos, no entanto, com o aprofundamento de nossas próprias convicções através dos debates que tivemos juntos, e oramos para que esta Declaração que assinamos seja usada para a glória de Deus com vistas a uma nova reforma na Igreja no que tange a sua fé, vida e missão. Apresentamos esta Declaração não num espírito de contenda, mas de humildade e amor, o que, com a graça de Deus, pretendemos manter em qualquer diálogo que, no futuro, surja daquilo que dissemos. Reconhecemos (...) que muitos que negam a inerrância das Escrituras não apresentam em suas crenças e comportamento as conseqüências dessa negação, e estamos conscientes de que nós, que confessamos essa doutrina, freqüentemente a negamos em nossa vida, por deixarmos de trazer nossos pensamentos e orações, tradições e costumes, em verdadeira sujeição à Palavra divina. Qualquer pessoa que veja razões, à luz das Escrituras, para fazer emendas às afirmações desta Declaração sobre as próprias Escrituras (sob cuja autoridade infalível estamos, enquanto falamos), é convidada a fazê-lo. Não reivindicamos qualquer infalibilidade pessoal para o testemunho que damos, e seremos gratos por qualquer ajuda que nos possibilite fortalecer este testemunho acerca da Palavra de Deus. 
 A COMISSÃO DE REDAÇÃO 
 Uma Breve Declaração Deus, sendo Ele Próprio a Verdade e falando somente a verdade, inspirou as Sagradas Escrituras a fim de, desse modo, revelar-Se à humanidade perdida, através de Jesus Cristo, como Criador e Senhor, Redentor e Juiz. As Escrituras Sagradas são o testemunho de Deus sobre Si mesmo. As Escrituras Sagradas, sendo apropria Palavra de Deus, escritas por homens preparados e supervisionados por Seu Espírito, possuem autoridade divina infalível em todos os assuntos que abordam: devem ser cridas, como instrução divina, em tudo o que afirmam; obedecidas, como mandamento divino, em tudo o que determinam; aceitas, como penhor divino, em tudo que prometem. O Espírito Santo, seu divino Autor, ao mesmo tempo no-las confirma através de Seu testemunho interior e abre nossas mentes para compreender seu significado. Tendo sido na sua totalidade e verbalmente dadas por Deus, as Escrituras não possuem erro ou falha em tudo o que ensinam, quer naquilo que afirmam a respeito dos atos de Deus na criação e dos acontecimentos da história mundial, quer na sua própria origem literária sob a direção de Deus, quer no testemunho que dão sobre a graça salvadora de Deus na vida das pessoas. A autoridade das Escrituras fica inevitavelmente prejudicada, caso essa inerrância divina absoluta seja de alguma forma limitada ou desconsiderada, ou caso dependa de um ponto de vista acerca da verdade que seja contrário ao próprio ponto de vista da Bíblia; e tais desvios provocam sérias perdas tanto para o indivíduo quanto para a Igreja. 
 Artigos de Afirmação e Negação Artigo I. Afirmamos que as Sagradas Escrituras devem ser recebidas como a Palavra oficial de Deus. Negamos que a autoridade das Escrituras provenha da Igreja, da tradição ou de qualquer outra fonte humana. 
 Artigo II. Afirmamos que as Sagradas Escrituras são a suprema norma escrita, pela qual Deus compele a consciência, e que a autoridade da Igreja está subordinada à das Escrituras. Negamos que os credos, concílios ou declarações doutrinárias da Igreja tenham uma autoridade igual ou maior do que a autoridade da Bíblia. 
 Artigo III. Afirmamos que a Palavra escrita é, em sua totalidade, revelação dada por Deus. Negamos que a Bíblia seja um mero testemunho a respeito da revelação, ou que somente se torne revelação mediante encontro, ou que dependa das reações dos homens para ter validade. 
 Artigo IV Afirmamos que Deus, que fez a humanidade à Sua imagem, utilizou a linguagem como um meio de revelação. Negamos que a linguagem humana seja limitada pela condição de sermos criaturas, a tal ponto que se apresente imprópria como veículo de revelação divina. Negamos ainda mais que a corrupção, através do pecado, da cultura e linguagem humanas tenha impedido a obra divina de inspiração. 
 Artigo V Afirmamos que a revelação de Deus dentro das Sagradas Escrituras foi progressiva. Negamos que revelações posteriores, que podem completar revelações mais antigas, tenham alguma vez corrigido ou contrariado tais revelações. Negamos ainda mais que qualquer revelação normativa tenha sido dada desde o término dos escritos do Novo Testamento. 
 Artigo VI Afirmamos que a totalidade das Escrituras e todas as suas partes, chegando às próprias palavras do original, foram por inspiração divina. Negamos que se possa corretamente falar de inspiração das Escrituras, alcançando-se o todo mas não as partes, ou algumas partes mas não o todo. 
 Artigo VII Afirmamos que a inspiração foi a obra em que Deus, por Seu Espírito, através de escritores humanos, nos deus Sua palavra. A origem das Escrituras é divina. O modo como se deu a inspiração permanece em grande parte um mistério para nós. Negamos que se possa reduzir a inspiração à capacidade intuitiva do homem, ou a qualquer tipo de níveis superiores de consciência. 
 Artigo VIII Afirmamos que Deus, em Sua obra de inspiração, empregou as diferentes personalidades e estilos literários dos escritores que Ele escolheu e preparou. Negamos que Deus, ao fazer esses escritores usarem as próprias palavras que Ele escolheu, tenha passado por cima de suas personalidades. 
 Artigo IX Afirmamos que a inspiração, embora não outorgando o­nisciência, garantiu uma expressão verdadeira e fidedigna em todas as questões sobre as quais os autores bíblicos foram levados a falar e a escrever. Negamos que a finitude ou a condição caída desses escritores tenha, direta ou indiretamente, introduzido distorção ou falsidade na Palavra de Deus. 
 Artigo X Afirmamos que, estritamente falando, a inspiração diz respeito somente ao texto autográfico das Escrituras, o qual, pela providência de Deus, pode-se determinar com grande exatidão a partir de manuscritos disponíveis. Afirmamos ainda mais que as cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de Deus na medida em que fielmente representam o original. Negamos que qualquer aspecto essencial da fé cristã seja afetado pela falta dos autógrafos. Negamos ainda mais que essa falta torne inválida ou irrelevante a afirmação da inerrância da Bíblia. 
 Artigo XI Afirmamos que as Escrituras, tendo sido dadas por inspiração divina, são infalíveis, de modo que, longe de nos desorientar, são verdadeiras e confiáveis em todas as questões de que tratam. Negamos que seja possível a Bíblia ser, ao mesmo tempo infalível e errônea em suas afirmações. Infalibilidade e inerrância podem ser distinguidas, mas não separadas. 
 Artigo XII Afirmamos que, em sua totalidade, as Escrituras são inerrantes, estando isentas de toda falsidade, fraude ou engano. Negamos que a infalibilidade e a inerrância da Bíblia estejam limitadas a assuntos espirituais, religiosos ou redentores, não alcançando informações de natureza histórica e científica. Negamos ainda mais que hipóteses científicas acerca da história da terra possam ser corretamente empregadas para desmentir o ensino das Escrituras a respeito da criação e do dilúvio. 
 Artigo XIII Afirmamos a propriedade do uso de inerrância como um termo teológico referente à total veracidade das Escrituras. Negamos que seja correto avaliar as Escrituras de acordo com padrões de verdade e erro estranhos ao uso ou propósito da Bíblia. Negamos ainda mais que a inerrância seja contestada por fenômenos bíblicos, tais como uma falta de precisão técnica contemporânea, irregularidades de gramática ou ortografia, descrições da natureza feitas com base em observação, referência a falsidades, uso de hipérbole e números arredondados, disposição tópica do material, diferentes seleções de material em relatos paralelos ou uso de citações livres. 
 Artigo XIV Afirmamos a unidade e a coerência interna das Escrituras. Negamos que alegados erros e discrepâncias que ainda não tenham sido solucionados invalidem as declarações da Bíblia quanto à verdade. 
 Artigo XV Afirmamos que a doutrina da inerrância está alicerçada no ensino da Bíblia acerca da inspiração. Negamos que o ensino de Jesus acerca das Escrituras possa ser desconhecido sob o argumento de adaptação ou de qualquer limitação natural decorrente de Sua humanidade. 
 Artigo XVI Afirmamos que a doutrina da inerrância tem sido parte integrante da fé da Igreja ao longo de sua história. Negamos que a inerrância seja uma doutrina inventada pelo protestantismo escolástico ou que seja uma posição defendida como reação contra a alta crítica negativa. 
 Artigo XVII Afirmamos que o Espírito Santo dá testemunho acerca das Escrituras, assegurando aos crentes a veracidade da Palavra de Deus escrita. Negamos que esse testemunho do Espírito Santo opere isoladamente das Escrituras ou em oposição a elas. 
 Artigo XVIII Afirmamos que o texto das Escrituras deve ser interpretado mediante exegese histórico-gramatical, levando em conta suas formas e recursos literários, e que as Escrituras devem interpretar as Escrituras. Negamos a legitimidade de qualquer abordagem do texto ou de busca de fontes por trás do texto que conduzam a um revigoramento, desistorização ou minimização de seu ensino, ou a uma rejeição de suas afirmações quanto à autoria. 
 Artigo XIX Afirmamos que uma confissão da autoridade, infalibilidade e inerrância plenas das Escrituras é vital para uma correta compreensão da totalidade da fé cristã. Afirmamos ainda mais que tal confissão deve conduzir a uma conformidade cada vez maior à imagem de Cristo. Negamos que tal confissão seja necessária para a salvação. Contudo, negamos ainda mais que se possa rejeitar a inerrância sem graves conseqüências, quer para o indivíduo quer para a Igreja. 
 Explanação Nossa compreensão da doutrina da inerrância deve dar-se no contexto mais amplo dos ensinos das Escrituras sobre si mesma. Esta explanação apresenta uma descrição do esboço da doutrina, na qual se baseiam nossa breve declaração e os artigos. 
 Criação, Revelação e Inspiração O Deus Triúno, que formou todas as coisas por Sues proferimentos criadores e que a tudo governa pela Palavra de Sua vontade, criou a humanidade à Sua própria imagem para uma vida de comunhão consigo mesmo, tendo por modelo a eterna comunhão da comunicação dentro da Divindade. Como portador da imagem de Deus, o homem deve ouvir a Palavra de Deus dirigida a ele e reagir com a alegria de uma obediência em adoração. Além da auto-revelação de Deus na ordem criada e na seqüência de acontecimentos dentro dessa ordem, desde Adão os seres humanos têm recebido mensagens verbais dEle, quer diretamente, conforme declarado nas Escrituras, quer indiretamente na forma de parte ou totalidade das próprias Escrituras. Quando Adão caiu, o Criador não abandonou a humanidade ao juízo final, mas prometeu salvação e começou a revelar-Se como Redentor numa seqüência de acontecimentos históricos centralizados na família de Abraão e que culminam com a vida, morte, ressurreição, atual ministério celestial e a prometida volta de Jesus Cristo. Dentro desse arcabouço, de tempos em tempos Deus tem proferido palavras específicas de juízo e misericórdia, promessa e mandamento, a seres humanos pecaminosos, de modo a conduzi-los a um relacionamento, uma aliança, de compromisso mútuo entre as duas partes, mediante o qual Ele os abençoa com dons da graça, e eles O bendizem numa reação de adoração. Moisés, que Deus usou como mediador para transmitir Suas palavras a Seu povo à época do êxodo, está no início de uma longa linhagem de profetas em cujas bocas e escritos Deus colocou Suas palavras para serem entregues a Israel. O propósito de Deus nesta sucessão de mensagens era manter Sua aliança ao fazer com que Seu povo conhecesse Seu Nome, isto é, Sua natureza, e tantos preceitos quanto os propósitos de Sua vontade, quer para o presente, que para o futuro. Essa linhagem de porta-vozes proféticos da parte de Deus culminou em Jesus Cristo, a Palavra encarnada de Deus, sendo Ele um profeta (mais do que um profeta, mas não menos do que isso), e nos apóstolos e profetas da primeira geração de cristãos. Quando a mensagem final e culminante de Deus, Sua palavra ao mundo a respeito de Jesus Cristo, foi proferida e esclarecida por aqueles que pertenciam ao círculo apostólico, cessou a seqüência de mensagens reveladas. Daí por diante, a Igreja devia viver e conhecer a Deus através daquilo que Ele já havia dito, e dito para todas as épocas. No Sinai, Deus escreveu os termos de Sua aliança em tábuas de pedra, como Seu testemunho duradouro e para ser permanentemente acessível, e ao longo do período de revelação profética e apostólica levantou homens para escreverem as mensagens dadas a eles e através deles, junto com os registros que celebravam Seu envolvimento com Seu povo, além de reflexões éticas sobre a vida em aliança e de formas de louvor e oração em que se pede a misericórdia da aliança. A realidade teológica da inspiração na elaboração de documentos bíblicos corresponde à das profecias faladas: embora as personalidades dos escritores humanos se manifestassem naquilo que escreveram, as palavras foram divinamente dadas. Assim, aquilo que as Escrituras dizem, Deus diz; a autoridade das Escrituras é a autoridade de Deus, pois Ele é seu derradeiro Autor, tendo entregue as Escrituras através das mentes e palavras dos homens escolhidos e preparados, os quais, livre e fielmente, "falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21). Deve-se reconhecer as Escrituras Sagradas como a Palavra de Deus em virtude de sua origem divina. 
 Autoridade: Cristo e a Bíblia Jesus Cristo, o Filho de Deus, que é a Palavra (Verbo) feita carne, nosso Profeta, Sacerdote e Rei, é o Mediador último da comunicação de Deus ao homem, como também o é de todos os dons da graça de Deus. A revelação dada por Ele foi mais do que verbal; Ele também revelou o Pai mediante Sua presença e Seus atos. Suas palavras, no entanto, foram de importância crucial, pois Ele era Deus, Ele falou da parte do Pai, e Suas palavras julgarão ao todos os homens no último dia. Na qualidade de Messias prometido, Jesus Cristo é o tema central das Escrituras. O Antigo Testamento olhava para Ele no futuro; o Novo Testamento olha para trás, ao vê-lo em Sua primeira vinda, e para frente em Sua segunda vinda. As Escrituras canônicas são o testemunho divinamente inspirado e, portanto, normativo, a respeito de Cristo. Deste modo, não é aceitável alguma hermenêutica em que Cristo não seja o ponto central. Deve-se tratar as Escrituras Sagradas como aquilo que são em essência: o testemunho do Pai a respeito do Filho encarnado. Parece que o cânon do Antigo Testamento já estava estabelecido à época de Jesus. Semelhantemente, o cânon do Novo Testamento está encerrado na medida em que nenhuma nova testemunha apostólica do Cristo histórico pode nascer agora. Nenhuma nova revelação (distinta da compreensão que o Espírito dá acerca da revelação existente) será dada até que Cristo volte. O cânon foi criado no princípio por inspiração divina. A parte da Igreja foi discernir o cânon que Deus havia criado, não elaborar o seu próprio cânon. Os critérios relevantes foram e são: autoria (ou Sua confirmação), conteúdo e o testemunho confirmador do Espírito Santo. A palavra cânon, que significa regra ou padrão, é um indicador de autoridade, o que significa o direito de governar e controlar. No cristianismo a autoridade pertence a Deus em Sua revelação, o que significa, de um lado, Jesus Cristo, a Palavra viva, e, de outro, as Sagradas Escrituras, a Palavra escrita. Mas a autoridade de Cristo e das Escrituras são uma só. Como nosso Profeta, Cristo deu testemunho de que as Escrituras não podem falhar. Como nosso Sacerdote e Rei, Ele dedicou Sua vida terrena a cumprir a lei e os profetas, até ao ponto de morrer em obediência às palavras da profecia messiânica. Desta forma, assim como Ele via as Escrituras testemunhando dEle e de Sua autoridade, de igual modo, por Sua própria submissão às Escrituras, Ele testemunhou da autoridade delas. Assim como Ele se curvou diante da instrução de Seu Pai dada em Sua Bíblia (nosso Antigo Testamento), de igual maneira Ele requer que Seus discípulos assim o façam, todavia não isoladamente, mas em conjunto com o testemunho apostólico acerca dEle, testemunho que ele passou a inspirar mediante a Sua dádiva do Espírito Santo. Desta maneira, os cristãos revelam-se servos fiéis de seu Senhor, por se curvarem diante da instrução divina dada nos escritos proféticos e apostólicos que, juntos, constituem nossa Bíblia. Ao confirmarem a autoridade um do outro, Cristo e as Escrituras fundem-se numa única fonte de autoridade. O Cristo biblicamente interpretado e a Bíblia centralizada em Cristo e que O proclama são, desse ponto de vista, uma só coisa. Assim como a partir do fato da inspiração inferimos que aquilo que as Escrituras dizem, Deus diz, assim também a partir do relacionamento revelado entre Jesus Cristo e as Escrituras podemos igualmente declarar que aquilo que as Escrituras dizem, Cristo diz. 
 Infalibilidade, Inerrância, Interpretação As Escrituras Sagradas, na qualidade de Palavra inspirada de Deus que dá testemunho oficial acerca de Jesus Cristo, podem ser adequadamente chamadas de infalíveis e inerrantes. Estes termos negativos possuem especial valor, pois salvaguardam explicitamente verdades positivas. Infalível significa a qualidade de não desorientar nem ser desorientado e, dessa forma, salvaguarda em termos categóricos a verdade de que as Santas Escrituras são uma regra e um guia certos, seguros e confiáveis em todas as questões. Semelhantemente, inerrante significa a qualidade de estar livre de toda falsidade ou engano e, dessa forma, salvaguarda a verdade de que as Santas Escrituras são totalmente verídicas e fidedignas em todas as suas afirmações. Afirmamos que as Escrituras canônicas sempre devem ser interpretadas com base no fato de que são infalíveis e inerrantes. No entanto, ao determinar o que o escritor ensinado por Deus está afirmando em cada passagem, temos de dedicar a mais cuidadosa atenção às afirmações e ao caráter do texto como sendo uma produção humana. Na inspiração Deus utilizou a cultura e os costumes do ambiente de seus escritores, um ambiente que Deus controla em Sua soberana providência; é interpretação errônea imaginar algo diferente. Assim, deve-se tratar história como história, poesia como poesia, e hipérbole e metáfora como hipérbole e metáfora, generalização e aproximações como aquilo que são, e assim por diante. Também se deve observar diferenças de práticas literárias entre os períodos bíblicos e o nosso: visto que, por exemplo, naqueles dias, narrativas são cronológicas e citações imprecisas eram habituais e aceitáveis e não violavam quaisquer expectativas, não devemos considerar tais coisas como falhas, quando as encontramos nos autores bíblicos. Quando não se esperava nem se buscava algum tipo específico de precisão absoluta, não constitui erro o fato de ela existir. As Escrituras são inerrantes não no sentido de serem totalmente precisas de acordo com os padrões atuais, mas no sentido de que validam suas afirmações e atingem a medida de verdade que seus autores buscaram alcançar. A veracidade das Escrituras não é negada pela aparição, no texto, de irregularidades gramaticais ou ortográficas, de descrições fenomenológicas da natureza, de relatos de afirmações falsas (por exemplo, as mentiras de Satanás), ou as aparentes discrepâncias entre uma passagem e outra. Não é certo jogar os chamados fenômenos das Escrituras contra o ensino da Escritura sobre si mesma. Não se devem ignorar aparentes incoerências. A solução delas, o­nde se possa convincentemente alcança-las, estimulará nossa fé, e, o­nde no momento não houver uma solução convincente disponível, significativamente daremos honra a Deus, por confiar em Sua garantia de que Sua Palavra é verdadeira, apesar das aparências em contrário, e por manter a confiança de que um dia se verá que elas eram enganos. Na medida em que toda a Escritura é o produto de uma só mente divina, a interpretação tem de permanecer dentro dos limites da analogia das Escrituras e abster-se de hipóteses que visam corrigir uma passagem bíblica por meio de outra, seja em nome da revelação progressiva ou do entendimento imperfeito por parte do escritor inspirado. Embora as Sagradas Escrituras em lugar algum estejam limitadas pela cultura, no sentido de que seus ensinos carecem de validade universal, algumas vezes estão culturalmente condicionadas pelos hábitos e pelas idéias aceitas de um período em particular, de modo que a aplicação de seus princípios, hoje em dia, requer um tipo diferente de ação (por exemplo, na questão do corte de cabelo e do penteado das mulheres, cf. 1 Co 11). 
 Ceticismo e Crítica Desde a Renascença, e mais especificamente desde o Iluminismo, têm-se desenvolvido filosofias que envolvem o ceticismo diante das crenças cristãs básicas. É o caso do agnosticismo, que nega que Deus seja cognoscível; do racionalismo, que nega que Ele seja incompreensível; do idealismo, que nega que Ele seja transcendente; e do existencialismo, que nega a racionalidade de Seus relacionamentos conosco. Quanto esses princípios não bíblicos e antibíblicos infiltram-se nas teologias do homem a nível das pressuposições, como freqüentemente acontecem hoje em dia, a fiel interpretação das Sagradas Escrituras torna-se impossível. 
 Transmissão e Tradução Uma vez que em nenhum lugar Deus prometeu uma transmissão inerrante da Escritura, é necessário afirmar que somente o texto autográfico dos documentos originais foi inspirado e manter a necessidade da crítica textual como meio de detectar quaisquer desvios que possam ter se infiltrado no texto durante o processo de sua transmissão. O veredicto dessa ciência é, entretanto, que os textos hebraicos e grego parecem estar surpreendentemente bem preservados, de modo que tempos amplo apoio para afirmar, junto com a Confissão de Westminster, uma providência especial de Deus nessa questão e em declarar que de modo algum a autoridade das Escrituras corre perigo devido ao fato de que as cópias que possuímos não estão totalmente livres de erros. Semelhantemente, tradução alguma é perfeita, nem pode sê-;p, e todas as traduções são um passo adicional de distanciamento dos autographa. Porém, o veredicto da lingüística é que pelo menos os cristãos de língua inglesa estão muitíssimo bem servidos na atualidade com uma infinidade de traduções excelentes e não têm motivo para hesitar em concluir que a Palavra verdadeira de Deus está ao seu alcance. Aliás, em vista da freqüente repetição, nas Escrituras, dos principais assuntos de que elas tratam e também em vista do constante testemunho do Espírito Santo a respeito da Palavra e através dela, nenhuma tradução séria das Santas Escrituras chegará a de tal forma destruir seu sentido, a ponto de tornar inviável que elas façam o seu leitor "sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Tm 3.15). 
 Inerrância e Autoridade Ao confiarmos que a autoridade das Escrituras envolve a verdade total da Bíblia, estamos conscientemente nos posicionando ao lado de Cristo e de Seus apóstolos, aliás, ao lado da Bíblia inteira e da principal vertente da história da igreja, desde os primeiros dias até bem recentemente. Estamos preocupados com a maneira casual, inadvertida e aparentemente impensada como uma crença de importância e alcance tão vastos foi por tantas pessoas abandonada em nossos dias. Também estamos cônscios de que uma grande e grave confusão é resultado de parar de afirmar a total veracidade da Bíblia, cuja autoridade as pessoas professam conhecer. O resultado de dar esse passo é que a Bíblia que Deus entregou perde sua autoridade e, no lugar disso, o que tem autoridade é uma Bíblia com o conteúdo reduzido de acordo com as exigências do raciocínio crítico das pessoas, sendo que, a partir do momento em que a pessoa deu início a essa redução, esse conteúdo pode em princípio ser reduzido mais e mais. Isto significa que, no fundo, a razão independente possui atualmente a autoridade, em oposição ao ensino das Escrituras. Se isso não é visto e se, por enquanto, ainda são sustentadas as doutrinas evangélicas fundamentais, as pessoas que negam a total veracidade das Escrituras podem reivindicar uma identidade com os evangélicos, ao mesmo tempo em que, metodologicamente, se afastaram da posição evangélica acerca do conhecimento para um subjetivismo instável, e não acharão difícil ir ainda mais longe. Afirmamos que aquilo que as Escrituras dizem, Deus diz. Que Ele seja glorificado. Amém e amém. Declação de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia: In monergismo.com Retirado do apêndice do livro O ALICERCE DA AUTORIDADE BÍBLICA 
 James Montgomery Boice 
 Páginas 183 a 196 
 Editado por: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova 
 Edição: 1989; Reimpressão: 1997.

Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia

NOTA: Esta foi a Declaração que deu origem ao Concílio Internacional sobre Inerrância Bíblica (ICBI - International Council on Biblical...

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Seis perigos de uma estratégia missionária | Mack Stiles Todo cristão é favorável a plantar igrejas, certo? Como alguém poderia ser contrário a isso? Isso é bíblico: Paulo escreve “Eu plantei , Apolo regou, mas Deus deu o crescimento” ( 1 Coríntios 3:6 ). A igreja é o instrumento escolhido por Deus para o avanço de seu Reino. Se o Senhor se demorar muito para voltar, a igreja ainda estará aqui muito depois que as nações e civilizações de hoje caíram no esquecimento. Nenhum governo existente hoje durou tanto quanto a igreja. Todo missionário que conheço diz que ama plantar igrejas. Só para constar, eu também adoro plantar igrejas. Eu plantei igrejas nos Estados Unidos e no Oriente Médio. Algumas falharam; algumas cresceram; algumas são a maior alegria da minha vida - como a igreja que agora pastoreio em Erbil, Iraque. Não só isso, mas por sua graça, Deus me usou para iniciar um movimento que ajudou a plantar igrejas. Portanto, não estou surpreso que uma estratégia missionária relativamente nova, chamada Movimento de Plantação de Igrejas (MPI), tenha capturado a imaginação de pessoas com mentalidade missionária ao redor do mundo. O MPI está ligado a exemplos do ministério de Jesus, é cheio de histórias de sucesso e é apresentado com a esperança de um avivamento massivo em todo o mundo. Ele se concentra em igrejas nas casas, estudo bíblico indutivo, autodescoberta, identidade étnica e uma jornada em direção a Jesus. O movimento é definido pela indigeneidade [i]  radical e uma rápida reprodução de "igrejas" - entre aspas, porque "igreja" para muitos no MPI é apenas "dois ou mais estão reunidos". A grande maioria dos missionários que desejam colocar o MPI em prática têm um desejo sincero de ver Jesus conhecido entre as nações. Mas como tenho vivido e ministrado no Oriente Médio por vinte anos e visto as estratégias missionárias irem e virem, tenho preocupações. Pontos fortes da estratégia Primeiro, deixe-me descrever o que eu aprecio sobre aqueles que conheço e que tentam colocar o MPI em prática. Motivação. Eles são dedicados, sacrificiais e tementes a Deus. Eles desejam aqueles que estão perdidos e sem esperança conheçam o amor, a misericórdia e o perdão de Jesus, e, de forma geral, eu gosto disso neles. Indigeneidade. Eles desafiam as formas tradicionais de igreja que são extrabíblicas. Sua reação contra práticas extrabíblicas e/ou pecaminosas da igreja ocidental pode ser um corretivo útil. Escritura. Essa é a ênfase que mais ressoa em mim. Com o passar dos anos, tenho visto pessoalmente a maioria das pessoas de grupos não alcançados virem a Jesus por meio de estudos bíblicos indutivos, geralmente estudos de livro inteiro do Evangelho de Marcos. Discipulado. Estou alarmado porque muitos missionários não sabem como discipular pessoas. Eles geralmente vêm de igrejas que não discipulam bem (ou não discipulam). Portanto, sou grato pela ênfase que o MPI dá ao discipulado. Não é de se admirar que, quando missionários com dificuldades recebem algum treinamento em MPI, eles se predem ao método. Para muitos, o MPI é a primeira ferramenta que receberam para o discipulado. Seis fraquezas concernentes ao MPI Juntamente com os pontos fortes do MPI, no entanto, existem vários pontos fracos que considero preocupantes. Cada um deles, de uma forma ou de outra, se relaciona com a última palavra da sigla do MPI: igreja . O MPI visa plantar igrejas, mas, em meu julgamento, a estratégia frequentemente falha quanto a estruturas e padrões bíblicos para igrejas. 1. Definições desleixadas de igreja “Não queremos a igreja ocidental” é um refrão que ouço frequentemente dos defensores do MPI. Claro, em certo sentido eu concordo; nós não queremos uma igreja americana. Não queremos ocidentalizar as pessoas com a nossa cultura de igreja. Por outro lado, no entanto, todas as culturas são falhas e corrompidas. Então, assim como não queremos reproduzir a cultura da igreja americana, também não devemos querer produzir uma igreja que imite a cultura local, com suas cegueiras e falhas específicas. O que desejamos ver é uma cultura bíblica fundamentada em princípios bíblicos. Nosso objetivo nunca é apagar nossas identidades étnicas e culturais, é claro. Mas, como disse um amigo missionário, desejamos tornar essas identidades “secundárias em relação à nossa nova identidade como povo de Deus”. Além disso, a expressão fiel de uma cultura bíblica irá variar de época para outra em diferentes lugares, mas todos terão o mesmo DNA básico. Quando peço ao pessoal do MPI para definir a igreja - o objetivo final de seu movimento - muitos deles parecem estar perdidos. Muitos respondem, ironicamente, falando sobre a forma: “não um edifício, mas uma igreja doméstica; não bancos, mas sentado no chão; não um sermão, mas uma discussão bíblica. ” E quanto à doutrina? Um não cristão pode se tornar um membro? Se estamos sendo apressados em nossas definições de plantação de igreja, como podemos evitar a eleição de jovens novos na fé como presbíteros, algo proibido em 1 Timóteo 3: 6? Francamente, o que ouço no MPI é uma estratégia de evangelismo, não uma estratégia de plantação de igrejas. Eu amo evangelismo, mas é errado chamar uma atividade de evangelismo de “igreja”. Essa incapacidade de definir uma igreja é triste porque não é algo assim tão difícil. Em quatro frases “tweetáveis”, deixe-me tentar explicar as partes críticas e irredutíveis da igreja prescritas no Novo Testamento. A igreja é uma reunião de crentes nascidos de novo e batizados que fazem um pacto de amor para se encontrarem regularmente sob a autoridade das Escrituras e a liderança dos presbíteros. As igrejas realizam apenas algumas atividades críticas: elas ouvem a palavra pregada. Elas cantam e oram. Elas contribuem. Elas participam dos sacramentos do batismo e da comunhão. Elas praticam a disciplina da igreja. A missão abrangente da igreja é a Grande Comissão: discipular todas as nações, ensinando-as a obedecer a tudo o que Cristo ordenou. A igreja existe para adorar a Deus, para ser uma imagem visível do evangelho e, como finalidade última, para dar glória a Deus. Para que uma reunião de crentes seja uma igreja esses elementos devem estar presentes. Algumas reuniões podem estar a caminho de se tornar uma igreja, mas ainda não são igrejas bíblicas sem esses princípios básicos fundamentais. Eu desconheço algo mais importante para as missões modernas que estabelecer igrejas culturalmente nativas de acordo com os princípios bíblicos . Novas igrejas, com jovens recém convertidos, precisam entender esses princípios bíblicos básicos desde o início. Não devemos relevar os princípios bíblicos para igrejas novas; ao contrário, devemos ser mais rigorosos com eles por causa do que estará em jogo no futuro. E aqui está o problema: isso leva tempo. 2. Vulnerabilidade ao erro e heresia A segunda preocupação profunda que tenho é que, uma vez que em nome do indigenismo professores e pregadores maduros são postos de lado no modelo MPI, as comunidades podem ser suscetíveis a lobos e charlatões. Ao longo do tempo tenho visto igrejas nativas e crentes destruídos por seitas externas e heresia interna. Ao observar esses desastres, muitas vezes pensei que, com uma liderança clara e um ensino bíblico, essas questões poderiam ter sido resolvidas facilmente. Os perigos enfrentados por essas igrejas incluem pastores nativos que são ditatoriais e intransigentes; liderança que aceitou dinheiro de fora da igreja para uma agenda alheia à da igreja; lutas desagradáveis; forasteiros sectários e legalistas se esgueirando para dentro da comunidade; e a importação de heresias ocidentais, como o chamado evangelho da prosperidade. E isso são apenas alguns perigos. Esses erros são trágicos, mas não surpreendentes, uma vez que uma boa parte do Novo Testamento foi escrita para combater as ameaças à novas igrejas. Mas, uma vez que o MPI exige um compromisso extremo com a liderança nativa, eles geralmente deixam esses jovens crentes abertos à destruição. Um amigo meu, que é missionário, observou que até mesmo Paulo (um judeu) adiou uma liderança completamente nativa ao permanecer em Éfeso por três anos (Atos 20:31). Precisamos que aqueles que zelarão pela vida e doutrina da igreja tenham um ensino bíblico que seja sólido como uma rocha, independentemente de sua nacionalidade ou etnia. 3. Inclinações para o pragmatismo O MPI pode alimentar o desejo de muitos missionários por resultados, números e histórias dramáticas. Embora esses desejos nem sempre sejam prejudiciais em si mesmos, eles podem facilmente tentar os missionários e liderança missionária a descartar os princípios bíblicos sobre a igreja e assumir modelos mundanos de crescimento. O resultado é um modismo missionário; e os campos estão repletos deles. A afirmação dos praticantes de MPI é que eles estão rejeitando os princípios ocidentais que não funcionariam em outras culturas. Ainda assim, seu desejo de crescimento, números e efeitos rápidos muitas vezes parece um valor distintamente americano embrulhado em palavras diferentes. 4. Falta de clareza A oração de Paulo por si mesmo era para ele pudesse ser ousado e claro com o evangelho ( Efésios 6: 19-20 ; Colossenses 4: 4 ). Mas a estratégia do MPI tem dificuldades para manter a clareza em várias questões, além da eclesiologia. Quem é um crente genuíno, por exemplo? Se alguém diz que ama Jesus, isso significa que ele é seu seguidor? (Eu ouvi muçulmanos afirmarem que amam Jesus mais do que os cristãos.) Ou ainda, o que constitui o evangelho? A clareza sobre a conversão bíblica no campo missionário é crucial, mas o MPI costuma ser confuso, na melhor das hipóteses. 5. Congregações etnicamente homogêneas Os missionários que conheço dariam suas vidas para se opor ao racismo. Mas devemos ser muito cuidadosos para não valorizar alguns grupos étnicos em detrimento de outros, advogando em favor de um “crescimento homogêneo da igreja”; o que os defensores do CPM frequentemente fazem. O que você pensaria se alguém viesse como missionário para a América e dissesse que quer estabelecer uma igreja para os brancos? Eu espero que você fique horrorizado! Não, a igreja é para todas as pessoas. Em última análise, todas as igrejas devem desejar ser igrejas internacionais (tanto quanto puderem) porque esse é o nosso objetivo final diante do trono de Deus. Limites étnicos podem ocorrer porque grupos diferentes falam línguas diferentes, mas limitar a igreja com base apenas na própria etnia é pragmatismo antibíblico na melhor das hipóteses ou perversidade na pior hipótese. Isso ajuda no crescimento? Claro, suponho, se o objetivo for um crescimento rápido. Está certo? Não. 6. Super Contextualização Muitos envolvidos no MPI contextualizam em nome da indigeneidade radical. Certamente, existem muitas maneiras como os missionários podem e devem contextualizar: comida, situações de vida, roupas, linguagem. Mas não podemos contextualizar o próprio evangelho. Mas quando recortamos e colamos o evangelho, até mesmo dando diferentes interpretações para textos bíblicos claros para que possamos ajustar o evangelho à cultura, estamos desistindo da narrativa bíblica - estamos desistindo da linha da história das Escrituras que Deus cuidadosamente teceu. Desistir da narrativa bíblica é super contextualizar. É espantoso que existam cristãos que pensem ter autoridade para adaptar o evangelho à sua situação, com base em seu próprio entendimento. Precisamos ser amorosos e atenciosos ao apresentar a mensagem do evangelho? Absolutamente. Precisamos ser sensíveis a outras culturas? Certamente. Mas o que é mais necessário nas missões modernas são pessoas que entendam o evangelho, que o apresentem com ousadia e clareza, e que saibam que Jesus promete perseguição e até mesmo dá instruções sobre como agir quando ela vier. A contextualização exagerada do evangelho pode indicar que o missionário é quem foi convertido, ao invés das pessoas a quem ele foi enviado se converterem ao evangelho. Dê um passo atrás Meu pedido para quem avança a causa do MPI é que deem um passo atrás. Velocidade não é o chamado. Indigeneidade pode ser útil, mas minha experiência é que parceria, a longo prazo, é mais frutífera. Há muito que se aprender com aqueles que nos precederam na igreja ocidental. A aversão ao paternalismo nega aos líderes nativos tempo o bastante para verem a liderança cristã sendo modelada para eles por missionários. Essa negação se afasta do modelo de Paulo e Timóteo. A formação de uma teologia cuidadosa de igreja, do evangelho e da conversão bíblica são essenciais. Estou convencido de que a proclamação do evangelho e a implantação de igrejas podem se unir de maneiras que abordem as preocupações daqueles que seguem o MPI. Nossa igreja em Erbil, Iraque , por exemplo, inclui crentes de uma variedade de culturas e idiomas. Juntos, vemos nossa responsabilidade principal como viver como uma igreja bíblica no meio de um grupo de pessoas não alcançadas. Os incrédulos nos visitam e veem os cristãos adorarem juntos, cruzando as linhas étnicas - e alguns deles vêm a Cristo dessa forma. Além de proclamar a palavra do púlpito e individualmente, praticamos discipulado individual e estudos bíblicos indutivos, todos com o objetivo de plantar mais igrejas pastoreadas por líderes nativos. Nossa igreja não é perfeita e não fingimos que é ou será, mas trabalhamos para crescer, ensinar, modelar e corrigir. Mencionei acima que o MPI é novo - e é novo na história geral das missões. Mas no mundo dos métodos missionários modernos, o MPI (por volta de 2001) já é antigo. Já está sendo engavetado por algo mais novo. Outro amigo missionário diz: “MFD (Movimento de Fazer Discípulos) é um tipo de MPI da próxima geração, com foco no discipulado baseado na obediência e estudos bíblicos indutivos, e com menos foco na implantação de igrejas.” Mas esse novo método apenas prova o ponto de que modismos missionários vêm e vão. A proclamação clara da verdade do evangelho no contexto de igrejas bíblicas saudáveis ​​durará até o retorno de Jesus. Mack Stiles é Pastor Senior da Erbil International Church e Autor  de “Evangelism: How the Whole Church Speaks of Jesus.” Referência. 
 [i]  indigeneidade ou indigenismo é uma visão na qual as comunidades locais devem preservar seus traços culturais locais, inclusive no que tange a definir quanto sua forma e liderança. Traduzido por Carlos Felipi Massimo Faria Texto Original: What Could Be Wrong With 'Church Planting?' Six Dangers in a Missions Strategy. In Desiring God

O que está errado com a “Plantação de Igrejas”?

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por André Oliveira | Em meados de 1974 o equilibrista Philippe Petit se consagrou ao conseguir realizar uma travessia entre as Torres Gêmeas na cidade de New York. A façanha de se equilibrar em cima de um cabo de aço esticado com mais de 40 metros foi crucial para sobrevivência de Petit e ilustra muito bem aquela que é a principal tarefa do ministro de Deus, a de permanecer na linha das Escrituras, isto é, não subir a linha ‘ir além’  ou descer a linha ‘ficar aquém’  do que as Escrituras realmente dizem. Falando francamente, a igreja contemporânea padece de ministros que tenham coragem, ousadia e compromisso no caminhar da linha da verdade bíblica. Nosso tempo está nitidamente marcado por pregadores habilidosos em discursar sobre Deus, porém, fundamentados na razão e experiência humana. Vanhoozer alerta para essa situação citando como exemplo o influente ateu do século XIX, Ludwig Feuerbach quando diz: “Deus foi o meu primeiro pensamento; a razão, o segundo; o meu terceiro e último pensamento, o homem. Para Feuerbach, a antropologia é o “segredo” da teologia” [1]. A semelhança com os muitos pregadores contemporâneos é inevitável.  
  Um Alerta: Não saia da linha! Quando olhamos para os últimos dois séculos infelizmente nos deparamos com exemplos significativos de como pregadores saem da linha das Escrituras. De um lado, observamos “pastores” abraçarem a empreita de reinventar Deus e sua Palavra, verdadeiros modernistas que desejam revisionar as doutrinas fundamentais defendidas nas Escrituras. Essa empreita é consequência do liberalismo do século XX, cuja falácia do realismo científico seduziu uma boa parte dos pastores e teólogos fazendo-os assumirem uma posição abaixo da linha. No outro lado, lidamos com uma porcentagem crescente de pastores que anseiam crescimento quantitativo em suas igrejas e se tornam verdadeiros pragmáticos com seus métodos infalíveis de crescimento humanista e, por isso, acabam negociando verdades bíblicas ao assumirem uma posição acima da linha das Escrituras. Hernandes nos alerta sobre esse fenômeno ao dizer: “Muitos pastores, vivem no afã de buscar o crescimento de suas igrejas, e por isso, acabam abandonando o genuíno evangelho e se rendem ao pragmatismo prevalecente na cultura pós-moderna [...] pregam o que funciona e não a verdade da Palavra de Deus, pregam para agradar seus ouvintes e não para levá-los ao arrependimento, pregam não as Escrituras, mas as revelações de seus próprios corações” [2]. A tentativa de buscar relevância no mundo contemporâneo tem lançado diversos pastores para fora da linha. Desassociados da fidelidade textual, propõem, ainda que veladamente, o esvaziamento dos elementos sobrenaturais da Palavra de Deus, da pessoa de Cristo, seus milagres e ressurreição. Como resultado, o Cristo glorificado, salvador e reto juiz passa a ser explicado a luz da razão, deixa de ser o todo poderoso para ser um homem de boa conduta e moral ilibada que deve ser apenas apreciado.  Na prática, existe algo que é característico nesses ministros, a capacidade que eles têm de usarem a Bíblia fora de seu contexto para minar a suficiência e autoridade da Palavra de Deus. Inevitavelmente, quando não estão negando as verdades defendidas pela Escrituras, estão adicionando algo a ela por meio de estímulos a barganha, bençãos terrenas, vitórias constantes, isenção de sofrimento entre outras coisas mirabolantes.   Muitas possibilidades contribuem para a realidade do cenário atual, elas variam desde uma péssima formação teológica que não transmite instruções básicas de como manusear a Palavra de Deus, até a realidade de aspirantes ao ministério da Palavra que nunca foram de fato convertidos e vivem como profissionais da fé. O desdobramento deste tempo sombrio que estamos vivendo é revelado pela ferrenha batalha na forma de como a Bíblia deve governar a igreja de Deus e como se deve fazer pregação. Bausells, lembra-nos que existe uma visão pós-moderna da realidade desafiando os absolutos da fé cristã basilares da pregação bíblica” [3]. Parafraseando, prática da pregação parece ser melhor quando o homem fabrica seu deus conforme sua própria imagem. Porém, não podemos deixar de destacar que o relativismo e o pluralismo propostos pelos liberais e o ativismo dos pragmáticos está diluindo as ênfases bíblicas sobre a santidade de Deus a fim de serem apresentados de modo mais amigável e atraente ao mundo contemporâneo. Se a pregação na história da igreja focou a agonia da redenção como anunciada pelos profetas e apóstolos, em nossos dias, ela se torna em discursos cuidadosos para não trazer desconfortos a uma plateia morta. Portanto, poderíamos propor uma paráfrase da máxima sobre pregar com ações em detrimento da proclamação dizendo: “pregue, se necessário use a Bíblia”. A linha das escrituras e a coragem para se fazer pregação! R. C. Sproul afirmou que o selo da convicção de Lutero sobre pregação se fundamentou no fato de que “onde quer que o Evangelho fosse pregado em sua pureza, engendraria conflito e controvérsia” [4] Essa é uma verdade que parece não despertar mais a mente e o coração dos ministros contemporâneos. Se Sproul está correto, e é convicção deste autor que ele está, o resultado continuará sendo catastrófico e quem deveria influenciar o mundo como arauto de Cristo, acabará sendo influenciado. Um testemunho de Charles Swindoll nos alerta para esse fato: A cultura moderna julga a qualidade dos líderes por sua habilidade em unir pessoas. Contudo, se aprendi alguma coisa nos meus anos de ministério pastoral, é que a verdade não une as pessoas, ela as divide. De fato, o modo mais fácil de unir as pessoas é esconder a verdade, dizer a elas o que querem ouvir [5]. Neste caso, vaticina Sproul ao dizer que a relativa proteção que desfrutamos contra ataques violentos pode na verdade indicar que temos comprometido o Evangelho de tal forma que não mais provocamos o conflito que a fé verdadeira engendra. Particularmente, não acredito que estejamos vivendo um amadurecimento da civilização moderna com relação à tolerância religiosa, mas um abandono do que realmente significa proclamar a Palavra de Deus. Tecnicamente, não importa o lado da linha que os pregadores estejam, sair da linha das Escrituras é uma declaração pública de que são ministros infiéis e isso mina a confiança de diversos crentes a despeito da igreja. O resultado é desilusão e desespero. A adversidade não é local ou denominacional, mas geral. Quando alguém sai da linha das Escrituras o resultado é avassalador na igreja de Deus, pois isso produzirá um clima de ceticismo generalizado e “uma incredulidade sem precedentes que levará a uma tolerância ao pecado e Deus passará a ser apenas uma metáfora em vez de uma realidade” [6]. Como coloca Fluhrer sobre o perigo da autonomia humana: “Creio que a nossa geração corre o risco de ver aquela que é talvez a doutrina mais central da fé cristã, a doutrina da inspiração e inerrância concomitante das Escrituras ser encoberta em um grau até então desconhecido na era moderna. A tentativa do Iluminismo de valorizar a autonomia humana em cada área da vida está revelando agora o seu fruto amargo na maneira como os cristãos pensam sobre suas Bíblias” [7]. Portanto, o ministro que ousa se colocar em pé diante da igreja de Deus para dizer o “assim diz o Senhor” precisa sobretudo estar convicto de seu compromisso, tanto em sua mente como em seu coração, com a suficiência das Escrituras (2Tm 2.15). Submisso ao fato de que Deus denominou sua Palavra como autoritativa e infalível (1Co 4.2). Como nos lembra Packer, “submissão a Palavra de Deus é um ato de fé; e qualquer questionamento ou tentativa de alterá-la é demonstração de incredulidade” [8]. Desta forma, o compromisso do ministro repousa na firme declaração de que sair da linha haverá maldição e morte (Dt 4.2; Ap 22.18,19), tanto para o ministro quanto para os que o escutam (1Tm 4.16). 
 Razões para permanecer na linha das Escrituras  Objetivamente falando, não deveria existir motivos lógicos para um ministro se sentir tentando a sair da linha da Escritura Sagrada, contudo se faz necessário listar algumas razões bíblicas para pautar as convicções necessárias. Elas não são exaustivas, mas devem ser consideradas como importantes.  1º) Permanecer na linha é um mandamento dado aos homens da parte de Deus .  O Antigo Testamento, desde os primeiros livros da Bíblia, relata que os mensageiros deveriam dizer somente o que Deus disse em sua Palavra (Ex 4.10-16; 1Sm 3.1-4; Pv 30.5,6; Ez 3.1-11; Jr 14.19; 23.9-40). O Novo Testamento, amplia esse fato ao dizer que todo ensino que não está de acordo com as Escrituras é mentiroso e, portanto, é doutrina de demônios (1Tm 4.1-6). Paulo afirmou que um outro “evangelho” além do que foi anunciado é anátema (Gl 1.8-12) e que o ministro deve ser encontrado fiel, pois é isso que se espera como compromisso (1Co 4.1,2; 2Co 4.1-3). Lawrence oferece uma excelente contribuição ao argumentar o que Paulo quis dizer com a palavra sã a Timóteo e Tito: “A palavra ‘sã’, aponta dever, significa confiável, exata e fiel. E é a palavra ‘sã’ que Paulo usou repetidas vezes com seus discípulos Timóteo e Tito para descrever sua doutrina e seu ensino. A sã doutrina se opõe à impiedade e ao pecado (1Tm 1.10, 11). As sãs palavras se opõem a falsa doutrina (1Tm 6.3). O Ensino são é o padrão que Timóteo viu em Paulo (2Tm 1.13). A são doutrina será rejeita pelas igrejas que preferem ouvir aquilo que coce seus ouvidos (2Tm 4.3). E, novamente, a sã doutrina encorajará aqueles que se apegam firmemente à mensagem fiel e refutam aqueles que se opõem a ela (Tt 1.9). Repetidas vezes, Paulo diz a esses dois homens que falem ‘o que convém à sã doutrina’ (Tt 2.1)” [9]. 2º) O testemunho que a Palavra de Deus dá de si mesma como poderosa .  O fundamento de toda doutrina cristã (Hb 4.12,13) repousa no fato de que o Senhor trouxe a existência o mundo e tudo que nela há, por meio de sua Palavra criadora (Gn 1-2). Toda a criação foi formada pela Palavra de Deus (Hb 11.3) e Jesus Cristo, o agente indispensável no plano da salvação, é o verbo que se fez carne (Jo 1) e continua se comunicando com o seu povo por meio de sua Palavra (Hb 11.1,2). 3º) O próprio Senhor testifica que Sua Palavra é o meio para revelar Seu propósito ao homem .   Lawrence aponta que “não cristãos são salvos e cristãos crescem na graça por meio da pregação da Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito Santo e o dever dos pastores é apresentar essa Palavra para que ela faça o seu trabalho” [Ibid]. As Escrituras são revelação divina (Jr 23.28,28). O Deus todo poderoso, deixou sua Palavra para que os homens pudessem conhecê-Lo. Por meio de sua Palavra Ele realiza sua obra em nosso mundo, como bem disse Vanhoozer: “Entender a Palavra escrita de Deus e responder a ela, isso envolve a ação comunicativa de nossa parte; e nossa relação concreta com a Palavra viva, o Senhor ressurreto, a quem as Escrituras nos direcionam” [Ibid].  Desta forma, nossa tarefa como pregadores é pregar, aconselhar e ensinar por meio da Palavra que Deus usou para instruir seu povo sem se desviar do caminho que Ele estipulou (Dt 6.4-9). Ele exigiu que essa Palavra fosse aplicada ao coração para que tivesse vida (Dt 32.46,47). Deus Se comunica e ofereceu ao Seu povo todo tipo de instruções por meio de Sua Palavra incomparável revelada (Sl 29.5,6), Lawrence nos é útil mais uma vez: “Somos chamados a lê-la, sim, e somos chamados a explicá-la para nossos ouvintes entendê-las” [ibid]. 4º) A maior demonstração de que estamos crescendo em relacionamento com Deus é o fato de acatamos e guardarmos Sua Palavra.  A revelação de Deus nos regenerou (1Pe 1.23) e permanece em nós (1Jo 2.14). Ela concede todo conselho de sabedoria para nos levar as bênçãos e a vida eterna (Lc 11.28) e, por isso, deve habitar ricamente em nossos corações (Cl 3.16) para levar-nos a amar a Deus com a mente, o coração, a alma e a força necessária a fim de nos tornamos praticantes dela (Tg 1.21,22). Nela frutificamos em toda boa obra que se reflete no viver para glória de Deus por causa de Sua Palavra que chegou até nós (Cl 1.6). Como afirma Paulo, toda a Escritura é útil para instruir e corrigir na justiça o homem de Deus (2Tm 3.16,17). Aplicar as Escrituras demonstra a importância que damos a ela (Jo 14.21-23). Em essência, não podemos esquecer que a Bíblia é a revelação escrita de Deus para o homem, assim, tudo o que sabemos sobre Deus, sabemos por que Ele nos disse por meio de Sua Palavra. Tanto sobre nossas responsabilidades e deveres, como sobre nossos privilégios presentes e situação futura, tudo está escrito em Sua Santa Palavra, nela Ele revelou quem Ele é, quem somos e como Ele atua: “Deus é um Deus que fala, e isso o distingue” [10]. Reafirmando o lema antigo: a doutrina de Deus e da Escritura permanecem ou caem juntas. Por último e não desejoso de ser exaustivo nesta lista é o conteúdo das Escrituras. 5º) Pregadores não devem sair da linha porque a Escritura é o Evangelho de Deus . Esse Evangelho é anunciado aos homens, o poder de Deus para salvação que se estende em cada linha de Gênesis a Apocalipse (Rm 1.16). Qualquer tentativa que busque diminuir sua inspiração, suficiência e autoridade levará o ministro adulterar a proclamação do que Deus fez em Cristo, gerando destruição da fé (1Tm 6.20, 21; 2Tm 2.17,18) e escravidão a vãs filosofias (Cl 2.8,20-30). 
 Permanecer na linha é princípio de convicção.  Portanto, é convicção deste autor que permanecer na linha das Escrituras é um princípio de convicção fundamental que norteia o mensageiro levando-o a preocupar-se com o que a Bíblia está de fato dizendo. A Bíblia não é um auxílio à pregação, ela é o conteúdo que define se uma pregação pode ser chamada de bíblica. Como princípio ele visa consolidar esse conceito de fidelidade na consciência e coração dos ministros de que eles estão pregando a Palavra de Deus e não suas próprias Palavras. Visa mostrar o incrível privilégio, como também a grande responsabilidade, de que permanecer na linha é um compromisso de vida ou morte que o pregador deve dar total atenção. Sair da linha das Escrituras envolve duas verdades inevitáveis, ou o pregador abraçará o legalismo indo além ou abraçará o liberalismo ficando aquém, não existe neutralidade fora da linha. Permanecer na linha é colocar-se como ministro de Deus. MacArthur adverte que “ninguém prega com poder, se não pregar a Palavra de Deus. Nenhum pregador fiel minimiza ou negligência todo conselho de Deus. Proclamar toda a Palavra, essa é a vocação do pastor” [11]. Não negamos que exista desafios que os ministros enfrentem para compreender o significado pretendido pelo autor no texto bíblico. O trabalho da interpretação bíblica envolve mais do que lidar com vocábulos e regras textual, nosso mundo também precisa passar pelo processo de avaliação. Como ministros, o que não podemos deixar acontecer é a permissão para lente cultural alterar o sentido do texto e acabar roubando a suficiência e autoridade da Palavra de Deus. As tantas transições que nosso mundo enfrenta é fruto de uma humanidade caída, detentora de cosmovisão afetadas pela queda, e que busca subtrair essa autoridade bíblica, Coccaro está correto quando diz:  “A contextualização sadia carrega dois componentes principais: fidelidade e relevância. Em outras palavras, o desafio da contextualização na comunicação do evangelho é tanto de uma afirmação da cultura quanto uma rejeição dela” [12]. Assim, há um erro grave pensar pregação divorciada das Escrituras. Pregação “consiste em administração e proclamação da Palavra de Deus de tal forma que as pessoas se encontrem com Deus por meio de sua Palavra” [13]. A adequação que muitos ministros fazem aos pressupostos hermenêuticos buscando ressignificar as Escrituras demonstram que vivemos em um verdadeiro declínio não apenas no ato de pregar bem como sobre o que se prega. Deus deixou instruções por meio de Sua Palavra de forma clara e audível para que o mensageiro não saísse da linha das Escrituras. Repousa sobre nossos ombros a responsabilidade de permanecermos firmes em um mundo desafiador.  Portanto, temos confiança no Senhor das Escrituras e aguardamos os resultados que a fiel pregação de Sua Palavra proporciona, como afirma Vanhoozer: “O ápice da ode teológica à alegria – alegria que celebra a Palavra de Deus graciosa e poderosa: ‘a palavra que sai da minha boca [...] não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para qual a enviei (Is 55.11)’” [Ibid].  A exemplo de Esdras, o grande reformador dos tempos bíblicos, tenhamos um amor profundo pela Palavra de Deus (Ed 7.10). Que nossa capacidade de interpretar, explicar e aplicar as Escrituras seja semelhante à desse grande homem (Ne 8.1-8). Que o anseio de nosso coração, domingo após domingo, seja as palavras que abrem o prefacio da Bíblia de Genebra: "Alimentem-se com a Palavra! A Bíblia é a lâmpada para nossos caminhos, a chave do reino dos céus, nosso consolo na aflição, nosso escudo e espada contra Satanás, a escola de toda sabedoria, o espelho em que vemos a face de Deus, o testemunho do favor divino e o único alimento e sustento de nossa alma" [14]. É convicção deste autor de que pregação expositiva torna a Bíblia o centro da pregação. Essa convicção se apoia nos elementos fundamentais da natureza das Escrituras: Que a Palavra escrita é a Palavra viva e ativa de Deus; Que a autoridade das Escrituras é primordial em todas as áreas da doutrina e da vida; Que a Bíblia pode ser entendida em seu significado claro – a perspicuidade das Escrituras; Que a Bíblia é suficiente para ensinar, repreender, corrigir, treinar e equipar o homem para toda boa obra. A autoridade e tantos outros atributos das Escritas são como uma rocha sobre a qual construímos, mas na qual os que a rejeitam se despedaçam (Is 8:5). André Carvalho de Oliveira  é pastor no presbitério da Primeira Igreja Batista em Atibaia, Diretor Executivo da missão Pregue a Palavra, mestre pelo programa MDiv da EPPIBA e doutorando pelo programa DMin no CPAJ. Ele é casado com Simone e pai de Isabela e Helena. Referência [1] VANHOOSER, Kevin J. Teologia Primeira: Deus, Escritura e Hermenêutica. São Paulo, Ed. Shedd. 2016 [2] LOPES, Hernandes Dias. Piedade e Paixão. A vida do ministro é a vida do seu ministério. São Paulo, Ed. Candeia. 2002 [3] BAUSELLS, A. Pregação Expositiva Contemporânea. Apostila Servos de Cristo 2013 [4] SPROUL, R. C. Sola Gratia. São Paulo, Cultura Cristão. 2013 [5] SWINDOLL, C. R. Comentário Bíblico João. São Paulo, Ed. Hagnos. 2017 [6] JACKMAN, David. Stay on the Line, London, Equipped to Preach the word, Unit 9.  [7] FLUHRER, G. N. E. Firme Fundamento, A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. Rio de Janeiro, Ed. Anno Domini. 2013 [8] PACKER, J. I. O conhecimento de Deus. São Paulo, Ed. Cultura Cristã. 2014 [9] LAWRENCE, Michael. Teologia Bíblica na Prática: Um guia para a vida da igreja. São José dos Campos, Ed. Fiel. 2020 [10] DEVER, Mark e GILBERT, Greg. Pregue, quando a teologia se encontra com a prática. São José dos Campos, Ed. Fiel. 2012 [11] MACARTHUR, J. O pastor como pregador. Eusébio, Ed. Peregrinos. 2017. [12] COCCARO, Giuliano L. Pregando num “mar de Mudança”: Contribuições a Partir do Conceito de Contextualização de Newbigin. Acessado em: https://cpaj.mackenzie.br/  dia 02/11/2020 [10] MEYER, Jason C. Teologia Bíblica da Pregação. São Paulo, Ed. Vida Nova. 2019 [14] Prefácio à Bíblia de Genebra (Geneva Bible, 1599; L. L. Brown, 1990), p.3. 
 
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Permanecendo na Linha das Escrituras e a Pregação

por André Oliveira | Em meados de 1974 o equilibrista Philippe Petit se consagrou ao conseguir realizar uma travessia entre as Torres...

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O novo falso fator para o aumento de divórcios por Tiago Silva | A pandemia tem transformado o panorama mundial das mais variadas formas, tanto na política quanto nos aspectos sociais e tecnológicos. Ela se impôs de tal maneira na realidade cotidiana que teremos de conviver sob sua sombra por muitos anos. Contudo, um impacto social que nos chama a atenção é o advento da “hiperconvivência”. Longe de querer propor um neologismo, a hiperconvivência é o termo criado pelos jornais para descrever o relacionamento conjugal ou familiar no contexto de isolamento social. Casais [1] e famílias [2] encontram-se no claustro domiciliar e por isso seriam expostos a um relacionamento “intensificado”, sendo esse um fator de sofrimento e desagregação conjugal e familiar. Sim, sei que isso é bizarro, mas a secularização e o individualismo, aliados ao materialismo e hedonismo, moldaram de tal maneira a psique e a cultura que os indivíduos não conseguem mais suportar convívio social no âmbito familiar. Se já era alarmante as famílias brasileiras possuírem mais pets do que crianças em seus lares [3], agora há uma explosão de pedidos de divórcio motivados pela hiperconvivência na pandemia [4]. Conforme coloca matéria da Agência Brasil "o convívio intenso em virtude da quarentena tem sobrecarregado física e emocionalmente as famílias brasileiras”. Nesta matéria a advogada Débora Guelman afirma que “esse isolamento social forçado pela pandemia aumenta o convívio entre os casais e justamente esse aumento do convívio gera conflitos. Por conta disso, a probabilidade de haver mais divórcios é muito maior”. O excesso de convivência A hiperconvivência, ou excesso de convivência, tem sido a pedra de toque* para explicar o aumento dos pedidos de divórcio nesse período de isolamento social. Numa cultura psicologizada, repleta de síndromes e que parte de aspectos ambientais e comportamentais para explicar mudanças sociais expressivas não é estranhável essa abordagem. Contudo, o problema do homem ainda continua sendo a queda, pois toda humanidade se encontra inexoravelmente debaixo dessa condição (Romanos 3:23; Gálatas 3:22) e precisamos de uma libertação maior e mais profunda do que o fim das máscaras, lockdowns e distanciamento social, precisamos de redenção. Entretanto, a abordagem para lidar com a chaga social do divórcio, por parte da cultura humanista, tem sido adotar medidas comportamentais e ambientais [5] e essas são medidas totalmente inúteis para debelar essa enfermidade espiritual [6]. Como exemplo da extensão e impacto que essa chaga tem causado nas famílias em nosso país, conforme dados apresentados por um jornal regional do interior de São Paulo, o número de divórcios no ano de 2020, num determinado município interiorano, foi de 121 divórcios averbados comparado a 163 casamentos registrados [7]. O Jornal Tempo traz quase um divórcio para cada matrimônio segundo os dados do cartório de registro civil do município. Certamente há outras variáveis para uma avaliação integral, contudo os pressupostos são inescapáveis na avaliação desse quadro. O excesso de convivência tem sido usado como argumento para esse aumento de desenlaces.  A perversão humanista do divórcio A despeito do termo humanismo* ser um conceito amplo e ambíguo, os valores que esse movimento fomenta não são. O propósito do humanismo é duplo, destronar Deus como Rei Criador e estabelecer o homem em seu lugar. Para isso os atributos da divindade são transferidos ao homem, criando assim, ainda que de modo sutil, sua divinização. Novamente a serpente sibila aos ouvidos do homem dizendo: “vossos olhos se abrirão, e vós, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3:5). O fruto da desobediência está novamente posto à prova. O divórcio é uma prática destrutiva fomentada em corações enredados pelo pecado e carentes da graça de Deus. O humanismo o propaga pois ele é a inversão dos padrões criacionais presentes nas Escrituras. A pandemia só tem escancarado quão alienada estão as famílias de Deus. Fenômenos como a hiperconvivência podem ser corretamente compreendidos somente a partir dos princípios humanistas que solaparam os valores bíblicos presentes na sociedade. Casamento, família e filhos são realidades fortemente rechaçadas por nossa cultura, seja de modo velado ou não. Portanto, nada mais lógico, afinal, se o fim último do homem é a autorreferencial, como afirma o humanismo, o que é o outro para frustrar minha felicidade? Se até o criador foi defenestrado da praça pública secular, o que é um homem, uma mulher, um cônjuge, filhos – quando se os tem, ou coisa que valha, para impedir a minha felicidade? Por fim, o que se assentou nesse trono de palha não foi o homem, mas seu ego. Mais triste ainda é que essa visão tem sido presente na vida de cristãos professos.  A partir disso o divórcio tem sido um meio plausível, admitido e adotado para se remover todo e qualquer embaraço do indivíduo em sua busca incessante da felicidade própria pelos meios próprios. Mesmo que esse embaraço seja um cônjuge ao qual jurou amar, respeitar e cuidar tanto nas alegrias quanto nas carestias da vida. Fim infeliz e taciturno. Frutos amargos crescidos no solo do isolacionismo. As Escrituras como referência São muitas as opiniões de como lidar com a colossal reengenharia social trazida pela pandemia, que para alguns trará o Novo Normal [8] e para outros o Grande Reset [9]. Não faltam planos, faltam é princípios sólidos. Assim, proponho que adotemos uma abordagem ad fontes , ou seja, mais uma vez precisamos voltar as fontes, que nesse caso são as Escrituras. Novamente os pressupostos são inescapáveis, ou capitulamos ao humanismo secular desconsiderando o estado caído do homem e seu potencial espiritualmente destrutivo ou voltamo-nos a Palavra de Deus. Assim, mutatis mutandis*,  devemos reconhecer o dilema nesse alastro de divórcios: ou a solução está no homem ou no criador. Parto da posterior para redimir a anterior. Precisamos levar o Evangelho a aqueles que não tem esperança ou que a nutrem naquilo que não pode oferecer esperança alguma, isto é, a busca da própria felicidade pelos meios próprios. Todo relacionamento humano é uma nítida imagem do relacionamento do homem com Deus. O apóstolo João declara que é impossível amar ao outro sem primeiro amar a Deus (1 João 4:20). Também amamos a Deus ao amarmos sua Lei (João 14:21; Salmos 119:97). A Lei Moral – Decálogo, é tão certa quanto está gravada no coração humano (Romanos 2:15).  Honremos a Deus e amemos o próximo. Qualquer inversão, substituição ou ab-rogação disso por parte do homem conduzirá ao status quo secular. Um estado de coisas deplorável, narcisista e perigoso, no qual um casal não consegue conviver na mesma casa. Pergunto-me o que significa casamento para essas pessoas. O hedonismo* é crasso. Quanto a isso a sabedoria das Escrituras alerta: “As ambições dos justos resultam em bem para muitos; a esperança dos ímpios, somente em desgosto e ira” (Provérbios 11:23). Ouçamos as Escrituras. Conduzindo de volta as Escrituras Para um discípulo de Cristo o individualismo é no mínimo um contra senso. Nosso Deus é Trino. Na igreja há a interação econômica da Trindade. Nosso Deus nos chama ao relacionamento de amor no qual Ele per se  já nutria na eternidade. Quem deseja reinar sozinho é Satanás e não nosso Deus. Assim, o retorno às Escrituras deriva da compreensão correta da natureza de Deus e do relacionamento com Ele. Deste modo, essa recondução inevitavelmente nos levará a adotar seis princípios básicos: Precisamos reconhecer a soberania de Deus e nos submeter ao Seu senhorio conforme revelados nas Escrituras; Precisamos aplicar o padrão bíblico em nossa convivência conjugal; Precisamos discipular nossos filhos no padrão bíblico quanto ao casamento; Precisamos proclamar o padrão bíblico para o casamento; Precisamos tomar medidas disciplinares em nossas igrejas quanto ao desvio do padrão bíblico do casamento; Precisamos denunciar e nos opor a cultura humanista presente em nossas igrejas. Pastores e líderes precisam ser um luzeiro do brilho das Escrituras, tanto em sua pregação quanto em sua aplicação, pois uma não subsiste sem a outra. A pregação fiel das Escrituras e sua aplicação individual, familiar e comunitária produzirá solo fértil no qual germinarão relacionamentos transformados pelo Evangelho. Isso trará cura para as chagas do humanismo e do isolacionismo. Um exemplo de retorno às Escrituras Certamente há trabalho pastoral a ser feito. A exposição e aplicação fiel das Escrituras é urgente. O leviatã secular não descansa e busca a quem possa tragar (1 Pedro 5:8) e a pandemia tem oferecido presas fáceis e desavisadas nas pradarias do hiperconvivência. Precisamos de coragem e exemplos, bons exemplos. A declaração The Christian World View of the Family [10], de autoria de Coalition on Revival [11], traz em seu prefácio um exemplo corajoso. Ela pode ser lida como um testemunho público importante frente ao divórcio e a defesa do matrimônio e da família. Apesar da mesma não ser autoritativa – somente a Bíblia o é, e dispor de artigos com os quais discordo, nela seus autores apresentam um testemunho claro frente a dissolução da família, como se segue: A família é a instituição escolhida por Deus para trazer filhos ao mundo, para alimentá-los e treiná-los. Ela é a fibra da qual todas as instituições humanas piedosas são tecidas, e o tecido da Igreja e da sociedade se desintegrará se sua própria fibra for rasgada. Hoje a família está sendo dividida por muitos pecados e pressões da sociedade. Muitos indivíduos fora da Igreja, e até mesmo alguns dentro dela, aceitaram o divórcio por todo e qualquer motivo. O foco exclusivo na carreira e no materialismo tornaram-se ídolos respeitáveis, substituindo – para muitos pais e muitas mães, o viver para Deus e Seus propósitos no contexto da vida familiar, forçando desnecessariamente muitas mães a deixarem o lar e entrar no mercado de trabalho, enquanto as verdadeiras pressões econômicas obrigam muitos mais a permanecer lá por necessidade, devido à falta de caridade e justiça da parte dos outros. O movimento feminista radical danificou a moral de muitas mulheres e convenceu os homens a renunciarem à autoridade bíblica em casa. Alguns direitos e responsabilidades importantes dos pais foram corroídos pela lei, pelos tribunais e por algumas forças na educação da escola pública e por políticas governamentais que privam a família de muitas de suas funções bíblicas tradicionais. A mídia muitas vezes doutrina espectadores acríticos com valores distorcidos e anti-família. Até recentemente, apoiamos acriticamente escolas governamentais e outras instituições humanísticas de ensino superior, embora muitas vezes ensinem deliberadamente e efetivamente endossem as práticas anti-família de “paternidade social”, aborto, eutanásia, adultério consentido, promiscuidade, homossexualidade e assim por diante. Como resultado, muitas famílias sofrem de falta de objetivo e desordem. A separação da família, o desrespeito pelas necessidades dos filhos e dos membros mais velhos da família, a busca desenfreada pela autorrealização, o divórcio fácil, a falta de compromisso e estabilidade e o aumento resultante de famílias pobres e chefiadas por mulheres colocam em perigo a vida familiar. Notas do Autor: *Pedra de toque é uma expressão que significa padrão, critério ou parâmetro. *Mutatis mutandis é uma expressão latina que significa aplicar algo com as devidas mudanças. *Hedonismo é o pensamento que afirma a busca incessante pelo prazer como bem supremo. *Humanismo é o pensamento que afirma o ser humano numa condição acima de todas as coisas, outro termo correlato é antropocentrismo. Tiago Silva  é pastor da Igreja Batista em Pedreira e mestre pelo programa Master of Divinity pela Escola de Pastores PIBA. É casado com Adinalda e ambos são pais de Natanael. Referências [1] Confinados em casa, casais lutam contra dificuldades da hiperconvivência. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/04/05/casais-em-isolamento-como-superar-momento-de-convivencia-intensa-sem-destruir-a-relacao.ghtml [2] Isolamento provoca desgaste familiar: como lidar com convivência em excesso. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/08/isolamento-provoca-desgaste-familiar-como-lidar-com-convivencia-em-excesso.htm [3] Lares brasileiros já tem mais animais que crianças. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/09/opinion/1433885904_043289.html [4] Aumenta procura por divórcio durante a pandemia. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-06/aumenta-procura-por-divorcio-durante-pandemiar [5] Como lidar com o excesso de convivência na quarentena. Disponível em: https://marciatravessoni.com.br/lifestyle/como-lidar-com-o-excesso-de-convivencia-na-quarentena/ [6] Casais em isolamento: como superar momento de convivência intensa sem destruir a relação. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/04/05/casais-em-isolamento-como-superar-momento-de-convivencia-intensa-sem-destruir-a-relacao.ghtml [7] Casamentos e divórcios. Disponível em: https://www.facebook.com/jornaltempo/photos/a.296433567121005/3475834259180904/ [8] Como você vai se cuidar no novo normal? Disponível em: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/como-voce-vai-se-cuidar-no-novo-normal/ [9] O grande reset: o mundo rumo à economia circular. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/o-grande-reset-o-mundo-rumo-a-economia-circular/ [10] The Christian Worldview of The Family. Disponível em: https://www.angelfire.com/ca4/cor/family.html [11] Coalition on Revival. Disponível em: http://www.reformation.net/ #pandemiaeahiperconvivencia #familiadebaixodagraça #familiaepregação

A pandemia e a hiperconvivência

O novo falso fator para o aumento de divórcios por Tiago Silva| A pandemia tem transformado o panorama mundial das mais variadas formas,...

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Por André Oliveira |  No verão de 1978 cerca de 300 teólogos e eruditos bíblicos se reuniram na cidade de Chicago para escrever um documento que logo após seria chamado Declaração sobre a Inerrância das Escrituras [1]. O objetivo deles era defender a doutrina da inerrância bíblica dos ataques e artimanhas do liberalismo existente.  Não faltam nomes de peso como signatários desta declaração, tais como Boice, Packer, Sproul, Kantzer, Geisler, Schaeffer entre outros. O International Council on Biblical Inerrancy, ou como foi abreviada de ICBI (Concílio Internacional sobre Inerrância Bíblica), produziu outras duas importantes declarações nos anos seguintes, a Declaração de Hermenêutica Bíblica (1982) [2] e a de Aplicação Bíblica (1986) [3]. Os signatários dessa declaração se empenharam para dar continuidade ao fundamento bíblico presente na Reforma Protestante e aplicá-lo aos nossos dias. Eles declararam que a Bíblia é inerrante como fonte única da revelação divina escrita; Ela sozinha, ensina o que é necessário para salvação do homem pecador; e Ela mesma é o padrão pelo qual todo comportamento cristão dever ser avaliado, ou seja, eles se comprometeram com o distintivo formal da Reforma – Sola Scriptura. Como assevera a comissão na declaração: "As Escrituras Sagradas, sendo a própria Palavra de Deus, escritas por homens preparados e supervisionados por Seu Espírito, possuem autoridade divina infalível em todos os assuntos que abordam; devem ser cridas, como instrução divina, em tudo o que determinam; aceitas, como penhor divino, em tudo que prometem". [4] Assim, a declaração intentou tanto demonstrar a inerrância bíblica pela própria Escritura (2Tm 3.14-17), como também emitir um poderoso alerta para a igreja e gerações futuras quanto aos perigos advindos da rejeição da autoridade bíblica e a não submissão às reivindicações que a Palavra faz sobre si mesma (2Pe 1.21). A autoridade das Escrituras, isto é, sua superioridade sobre a tradição da igreja, a interpretação do indivíduo, as reivindicações da cultura vigente ou de uma organização humana é proveniente de sua inerrância e suficiência. Sua segurança quanto a ausência de erros, total confiabilidade, consistência, coerência, suficiência em seus objetivos na defesa dessa verdade, é tema central para a igreja cristã. O que foi dito a respeito da doutrina da justificação no período da Reforma pode ser estendido para defesa da autoridade bíblica, de que essa é “a doutrina pela qual a igreja cai ou permanece de pé”.   A defesa que se fez a esta importante doutrina em 1978 com o ICBI, foi essencialmente de mesma importância da que foi feita em 1517, quando o reformador Martinho Lutero fixou suas 95 teses na porta do castelo de Wittenberg. Lutero testemunhou a perda da centralidade das Escrituras Sagradas bem como sua autoridade no seio da igreja, estando esta corrompida com abusos, imoralidades e negociações da fé bíblica da parte de homens ímpios, a semelhança do retrato que Judas descreve em sua epistola: “sonhadores alucinados, rochas submersas e ímpios” (Jd 8-12). Esses falsos mestres vivem para estabelecer artimanhas a fim de remover o alicerce da autoridade e centralidade das Escrituras na vida da igreja. Eles buscam subtrair as Escrituras de nós como suprema regra de fé e prática e, assim, tal como no período da reforma houve um brado por retorno à Palavra novamente ocorreu na ocasião que o ICBI legou as declarações na defesa das Escrituras. Não existe nenhuma dúvida que essa batalha se estende em nossos dias, como Peter Jensen, nos informa: "Uma sociedade inclinada ao inferno em desafio a Deus não quer que ninguém declare as palavras de Deus. Em vez de ouvir a mensagem, ela ridicularizará a atividade e matará os mensageiros. Parte dessa resistência espiritual à pregação hoje é a cutelaria intelectual da sociedade ocidental moderna". [5] Portanto, a fé bíblica ou convicção cristã reformada urge a defesa da bandeira que foi levantada com maestria no passado pelos reformadores: Somente as Escrituras ( Sola Scriptura ), isto é, as Escrituras como norma objetiva e final e o Toda Escritura ( Tota Scriptura ), isto é, submissão de nossa pregação e ensino ao ditame final do cânon bíblico. Assim, tanto os distintivos formais da Reforma (5 Solas) bem como a Declaração sobre a Inerrância de Chicago são marcos de firmeza e comprometimento com as Escrituras. Se estas convicções não fizerem parte do ministério pastoral e não houver um compromisso profundo com uma hermenêutica histórico-gramatical, o que sobrará será o abuso, relativização, subjetividade e adulteração das Escrituras. A pregação bíblica estará ferida mortalmente e fatalmente irá depor contra o compromisso que está legado a igreja cristã de defender a centralidade e autoridade da Palavra de Deus. Timothy Ward, nos lembra que “no decorrer da história cristã, a visão amplamente predominante em relação à Bíblia é que ela é a Palavra viva e ativa de Deus. Dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus é dizer, que ‘aquilo que a Bíblia diz Deus diz”.  [6] Veja uma lista de 10 perigos que os biblistas Luiz Sayão, Russel Shedd e Itamir Neves, listaram quando há negligência no reconhecimento de que a Palavra de Deus é inerrante e autoritativa: [7] 1. Subjetividade; 2. Ensino condicionado à mentalidade humana; 3. Pregações mais agradáveis que deixam de lado os desígnios de Deus; 4. Falsas aplicações por falta de interpretação, conhecimento bíblico e pressupostos de uma hermenêutica histórico-gramatical e literal; 5. Destruição da autoridade bíblica; 6. Promoção de teologia liberal e relativização das verdades bíblicas; 7. Religiosidade sincrética e uma postura de práticas não cristãs; 8. Antropocentrismo que promove o bem-estar e satisfação do auditório; 9. Retorno ao galacionismo ou ênfases judaizantes; 10. A falência do púlpito e a adequação à sociedade pós-moderna. Afirmamos, portanto, que nossas convicções estão cativas ao fato de que a Bíblia é a Palavra de Deus e, por isso, o centro da vida, fé e prática do povo de Deus. Afirmamos que veracidade e singularidade das Escrituras é o que diferencia a fé cristã de qualquer outra religião. Assim, confessamos as Escrituras como o baluarte que orienta as convicções hermenêuticas necessárias para ser encontrado fiel como ministro de Deus. No cerne de nossas convicções se encontra o princípio que sustenta tudo o que fazemos, o Permanecer na linha das Escrituras, que reconhece que a Bíblia é inspirada e a infalível suprema voz de Deus que conduz a Sua igreja. Sendo assim, todos os princípios defendidos e ensinados pela missão Pregue a Palavra derivam e estão indissociavelmente ligados a autoridade das Escrituras.   Negamos qualquer abordagem ou ensino que intente negar, subtrair, alterar ou solapar a autoridade das Escrituras e que culmine na retirada de sua centralidade da vida da igreja e ministério da Palavra. Desta forma, repudiamos toda e qualquer tentativa de líderes, igrejas, denominações, seminários, indivíduos ou organizações que por meio de ataques à centralidade das Escrituras e sua inerrância, busquem desmerecer, revisionar ou diminuir seu escopo autoritativo, com vista à adequação cultural ou instrumentalização ideológica de qualquer matiz e, portanto, termine negando qualquer doutrina bíblica ensinada e defendida pelas Escrituras. André Carvalho de Oliveira  é pastor no presbitério da Primeira Igreja Batista em Atibaia, Diretor Executivo da missão Pregue a Palavra, mestre pelo programa MDiv da EPPIBA e doutorando pelo programa DMin no CPAJ. Ele é casado com Simone e pai de Isabela e Helena. Notas [1] Declaração de Chicago sobre a Inerrância das Escrituras: Acesso em 27/10/2020; disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/declaracao_chicago.htm  [2] Declaração de Chicago sobre a Hermenêutica Bíblica: acesso em 27/10/2020: disponível em: http://hermeneuticabiblical.blogspot.com/2015/09/declaracao-de-chicago-sobre.html [3] Declaração de Chicago sobre Aplicação Bíblica: acesso em 27/10/2020:  disponível em: https://www.alliancenet.org/the-chicago-statement-on-biblical-application  [4] ICBI, Declaração de Chicago sobre a Inerrância das Escrituras. [5] JENSEN, Peter. A Revelação de Deus. São Paulo, Cultura Cristã. 2007 [6] WARD, Timothy. Teologia da Revelação. São Paulo, Edições Vida Nova. 2017 [7] SAYÃO, Luiz; SHEDD, Russel; NEVES, Itamir. Congresso, Raízes da nossa Fé, Sola Scriptura. Goiânia, 2009. Apostila entregue aos participantes. [8] BOICE, James Montgomery Boice. O Alicerce da autoridade Bíblica. Vida Nova, 1982 #declaraçãopregueapalavra #pregaçãoexpositiva #inerrânciadasescrituras #princípioshermenêuticos

A Doutrina da Inerrância Bíblica e a Pregação

Por André Oliveira | No verão de 1978 cerca de 300 teólogos e eruditos bíblicos se reuniram na cidade de Chicago para escrever um...

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por Jeremiah J Davidson|   A palavra seminário vem do latino seminarium  e seu significado original é sementeira ou canteiro de sementes. O uso do termo para se referir à formação clerical aparentemente começou na contra-reforma católica do século XVI. Durante o ressurgimento da Igreja Católica Romana na Inglaterra sob o comando de Maria Tudor, o arcebispo de Cantuária, Reginaldo Pole, tentou implementar sementeiras ou "seminários" a fim de preparar o clero inglês. Vários anos depois, essa mesma terminologia aparece na 23ª sessão do Concílio de Trento, em 1563. No capítulo 18 da sessão, são dadas instruções específicas para a criação de seminários para formação clerical. Veja os seguintes trechos:  "Como a adolescência é normalmente inclinada a seguir os deleites mundanos caso não seja dirigida corretamente e não perseverando jamais na perfeita observância da disciplina eclesiástica sem um grandíssimo e essencialíssimo auxílio de Deus, a não ser que desde seus mais tenros anos e antes que os hábitos viciosos cheguem a dominar toda a pessoa, seja lhes dada criação conforme a piedade e religião. Estabelece o Santo Concílio que todas as catedrais metropolitanas e igrejas maiores que estas tenham a obrigação de manter e educar religiosamente e insistir na disciplina eclesiástica…Os que devem ser recebidos neste colégio tenham pelo menos doze anos e sejam de legítimo matrimônio, saibam ler e escrever, e dêem esperanças, por sua boa índole e inclinações, de que sempre continuarão servindo nos ministérios eclesiásticos. …O Bispo destinará, quando parecer conveniente, parte destes jovens (pois todos estarão divididos em classes quantas forem oportunas segundo o número, idade e adiantamento na disciplina eclesiástica), a serviço das igrejas. Uma parte ficará nos colégios para que sejam instruídos, e outros deverão ser colocados nos lugares daqueles que partiram, de modo que o colégio seja um plantel [seminário] perene de ministros de Deus." Dentro deste contexto, o termo seminário (sementeira) é apropriado para o que a Igreja Católica estava se esforçando a realizar. Boas sementes de jovens promissores são plantadas em um ambiente controlado e regadas com educação e disciplina eclesiástica na esperança de que cresçam como clérigos saudáveis para serem transplantados em paróquias carentes.  Eventualmente, o mesmo termo também seria aplicado às escolas protestantes para a educação ministerial, embora as escolas diferem em filosofia e missão. Hoje, o termo “seminário” é o nome mais comum para instituições de educação teológica e preparação ministerial em grande parte do Ocidente. Tão comum se tornou, que o significado agrícola é esquecido.  Seminários ou Sementeiras? Curiosamente, embora uma sementeira dificilmente venha à mente ao usarmos a palavra, muitas vezes esperamos que os seminários sejam sementeiras. Isso, porém, pode ser prejudicial especialmente quando se considera a formação pastoral.  Que poderia tomar um jovem promissor e, através de um currículo perfeitamente elaborado, transformá-lo em um João Calvino, Richard Baxter ou Charles Spurgeon do século 21, tem um certo apelo às nossas noções românticas de educação. A Bíblia, no entanto, não suporta tal otimismo ilimitado.  O que a Bíblia diz sobre o "quem" da formação pastoral? Quem são os candidatos apropriados para o ministério pastoral?  As epístolas pastorais de Tito e Timóteo tratam mais diretamente esta questão. As qualificações para o presbítero (Tito 1; 1 Timóteo 3) falam de um caráter cristão maduro em harmonia com o Evangelho, bem como habilidades adequadas à tarefa de governar a igreja e conduzi-la na sã doutrina. Essas qualificações estão listadas para que Timóteo e Tito possam identificar homens que já possuem essas qualidades.  A segunda carta de Timóteo 2.2 resume a formação pastoral da seguinte forma: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros.” (AS21) Os pastores de amanhã são os homens fiéis de hoje. Retornando ao mundo agrícola, os candidatos ao pastoreio são identificados como árvores saudáveis e frutíferas, e não apenas sementes a serem cultivadas. A Bíblia fala de sementes. Mais notavelmente, Jesus contou a parábola do semeador (Marcos 4), onde a semente representa a Palavra de Deus. Os solos variados representam respostas diferentes à Palavra. Apenas uma porção relativamente pequena das sementes caem em solo bom e produzem uma colheita frutífera. Por analogia, uma boa sementeira (seminário) é um lugar onde a Palavra de Deus é bem recebida entre corações regenerados. A coisa mais próxima a isso em termos de instituições, é uma boa igreja local onde a Palavra de Deus é pregada fielmente.  Idealmente, cada igreja local seria uma sementeira ou estufa na qual a pregação fiel da Palavra estaria produzindo crescimento e frutos. A partir deste cultivo, a igreja reconhecerá regularmente aqueles homens fiéis que também serão capazes de ensinar a outros.  Não estamos afirmando com isso que não existe um processo intencional de formação pastoral. O “transmitir” (2 Timóteo 2.2) a homens fiéis é a transmissão da sã doutrina – teologia. A instrução das Epístolas Pastorais serve também como modelo para um currículo prático para o ministério pastoral, aplicado dentro do contexto da igreja local (treinamento na prática). Essas árvores precisam ser adubadas e podadas para aumentar ainda mais sua capacidade de frutificar (1 Timóteo 4.15).  Mais do que Apenas Etimologia Se a questão toda fosse apenas uma curiosidade da etimologia onde as palavras assumem novos significados ao longo do tempo, somente um crítico rabugento implicaria com isso. No entanto, como alguém imerso no trabalho de formação pastoral, percebo como é vital não pensar em seminários como sementeiras. E, ao mesmo tempo, como somos constantemente tentados a fazer isso.  A tentação de se tornar ou se imaginar como sementeira é dupla. Primeiro, enfrentamos a pressão de recrutamento de novos alunos que pode nos tentar a aceitar candidatos não qualificados. Justificamos isso convencendo a nós mesmos de que o aluno será transformado pelo próprio programa. Em segundo lugar, há a tentação em relação ao orgulho institucional. Isso resulta em uma posição de julgamento sobre a igreja, caminhando independentemente da igreja em direção aos nossos ideais institucionais. Os alunos são lousas para serem limpas e depois reprogramadas para revolucionar a igreja à nossa imagem.  Independentemente da terminologia utilizada, devemos estar cientes de que quando os seminários agem como seminários (sementeiras), já ocorreu um desvio que desvinculou a formação pastoral de seu paradigma bíblico, bem como de uma relação de subordinação sadia com a igreja local.  Em conclusão, considere quatro sugestões práticas decorrentes dessas considerações:  Não devemos ter expectativas      irreais de nossos seminários e faculdades teológicas. Não mande um jovem      perdido na vida na expectativa de receber de volta um pastor maduro e bem      preparado. Se essa pessoa há muito tempo se sentou debaixo da pregação      fiel e ensino das Escrituras e não produziu fruto, há pouco motivo para      esperar que a situação mude em um ambiente diferente. Nem mesmo os      programas intensivos de estilo monástico poderão com taxas altas de      sucesso transformar os      espiritualmente flácidos em soldados de Cristo. Os programas de formação pastoral      devem ser voltados para a poda e fertilização de árvores frutíferas, e não      necessariamente para o discipulado inicial. Isso tem implicações para as      normas de admissão, desenvolvimento curricular e objetivos institucionais      em relação ao seu aluno      formado ideal. O desenvolvimento de liderança      começa na igreja local com uma forte base da pregação e do ensino do      Evangelho, bem como o discipulado. Uma igreja que é forte nessas áreas      fundamentais, será uma sementeira de líderes cristãos para o pastoreio e      todas as áreas do serviço cristão. Se uma igreja não está produzindo      líderes, a igreja deve considerar primeiro os fundamentos antes de considerar      elaborar novos programas, muito menos de confiar candidatos a instituições      externas na esperança de que eles sejam capazes de realizar o que a igreja      não foi capaz de fazer. Por fim, igrejas e instituições      envolvidas na formação de pastores e na educação teológica de adultos      devem considerar utilizar uma palavra diferente de “seminário” para      descrever seu programa, uma palavra que se aproxima mais à sua visão e      missão: Escola de Pastores, Academia de Estudos Teológicos, Centro para      Estudos Bíblicos e Pastorais, etc.  Jeremiah J Davidson  Jeremiah J Davidson é marido, pai, membro da equipe pastoral da Primeira igreja Batista de Atibaia e reitor da Escola de Pastores PIBA. Possui mestrado em estudos bíblicos pelo Biblical Theological Seminary (EUA) e atualmente estuda no Oxford Centre for Missions Studies (Reino Unido).

Homens Fiéis: O Equívoco do Termo “Seminário”

por Jeremiah J Davidson| A palavra seminário vem do latino seminarium e seu significado original é sementeira ou canteiro de sementes. O...

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por Craig Parro Tornei-me crente em 1970, enquanto calouro na Universidade de Illinois. O início dos anos 70 foi uma época de grande colheita espiritual nos campus universitários de todo o país, e Deus, em sua grande misericórdia, me incluiu. Alguns meses depois, comecei a receber cartões postais de Chuck, um jovem que morava conosco. Minha mãe era professora de inglês do ensino médio com um coração enorme. Ela acabou dando boas-vindas a estudantes problemáticos em nossa casa ... algumas vezes por alguns dias ou, como no caso de Chuck, por vários meses. Quando Chuck nos deixou, ele estava perdido ... tentando encontrar seu caminho na vida. Mas então esses cartões postais chegaram cheios de versículos da Bíblia. "Legal!" Eu pensei. "Chuck se tornou um crente como eu". Um cartão postal me trouxe muita alegria. Chuck nos informou que iria nos visitar no feriado de Ação de Graças. Sem o nosso conhecimento, Chuck havia se juntado a uma seita, os Filhos de Deus. Quando ele chegou, ele começou a explicar que, se eu realmente amava Jesus, me juntaria ao grupo deles. Permanecer na escola não era uma opção se eu fosse um seguidor sério de Cristo. Universidades e corporações faziam parte do sistema mundial. Seguidores genuínos devem abandonar o mundo e se unir aos únicos crentes verdadeiros, os Filhos de Deus. Eu estava confuso, então convidei Gerry, um colega que estava me discipulando, para se encontrar com Chuck. Gerry também ficou confuso e, eventualmente, nós dois ficamos convencidos de que deveríamos abandonar a escola e nos juntar a eles. Quando eu disse a minha mãe que estava saindo para me juntar aos Filhos de Deus, isso partiu seu coração. Mais tarde, ela me disse que foi a experiência mais dolorosa de sua vida, quase tão devastadora para ela quanto a morte de meu pai, alguns anos antes. Mas o que eu poderia fazer? Chuck e seus amigos me lembraram que Jesus disse que para segui-lo, devemos odiar nosso pai e mãe. Os Filhos de Deus incentivaram seus novos membros a tirar de suas famílias o máximo de dinheiro possível, além de carros e outros objetos de valor. Afinal, quando Israel deixou o Egito, eles pegaram "os despojos do Egito e saquearam os egípcios". Saí no fim de semana do sábado de Ação de Graças, dizendo à minha mãe que nunca mais a veria. A lavagem cerebral começou na primeira noite com o culto. Eles começaram a me doutrinar com cinco estudos bíblicos diferentes. Na manhã seguinte, acordei confuso, exausto e assustado. Procurei o Senhor nas Escrituras e li: “Para aqueles que guiam esse povo, eles o desviam; E aqueles que são guiados por eles são confundidos.” (Isaías 9:16) Infelizmente, eu não tinha certeza de que líderes estavam me desviando ... eram meus líderes do campus ou os Filhos de Deus??? Deus em sua grande misericórdia me libertou do culto naquele dia. Milagrosamente, meu irmão mais velho e alguns amigos do campus conseguiram me encontrar e me resgatar. Mas lembro-me de voltar para a universidade com confusão e vergonha enchendo minha alma. Enquanto um amigo do campus dirigia, abri minha Bíblia e descobri Efésios 4:14: “… para que não sejamos mais crianças, jogadas de um lado para o outro pelas ondas e levadas por todo vento de doutrina, pela astúcia humana, pela astúcia em esquemas fraudulentos”. Naquele longo e preocupante caminho para Champaign, Illinois, começou a formar em mim uma convicção de que eu precisava me dedicar a estudar, aprender e amar a Palavra de Deus. Deus usou minha experiência com os Filhos de Deus para me moldar profundamente ... para o bem. A interpretação bíblica importa? Não consigo pensar em nada que importe mais. Craig Parro Craig foi diretor internacional da Leadership Resources International desde o seu ingresso no ministério em 1989. A partir de janeiro de 2010, ele passou a atuar como Presidente. Formado em TEDS (M.A., Missão), Craig é um professor estimulante e tem capacitado e incentivado pastores e igrejas nos EUA, América Latina e Ásia. Craig também atua no Conselho de Administração da TOPIC (Coalizão Internacional de Formadores de Pastores), uma associação de organizações de treinamento pastoral focada em acelerar o treinamento pastoral em todo o mundo. Craig é autor de artigos que aparecem em várias revistas. Seu primeiro livro, Unlikely Warriors, foi publicado em 1992. Ele também é co-autor de Finishing Well in Life and Ministry: God's Protection from Burnout. Fonte: www.leadershipresources.org Traduzido com permissão Título original:   Why does biblical interpretation matter? Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva #princípiohermenêutico #princípiohermenêutico

Por que a interpretação bíblica é importante?

por Craig Parro Tornei-me crente em 1970, enquanto calouro na Universidade de Illinois. O início dos anos 70 foi uma época de grande...

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por Rubem Alves| Queridos irmãos, Sai de Manaus para San Felix (Venezuela) dia 25.01, às 19h, chegando lá 31 horas depois. Na primeira semana, eu e o John Morales, viajamos para o norte do país e ministramos o módulo de Marcos para 23 alunos em Barquisimeto (29-30.01). Este grupo chegou um dia antes da data do módulo para estudar gramática a fim de avaliar melhor a estrutura do texto, para extrair os princípios corretos. Eles estão melhorando muito em sua capacidade de observação e análise de texto. Eles estão muito gratos a Deus, ao PAP e à igreja do Marcelo Firmino (RJ) que tem investido em suas vidas. Alguns deles disseram que, até conhecer o PAP, não tiveram a oportunidade sequer de conhecer o que é pregação expositiva. Um dos pastores do grupo nos convidou a conversar com uns 40 pastores em uma cidade a leste de Caracas para ali começar um treinamento. As portas também estão abertas na região norte do país. No dia 01.02 voltamos para San Felix. De 03 à 05.02 ministramos Habacuque em San Felix para um grupo de pastores e seminaristas nas dependências do Seminário Batista Venezuelano. Os irmãos reconheceram que depois que se estuda Habacuque você percebe a atualidade desta literatura. Eles reconheceram que a situação pela qual passa sua nação também tem haver com o tratamento de Deus para com a igreja venezuelana que estava vivendo para si mesma e não se importava com o Reino de Deus dentro e fora de seu país. Neste grupo o PAP tem investido mais de R$ 2.000,00 para que o grupo aconteça. pr. Rubem Alves Diretor do PAP Norte e Venezuela

Pregue a Palavra na Venezuela

por Rubem Alves| Queridos irmãos, Sai de Manaus para San Felix (Venezuela) dia 25.01, às 19h, chegando lá 31 horas depois. Na primeira...

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Por  Craig Parro| Pregar o conteúdo da Bíblia não é suficiente. O conteúdo deve levar à intenção do autor. As Escrituras são propositais ... foram escritas para um grupo específico de pessoas com a intenção de provocar uma mudança necessária (da perspectiva de Deus). Nossa nobre tarefa, como professores e pregadores da Palavra de Deus, é discernir o objetivo original do texto. Obviamente, isso requer uma leitura cuidadosa do texto e do contexto. Uma vez compreendido, o objetivo original, ou a intenção pastoral do texto, nos leva a uma aplicação biblicamente orientada para hoje. O objetivo de Deus alimenta nossa aplicação. Infelizmente, podemos perder o objetivo de Deus por causa de dois pontos cegos. Ponto cego nº 1. Nossos pressupostos Nossos pressupostos são um conjunto de suposições ou pré-entendimento que trazemos para qualquer texto. Nossos pressupostos são moldados por uma ampla variedade de experiências de vida, incluindo nossa educação, teologia, educação e dinâmica familiar, bem como a vida da igreja e a afiliação denominacional. Cada um de nós tem pressupostos que nos ajudam a nos comunicar com os outros e a separar ideias e experiências que encontramos ao longo da vida. Nossos pressupostos são uma parte essencial de nossas vidas, mas ocasionalmente nos faz tropeçar, por exemplo, quando colide com um texto bíblico. Todos nós já tivemos essa experiência: estamos lendo nossa Bíblia e, de repente, paramos e dizemos ou pensamos: “Ei, espere um minuto. Isso não está certo!” Ou, “por que o autor disse isso? Eu certamente não diria isso dessa maneira!” Ou “isso é confuso ... parece contradizer minhas convicções profundamente arraigadas”. O que está acontecendo quando reagimos dessa maneira? ... nossos pressupostos estão colidindo com o texto. O texto está desafiando algum aspecto de nossos pressupostos e não gostamos! Nossa vulnerabilidade em momentos como esses é forçar o texto a se encaixar em nosso sistema de pressupostos. Não!!! Vamos lembrar o que acreditamos sobre a inspiração: o texto bíblico é inspirado, nossos pressupostos não são. Embora possamos ficar tentados a dar aos nossos pressupostos uma autoridade que não merecem, devemos fazer o oposto ... permitir que o texto forme e reformule nossos pressupostos. O texto bíblico deve governar! Quando Jeremias pede que os profetas "permaneçam no conselho do SENHOR", ele enfatiza a preeminência da Palavra de Deus acima da nossa estrutura humana. Quando Deus fala em seu conselho, ele fornece sua perspectiva ... suas prioridades ... sua estrutura. Nós, como professores e pregadores fiéis, devemos ouvir atentamente e, em seguida, subordinar nossas perspectivas, prioridades e estruturas às dele. “Pois quem dentre eles esteve no conselho do SENHOR, para que percebesse e ouvisse a sua palavra, ou quem esteve atento e escutou a sua palavra?” (Jr 23:18). Ponto cego nº 2. Nossa Agenda Como os falsos profetas da antiguidade, somos vulneráveis ​​a ensinar e pregar nossa própria agenda. Jeremias criticou os profetas de seus dias por falar “visões de suas próprias mentes, não da boca do Senhor.” (23: 16b) David Jackman fornece uma ilustração útil. Se o seu carro é o seu sermão, onde está localizada a Bíblia? Está no porta-malas (ou na bota, como David diria)? Talvez você tenha levado para a frente do porta-malas, para o banco de trás? Talvez você tenha dado ainda mais destaque ao colocá-lo no banco do passageiro da frente. Mas, está em seu devido lugar... no banco do motorista? Estamos permitindo que a Palavra Dele conduza nosso sermão, estabelecendo a agenda de nosso ensino e pregação? Podemos perder a intenção de Deus do pastoreio, apegando-nos aos nossos pressupostos ou pressionando a Bíblia com uma agenda pessoal. Considere honestamente essas perguntas preocupantes ... 1- Quando seus pressupostos tendem a colidir com textos bíblicos? Quando isso acontece, o que tende a substituir o outro ... seus pressupostos ou o texto bíblico? 2- Que destaque os textos bíblicos têm em seu ensino e pregação? A intenção transformadora de Jeremias 23.16-32 era que os falsos profetas se arrependessem. Como esse texto se aplica a você?   Craig Parro Craig foi diretor internacional da Leadership Resources International desde o seu ingresso no ministério em 1989. A partir de janeiro de 2010, ele passou a atuar como Presidente. Formado em TEDS (M.A., Missão), Craig é um professor estimulante e tem capacitado e incentivado pastores e igrejas nos EUA, América Latina e Ásia. Craig também atua no Conselho de Administração da TOPIC (Coalizão Internacional de Formadores de Pastores), uma associação de organizações de treinamento pastoral focada em acelerar o treinamento pastoral em todo o mundo. Craig é autor de artigos que aparecem em várias revistas. Seu primeiro livro, Unlikely Warriors, foi publicado em 1992. Ele também é co-autor de Finishing Well in Life and Ministry: God's Protection from Burnout.  Fonte: www.leadershipresources.org Traduzido com permissão Título original:   Preaching the content of the Bible is not enough Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva #princípiohermenêutico #princípiohermenêutico

Pregar o conteúdo da Bíblia não é suficiente

Por Craig Parro| Pregar o conteúdo da Bíblia não é suficiente. O conteúdo deve levar à intenção do autor. As Escrituras são propositais...

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por L eadership Resource s| Muitas composições musicais voltam repetidamente a uma melodia chave. A trilha sonora de muitos filmes ainda apresenta uma linha melódica essencial que ajuda a contar a história e a carregar peso emocional. De maneira semelhante, os livros da Bíblia têm uma "linha melódica" que se repete, compartilhando a ideia principal do livro e a resposta pretendida. Não há ninguém mais qualificado para aprofundar o quê, o porquê e o modo de pregar a linha melódica do que nosso herói da pregação, Dick Lucas. Lucas, agora aposentado, fundou o Proclamation Trust para levantar a próxima geração de expositores da Bíblia. Leia a transcrição da entrevista que foi originalmente publicada no PreachingToday.com PreachingToday.com: O que você quer dizer quando fala sobre pregar a linha melódica de um texto? Dick Lucas:  Eu não inventei o termo linha melódica, mas ele se tornou bastante conhecido. A linha melódica é retirada do fato de que uma peça musical tem uma música ou uma linha que mantém a coisa toda unida. Queremos mostrar que, em uma carta do Novo Testamento, por exemplo, um tema mantém a coisa toda unida. Portanto, tirar versículos e passagens fora do contexto dessa linha melódica, esse tema, esse argumento que percorre a carta, não seria benéfico. Por exemplo, 2 Timóteo 3:16 é freqüentemente retirado para provar a inspiração das Escrituras, o que, é claro, prova. Mas se você colocar na linha melódica da carta, você encontrará as instruções de Paulo para Timóteo sobre como ele deve continuar seu ministério, e Paulo está dizendo que o equipamento que Timóteo precisa para seu ministério é a Palavra de Deus, que irá capacitá-lo e treiná-lo em retidão e correção e tudo o mais. Conheço o diretor de uma faculdade de teologia que está determinado a incluir todo o currículo a partir de 2 Timóteo 3:16. Ou seja, ele quer que a Bíblia controle todas as outras disciplinas. É isso mesmo que Paulo está dizendo a Timóteo. Embora o versículo ensine a inspiração das Escrituras, e de fato sem a inspiração, as Escrituras não seriam poderosas para fazer o trabalho, o verso está falando especificamente com o homem de Deus (ao ministro, ao pastor, ao professor) e dizendo a ele como deve estar totalmente equipado. Como esse princípio se desenvolve na preparação de um sermão? Digamos que estou fazendo uma série sobre a Epístola a Judas. Começa com a maravilhosa declaração de que somos mantidos por Cristo, e termina com a maravilhosa doxologia: "Àquele que é capaz de impedir você de cair". Se você olhar para o material no meio da Carta, a ênfase é sobre como, através da obediência à fé e aos padrões que Deus estabeleceu, devemos evitar um desastre. Há um equilíbrio notável. Deus mantém seu povo - todos nós sabemos disso. Mas a carta está dizendo que não basta saber que Deus o mantém. O sinal de que Deus está mantendo seu povo é que eles estão se mantendo. Isso me dá compreensão sobre a carta. Isso me mostra do que se trata, para onde está indo. Existem alguns versículos complicados e importantes em Judas nos quais eu poderia gastar um sermão inteiro, mas se eu tiver o padrão e o argumento da Carta, isso fará muito mais sentido. Quando você prega em uma seção de um livro, você ainda sonda o livro inteiro para trazer à tona essa Linha Melódica? É uma das disciplinas mais importantes do pregador. É alarmante se você for a uma igreja onde uma equipe de pregadores está fazendo uma série sobre Hebreus, por exemplo, e cada pregador tem uma ideia diferente sobre o que é o Livro. É absolutamente essencial saber como está indo a linha melódica, o argumento, o tema do livro. Quais são alguns dos segredos que você descobriu para encontrar a Linha Melódica de um livro e para tecer isso dentro e fora de um sermão de uma maneira que mantenha as pessoas interessadas? Esse é o trabalho duro de preparação. É emocionante encontrar a razão pela qual o livro foi escrito. A dificuldade é que o estudioso, ao escrever seus comentários - e, é claro, eles são essenciais para nós como parte de nosso trabalho - inevitavelmente será um homem detalhista. Ele dirá o que significa cada palavra, de onde vem; ele vai falar sobre cada ponto e vírgula. Tudo bem, mas também quero saber por que está lá; o que os comentaristas geralmente não são tão bons assim, porque suas habilidades acadêmicas são aprimoradas pelos assuntos técnicos. Se eu escrevesse uma carta a um amigo dizendo que estava pegando um trem e o encontraria em Cambridge às três horas, e essa carta fosse desenterrada em 2.000 anos, o estudioso não estaria interessado em saber por que a carta foi escrita. Ele olharia os detalhes da carta e escreveria monografias sobre eles. Por exemplo, na carta eu poderia ter dito que ligaria para o McDonalds a caminho de Cambridge. O estudioso dizia: "Esse sujeito, há 2.000 anos, deve ter sido um escocês e tinha amigos escoceses que ele chamou". Depois, alguém com um doutorado, descobriria que o McDonalds era um café. Tudo isso é interessante, mas não é sobre o que a carta foi escrita. A carta foi escrita para dizer: "Você me encontrará às três horas?" Portanto, a carta de 2 Pedro foi escrita para me avisar que eu serei afastado de minha firmeza, a menos que cresça na graça e no conhecimento de Deus. Isso governa a carta inteira. Então, eu preciso saber por que ele escreveu a carta, se eu vou olhar os detalhes. Você geralmente encontra um versículo chave que o aconselha, ou é a repetição que o leva a pensar no pensamento principal? Às vezes é um versículo chave. Um dos versículos que usamos recentemente foi Hebreus 13: 8. É o que chamo de "texto do calendário da cozinha": "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente". Poucas pessoas têm a menor ideia do que realmente significa. Mas é uma chave para Hebreus, porque está dizendo que Jesus Cristo, em seu trabalho como sacerdote e em trazer a revelação de Deus, permanece para todo o sempre. Se a rainha da Inglaterra permanecesse para todo o sempre, o príncipe Charles nunca seria rei. Portanto, se o padre permanecer para todo o sempre, nunca haverá outro padre. Isso me diz que o tema de Hebreus tem a ver com a obra consumada de Cristo na cruz e que não precisa haver outro sacerdote, porque ele é o sacerdote para todo o sempre. Se ele é um sacerdote para todo o sempre, significa que terminou seu trabalho redentor e reconciliador, e há uma mensagem final à qual a igreja foi dada, à qual nada pode ser adicionado. Hebreus começa dizendo que Deus falou muitas vezes no passado, mas ele finalmente falou por seu Filho. Se você juntar essas duas coisas - o trabalho final e a palavra final -, você tem a mensagem de Hebreus, mas é provável que não consiga entender isso sem ler o Livro e dizer: Qual é o argumento que está sendo veiculado? O escritor está dizendo: Não se afaste desta Palavra. Não acrescente, porque a obra de Cristo como sacerdote foi concluída e você está reconciliado com Deus. Se você estiver reconciliado, ninguém poderá fazer nada para torná-lo mais reconciliado e mais aceitável. Como treinamos as pessoas a ter a disciplina mental para seguir uma linha de raciocínio, para entrar no texto e ver o grande quadro conosco? A maioria das pessoas prefere ordem e lógica a confusão. Às vezes devemos dizer ao pregador: “Ordem! Ordem! Onde você vai? Qual é o seu pedido?” A maioria das pessoas prefere que o pregador tenha algum tipo de pedido para que eles saibam em que direção eles deveriam estar indo. Chamamos isso de "lógica em chamas". Isso vem de Martin Lloyd-Jones, que disse que o sermão deveria ser conhecido por sua lógica, mas essa lógica deve estar em chamas, por isso não é apenas uma lógica acadêmica fria. O grande sermão de Paulo aos atenienses é exatamente isso: lógica pegando fogo. Ele tem uma linha clara de ensino sobre a ignorância deles e por que eles são ignorantes e o que devem fazer sobre isso. Algumas pessoas gostam de confusão emocional, mas depois de um tempo elas preferem ter a mente dirigida e satisfeita. É como quando éramos crianças. Gostávamos de toda a comida errada, mas à medida que crescíamos, preferíamos mais alimentos nutritivos. Ao crescer espiritualmente, você prefere algo que nutre sua mente e também seu coração. No domingo, pregarei sobre os etíopes em Atos 8. Uma das coisas que precisamos fazer quando chegamos a uma história familiar como essa é examinar a estrutura que o escritor usa ao contar a história. O escritor tem uma mão nisso e está contando a história com um ponto de vista. Agora você pode usar essa história de várias maneiras diferentes. Eu li um livro sobre evangelismo pessoal baseado na história da Etiópia, e isso é legítimo. Muitas vezes mantive essa história na manga quando me pediram para falar com empresários em pouco tempo, porque é a história de um empresário que conheceu Cristo. Mas nenhuma dessas razões é a razão pela qual Lucas conta a história. Lucas conta a história porque a igreja em Atos 8 está começando a sair para o mundo inteiro. É o momento em que os discípulos são expulsos de Jerusalém, primeiro para Samaria e depois para os confins da terra. Portanto, Atos 8 permanece como o primeiro capítulo daquela grande expansão da igreja no mundo. E Lucas quer nos dizer o que é o verdadeiro ministério evangelístico. Agora, imagino que o estudo de Lucas era bastante desarrumado, porque ele recebia material o tempo todo de pregações, campanhas, milagres, perseguições e assim por diante. Mas ele na verdade passa um capítulo inteiro com duas histórias - Simão, o mágico, que é uma imagem falsa do ministério, e o etíope e Filipe, que é uma imagem verdadeira do ministério. Então, eu quero saber o que ele tem em mente quando escreve a história. Ele está querendo me dizer: Filipe, liderado pelo Espírito, está lhe dando um padrão de como evangelizar. O primeiro ponto é que o etíope lhe diz: “Como posso entender este livro sem um professor?” Lucas está dizendo que a Bíblia não é auto-explicativa, que Deus designou professores. Então, quando recorro às epístolas pastorais, descubro que apenas uma qualificação profissional é necessária para ser ministro: ele precisa ser um professor apto. Então, quando volto para o etíope, acho fascinante que o Espírito Santo envie Filipe ao deserto, para uma campanha evangelística que não pode ter sido um convite muito bem-vindo, onde ele encontra uma pessoa lendo um texto bíblico que ele não entende. O etíope diz a ele: "Você vem e me guia?" E a palavra grega significa simplesmente "explique", "ensine-me". Então, Lucas está me dizendo que o evangelismo começa com o entendimento das Escrituras e que o evangelismo não está coletando “escalpos”; não está deixando as pessoas emocionalmente ligadas e nem pedindo uma decisão quando as pessoas não sabem sobre o que estão sendo solicitadas a decidir. Começa com o ensino da Bíblia. É imensamente encorajador para um jovem ministro que sente que deve deixar o evangelismo para os profissionais quando lhe dizem: "Se eu ensino a Bíblia, estou começando o empreendimento evangelístico". Isso vem da análise da estrutura da história. Na Proclamation Trust, temos um princípio de pregação chamado “Período de perguntas”. Nós tiramos isso da passagem nos Evangelhos sinóticos, onde Cristo está sob fogo com perguntas. Ele costuma fazer uma pergunta em troca. De fato, ocasionalmente ele diz: "Eu não responderei sua pergunta até que você responda a minha: de onde João Batista obteve sua autoridade?" E eles não querem responder, então ele diz que não responderá. O que aprendemos é que o pregador não está lá principalmente para responder às perguntas que as pessoas têm; ele está lá principalmente para apresentar as perguntas que Deus está nos fazendo. Quando eu estava ministrando nas universidades, costumava ser empurrado contra a parede pelos estudantes, e eles costumavam me espancar com perguntas. Deus estava no banco dos réus. A impressão era que, se eu pudesse lhes dizer por que Deus havia feito o mundo de maneira tão podre, eles poderiam presumir acreditar nele. Essa é uma maneira completamente errada de fazer apologética cristã. Deus não está no banco dos réus. Somos nós que estamos no banco dos réus. Meu trabalho como pregador é chamar a atenção das pessoas para as grandes perguntas que Deus pede que elas nunca ouviriam de outra maneira. Quando eu estava pregando para jovens urbanos em Londres, muitos dos quais com vinte e poucos anos, que estavam começando a ganhar muito dinheiro, lhes fiz perguntas como: “O que beneficiará um homem de ganhar o mundo inteiro e perder a alma?” Simplesmente colocava diante deles uma conta de lucros e perdas e dizia: “Eu posso ganhar o mundo inteiro. Eu posso assumir o controle da Harrods . Eu posso assumir o Banco da Inglaterra. Eu posso me tornar um multimilionário e depois morrer e perder minha alma e ir para o inferno eternamente. Onde está o lucro nisso? ” Eles nunca ouviram ninguém fazer essa pergunta antes. A pergunta que Deus nos faz nas palavras de Cristo é infinitamente mais importante do que uma pergunta que eles podem me fazer, que é em grande parte resultado de sua ignorância, porque eles não se sentaram sob o ensino da Bíblia. Então, em “Question Time”, estamos tentando dizer que a igreja deve estar no pé da frente, não no pé de trás - não porque queremos ter orgulho ou dificuldade, mas porque na verdade somos as pessoas no banco dos réus e Deus é aquele que está fazendo as perguntas. O pregador precisa conhecer sua responsabilidade. Veja que o Salmo 2 começa com essa pergunta magnífica: Por que os governantes e reis da terra se unem e se enfurecem contra o Senhor e seus ungidos? Essa não é uma pergunta que alguém já fez. As perguntas que fazemos e que estão no nosso jornal diário são: “Por que palestinos e judeus lutam entre si e por que não podemos impedi-los?” Essa é uma pergunta importante, mas não é a pergunta que a Bíblia está fazendo. A Bíblia está perguntando: Por que o mundo está lutando contra Deus? “Bem”, diz Jones, ouvindo isso, “eu nunca soube que estava”. Podemos então prosseguir para o Novo Testamento e mostrar que somos todos por natureza não apáticos a Deus, mas antagônicos. Você e eu não aprendemos isso até que o Espírito Santo comece a nos ensinar em nossos próprios corações que somos inimigos de Deus. Mas você logo aprende isso como pastor ou obreiro cristão, porque conversa com as pessoas sobre coisas cristãs e encontra uma enorme hostilidade sempre que as coisas se aproximam delas. O Salmo 2:1 levanta essa grande questão, que as pessoas jamais ouviriam. Richard Charles "Dick" Lucas é um pastor anglicano, mais conhecido por seu longo ministério em St Helen's Bishopsgate em Londres, Inglaterra, e por seu trabalho como fundador do Proclamation Trust e do Cornhill Training Course. Fonte: www.leadershipresources.org Traduzido com permissão Título original: Dick Lucas on Preaching the Melodic Line: How Grand Themes Enrich a Sermon Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva #princípiohermenêutico

O pregador e a pregação da Linha Melódica. Entrevista com Dick Lucas.

por Leadership Resources| Muitas composições musicais voltam repetidamente a uma melodia chave. A trilha sonora de muitos filmes ainda...

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por Ludgero Machado| É como uma guerra de ídolos... A televisão, na maior parte da cultura peculiar de cada família brasileira, tem um enorme destaque, basta observar qual o local da casa onde está o "aparelho de tv". Além disso, para muitos, há também uma necessidade de pluralidade de opções, e paga-se caro pela famosa "tv por assinatura". O produto via streaming é a reprodução de adequação as tecnologias mais atuais, de viabilizar em um só "canal" todo tipo de filmes, séries, documentários, programas de tv, realities e etc, que até então exigiam vários canais e um bom conhecimento do uso do controle remoto. Concordo que trocar Netflix por Prime é trocar “seis por meia dúzia”. Os que cancelam e querem achar nova alternativa, incorrem, mesmo que inconscientemente, no mesmo erro dos que afirmam se manter no uso/assinatura do app de streaming, dizendo: "só não assistir esse filme"! O erro é não parar para ponderar a partir das Escrituras, no sentido prático para essa situação, da ideia de Romanos 12, da total transformação da mente (metanoia), em prol da manutenção do seu próprio entretenimento. O problema é que enquanto o televisor for a peça de mobília central de nossas casas, ou tão importante e necessária que precisamos de "pelo menos" um aparelho por cômodo, não entenderemos o ponto da vocação cristã no contexto sócio cultural. Não somos chamados a nos abster da existência social mas, definitivamente, somos exortados a não nos moldarmos pela cultura desse mundo caído. Netfilx? Prime? Globo? Que tal uma sala sem tv, com boas leituras, lugar de conversa, de música e de convivência onde o ornamento é o Evangelho? A melhor solução é um design novo, ou seja, renovado. As afrontas externas não cessarão e nem por isso deixaremos de refutá-las, mas a estrutura precisa ser moldada pela Palavra. O ambiente do lar, onde o streaming ainda reina, precisa ser governado ao redor de Cristo, seu ministério e sua graça. Uma estrutura conduzida pela glória e para a glória, que flui do conhecimento de Deus e manifesta a grandeza do Criador. Ludgero Machado Ludgero Machado M. Neto é pastor presbiteriano e serve junto aos projetos internacionais do Pregue a Palavra. Natural de Belo Horizonte, é pastor a nove anos. Casado com Juliana e pai de 3 filhos.

A mente, o streaming e a Palavra

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por Abmael Araújo Filho| Quando pensamos neste breve livro, somos impactados pela maneira com que Marcos apresenta Jesus, mostra suas obras e deixa claro seus ensinos. É considerado ao longo da história do Cristianismo um excelente manual de evangelismo, mostrando como uma pessoa pode se achegar a Jesus, e de discipulado, explicando como seguir a Jesus. Neste artigo, desejamos encorajar a exposição sequencial do Evangelho de Marcos apresentando os benefícios práticos para a igreja local e a vida de seus membros. 1. Queremos fundamentar a nossa vida pelo Evangelho. Marcos, já no título do seu livro (Mc 1.1), apresenta o que é o Evangelho. Ele apresentará as boas notícias que precisam ser dadas à humanidade por causa de Jesus. Marcos mostra no seu versículo principal (10:45) que “Jesus veio para dar a sua vida em resgate de muitos". O evangelista deixa muito claro que o problema do pecado da humanidade está no coração (7.21-23). Apresenta Jesus como aquele que tem poder de perdoar pecado (2.8-11). Como Lutero disse na sua Tese 62: " O verdadeiro Tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus ." A vida cristã é possível por tudo que Cristo fez por nós em sua vida. Sua redenção provê a nós a capacidade para obedecer. Ele é poderoso sobre tudo, e é poderoso para nos redimir e nos ajudar a seguir em seus passos. Neste Evangelho, as respostas esperadas de seus leitores são: se arrepender (1.15; 6.12); e crer (1.15; 5.36; 9.23-24; 15.32; 16.16). Por fim, ele apresenta a nossa missão de espalhar o Evangelho a toda criatura (16.15). O evangelho cria uma Igreja saudável. 2. Queremos pregar para exaltar a Cristo. Marcos apresenta declarações cristológicas que exaltam a pessoa de Cristo. O título de Marcos apresenta duas descrições sobre Jesus: Cristo e Filho de Deus. Essas duas descrições são reforçadas naquilo que chamamos os clímaces do livro (8.29 e 15.39). O Pai diz que Jesus é seu filho amado no batismo e na transfiguração. Essa é uma referência a Isaías 42.1. Os demônios, apesar de serem repreendidos por Jesus, reconhecem prontamente o caráter digno de Jesus (1.24; 3.11). Ele é Senhor do sábado, por isso pode fazer o bem neste dia (2.28). Jesus tem a capacidade divina de perdoar pecados (2.10). Ele vive (16.6,9,12,14,19). E Ele voltará com poder e grande glória (8.38; 13.26; 14.62). 3. Queremos olhar para a vida de Cristo para seguir os seus passos como a nossa maior meta de vida (Rm 8.29; Gl 4.29; 1Pe 2.21) . Esta exposição deseja colocar diante dos irmãos que queremos agir como Cristo agiria, queremos ter as mesmas atitudes de Jesus. Um livro de poucos discursos de Jesus, apenas dois (Mc 4.1-34; 13.3-37). Mas o Evangelho responde a duas perguntas principais: 1) quem é Jesus? E com essa pergunta aprendemos como Jesus se via, como ele agia e como reagia, inspirando-nos com o seu exemplo para moldar as nossas práticas; e 2) o que Jesus veio fazer? Dos 35 milagres de Jesus, Marcos descreve 18 deles. Vemos nas obras de Jesus, o servo poderoso e não procrastinador (o uso de euthus, que significa imediatamente, em 41 vezes), que ele sempre esteve comprometido com sua missão (10.45). Somos encorajados a imitar Jesus e a seguir suas obras. 4. Queremos motivar com esperança na transformação de vida. Os responsáveis por este livro são duas pessoas que falharam. Pedro tinha Marcos como um filho (1Pe 5.13). Segundo a história da Igreja, Marcos escreveu este livro por influência de Pedro. Pais da Igreja como: Justino, o Mártir dizia que Marcos era ‘a memória’ de Pedro. Irineu disse que a autoridade para incluir o Evangelho de Marcos no Cânon vinha de Pedro. Papias nos informa que Marcos foi o intérprete de Pedro. Pedro negou a Jesus. Marcos não aguentou o ritmo de Paulo e a pressão do ministério. Ambos foram restaurados. Pedro foi buscado pessoalmente por Jesus (16.7). E tornou-se um gigante do Evangelho. E Marcos, o jovem João Marcos, fora restaurado pela influência de seu tio Barnabé (At 15.36-39). E o próprio Paulo reconheceria essa transformação considerando Marcos útil (2Tm 4.11). 5. Queremos desafiar à perseverança.  Os leitores deste evangelho são os romanos. Veja a menção de líderes da igreja de Roma (15.21; Rm 16.13). Pedro trabalhou em Roma, foi o pastor daquela igreja. Podemos ver isso por algumas explicações sobre rituais (7.1-3), termos aramaicos (3.17) e da geografia da região (13.3), o uso de expressões latinas (4.21), a declaração do Centurião, chefe sobre 100 soldados (15.39). Podemos ver claramente a oposição a Jesus. Os políticos, os religiosos, os demônios, o povo e os próprios discípulos se opõem a Jesus. De 2.13--8.26 e, depois, de 11.1--15.41, são as principais seções de oposição, sendo que a segunda é a última semana de Jesus. Ele está em Jerusalém para ser crucificado. Jesus tinha plena consciência de que teria que sofrer e morrer (8.31; 9.31; 10.34). Desde os primeiro leitores e, ao longo do Cristianismo, até chegar a nós, somos encorajados a perseverar porque Jesus suportou tamanha oposição (8.38; 10.30; 13.11; cf.: Hb 12.3). O Evangelho de Marcos é um chamado à perseverança. Ao pregarmos, encorajamos a Igreja nesta sociedade "líquida" a se tornar bem sólida. 6. Queremos corrigir o nosso conceito de poder.  Jesus é apresentado por Marcos com dois títulos que indicam autoridade e poder, o seu senhorio. E o seu senhorio causa perplexidade, e a pergunta que se ouve é "quem é este?" (4.41). O primeiro título é Filho de Deus (1.1; 15.39). Esta filiação divina é um conceito que afirma a divindade de quem assim era chamado . O segundo é Filho do Homem: o título mais usado por Marcos destaca a profecia de Daniel 7.13-14, reafirmando a autoridade messiânica de Jesus. Ambos termos destacam o senhorio de Jesus. Por isso, ele pode impor sobre nós os seus conceitos e seus caminhos. Por outro lado, a autoridade de Jesus se baseia na sua coerência de vida (1.22,27). Pois "a palavra ensina, mas o exemplo arrasta". A principal lição que une os dois conceitos e que corrige nossa visão de poder: primeiro em Mc 9.33-35, onde quem quer ser grande deve ser servo; e segundo em Mc 10.35-45, que ensina que a maior autoridade tem quem serve. 7. Queremos focar na vida de discípulo.  Não basta apenas sermos convertidos e irmos para o céu. O livro de Marcos enfatiza o seguir a Jesus (Mc 1.16-18 - 8.34; 10.21,28,32,52). A exposição de Marcos coloca diante dos discípulos de Cristo o compromisso com o seu Mestre. Em Mc 3.13-14, nós recebemos uma boa definição do discipulado, pois Jesus escolhe os doze para conviverem com ele e serem enviados a pregar. Jesus estabelece que o discipulado, diferente da salvação que é de graça, tem um custo alto: negar-se, tomar a rruz e segui-lo (8.34-38). O cumprimento da missão estabelecida por Cristo é acompanhada por perseguição (1.17;5.19-20; 16.7). O nosso bendito Senhor é um exemplo de renúncia para nós. 8. Queremos estimular ao serviço sacrificial.  Jesus é, em Marcos, o servo. Poderoso, sim! Sofredor, sim! Mas um servo ativo. O livro pode ser esboçado a partir de 10.45. Nos capítulos 1-10, Jesus veio para servir e nos capítulos 11-16 Jesus dá a sua vida pela humanidade. Esta exposição deseja colocar diante dos irmãos um fato: que na vida cristã não existem espectadores. Todos somos servos e trabalhadores. Pedro questiona Jesus:: “o que receberemos aqueles que deixaram tudo para seguir o Senhor?”. A resposta é uma maravilhosa recompensa que começa nesta vida e invade a próxima (10.28-31). Como disse Charles T. Studd: " Se Jesus Cristo é Deus e morreu por mim, então nenhum sacrifício que eu fizer será grande demais para Ele ". Sugerimos aqui uma ideia que consiga abranger todo o livro e que tem um viés mais homilético: Grande ideia do livro de Marcos: Os discípulos de Cristo devem seguir os seus passos, servindo com dedicação sacrificial o seu Salvador. Sempre quando decidimos expor um livro da Bíblia temos que avaliar o momento da Igreja. Aquele livro pode encorajar, exortar e desafiar a comunidade a seguir os passos da Bíblia e cumprir o seu papel na sociedade. Expor o livro de Marcos serve, de maneira muito prática e sólida, para estimularmos os membros de nossa Igreja "ao amor e às boas obras" (Hb 10.24). Abmael Araújo Filho Pr. Abmael é casado com Fabiana, desde 1998, com quem têm dois filhos. Formado pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, integra a equipe PIBA, desde 1995. A visão da Igreja é investir em jovens que saem do seminário, a fim de orientá-los na prática do ministério. Isso aconteceu com o Pr. Abmael e Fabiana. Atualmente, Abmael é o pastor responsável pelo Conselho Doutrinário e pela Educação Cristã da PIBA.

8 razões para pregar o Evangelho de Marcos

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por Gilson Mota | Logo que assumi o ministério da Segunda Igreja Evangélica Batista de Araraquara, onde sou pastor já há 13 anos, me vi diante de uma igreja que necessitava saber mais sobre a prática do cristianismo no seu dia a dia. Dez anos depois da primeira exposição retornei ao livro para expô-lo novamente pelas seguintes razões: Primeiro, a pedido daqueles que ouviram da primeira vez e desejavam reestudar a Carta de Tiago. Segundo por notar que, após esse tempo, a igreja já tinha uma “cara” diferente em virtude dos membros novos que aderiram à membresia. Tiago foi e é para mim um livro que me levou à uma compreensão muito clara sobre como fazer da vida cristã uma experiência prática. Tiago apresenta à igreja de seu tempo argumento que exige mudança de atitude pelas sentenças taxativas que impõe. Ele via uma igreja envolta em situações e dificuldades que exigiam uma atitude que refletissem a fé pregada na vida, no testemunho diário. Pensando nisso esboço aqui algumas razões para pregar Tiago olhando para a igreja do seu tempo e pensando na igreja do nosso. 1 - A IGREJA EM MEIO AO SOFRIMENTO, QUE PRECISA APRENDER A PERSEVERANÇA E OBEDIÊNCIA À PALAVRA Talvez um dos males do nosso tempo seja o fato de que desejamos todo o bem de Deus, mas, não queremos pagar o preço por seguí-lo. Tiago é taxativo ao dizer: “Meus irmãos, considerai motivo de grande alegria o fato de passardes por várias provações, sabendo que a prova da vossa fé produz perseverança; e a perseverança deve ter ação perfeita, para que sejais aperfeiçoados e completos, sem vos faltar coisa alguma. ” Tg 1.2-4. Esse encorajamento que Tiago faz aos crentes dispersos nem sempre é bem compreendido pela igreja do nosso tempo. De fato, não sabemos muito, no contexto brasileiro do século XXI, o que é sofrer pelo evangelho quando pensamos em perseguições. Vemos o que acontece mundo à fora mas não vivemos, entretanto, existem outras situações que nos tiram o ânimo de perseverar na caminhada cristã e, sem dúvidas, tal situação é para esse, seu sofrimento pessoal que lhe enfraquece a fé e desanima. James Moffatt ( The General Epistles , pág. 9) chama a perseverança diante do sofrimento de " o poder para suportar a vida ". Pregar Tiago apresentando, logo de início, que a vida cristã nem sempre é completa tranquilidade vai de encontro à filosofia cristã do nosso tempo que ensina que ser “crente” é viver um mar de bênçãos e nenhuma provação. As muitas dificuldades na vida pessoal ou eclesiástica podem e devem ser vencidas com perseverança na vida com Deus. Tiago conserva em seus escritos e, através dos tempos, nos mostra o que a igreja primitiva pensava no que diz respeito a sofrer por Cristo, pois, certamente aprenderam do próprio Cristo. E com eles corroboram outros apóstolos nos textos que seguem:  “Bem-aventurados sois, quando vos insultarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês".  Mt 5.11-12; “ Então concordaram com ele. E, chamando os apóstolos, aplicaram-lhes chicotadas e ordenaram que não falassem em nome de Jesus. Então os soltaram. E eles retiraram-se de diante do Sinédrio, alegres por terem sido julgados dignos de sofrer afronta por causa do nome de Jesus. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de anunciar Jesus, o Cristo.”  At 5.40-42;  “E não somente isso, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz perseverança, e a perseverança, a aprovação, e a aprovação, a esperança; e a esperança não causa decepção, visto que o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.”  Rm 5.3-5 ; “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos regenerou para uma viva esperança, segundo a sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não perece, não se contamina nem se altera, reservada nos céus para vós, que sois protegidos pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para se revelar no último tempo. Nisso exultais, ainda que agora sejais necessariamente afligidos por várias provações por um pouco de tempo, para que a comprovação da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.”  1 Pe 3.1-7. Parece inconcebível alegrar-se pelas provas, contudo, quem sustenta é Deus. A vida vivida em dependência plena do Senhor revela a busca por uma sabedoria que vem do alto. É o Senhor quem nos capacita a estarmos preparados para os reveses da vida pessoal e eclesiástica. Quantas pessoas tem desistido de servir ao Senhor em sua igreja local por não suportar as provas que estão vivendo seja na sua vida pessoal ou junto à igreja? Quantas pessoas desistem da igreja por alguma decepção? Quantas pessoas esperaram por um tempo e desistiram diante das provas mais recentes? O fim daqueles que não perseveram é a falta de aperfeiçoamento, o despreparo para novos desafios. Essa é a evidência de falta de dependência de Deus. Em Tg 1.25 lemos:  “Entretanto, aquele que atenta bem para a lei perfeita, a lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas praticante zeloso, será abençoado no que fizer.” É a perseverança em buscar conhecer e viver para Deus pela obediência à sua Palavra o nosso alimento, o que nos dá força para continuarmos. No fim das contas, a glória que está reservada aos perseverantes não se pode ver nesse mundo: Em Tg 1.12 se diz:  “Feliz é o homem que suporta a provação com perseverança, porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam. ” O fim da perseverança é o prêmio que receberemos na eternidade. Sofrimento, perseverança e obediência à Palavra de Deus são os segredos para chegar à grandiosa bênção final. Esse, se não for o maior, é um dos grandes motivos para se pregar Tiago. 2 - A IGREJA QUE PRECISA EXERCITAR A FÉ TORNANDO-A EVIDENTE O capítulo 2 de Tiago traz ensinos que, ao longo dos séculos foram muito discutidos e alguns houveram que consideraram a carta imprópria para o cânon. Hoje, damos graças a Deus por tê-la. Não que seja tão fácil para muitos compreender esse texto, mas, esse é o desafio. Pregar Tiago 2 ajuda-nos a olhar para a fé prática ou “fé na prática”, onde o outro (o próximo) é o objeto de exercício de nossa fé, não o exercício pelo exercício, mas, a forma de evidenciar a fé que muitas vezes é interiorizada, é a prática por amor, com a intenção de revelar Cristo. Desde o início do segundo capítulo do livro, Tiago se preocupa em trabalhar a questão da fé no âmbito do relacionamento do crente com o próximo. Ele Já começa dizendo que aquele que afirma ter fé em nosso Senhor Jesus e discrimina, quem quer seja, não parece ter uma fé autêntica. A fé prática olha para o outro como Cristo olha, com amor. No Evangelho de Mateus vemos o testemunho acerca de Jesus nesses termos: “Enviaram-lhe seus discípulos juntamente com os herodianos que lhe disseram: "Mestre, sabemos que és íntegro e que ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. Tu não te deixas influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens. ” Mt 22.16 A fé em Cristo precisa ter os atos de Cristo como padrão em seu exercício, ou seja, quem age diferente de Cristo no exercício da fé está seguindo “padrões malignos” (Tg 2.4), com maus pensamentos, guiados por critérios muito ruins e, nisso se comete pecado (Tg 2.9) porque não se tem seguido o princípio do amor “ ao próximo como a ti mesmo ” (Tg 2.8). Eu disse anteriormente que Tiago é taxativo em seus ensinos e, sim, Tiago é taxativo ao nos mostrar que a fé precisa ser evidenciada por meio de obras, daquilo que se faz no dia a dia: “Assim também a fé por si mesma é morta, se não tiver obras. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me tua fé sem obras, e eu te mostrarei minha fé por meio de minhas obras.”  Tg 2.17-18 Simon Kistemaker afirma que Tiago explica o lado “ativo” da fé [1] , ou seja, quem afirma ter fé, precisa evidenciá-la em suas atitudes para com o próximo. É óbvio que não posso dizer que isso é tudo o que Tiago tem a dizer sobre fé e obras, mas, é certo que ele enfatiza a fé evidente, visível e palpável. Pregar sobre o lado ativo da fé ensinado por Tiago nos tira do comodismo da fé abstrata e interiorizada para a fé concreta e evidente, exteriorizada em nossas ações para com o próximo, na demonstração de amor que vem para fazer Cristo conhecido por meio de nós.  “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”  João 13.35 3 - A IGREJA QUE PRECISA DA SABEDORIA DO ALTO PARA PRATICAR O AUTOCONTROLE Se existe mais alguma razão para pregar Tiago, creio que o seu ensino à uma vida de autocontrole é um bom argumento para tal. Nesse tempo de urgência e de feitos instantâneos, autocontrole e sabedoria no falar não parecem apetecer muito aos paladares espirituais dos crentes dessa era. Embora não creia que essa desastrosa característica faça parte apenas do nosso menu, haja visto que Tiago observa isso nos crentes do seu tempo também. Enquanto pensamos que podemos falar o que bem quisermos, sem nos atentarmos para as consequências, Tiago vem colocando um freio nesse jeito de pensar, mostrando que, ao crente, isso não é devido. Descrevendo a ausência do autocontrole, principalmente no que diz respeito ao falar. Tiago diz: “A língua também é um fogo; sim, como um mundo de maldade, ela é colocada entre os membros do nosso corpo, contamina todo o corpo e põe em chamas o curso da nossa existência, sendo por sua vez posta em chamas pelo inferno.”  Tg 3.6 O comentarista do Diario Vivir, diz: “Tiago compara o dano que pode causar a língua com uma chama de fogo. A perversidade da língua tem sua origem no inferno mesmo. A língua indomada pode causar um terrível dano. Satanás usa a língua para dividir às pessoas e instigar enfrentamentos. As palavras ociosas e aborrecíveis são perigosas porque pulverizam rapidamente destruição e ninguém pode deter os resultados uma vez que se pronunciaram. Devemos tomar cuidado com o que dizemos, pensando que mais tarde poderemos nos desculpar, já que o dano permanece. Algumas palavras expressas com irritação podem destruir uma relação que necessitou anos para estabelecer-se. antes de falar, recorde que as palavras são como o fogo, que não lhes pode controlar nem se pode anular o prejuízo que podem causar.” [2] Claro que, à luz do descontrole da língua, temos esse ensino como exemplo para se trabalhar muitas outras áreas da vida, e, como disse o próprio autor da carta: “Todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, esse homem é perfeito e capaz de refrear também seu corpo inteiro.”  Tg 3.2 O bom ensino dessa epístola ajudará a congregação a compreender os danos da ausência do domínio próprio, da língua sem freios, e o dever de se ater ao louvor a Deus que deve proceder dessa fonte transformada que são os lábios do verdadeiro crente. Mas, o que fazer, então? O próprio escritor nos ensina o que fazer quando nos diz que devemos buscar a sabedoria que vem do alto, pois, nela se encontram todas as qualidades requeridas para a boa prática do verdadeiro cristianismo, veja: “Quem entre vós é sábio e tem conhecimento? Mostre suas obras pelo seu bom procedimento, em humildade de sabedoria... pois  ...a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sem hipocrisia.”  Tg 3.13,17 Estamos cheios de coisas a dizer, muitas delas com pouca ou nenhuma relevância para quem ouve, que pode provocar muito mais danos do que crescimento. 4 - A IGREJA QUE PRECISA LIDAR COM A FALIBILIDADE DOS PROJETOS HUMANOS E APRENDER A SUJEITAR-SE A DEUS Eis aí uma razão muito boa para expôr Tiago. Se você não notou ainda, estou dando razões para pregar Tiago a partir dos temas mais abordados em seus capítulos. Estou trabalhando capítulo a capítulo, mas, creio que você já notou isso. Tiago começa com um problema recorrente na igreja: a dificuldade nos relacionamentos. Ele nos ajuda a ver o quanto os projetos humanos, muitas vezes, não conseguem passar nem mesmo entre os seus semelhantes. Cada um guerreia para que seja feita a sua vontade e sua conclusão é uma: “nada tendes” e porque? O alvo é o próprio deleite e não a glória de Deus. Creio que o autor quer apontar para a vida que vive a vontade de Deus. A guerra de egos que permeiam nossos relacionamentos são, na verdade, idolatria; sinais de um relacionamento de amizade com o mundo o que constitui inimizade com Deus. Reconhecer esse erro e submeter-se a Deus é o que deve nortear a vida do crente para que este saiba qual o seu lugar, digo, não o de juízes do irmão, como se diz: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e o julga, fala mal da lei e a julga. Se julgas a lei, já não és cumpridor da lei, mas juiz. Há um só legislador e juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem és tu, que julgas o próximo?”  Tg 4.11-12 Abandonar o mundo e voltar-se para Deus. Deixar a amizade com o mundo para voltar a ser amigo de Deus. Não é possível ao homem fazer tudo isso sem a graça maravilhosa de Deus em Cristo Jesus. Willian MacDonald no Comentário Básico do Novo Testamento afirma que em Tiago 4.7-10 existem: “Seis passos para o verdadeiro arrependimento que são: submissão a Deus; resistência ao Diabo; achegar-se a Deus; limpar as mãos (ações) e purificar o coração (motivos); profundo lamento pelo pecado; e se humilhar perante o Senhor. ” [3]  E voltando à forma taxativa de Tiago falar:  “Humilhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará.”  Tg 4.10, Não é uma mera recomendação (talvez muitos o leiam assim), o autor quer nos mostrar que, se estamos esperando algum reconhecimento, alguém que nos ouça, precisamos nos humilhar diante de d’Aquele que realmente pode nos fazer exaltado. Sem a direção divina na vida do crente esse está perdido e é a partir disso que Tiago nos leva a ver a forma como cristão deve projetar o seu futuro: “Agora, prestai atenção, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e teremos lucro. No entanto, não sabeis o que acontecerá no dia de amanhã. O que é a vossa vida? Sois como uma névoa que aparece por pouco tempo e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo. Mas vos orgulhais da vossa arrogância. Todo orgulho como esse é maligno. Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.”  Tg 4.13-17; Essa submissão do crente exposto nesse texto já foi confundida com dúvida. Já ouvi pastores pregarem que crentes não podem dizer: “se Deus quiser”; Tiago chega a chamar tal arrogância de “orgulho maligno”. Kistemaker afirma sobre esse orgulho maligno dizendo: “A jactância humana não vale nada, pois dá a glória ao homem, e não a Deus. Essa jactância inclui gloriar-se em suas realizações. Não só isso é injustificável, como também é totalmente inaceitável diante de Deus. É mau... ...Um cristão, portanto, pode gloriar-se apenas “de que sua vida é vivida na dependência de Deus e em responsabilidade para com ele”. [4] Nossos planos são falhos porque não podemos ver o que vem adiante, contudo, Deus pode. Ele olha além da curva. Confiar que sua vontade é a melhor opção dá-Lhe todo o crédito por toda vitória e nos ajuda a descançar, sabendo que o que virá será sempre para a glória d’Ele e bom para nós. 5 - A IGREJA QUE PRECISA EXERCITAR A PACIÊNCIA E A ORAÇÃO “Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. O lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes. Fortalecei o coração, porque a vinda do Senhor está próxima.”  Tg 5.7-8. Por duas vezes Tiago enfatiza o “sede pacientes” nesses dois versos e no decorrer do capítulo 5 deixa isso mais claro. Ele começa mencionando os ricos com seus desvarios e atos opressores para com os crentes e diz que o Senhor é conhecedor de todas essas coisas. Tg 5.1-6. Ele mostra a impaciência de tais, e com isso, a paciência que o crente deve exercitar para com os mesmos até a volta do Senhor. A igreja precisa aprender a ser paciente em relação ao mundo, suas perseguições, seus devarios, sua busca gananciosa pelas coisas deste mundo passageiro e entender que tais práticas não é para ela. Enquanto isso, Tiago diz que não se pode apressar a volta do Senhor, é necessário paciência e trabalho até que tudo, a seu tempo, floresça. F. Davidson fala acerca disso da seguinte maneira: “Um resultado prático dessa espera paciente será o desenvolvimento de um espírito de boa disposição e o livramento do pecado da murmuração, tanto quanto do espírito irritável e dado às críticas. Tal espírito provoca e merece castigo divino. Tiago está atento ao fato de que o juízo de Deus pede severas contas do comportamento dos crentes, tanto quanto dos opressores deles.” [5] Creio que essa conduta é o resultado de uma vida de oração e de adoração a qual o apóstolo orienta a que se busque: “Alguém entre vós está aflito? Ore. Alguém está contente? Cante louvores. Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, será perdoado.”  Tg 5.13-15, a prática da oração traz descanso ao coração, seja do aflito ou do doente, mas se alguém está feliz, adore. Ainda citando F. Davidson: “A orientação que Tiago apresenta é importante, visto sua relação com a vida da Igreja Cristã. Entre os seus membros deve haver a amizade mais íntima possível e simpatia. Os presbíteros devem estar prontos para em todo o tempo servir a qualquer membro da igreja com oração, simpatia e conselho espiritual. Devem ser homens que possam elevar a Deus oração de fé, e que atendam chamados para visitar doentes e aflitos.” [6] As instruções finais a que Tiago se apega nos ajuda a ver a importância que se deve dar à comunhão da igreja. O confessar pecados uns aos outros e a busca aos desencaminhados ajuda a ver a igreja que se preocupa com aquele que está no perigo espiritual de abandonar a fé:  “Portanto, confessai vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados. A súplica de um justo é muito eficaz. Elias era humano e frágil como nós; ele orou com insistência para que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. Ele orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu seu fruto. Meus irmãos, se algum de vós se desviar da verdade e alguém o reconduzir a ela, sabei que aquele que fizer um pecador retornar do erro do seu caminho salvará da morte uma vida e cobrirá uma multidão de pecados.”  Tg 5.16-20. Apesar de não ter uma despedida, como é convencional nas epístolas paulinas, Tiago encerra com essas observações acerca da oração. Entendo que ele não apresenta um método para trazer de volta o que está afastado, mas, olhando para o contexto, certamente esse método envolve a oração e a aplicação de todas os ensinos anteriormente ensinado nesse livro. CONCLUSÃO Vejo a Carta de Tiago como um excelente livro para se pregar àqueles que precisam de orientações transformadoras para um viver cristão prático, talvez para a igreja iniciante em sua caminhada, ou mesmo para aqueles que, em algum momento, se perdeu diante de tantas informações sobre vida cristã e precisa retornar aos moldes mais simples. Talvez, seja interessante pregar Tiago para a igreja envolta em muitos ensinos que distanciam do que é espiritual tirando o desejo pelo simples evangelho de Jesus Cristo. “Muitos de nós não temos apetite pelas coisas espirituais porque estamos absorvidos pelos prazeres pecaminosos deste mundo. Temos comido muitas das iguarias do diabo. ” Billy Graham. É edificante e, também, desafiador ver que a igreja de hoje não é muito diferente da igreja dos tempos de Tiago. Suas orientações são tão atuais hoje como o era em seu tempo. Faz-se necessário ensinar à igreja que fora de Cristo nenhuma prática eclesiástica alcança um fim em si mesma. O propósito final da igreja é glorificar a Cristo Jesus. É isso aí. Gilson Mota Gilson Teixeira Mota, casado, 2 filhos, pastor da Segunda Igreja Evangélica Batista em Araraquara/SP, formado pelo Seminário Teológico Batista do Norte de Minas, professor do Pregue a Palavra, pós graduando em Teologia Bíblica pelo EPPiba.     [1]  KISTEMAKER, Simon - Comentário do Novo Testamento - Tiago e Epístolas de João. pag. 121 [2]  Comentário da Bíblia Diario Vivir (Arquivo da Bíblia Eletrônica The Word) [3]  MaCDONALD, William - Comentário Básico do Novo Testamento (Arquivo da Bíblia Eletrônica The Word) [4]  KISTEMAKER, Simon - Comentário do Novo Testamento - Tiago e Epístolas de João. pags. 205 e 206 [5]  DAVIDSON, Francis - O Comentário da Bíblia. 3ª Edição 1995, reimpressão de 1997 pag 2368 [6]  Ibid, pag 2370 #pregaçãoexpositiva

Cinco razões para pregar Tiago

por Gilson Mota | Logo que assumi o ministério da Segunda Igreja Evangélica Batista de Araraquara, onde sou pastor já há 13 anos, me vi...

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por Wagner Ferreira | Em 2010 preguei uma série com 25 mensagens na Carta aos Colossenses. Eu posso me lembrar com certa precisão de como as mensagens extraídas dos quatro capítulos desta epístola foram relevantes para a minha congregação e para minha própria vida. Esta pequena carta composta de apenas 95 versículos, se encontra na categoria dos menores escritos canônicos.  Apesar do seu tamanho ela é surpreendentemente atual e não esconde de maneira alguma o brilho e o poder da sua mensagem. É possível ver em suas linhas traços tão comuns aos nossos dias. E por causa da sua brevidade, ela é uma opção para aqueles que estão implantando a pregação em série em suas igrejas, pois ela não vai cansar o ouvinte desacostumado com este modelo de mensagem. Mas a razão teológica pelo qual encorajo a exposição dela é a preocupação de Paulo para com os efeitos do evangelho na vida dos crentes. Havia uma expectativa do apóstolo para que os irmãos em Colossos experimentassem a plenitude do conhecimento de Cristo e isso somente seria possível se o evangelho impactasse a vida daquela igreja. À parte de todas as vantagens mencionadas acima para pregar a Carta aos Colossenses, destacarei os principais motivos, segundo minha ótica, pelos quais desafio todo expositor a pregá-la em sua igreja. São eles: 1- O evangelho estava causando um grande impacto na vida dos irmãos em Colossos e pode causar na vida da sua congregação. A saudação inicial já evidencia quem o evangelho havia mudado. O próprio perseguidor da igreja fora transformado num mártir dela. No versículo 24 do capítulo 1, Paulo afirma que completaria no seu corpo os sofrimentos de Cristo a favor da igreja. Isto é, ele estava na prisão sofrendo por causa da mesma igreja que havia perseguido. E o que transformaria um cruel perseguidor da igreja num mártir totalmente devotado? Somente o grande impacto do evangelho. Os versos de 3 a 8 do primeiro capítulo é uma afirmação feita por Paulo de como este mesmo evangelho vinha transformando a vida de muitas comunidades, inclusive dos próprios colossenses, a tal ponto que Paulo fala do sublime amor que a igreja de Colossos adquirira. No verso 8 ele comenta: “... o qual também nos relatou o vosso amor no Espírito ”. Algo muito especial havia acontecido no meio daquela comunidade, pois em nenhum outro lugar das cartas paulinas, há uma declaração tão carregada de emoção quanto esta. Somente um impacto poderoso do evangelho poderia produzir um fenômeno assim numa comunidade afetada pela queda. E parece ser isso o que todo pastor espera da sua igreja. Uma comunidade que tem um amor genuíno e especial, vindo do impacto do evangelho na vida do seu rebanho. O segundo motivo pelo qual desafio o leitor a expor a Carta aos Colossenses é: 2- O evangelho estimulava a liberdade na vida dos irmãos em Colossos e pode estimular na vida da sua congregação.  As palavras apostólicas alertam sobre algumas possíveis algemas que aprisionariam os cristãos ( cuidado que ninguém vos venha a enredar 2.8 ). E o texto sugere alguns mecanismos que fariam este trabalho: as filosofias, as tradições e as vãs sutilezas foram exemplos que o autor apontou. É totalmente possível ver as muitas semelhanças desses elementos nos dias atuais, com nomes e roupagens diferentes, mas que, em essência são as mesmas armadilhas e têm o mesmo propósito, limitar a liberdade que o crente tem em Cristo. Ao pregar a Carta aos Colossenses, serão oferecidas oportunidades para alertar sobre as ideologias correntes que intencionam minimizar o poder do evangelho na vida da sua igreja. O terceiro motivo pelo qual desafio o leitor a expor a Carta aos Colossenses é: 3- O evangelho promovia qualificações éticas aos irmãos em Colossos e pode também promover em sua congregação. A terceira sessão do livro que começa no capítulo 2.20 e termina no 4.6 é composta de pelo menos 18 imperativos. O que parece uma interminável lista de regras moralistas. Porém, o autor antecede a esta mesma lista uma lembrança importante aos ouvintes: “ todos são munidos do poder da ressurreição de Cristo, portanto as ordens podem ser obedecidas desde que o evangelho influencie sua vida”  (3.1). Nesta sessão ele trata de questões comuns como a corrupção, passa pelo ambiente familiar e termina tratando dos princípios missionários. Todos os assuntos expostos pelo apóstolo são de cunho ético universal e até certo ponto atemporal e os temas que envolvem os relacionamentos familiares são ultra relevantes para os dias em que as famílias são cruelmente atacadas pela ideologia de gênero. A corrupção, a impureza e a pornografia julgadas como nocivas à vida cristã naquele contexto, são tão atuais, que poucas explicações seriam necessárias ao expor esta passagem no contexto da igreja do século XXI. Ao pregar a terceira sessão da Carta aos Colossenses, o expositor se sentirá confortável para educar sua igreja quanto aos vários problemas éticos que emergem no contexto da igreja contemporânea. Por isso ressalto a tese de que o evangelho estava promovendo qualificações éticas com base no poder de Deus para a igreja em Colossos e pode promover em sua igreja também. O quarto motivo pelo qual desafio o leitor a expor a carta aos Colossenses é: 4- O evangelho oferecia uma equipe de ponta para o trabalho ministerial. E você pode ter isso também. A última sessão desta breve carta oferece aos leitores os nomes de uma invejável equipe ministerial. Do escravo ao médico todos são importantes no time de Paulo. A luta nos dias atuais para o estabelecimento de uma liderança estável na igreja é monumental. As mais insólitas estratégias são oferecidas nos livros e congressos sobre este tema. As muitas novidades surgem ostensivamente nas propagandas midiáticas propondo solucionar a crise de liderança que a igreja carrega por anos. Na seção final da carta (4.7-18) é possível observar que para cada nome mencionado por Paulo, é dada uma qualificação especial, exceto a Arquipo. Estes na sua maioria foram homens alcançados pelo evangelho, o qual não teve a preocupação se era um doutor ou um escravo, o evangelho os transformou e os capacitou para liderarem o ministério da igreja. Pregar o evangelho na Carta aos Colossenses é descansar na verdade de que o Senhor é quem chama os perdidos e quem capacita os chamados. O quinto motivo pelo qual desafio o leitor a expor a Carta aos Colossenses é: 5- Uma Cristologia intensiva foi revelada no conteúdo desta epístola e ela pode alimentar a sua alma e a do seu rebanho. O expositor se empolgará facilmente com a mensagem da redenção apresentada continuamente por Paulo. Esta pequena carta está imbuída com uma dinâmica teologia cristocêntrica, sendo assim, não é possível passar por cinco versículos sem ouvir as palavras Cristo ou evangelho, e também não é possível ler dois versículos sem considerar uma menção indireta à cruz. Em outras palavras, a carta fala de Cristo do começo ao fim. E quando o pregador a expõe, sua própria alma é nutrida pela ministração poderosa da mensagem do evangelho, consequentemente sua congregação recebe o alimento espiritual da mais alta qualidade. A tarefa de expor um livro qualquer da Bíblia tem de impreterivelmente levar o pregador à cinza e ao pó. Ele jamais deve conduzir seu rebanho a estes pastos sem antes se ajoelhar e confessar sua vergonha e sua arrogância. Ele tem de ser o primeiro a chegar aos campos e preparar as pastagens para suas ovelhas. Levá-las ao local apropriado exige que o pastor conheça bem este terreno. Portanto, experimente o prazer inefável e o privilégio indelével de oferecer um ótimo alimento para seu povo, expondo uma série de mensagens na Carta de Paulo aos Colossenses. Pr. Wagner Ferreira Pastor Titular da PIB Cambuí - MG Mestre em Teologia com ênfase em Exposição no Novo Testamento – Seminário Bíblico Palavra da Vida Doutorando em Ministério – Andrew Jumper – Mackenzie. Professor do Pregue a Palavra (turma 2008)

Cinco razões para pregar Colossenses

por Wagner Ferreira | Em 2010 preguei uma série com 25 mensagens na Carta aos Colossenses. Eu posso me lembrar com certa precisão de como...

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por Kevin Halloran Kevin Halloran, da Leadership Resources Internacional (instituição parceira do Pregue a Palavra), sentou-se com seu pastor, Colin S. Smith, para falar sobre o que significa pregar a Cristo. Confira a transcrição abaixo. O apóstolo Paulo escreveu em 1 Coríntios 1:23: “Pregamos Cristo crucificado” e alguns versículos depois, ele disse que estava determinado a “não saber nada entre os coríntios, exceto Jesus Cristo e Ele crucificado” (1 Coríntios 2: 2). Mas o que isso significa? E como um pregador pode pregar fielmente a Cristo? Comigo está meu pastor, Colin Smith, da Igreja Evangélica Livre de Orchard, e o autor de Momentum: Pursuing God’s Blessings Through the Beatitudes , Heaven How I Got Here: The Story of the Thief On The Cross , e mais recentemente, Heaven So Near So Far: the Story of Judas Iscariot . Bem-vindo, pastor Colin. CS: É legal estarmos juntos, Kevin. KH: O que significa pregar a Cristo, e por que é tão importante? CS: Bem, acho que, antes de tudo, significa mais do que colocar Jesus em um sermão. Às vezes ouço caras dizendo isso. Como vou colocar Jesus no sermão tem que ser mais do que obter alguma referência a Jesus no sermão. Acho que deve ser mais do que pregar sobre Jesus. Mesmo se dissermos as grandes coisas sobre Jesus - é possível dizer até as grandes coisas sobre nosso Senhor Jesus, Sua morte e Sua ressurreição de uma maneira que se desapega das pessoas - podemos estar apenas dando informações sobre o Senhor Jesus Cristo. Mas quando Paulo diz que está determinado a pregar a Cristo, o que ele está dizendo não é simplesmente: “Conte às pessoas sobre Jesus”, mas, na verdade, “Apresente Jesus e tudo o que Ele é, e tudo o que Ele realizou e tudo o que Ele oferece diante das pessoas, em tais coisas de uma maneira que eles realmente são confrontados por um Cristo vivo que os alcança na pregação.” Cristo fala na proclamação de Sua Palavra. E assim, quando Cristo é apresentado na proclamação de Sua Palavra, as pessoas são capazes de discernir a própria voz de Deus falando com elas. É por isso que é tão importante que proclamemos Cristo e não falemos simplesmente da Bíblia de uma maneira que se desapegue daquele que está no centro de toda a Palavra de Deus. KH: Cristo usa a tarefa de pregar para alcançar o público - eu amo como você disse isso. Ao pensar em pregar a Cristo, quais são alguns princípios que você usa ou tem em mente? CS: Bem, uma das coisas que aprendi logo no ministério na Inglaterra. Então, eu tenho que colocar isso de uma maneira em inglês. Um grande pregador inglês disse uma vez que há uma estrada de todas as vilas e povoados do país que leva a Londres. Eu pensei um pouco sobre isso. É verdade, é claro, de qualquer outro destino principal. Você sabe que existe uma estrada de todos os lugares da América que nos leva a Chicago, eu acho. O ponto é que, onde quer que você esteja na Bíblia, há um caminho que leva a Jesus Cristo. E assim, meu trabalho como pregador, ao entrar em qualquer parte das Escrituras, é discernir onde está esse caminho - qual é esse caminho. Pode ser uma estrada bastante extensa. Pode ser um longo caminho. Pode não ser apenas uma conexão; pode haver algumas junções ao longo do caminho. Mas sempre há um caminho que nos leva a Jesus Cristo. Minha tarefa é encontrar esse caminho e ajudar as pessoas a atravessá-lo para que sejamos levados aos pés de Cristo. Isso é algo que os apóstolos sempre fizeram. Alguns anos atrás, na nossa igreja, um dos nossos grupos disse: “Vamos passar pelo Novo Testamento e tentar identificar o máximo de referências possível à pregação, depois ver o que foi pregado”. Começamos a passar por Atos. Depois, passamos pelo resto do Novo Testamento e das Epístolas. Em cerca de uma hora e meia, anotamos 39 referências à pregação ou proclamação. Em todos os casos, o que descobrimos foi que Senhor Jesus Cristo foi proclamado, ou Sua morte, ou Sua ressurreição, ou o próprio evangelho. Sempre foi a mesma coisa. Os apóstolos se entregaram a essa proclamação de Jesus Cristo. Essa é a tarefa. Onde quer que estejamos na Bíblia, é onde começamos. A proclamação de Cristo é onde temos que terminar. KH: Isso é muito útil. Que diferença, então, a pregação de Cristo faz para os que estão no banco? CS: Se Cristo não está em um sermão, então que bem isso fará? Quero dizer, nossa esperança e nossa vida estão em Jesus Cristo. Portanto, um sermão sem Cristo é realmente um sermão sub-cristão. Pode definir alguns princípios morais, pode chamar uma pessoa para viver uma vida melhor, mas de que serve um chamado para viver uma vida melhor se uma pessoa não tem o poder de viver a vida melhor? Esse poder vem de Jesus Cristo. A experiência de uma pessoa no banco, se Cristo estiver faltando na pregação, será que basicamente eles estão sendo desafiados à uma demanda que está sendo apresentada. Aqui está o que você precisa fazer; vá se esforçar mais, vá viver melhor no final do dia. Mas então você se depara com o fato de a Lei era impotente para fazer; por isso Deus, deu o Seu Filho Jesus Cristo. O ponto principal do evangelho é que ele nos dá o que a Lei exige de nós. Se você tira Cristo, simplesmente fica com uma demanda. É por isso que as pessoas muitas vezes saem da igreja sentindo que a coisa toda era pesada e as fazia se sentir pior. Porque o que eles enfrentam é um desafio que eles não recebem o recurso para enfrentar. Fonte:  https://www.leadershipresources.org/  Traduzido com permissão Tradução: Nelson Galvão #princípiohermenêutico

O que significa pregar a Cristo? Entrevista com o pastor Colin S. Smith (parte um).

por Kevin Halloran Kevin Halloran, da Leadership Resources Internacional (instituição parceira do Pregue a Palavra), sentou-se com seu...

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Na primeira semana de outubro estivemos em Moçambique para o último módulo e formatura da turma do Pregue a Palavra desse país. São 25 pastores e líderes de diversas cidades que estiveram conosco no que estamos chamando de curso básico em exposição bíblica (os dois primeiros anos do Pregue a Palavra no Brasil). Na ocasião da formatura também foi celebrado os 10 anos de Palavra da Vida Moçambique. Ouvimos várias histórias de pastores que têm experimentado transformação de vida, na relação com a família e ministério. Em conversa com os líderes do Palavra da Vida Moçambique, nosso parceiro local, achamos por bem dar continuidade ao curso. Agora, os próximos 2 anos serão com ênfase na formação de professores nacionais. Além disso será aberta mais uma turma do básico em exposição bíblica que funcionará em concomitância com a turma avançada. Deus tem levantado parceiros para estarmos juntos naquilo que Ele tem proposto. O Palavra da Vida Moçambique, na pessoa de seu diretor (pr. Calos Nogueira) tem sido chave para a mobilização, articulação e pastoreio da turma. Além dele, a Igreja Batista de Jundiaí, na pessoa de seu pastor (pr. Ricardo Fiorotto) tem adotado esse país como campo missionário, tem enviado o seu pastor e arcado com despesas de viagem. Louvado seja Deus pelo o que Ele tem feito no querido país de Moçambique! Se você quiser se juntar a nós nessa missão que o Senhor nos tem dado, entre em contato conosco e o orientaremos como. Confira abaixo um vídeo do resumo do Projeto Tito (PV Moçambique) e Pregue a Palavra:

Pregue a Palavra em Moçambique

Na primeira semana de outubro estivemos em Moçambique para o último módulo e formatura da turma do Pregue a Palavra desse país. São 25...

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por Alberto Wagner Em janeiro de 2019 uma tragédia em particular provocou grande comoção – o rompimento de uma barragem na cidade de Brumadinho/MG. Duzentas e quarenta e nove pessoas foram mortas e vinte e uma desaparecidas. O dano psicológico, ambiental e outros eram incalculáveis. Como em outras tragédias o sentimento de consternação e luto se espalhou e vários questionamentos naturalmente surgiram. Em fevereiro numa sala de aula um professor conduziu-nos em um momento devocional refletindo em uma passagem do livro de Lamentações. Percebi naquele instante que precisava ouvir e pregar a mensagem do livro de Lamentações. O livro de Lamentações relata de forma dramática o momento mais difícil da história do povo de Israel quando foram entregues nas mãos da Babilônia. O autor é o profeta Jeremias que por 40 anos confrontou os pecados da nação chamando seu povo ao arrependimento. Perceba que antes dos 5 capítulos de lamento temos um livro com 52 capítulos chamando Judá a arrepender-se. Mas, o arrependimento não aconteceu; pelo contrário, tentaram matar Jeremias e, embora sua vida tenha sido poupada, o profeta Urias foi morto (Jr 26.20-24). Mas, qual a relevância de estudar um livro desses hoje em dia? 1- A necessidade de aprender a lidar com a tristeza. Vivemos numa sociedade voltada para a estética e a realidade emoldurada virtualmente. Há um ideal de felicidade que praticamente não concebe espaço para a tristeza humana. Não é bom estar triste! Não se deve romantizar a tristeza nem se acostumar com um estado permanente dessa situação. A tristeza certamente nos chama a uma reação. A tristeza pode ser transformada, mas para isso é preciso saber lidar com ela. Diante da influência do existencialismo em que tudo o que importa é o sucesso e a realização pessoal, nossa geração têm encontrado seríssimas dificuldades em lidar com o fracasso, a frustração e a contrariedade. Mas, o fato é que há tragédias acontecendo todos os dias em várias partes do mundo; o desemprego, o diagnóstico de uma doença incurável, a perda de alguém que se-ama, questões complexas que não se resolvem no lar, reveses financeiros. Não vivemos no céu. O pecado trouxe à humanidade a convivência indesejada com a desarmonia, o conflito e a morte. Todas as pessoas experimentam tristezas com uma frequência maior do que gostariam e há muitos que não sabem ou não conseguem lidar com isso. Algumas se revoltam, outros fogem da realidade ou se alienam, uns se rendem à depressão e outros tomam a decisão trágica de acabar com a própria vida. É preciso saber lidar com a tristeza porque ela é uma experiência humana comum, embora eventual. 2- A necessidade de esperança em meio à dor Porque Jeremias escreve o livro de lamentações? Há apenas o objetivo de registrar o lamento, ou ele ainda está tentando alcançar o povo judeu? Todo o sofrimento e tristeza que o povo de Deus passou ainda poderia produzir um fruto bom – o arrependimento. E Deus o tomaria de volta para si como seu povo. Ele quer alcança-los em seu momento de tristeza, pois ainda há esperança. De fato foi isso que Deus fez com Judá. Os trouxe de volta, manteve sua aliança até trazer ao mundo o Salvador Jesus; manteve viva a esperança de salvação não apenas para o seu povo, mas para todos os povos. Na cruz Jesus tomaria a nossa dor e sofrimento, a nossa condenação, pois não há como lidar com o problema do pecado de outra maneira. Nada nesse mundo é o que deveria ser. Tudo foi sujeito à vaidade, mas ainda há esperança! Não há como esperar que a vida seja perfeita, que problemas não surjam, que vidas preciosas não sejam levadas, mas há redenção para aqueles que se voltam para Deus! O pecado sujeitou o mundo ao flagelo da morte, mas Deus não nos deixou sem esperança e quando nos voltamos para Ele a encontramos. Após as exposições em Lamentações não tínhamos todas as respostas, mas tínhamos o consolo, a orientação de Deus para o nosso coração e a prova do seu amor revelado na cruz de Cristo. Finalizo aqui com dois testemunhos dos irmãos Eloízio e Jesse: “O que podemos dizer sobre Lamentações é que estamos vivendo temos difíceis, sofrimento e dor; tristeza vemos o tempo todo em nossa volta... Mas Deus não nos abandona e Ele está no controle da nossa vida. Deus é misericordioso demais comigo e a fidelidade dEle é muito grande com os que o buscam de todo coração.” “Sobre as exposições do livro de Lamentações: para mim, muito encorajadoras para o enfrentamento das adversidades da vida.” Alberto Wagner Casado com Stela. Pai de Lorraine, Vitor e Raul. Pastor da PIB em Nova Serrana/MG. Cooperador do Ministerio Pregue a Palavra. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte de Minas. Especialização em Exposição Bíblica pelo Ministério Pregue a Palavra. Cursando Mestrado em Teologia e Exposição Bíblica no Seminário Bíblico Palavra da Vida.

Duas razões para pregar Lamentações

por Alberto Wagner Em janeiro de 2019 uma tragédia em particular provocou grande comoção – o rompimento de uma barragem na cidade de...

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Na última semana (16-20/set) tivemos mais um encontro do Pregue a Palavra em Angola, com os profs.: pr. André Oliveira e pr. Edson Silva. Confira a  carta enviada pelos pastores da Convenção Batista Angolana ao Pregue a Palavra. "Como diz as sagradas escrituras ‘‘ em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus…’’. Pela dimensão da graça de Deus para conosco por meio de vós, nos faltam palavras ou gestos para agradecer, mas não queremos deixar de dizer que somos imensamente gratos a Deus pelo privilégio de conhecer o ministério Prega a Palavra e o seu excelente grupo de professores. Estamos gratos a Deus pelo vosso esforço em nos ajudar a permanecer na linha, descobrir por nós mesmos o contexto, a fazer as quebras correctas para construir uma grande ideia, e uma teologia bíblica que nos leva a uma aplicação mais fiel. Estamos gratos a Deus por serem pacientes para com as nossas dúvidas, que muitas vezes ingénuas, mas, que revela o quão interessados estamos para aprender, para bebermos o máximo das verdades ensinadas. Admiramos a vossa disposição sacrificial que vos leva a deixar periodicamente a vossa mãe pátria, família, igrejas e amigos, ainda que por um curto espaço de tempo, atravessar o oceano com o nobre propósito de agregarem valor espiritual em nossas vidas, e consequentemente em nossas igrejas. Admiramos mais ainda o vosso zelo pela sã doutrina, o comprometimento para com o ministério pastoral qualificado, a vossa alegria, paciência, humildade, a vossa dedicação abnegada, a vossa exortação incessante pela necessidade da pregação da fiel palavra de Deus, vossa sabedoria na abordagem de questões conflitantes, as vossas explicações bíblicas, porém, equilibradas, certamente que serão ferramentas indispensáveis que nos comprometemos a utilizar no nosso ministério. De todas as formações teológicas e até mesmo seculares que já tivemos, o Prega a Palavra já é um marco em nossas vidas, sobretudo porque nos dá o privilégio de cavar e descobrir os tesouros mais desejáveis que o ouro, que é a Palavra de Deus, que dá sabedoria aos símplices, alegram o coração e iluminam os olhos. (Sl 19). Desejamos que o Deus de providência que suportou o ministério de Jesus, Paulo e de todos os outros seus servos, vos conceda abundantes bênçãos e que não falte para as vossas famílias e a vocês o necessário para uma vida digna. [...] Que o amor que tendes por Jesus e sua Igreja e por nós de forma particular, vos traga de volta a Angola e que um dia o Senhor vos dê o privilégio de contemplar os frutos desta semente que agora tendes lançado. Que não desfaleçam desta nobre visão ministerial que em muito nos tem abençoado. Não cessaremos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual (1 Tessalonicenses 1.9). Nossas palavras não são suficientes para expressar o nosso amor e gratidão para convosco. Honra e glória ao nosso Senhor Jesus Cristo para todo sempre Que a paz seja convosco. Amém!" Turma da Convenção Batista de Angola Igreja Baptista da Paz

Carta de Angola ao Pregue a Palavra

Na última semana (16-20/set) tivemos mais um encontro do Pregue a Palavra em Angola, com os profs.: pr. André Oliveira e pr. Edson Silva....

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por Ezequias Amâncio| Encerrei a série de mensagens em Eclesiastes aqui em nossa igreja. [1]  Ao todo, foram cinco meses (abril e agosto) trabalhando nesse enigmático livro do Antigo Testamento. A temática que desenvolvi à luz da grande ideia do livro é a de que “somente no temor a Deus, a vida deixa de ser um enigma a ser decifrado, para ser uma experiência incrivelmente marcada por uma alegria no limite de nossas forças”. Essa “grande ideia” eu adaptei de dois autores, Carlos Osvaldo [2]  e Douglas Wilson [3] . De ambos, eu “pesquei” o conceito de que esse livro é um escrito de homem idoso, cansado de suas perambulações, e que se coloca para fazer uma avaliação criteriosa do seu entorno, em busca da chave que finalmente, iria lhe revelar o “sentido da vida”. A despeito do que muitos podem pensar, esse é um livro conservador em sua fé. Nada de especulações filosóficas, o autor está preocupado com as questões da vida prática, das pessoas, e não apenas as vagueações de pensamentos sobre a humanidade. Quando me desafiei a expor esse livro, e comuniquei à nossa igreja, percebi nos olhares de muitos uma indagação: “o que vem por aí?”. 01. Eclesiastes precisa ser pregado por conta de sua preocupação com o enigma da vida. É conhecida de todos os crentes e ímpios a expressão reinante no livro, “tudo é vaidade”. Posso afirmar que o eixo central do livro é a constatação de que tudo é “hebel” (hebraico) ou “vanitas” (tradução latina). Na realidade esse termo não tem a ver com a ideia coloquial de algo que exprime orgulho ou soberba, mas ele se remete ao entendimento do que viria a ser “um sopro de ar”, “um vapor”, “um hálito”. A King James Atualizada fez questão de usar três sentidos para a mesma palavra: Ec 1:2 “Que grande ilusão! Que grande inutilidade! Nada faz sentido!”, diz o sábio. Gosto muito da ideia de Douglas Wilson para o conceito de “vaidade” como “repetitividade inescrutável”. Na realidade, Salomão expõe sua busca por algo que destranque a porta da sabedoria, a fim de fazer-nos entender de uma vez por todas, do porquê o mundo se constituir de uma repetição de fatos aparentemente aleatórios. Mas, como eu já salientei, vale a pena estudar esse livro porque pode-se esperar ao fim dele uma chave que resolve de uma vez por todas esse dilema, fazendo com que o livro de Eclesiastes se transforme em um testemunho vivo de que a nossa vida se justifica quando é vivida sob o olhar de Deus. Caminhei ao longo da Exposição, com o pensamento de Jason DeRouchie, compartilhado por Joe Rigney [4] , que entende esse livro como uma longa reflexão sobre a vida “debaixo do sol” (1.3,9,14), uma vida num mundo divino, mas frustrante, partido, confuso. Tudo debaixo do sol é um enigma, um mistério insondável. Ele defende ainda que “hevel”, o termo hebraico traduzido por “vaidade”, deva ser interpretado como “enigma”. Assim, ele quer dizer que “a vida debaixo do sol” é desconcertante, confusa ou incompreensível, embora ainda com significado e significância. Deste modo, ele rejeita a noção de que Eclesiastes defende que a vida é completamente sem valor, sem sentido e sem esperança. Ao contrário, ela está repleta de enigmas, bons e maus, e que nossa mente finita e caída e incapaz de compreender por completo como o mundo funciona. 02. Eclesiastes precisa ser pregado por conta de sua relação com os nossos dramas humanos. É urgente compreender que a vida não é justa para ninguém. E o que eu pude deduzir de alguns retornos das minhas Exposições nestes meses vem corroborar o fato de que as pessoas “se viram” nas observações de Salomão. Todos se tornaram “Salomões” neste período. Vou destacar algumas dessas mensagens, de nossos membros [5]  aqui: Suas pregações no livro de Eclesiastes tem sido Bálsamo do Céu para a vida da igreja e para edificação dos santos. Tem sido mensagens confrontadoras e que apontam para Cristo, enfim, as mensagens em Eclesiastes tem nos levado para mais perto de Deus que está eternamente acima do Sol. Já havia falado sobre a exposição de Eclesiastes, com alguém. A exposição foi tão incrível, tão bem-feita, bem explicada, tão profunda, que a partir de então não vou conseguir ler Eclesiastes da mesma maneira. A linha de expor o livro , foi de certa forma diferente de alguns comentários que sempre tem um tom de mau humor outros de pessimismo e de alguns até que não seria um livro para estar na Bíblia, a não o último capítulo ... mas o que me chamou a atenção foi a abordagem do contexto " debaixo do sol" aonde estamos restrito ao tempo, espaço... e tudo isto é passageiro é um " correr atrás do vento " ou seja as oscilações da vida e sua brevidade , todo esforço seria inútil " nada faz sentido " e neste ponto que achei interessante sua abordagem... aonde a vida é assim mesmo, real, “nua e crua", não é mau humor ou pessimismo ... o que precisamos é encontrar sentido da vida no próprio criador da vida . As pessoas se identificam com a proposta do livro, porque ele é desconcertantemente humano. E eu aceitei nas pesquisas para essa série a proposta de Douglas Wilson: “O grande filósofo hebreu que escreveu este livro, chamado Eclesiastes, convida-nos à alegria, mas à alegria pensante, que não retrocede diante de questões difíceis. Ele nos chama à meditação, mas à meditação que não leva ao desespero. E, como ele mostra repetidas vezes, fechando todas as vias de fuga, só os crentes podem desfrutar da vaidade que nos cerca por todos os lados”. 03. Eclesiastes precisa ser pregado porque ele aponta para a sabedoria de Deus, que para nós é plenificada em Jesus. Para Derek Kidner [6] , Deus se revela a nós neste livro sob três aspectos principais: como Criador, como Soberano e como a Sabedoria Inescrutável. Não que estes termos sejam exatamente assim aplicados a ele, com exceção do primeiro; mas podem servir como um conveniente ponto de convergência. É impossível não ler esse livro sem suspirar por Cristo o tempo inteiro. Até o momento em que fazemos o link com o que Paulo vai destacar em sua carta aos colossenses: Colossenses 2:2-4 2 - Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, 3 - Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. 4 - E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. Quando chegamos nesse ponto fica fácil concordar com a razão de fé exposta por C. S. Lewis [7] : “Creio em Deus, assim como creio no sol, não somente porque o vejo, mas porque, vendo-o, vejo também com ele todas as outras coisas”. Logo, pregando esse livro, exporemos de modo vívido que a vida faz sentido em Deus. Somente nEle. Através dessa visão, tudo o mais passa a fazer sentido. Por isso que, tudo finaliza com a fala de Michael A. Eaton [8] , “quando Salomão examina a vida ‘debaixo do sol’, tudo parece fragmentado, e o rei não consegue divisar um padrão. Porém, ao considerar a vida do ponto de vista de Deus, tudo se junta de modo a constituir um todo. Se o homem deseja essa inteireza, deve começar com Deus”. A chave para compreendermos esse livro, e expormos com poder “evangélico” (na melhor acepção desse termo) é confrontarmos os dramas oriundos da correria desta vida (que se assemelha, muitas vezes, como comer “algodão doce”, algo que não permanece) com a verdade de que, Jesus é o nosso maior tesouro, e ao temermos a Deus, iremos receber tudo o que Cristo é, de acordo com Paulo: I Coríntios 1:30 30 - Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; Em suma, a experiência de expor o livro de Eclesiastes abriu a minha visão de mundo. Me tornou ainda mais fiel à fé que conserva os valores afirmativos da autoridade das Escrituras sobre todos os assuntos relacionados à vida humana, e em sociedade. Para a vida da igreja, expor esse livro é desfraldar a bandeira do sentido em uma sociedade cada vez mais dividido entre o imediato concreto e o distante ilusório. Viva a vida, desde que ela esteja sendo vivida sob o olhar de Deus!     Ezequias Amâncio Marins   Pastor Titular da "Igreja Batista Central em Japuiba", Angra dos Reis, RJ. Professor Mentor e Coordenador Estadual (RJ) do Ministério "Pregue a Palavra". Graduado em Teologia e História (Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e Universidade Estácio de Sá). Mestre em Divindade (Faculdade Teológica da Fé Reformada) [1]  Igreja Batista Central em Japuiba, Angra dos Reis, RJ. [2]  “Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamento”, Editora Hagnos, 2006. [3]  “Alegria no limite as forças: A inescrutável sabedoria de Eclesiastes”, Editora Monergismo, 2015. [4]  “As coisas da terra: Estimar a Deus ao desfrutar de suas obras”, Editora Monergismo, 2017. [5]  Manterei seus nomes no anonimato. [6]  “A mensagem de Eclesiastes”, ABU Editora, 1999. [7]  “Cristianismo puro e simples”, Editora Martins Fontes, 2017 [8]  “Eclesiastes e Cantares: Introdução e Comentário”, Editora Mundo Cristão e Vida Nova, 1989

Três razões para pregar Eclesiastes

por Ezequias Amâncio| Encerrei a série de mensagens em Eclesiastes aqui em nossa igreja.[1] Ao todo, foram cinco meses (abril e agosto)...

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por Nelson Galvão| “Puxa, estou a tanto tempo na igreja e nunca ouvi isso”! Essa tem sido a reação de inúmeras pessoas quando prego Efésios. Essa reação de estranheza se dá por várias razões que não cabe aqui desenvolver. O fato é que, ao longo dos anos, inúmeras igrejas evangélicas pelo mundo têm se afastado do verdadeiro Evangelho. Milhares de pessoas têm ido domingo após domingo à igreja e ouvido um evangelho falso; um evangelho antropocêntrico, marcado pela doutrina da salvação pelas obras, que rouba a glória da pessoa e da obra de Cristo! Sim, mais do que nunca Efésios precisa ser ressoada em alto e bom som por meio dos púlpitos fiéis que o Senhor tem preservado para si. Espero que as razões a seguir sirvam de encorajamento para você começar a exposição de Efésios na sua igreja. 1- Ajuda a Igreja a crescer no entendimento da Graça de Deus, em detrimento do humanismo reinante. Paulo começa Efésios com exultação pelas bênçãos de Deus que foram derramadas por meio de Cristo (Ef. 1.3). Por que os crentes foram abençoados por Deus? Paulo responde usando uma expressão:  beneplácito  (Ef 1.5,9,11); ou seja, de acordo com a boa determinação de Sua vontade. O que é isso? Graça de Deus. Não somos abençoados por conta de nossos méritos, mas pela exclusiva graça de Deus. Em 1524, em seu livro De libero arbitrio diatribe sive collatio , o humanista Erasmo de Roterdã defendeu que “a vontade do homem é completamente livre” [1] . Esse foi o pensamento antropocêntrico do renascentismo do séc. XVI que culminou no iluminismo do séc. XVIII. Em 1525, Martinho Lutero publicou a resposta a Erasmo em De servo arbitrio . Contra Erasmo, Martinho Lutero se insurgiu a partir da autoridade bíblica, em especial Efésios. A partir de Efésios (e também Gálatas e Romanos), Lutero contrapôs o Pelagianismo de Erasmo. Segundo a Palavra de Deus, o homem está morto em seus delitos e pecados, é escravo de suas paixões, do mundo, e do diabo; portanto, é filho da desobediência e da ira (Ef 2.1-3). Dessa forma, Lutero proclamou em alta voz que jamais o homem pode até mesmo crêr, se isso não for concedido por Deus; ou seja, “a fé é um dom especial conferido por Deus (Ef 2.8)”. Talvez você esteja pensando: “Isso é calvinismo”. Não! Isso é Efésios!!! Efésios se insurge contra a mentalidade humanista moderna (inclusive presente em inúmeras igrejas evangélicas atuais) de maneira que nos faz enxergar quem realmente somos e ser iluminados pela glória da graça de Cristo. Foi isso que Deus fez comigo. O Senhor usou a carta de Paulo ao Efésios para sobrepujar meu humanismo e a glória da graça de Cristo ser resplandecida em mim. A partir de então, tenho pregado Efésios em todas as ocasiões que tenho oportunidade. 2- Ajuda a Igreja a entender sua própria natureza O Evangelho criou a Igreja, e não a Igreja o Evangelho. Sendo assim, é entendendo o Evangelho que entendemos a natureza da Igreja. * A Igreja é plano de Deus. Jesus disse: “ Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). * Em Efésios, Paulo diz que Jesus é o cabeça da Igreja (Ef 1.22,23); * A Igreja está assentada com Cristo nas regiões celestiais (Ef 2.6); * A comunhão na Igreja é uma realidade em Cristo (Ef 2:11-3.21); Perceba que em Ef. 2.13-17, Paulo afirma que o Evangelho trouxe comunhão entre inimigos. Paulo escreve aos gentios de Éfeso. Para estes, Paulo afirma que não existe mais separação entre gentios e judeus, todos são um em Cristo. Perceba que Paulo, do vs. 13-17, afirma a ação de Deus para formar a comunhão na Igreja entre judeus e gentios: vs.13  – “antes estáveis longe, fostes aproximados”. vs. 14  – “de ambos fez um”. “Derribou a parede de separação que estava no meio, a inimizade”. vs. 15  - “Dos dois criou, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz”. vs 16  – “Reconciliou ambos em um só corpo com Deus. vs. 17 – “Evangelizou paz aos que estavam longe e aos que estavam perto”. Perceba também que Paulo afirma que a comunhão na igreja é resultado da obra de Cristo (ainda em Ef 2.13-17): vs. 13 Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. vs. 14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, vs. 15 isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz, vs. 16 e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade; vs. 17 e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam perto; vs. 18 pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. O que Paulo está afirmando é que, por intermédio de Cristo, judeus e gentios são um só povo. Sim, perceba o resultado dessa ação de Cristo, vs.19-22: Vs. 19 Vocês são concidadãos dos santos e membros da família de Deus Vs. 20 Vocês são um edifício, cujo alicerce é os apóstolos e profetas; e a pedra angular é Cristo. Vs. 21,22  Vocês são um santuário, morada de Deus. Cap. 3:6  – “Os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”. É por isso que Paulo ora para que os Efésios pudessem compreender: “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que sejam cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.18,19). A Igreja precisa ouvir Efésios porque vivemos em um tempo de profunda confusão quanto à natureza da igreja. Ela é um clube? É um negócio? É um teatro? A Igreja de Cristo é constituída de concidadãos, coerdeiros e coparticipantes da promessa; é a família de Deus, é um edifício, a morada de Deus e o corpo de Cristo. Sendo assim, dentre outras implicações, podemos ressaltar que a Igreja é a providência de Deus para uma sociedade marcada pelo hiper-individualismo, onde as pessoas estão se matando de solidão em suas próprias casas (e só depois de alguns dias alguém descobre!). Deus providenciou para os Seus filhos uma família, a Igreja. Celebremos a bênção da comunhão que Deus nos dá. 3- Ajuda a Igreja a entender que o Evangelho tem implicações práticas Perceba as ocorrências do verbo viver  no imperativo, a partir do cap. 4 da carta de Efésios: 4:17: “não vivam mais como os gentios”. 5:1: “vivam em amor” 5:8: “vivam como filhos da luz” 5:15: “tenham cuidado com a maneira como vocês vivem”. O verbo no original (gr. Peripateo ) significa: andar, caminhar, regular a própria vida, conduzir a si mesmo, comportar-se. Com isso, Paulo afirmou que aqueles que foram abençoados graciosamente por Deus e foram feitos Seu povo, Sua Igreja, devem agora viver de forma digna do Evangelho. Dessa forma, a vida do membro da Igreja de Cristo deve contrapor-se aos filhos das trevas (4:17-19). Sendo assim, Paulo começa a dizer como deve ser esses crentes que são diferentes. Observe as três vezes que aparece a conjunção conclusiva “portanto” , no texto: 4:25; 5:1; 5:7. Essa forma constitui-se de “blocos” textuais utilizados para expressar como devem os crentes ser diferentes. Portanto , na sua conduta pessoal seja correto (Vs. 25-28 - Não minta, não peque quando ficar irado, não roube). Portanto , seja imitador de Deus, como filho amado (5:1). Portanto , não participem com eles dessas coisas. Além disso, os crentes, capacitados pelo Espírito Santo (Ef. 5.18), devem têr uma família diferente, de acordo com a vontade de Deus para o casamento, criação de filhos, relacionamento entre pais e filhos, e trabalho (Ef. 5.18-6.9). Efésios precisa ser pregada porque ajuda a Igreja a superar uma falsa dicotomia: Evangelho/vida prática. A igreja atual precisa entender que o Evangelho tem implicações práticas para todos os âmbitos de nossa vida. 4- Ajuda a Igreja a estar consciente da Batalha Espiritual Efésios 6.10-20 nos mostra que: 4.1- Existe uma luta sendo travada Perceba que o linguajar é bélico. Não dá para vestir uma armadura para ir para a praia. Existe uma luta! Que luta é essa? Lembre-se que Paulo está advertindo aos crentes de Efésios que vivam de forma digna do Senhor. Então, o diabo usa de todas as suas forças para que vivamos de forma medíocre, sem fazer diferença, sem ser de fato “igreja” de Cristo. Ele usa de todos os seus recursos para que não sejamos um marido/esposa, pai/mãe, patrão/empregado que honre a Deus em suas relações. E sabe de uma coisa? Vamos fracassar! A não ser que... 4.2 - A força pertence a Deus e não a nós. Perceba a expressão “na força do seu poder” (6:10). Essa expressão em Efésios é utilizada em mais dois lugares além daqui: 1:19 – Descreve o poder que ressuscitou Jesus dos mortos; 3:16 – Descreve o poder que agora está no interior dos crentes. Esse enorme poder de Deus é dado aos crentes e é com ele que o crente consegue vencer o Inimigo. 4.3 - A armadura é Cristo Paulo descreve uma armadura da qual o crente precisa se valer a fim de vencer na luta espiritual. Muita coisa se tem dito a respeito dessa armadura. Muitas interpretações têm sido dada a ela. Não é o propósito desse estudo nos determos nas variadas interpretações. Então aqui vai o meu entendimento. Paulo não nos deu um passo-a-passo místico em que devemos recitar todos os dias. Ele tinha em mente Isaías. Perceba que Isaías profetiza a respeito daquele que estava por vir. Este seria o  ramo que brotaria de Jessé  (11.5), o Servo do Senhor  (49.2), o Salvador  (59.17). Este personagem que estaria por vir é retratado por Isaías como o Guerreiro que luta por seu povo. É isso que Paulo tinha em mente. Paulo já havia se referido a Cristo como Guerreiro (Ef 4.8-10), ao aplicar Sl 68.18 a Cristo. Cristo é o Guerreiro do povo de Deus. Foi Ele quem nos trouxe a bênção de Deus; foi Ele quem nos deu vida, estando nós mortos; foi Ele quem nos fez igreja; É Ele quem nos da a força necessária para vencer as hordas infernais da maldade. Portanto, a Igreja precisa ouvir que deve se revestir de Cristo. Ele é o poder necessário para a Igreja viver de uma forma digna do Senhor. Recomendações de leitura: 1- Bray, Gerald (org). Comentário bíblico da Reforma Gálatas e Efésios. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. Uma excelente obra para a consulta da exposição dos Reformadores de cartas como Efésios. 2- Pinto, Carlos Oswaldo. Foco do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006. Esta obra do Dr. Carlos Oswaldo é de extremo valor para todo o expositor bíblico. Ele traz o estudo introdutório de cada livro da Bíblia, a Mensagem Central do Texto e Estrutura de cada perícope. 3- Stott, John. A mensagem de Efésios. São Paulo: ABU, 1991. Trata-se de uma das maiores obras traduzidas para o português que auxilia na compreensão do texto de Efésios.  
  Nelson Galvão Notas     [1]  Lutero, Martinho. Nascido Escravo. p. 51  Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.

Quatro razões para pregar Efésios

por Nelson Galvão| “Puxa, estou a tanto tempo na igreja e nunca ouvi isso”! Essa tem sido a reação de inúmeras pessoas quando prego...

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Nesse vídeo, o pr. Ricardo Libâneo (Primeira Igreja Batista de Atibaia) responde à pergunta se todos os livros da Bíblia deveriam ser pregados na Igreja.

Todos os livros da Bíblia devem ser pregados na Igreja?

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por João P. Lima| É relativamente fácil classificar algo como ruim. Um filme pode ser ruim. Uma música pode ser ruim. Uma comida pode ser ruim. Depende do gosto de cada um. Mas e quando falamos sobre uma pregação? Será que podemos dizer o mesmo? O que faz uma pregação ser ruim? Nós sabemos como é importante para o pregador ouvir sermões e como ele deve ouvir a estes sermões ( veja aqui ). Na primeira parte aprendemos dicas práticas, mesmo algumas sendo bem óbvias, mas extremamente importantes para que o nosso falar no púlpito seja também acompanhado primeiramente por ouvir a Palavra de Deus. Esse ouvir pode acontecer enquanto nos debruçamos no texto que vamos pregar ou porque ouvimos alguém pregar. Mas como tudo na vida, nada é perfeito. Vivemos no mundo real, cheio de coisas boas e ruins. E existem sermões “ruins”. Vamos admitir que é extremamente difícil usar um adjetivo tão pesado para classificar um sermão. Mas uma coisa é certa, nós não vivemos em um mundo de fantasia onde tudo é perfeito e bonito. O mundo é real, as pessoas são reais e a maioria de nós já ouviu em algum momento uma mensagem que nos levou a pensar – “esse não é um bom sermão!”. Onde quero chegar? Nem sempre ouvimos bons sermões, isso é fato. Entretanto, como podemos definir o que é um bom sermão e o que não é? Na subcultura evangélica existem vários tipos de avaliações do que é um bom sermão ou o que não é tão bom assim. Alguns pensam que um bom sermão é aquele que é feito na altura máxima do volume que um pregador pode atingir com a sua voz. O pensamento é que quanto mais o pregador grita, melhor ele é. Outros observam muito a forma como alguém fala – eloquente, bom orador, contador de história, inteligente, que sabe tudo e mais um pouco e que faz rir ou faz chorar – ou seja, o que mais importa não é o que se ouve, mas como se ouve (“contanto que eu dê boas risadas ou chore de emoção; pronto, este é um bom sermão”). Outros pensam que um bom sermão é aquele sem teologia, que “fale apenas de Jesus” (você já deve ter ouvido algo do tipo). Isso é fato, toda pregação precisa falar de Jesus; mas como se faz isso sem teologia? Principalmente, como se faz isso sem uma boa teologia bíblica? A desvinculação com a teologia para sustentar um estereótipo piedoso e espiritual é completamente vazio de essência. Na verdade, muitos que dizem, “você precisa pregar menos teologia e mais Jesus”, acabam não pregando sobre Jesus, pois eles se prendem a experiências e em seu próprio status de piedade para fundamentar a mensagem que está sendo pregada ao invés de fazê-lo naquilo em que sustentam – “falar mais sobre Jesus”. Para entendermos, vamos voltar ao que Christopher Ash diz no seu livro Listen Up! A pratical guide to listening to sermons (Ouça! Um guia prático para ouvir sermões) , agora não com um olhar nas práticas para se ouvir um sermão, e sim sobre o que é um sermão ruim e como ouvi-lo. E a primeira coisa que precisa ficar claro é – o que caracteriza um sermão como ruim? Vamos sair dessa tal “subcultura evangélica” e pensar no que realmente transforma aquilo que pregamos ou aquilo que ouvimos em um sermão ruim. Segundo Christopher Ash há três tipos de sermões ruins, e a maneira como devemos ouvi-los depende do tipo de sermão. Existe o sermão maçante ou enfadonho; aquele que é biblicamente inadequado e o herético. Vamos ver brevemente cada um deles. 1.O SERMÃO MAÇANTE Você deve conhecer o texto de Atos 20.7-12, onde Paulo está pregando em Trôade. Não sabemos o estilo de sermão que Paulo estava pregando, mas todo mundo sabe que um jovem chamado Êutico, que estava ouvindo, caiu da janela. E o fato de um jovem ter caído da janela não mudou em nada o que Paulo tinha a dizer. Todo mundo ficou alvoroçado no momento, mas depois que Paulo diz que o rapaz estava vivo, eles voltam para onde estavam, e diz o texto no v.11 – “Paulo partiu o pão e comeu. E lhes falou ainda muito tempo até o amanhecer” . Será que o sermão de Paulo foi realmente maçante? Ou o jovem Êutico só estava com sono? Um sermão maçante pode ser aquele que deixa a desejar em seu estilo ou apresentação. E isso significa que pode ser um sermão caótico, não estruturado e difícil de entender e seguir. Pode ser também muito denso e difícil de ser digerido pela maioria das pessoas, por causa de frases muito longas e complexas. Pode até mesmo não mostrar nenhuma aplicação para as nossas vidas hoje, ou seja, muita informação, mas pouco significado. Como ouvir um sermão maçante? Imagine que este sermão “entediante” seja bíblico, pregado por alguém piedoso e que tenha se dedicado no preparo e na oração. Nosso papel é nos esforçar em oração para ouvi-lo e se o pregador for alguém de coração aberto, podemos encoraja-lo para que algumas mudanças possam acontecer. Mas acima de tudo, devemos erguer nossos ouvidos e coração para a mensagem, orando pela ajuda de Deus para ouvir com atenção e receber a Palavra. Christopher Ash aconselha o seguinte – peça a Deus para que alguma parte do sermão fique para ser transformado em nós para o arrependimento e fé. Tente tomar nota com o objetivo de escrever um verso ou verdade que você possa levar consigo. Tente não ficar lamentando as inadequações do pregador, mas procure compartilhar verdades bíblicas que você aprendeu e orando a Deus para ajuda-lo a colocar estas verdades em prática. 2.O SERMÃO BIBLICAMENTE INADEQUADO Agora imagine um sermão maravilhosamente apresentado, bem divido, ilustrado e aplicado. Pense neste sermão como algo interessante, fácil de entender e claro. Mas quanto mais você ouve mais você se pergunta se o pregador sabe realmente o que está dizendo a partir da Bíblia. Apesar de muito bem apresentado, você continua a se perguntar – “de onde ele tirou isso? Isso realmente está no texto?”. O sermão parece que tira verdades de todos os lugares, menos da Bíblia. O pregador pode estar omitindo partes importantes do texto para se concentrar mais nas coisas que ele quer dizer do que naquilo que a Bíblia quer dizer. Você acaba percebendo que o pregador não está pregando a partir da Bíblia, mas à parte dela. A primeira atitude natural de toda pessoa é ter um espírito crítico. E é exatamente deste sentimento que devemos fugir. Isso pode ser um perigo quando nosso grande alvo ao ouvir um sermão é apenas procurar defeitos. O segundo perigo que deve ser evitado nesse tipo de sermão é a ingenuidade. Se de um lado não podemos ser apenas um “caçador de defeitos”, do outro lado não podemos ser bobos ou imaturos biblicamente, o que seria acreditar em tudo que ouvimos. O pensamento do qual devemos fugir é – “não importa o que o pregador diga, contato que ele fale bem e me faça rir ou me emocionar, o resto não me importa”. A solução neste caso é ficar engajado no texto no qual o pregador está falando. A melhor maneira é nos inspirarmos nos crentes de Beréia que examinavam nas Escrituras para saber se o que pregador está dizendo é o que a Bíblia diz (Atos 17.11). Tenha foco nas partes em que o pregador está sendo fiel ao texto e ore para que Deus aplique estas partes da pregação em seu coração. 3.O SERMÃO HERÉTICO Até agora recebemos apenas encorajamento para ouvir, seja com respeito ao sermão maçante ou o sermão biblicamente inadequado. Mas, e o sermão herético? Será que podemos encontrar algum valor nele? Segundo Christopher Ash, existe uma definição antiga de heresia que sugere três coisas. (i) Primeiro, a heresia é um erro em algo central da fé e não em algo periférico. (ii) Segundo, uma pessoa não é herege se dizer algo errado por engano e depois ter a oportunidade de corrigir o erro. (iii) Terceiro, é herege aquele que ativamente busca ensinar o erro na igreja. Então o que devemos ficar atentos é ao tipo de sermão herético – dentro destes três tipos. Por exemplo, uma opinião particular não é heresia; um cristão que erra ao dizer alguma coisa não é heresia. Uma pessoa que acredita em alguma coisa diferente de outra pessoa não é heresia. O herege não é apenas um falso cristão, mas também um falso mestre. Este é o cuidado que devemos ter. Aqui vai a dica! Se o sermão herético for do primeiro ou segundo tipo o que devemos fazer é, de modo educado e respeitoso, buscar encorajar o pregador afim de que ele seja convencido a mudar aquele determinado pensamento que não está em conformidade com a Palavra; ou para que estude mais profundamente o texto para que a Palavra mude o seu coração. Mas e se o sermão herético for do terceiro tipo? O que fazer? Christopher Ash é categórico – “pare de ouvir”. Se o pregador está persuadindo a igreja a incorrer em um erro grave e central à fé, pare de ouvi-lo; essa é a melhor atitude. Não importa se a igreja é grande, moderna e tenha um pregador contemporâneo, que fale muito bem e que seja cativante e simpático, mas não prega a Palavra. A melhor coisa a se fazer é não ouvir. Porque não temos que procurar igrejas que tenha apenas programas e pregação de entretenimento; não. Devemos procurar igrejas fiéis à Palavra e nada mais. De tudo que aprendemos, uma coisa é certa, fique engajado no texto. Pense nas verdades que poderiam ser anunciadas a partir do texto bíblico e peça ao Senhor para que as aplique em seu coração. Busque pregadores que sejam fiéis à Palavra de Deus e concentre-se, em oração, naquilo que Deus quer falar através da Palavra. Pois acima de tudo, nunca podemos nos esquecer do que Deus disse – “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Marcos 9.7). João P. Lima Extraído e adaptado do livro Listen up! A pratical guide to listening to sermons ; ©Christopher Ash. The Good Book Company, 2009.  João P. Lima. Bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Denoel Nicodemos Eller. Aluno do Pregue a Palavra/BH. Pastor da Igreja Presbiteriana Simonton - Conselheiro Pena - MG. #pregaçãoexpositiva #ministériopastoral

OUÇA! COMO OUVIR SERMÕES RUINS

por João P. Lima| É relativamente fácil classificar algo como ruim. Um filme pode ser ruim. Uma música pode ser ruim. Uma comida pode ser...

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por Daniel Gouvea A importância da carta de Paulo aos romanos tem se mostrado inestimável ao longo da história do cristianismo. Dizem que Crisóstomo lia a carta duas vezes por semana [1] . A leitura desta foi crucial no movimento da reforma impulsionado por Lutero. Melanchton (grande amigo e professor de grego de Lutero) para se apropriar do conteúdo de Romanos, copiou toda a carta com suas próprias mãos, pelo menos três vezes. [2]  Era o livro que ele mais expunha em suas palestras [3] . Calvino, por sua vez, disse que Romanos é uma porta aberta para encontrar os mais profundos tesouros das Escrituras [4] . Foi através da leitura do comentário de Lutero - sobre Romanos - que o grande evangelista John Wesley sentiu seu coração aquecido e sua vida transformada. “Em cada geração, um comentário de Romanos se destacou como uma obra marcante! “Desde Calvino (1540), Sanday e Headlean (1895), Karl Barth (1919), Cranfield (1975) até Douglas Moo (1996), a carta de Paulo aos Romanos tem causado impacto e profunda reflexão à igreja de Jesus. Porém, não foi apenas na vida desses grandes homens que bênçãos vieram da epístola de Romanos! A comunidade – da qual pertenço – foi também, grandemente, abençoada pela exposição dessa carta. Estamos no processo de plantação da IBL Nacional, localizada em Brasília–DF, um diversificado centro urbano. A exposição de Romanos foi uma surpreendente bênção no processo de plantação da igreja. Assim sendo, compartilho aqui alguns dos motivos pelos quais a exposição de Romanos continua a ser uma bênção para a igreja: 1. O fato de que a carta aos Romanos foi escrita para uma comunidade urbana e culturalmente tão diversa quanto o nosso mundo. O primeiro motivo – pelo qual a exposição de Romanos continua a ser uma bênção – se deve ao fato de que essa carta foi escrita para uma comunidade urbana e culturalmente tão diversa quanto a nossa. Nos dias em que Paulo escreveu a carta aos Romanos havia, provavelmente, cerca de um milhão de pessoas habitando em Roma. Por ser a capital do império, a cidade atraía pessoas de todos os lugares do mundo conhecido, inclusive judeus. Estima-se que a população de judeus, em Roma, fosse de 40 a 50 mil habitantes. Desses, vários estavam se tornando cristãos e, por isso, disputas entre eles surgiram a ponto de serem expulsos da cidade, em 49 d.C, pelo imperador Claúdio [5] . Com a expulsão dos judeus, a igreja em Roma – que anteriormente era constituída majoritariamente de judeus cristãos – passa, então, a ser constituída tipicamente de gentios cristãos. Anos mais tarde, com a morte de Cláudio, em 54 d.C, os judeus voltam para Roma e, certamente, encontram uma igreja com a “cara” mais gentílica que anteriormente. Em outras palavras, os judeus cristãos, que chegaram ali, encontraram uma igreja que refletia mais da realidade do mundo multifacetado greco-romano. Agora, temos, debaixo do mesmo “teto”, ou melhor, debaixo do mesmo Senhor, Judeus (com seus costumes, tradições, traumas e oposição aos costumes dos gentios) e gentios (com seu estilo de vida bem distinto dos judeus). Como mantê-los unidos? Paulo declara que a unidade, para essa comunidade tão diversa, só seria possível por meio do Evangelho! Pois, esse é o poder de Deus, tanto para judeus, quanto para gentios que creem. Em outras palavras, o equilíbrio daquela comunidade estava, justamente, no Evangelho, do qual todos – judeus e gentios – precisavam. Nossa igreja foi extremamente abençoada ao aprender, desde seus primórdios, a necessidade de termos o evangelho no centro da vida da igreja. Toda a nossa diversidade cultural (própria de um grande centro), todas as nossas diferenças e todas as nossas práticas – como igreja – só encontrarão equilíbrio quando todos nós nos rendermos ao evangelho, e o mantivermos no centro da vida da igreja. A partir daí, experimentaremos o poder de Deus em nossa comunidade e, por conseguinte, em nossa cidade. 2. O fato de que todos são igualmente culpáveis perante Deus. O segundo motivo – pelo qual a exposição de Romanos, ainda, é uma bênção para igreja – está no fato de que a carta ensina a verdade: que todos são igualmente culpáveis perante Deus, independentemente de classe social, opinião política ou “pedigree” religioso. Apesar da diversidade existente na igreja em Roma, Paulo deixa claro o fato de que todos, sem exceção, tanto judeus como gentios, são igualmente culpáveis perante o Senhor. Havia uma tendência dos judeus de acreditarem que já eram justificados perante Deus, devido ao fato de serem descendentes físicos de Abraão (o grande pai da nação, a quem as promessas de Deus foram dadas). Desde o início da carta, Paulo lida com essa questão, culminando o assunto em Romanos 9-11. Dessa forma, Paulo ensina que a justificação, perante o Senhor, não era por raça (Rm 9:6) e sim por graça (Rm 9:15), não era por obras (Rm 9:11) e sim por fé (Rm 4) em Jesus (Rm 9:30–32). Em outros termos, todos precisam do evangelho – que é o poder de Deus para a salvação –, porque todos são igualmente pecadores (Rm 3:23). A exposição de Romanos foi uma bênção em nossa comunidade, porque aprendemos que todos – em nossa cidade e comunidade – são, sem exceção, “farinha do mesmo saco”, isto é, culpáveis perante Deus! Tanto aqueles de viés mais “tradicional”, quanto os de viés mais “contemporâneo” são igualmente pecadores. E a única solução, para ambos, é a fé no Senhor Jesus (Rm 5). Isso, por si somente, produziu maior unidade entre a diversidade de nossa comunidade. 3. O fato de que a saúde da igreja e sua influência no mundo dependem da obra de Deus, através da assistência do Espírito Santo na vida dos crentes. O terceiro motivo (embora, possam existir muitos outros) – pelo qual a exposição de Romanos continua a ser uma benção – é o fato de que em Romanos, entendemos que a saúde da igreja e sua influência no mundo dependem da obra de Deus, através da assistência do Espírito Santo na vida dos crentes. Com judeus e gentios, unidos sob o evangelho de Jesus, um tipo inteiramente novo de comunidade nasce no mundo. A saber, uma comunidade que vive a nova vida da ressurreição (Rm 6:4–11): onde Jesus, e não o pecado é o Senhor, e cuja graça reina, e não a lei e a morte (Rm 6:15-7:24). Toda essa dinâmica só é possível pelo agir transformador, formador, paternal e amoroso de Deus, através do Espírito Santo (Rm 8). Esse, portanto, concede dons (Rm 12) e capacidades para que judeus e gentios vivam no mundo retamente e, em amor (Rm 13), unidos sob o mesmo Deus e na mesma igreja (Rm 14–15) para que, por meio da mútua cooperação dos crentes (judeus, gentios, nobres e escravos), o evangelho de Jesus alcance todo o mundo (Rm 15:22–16:25). Nossa comunidade foi ricamente abençoada sob a exposição de Romanos! Desde então, procuramos equilibrar toda a diversidade existente em nosso meio, a partir da centralidade do evangelho. Tornamo-nos mais unidos ao reconhecer a igualdade da nossa miséria e culpa perante o Senhor. E, finalmente, tornamo-nos mais dependentes do Espírito de Deus para viver a vida cristã, além de estarmos mais integrados, no uso de nossos talentos e dons, na propagação do evangelho em nossa cidade. Que a exposição de Romanos seja uma bênção para sua comunidade também! Daniel Gouvêa      Daniel Gouvea é casado com Fabiana e pai de 2 filhas. É Th.M em teologia e exposição do NT e pastor da IBL Nacional em Brasília-DF.  É ainda escritor do livro: A soberania de Deus na justificação. Referências [1]  GODET, 1883, p. 1. [2]  SHEIBLE, 2013, P. 50 [3] GODET, 1883, p. 1. [4]  CALVIN, 1979, p. 29. [5]  GOUVÊA, 2016, p. 17.

Três razões para pregar Romanos

por Daniel Gouvea A importância da carta de Paulo aos romanos tem se mostrado inestimável ao longo da história do cristianismo. Dizem que...

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por Nelson Galvão | A modernidade começou a partir da Guerra dos 30 anos (1618-1648). Este evento incitou a mente europeia dos sécs. XVII e XVIII ao questionamento se vale a pena matar e morrer por dogmas. Com essa reflexão, duas opções se abriram para os pensadores que queriam continuar cristãos, mas eram influenciados pela nova mentalidade: criar novas formas de cristianismo ou permanecer nas igrejas históricas, reinterpretando as doutrinas históricas clássicas. A segunda opção foi adotada pelos teólogos liberais. O Liberalismo Teológico é uma corrente teológica que nasceu na Alemanha, no início do séc. XVIII. Esta corrente teológica tem como premissa principal a negação da inspiração, suficiência, autoridade e inerrância das Escrituras. A palavra “liberal” expressa a ênfase no direito de definir os termos da fé sem ser constrangido por nenhuma autoridade externa, seja esta autoridade a Igreja, ou mesmo as Escrituras. O objetivo do liberalismo era transformar o cristianismo à luz da ciência, da filosofia e da erudição bíblica modernas, tornando-o atraente e relevante para as novas gerações. Sendo assim, os liberais interagiram com uma cosmovisão (a modernidade) racionalista que perdurou do séc. XVII até meados do séc. XX. Essa fase abrangeu o iluminismo e seus efeitos posteriores. Os temas básicos da modernidade abraçados pelos teólogos liberais foram: a supremacia da razão, a uniformidade da natureza e o progresso inevitável da humanidade. Essa ênfase antropológica dava à religião o simples papel de educadora moral do ser humano. Os precursores O 1º momento do racionalismo do séc. XVIII procurou preservar a autoridade da Revelação Bíblica. Nenhum filósofo, fiel à filosofia e ao sadio exercício da razão, poderia colocar seriamente em dúvida as doutrinas fundamentais da fé cristã. Agora, para provar as doutrinas fundamentais da fé cristã, alguns recorreram à filosofia, ou à filologia, ou à história [1] . Influenciados pelo iluminismo do séc. XVIII, pensadores como Leibniz e Johann Ernesti intentaram acomodar o estudo das Escrituras aos métodos de estudo de sua época (Qualquer semelhança à nossa época não é mera coincidência!). Leibniz recorreu à filosofia. Procurou harmonizar sistematicamente a filosofia e a teologia. Em seu livro “Teodiceia”, Leibniz utilizou-se dos ensinos e técnicas de ambas as disciplinas para justificar a conduta de Deus em relação ao homem e ao mundo. Johann Ernesti, em sua obra sobre a interpretação do Novo Testamento, “Institutio Interpretis Novi Testamenti”, sustentou que a Bíblia deve ser interpretada da mesma maneira como são interpretados os outros livros da antiguidade clássica (julgamento textual, histórico e filologicamente). Com isso, esperava provar que a Bíblia é absolutamente plausível. Entretanto, o efeito foi contrário. O emprego da filosofia, da filologia e da história, ao invés de fornecer argumentos em favor da revelação cristã, fez aflorar questões que contestavam sua validade. É exatamente o que denunciou John Gresham Machen: A tentativa liberal de reconciliar o Cristianismo com a ciência moderna renunciou a tudo o que é peculiar ao Cristianismo, deixando somente aquele tipo indefinido de aspiração religiosa já presente no mundo antes de o Cristianismo entrar em cena. Na tentativa de remover do Cristianismo tudo o que poderia ser questionado pela ciência, subornando o inimigo com as concessões que ele mais desejava, o apologista abandonou aquilo que, no começo, estava defendendo. [2] Francis Schaeffer notou a mesma coisa que Machen: Desde o momento em que a teologia se tornou naturalista, sua tendência tem sido simplesmente seguir a curva do naturalismo secular. Na verdade, não diz nada de diferente do consenso ao seu redor. Qualquer que seja o consenso não teológico de seu ambiente, o liberalismo teológico se conforma a ele. Se traçássemos um gráfico mostrando, em vermelho, a curva referente às mudanças do consenso naturalista secular e, em verde, a curva referente aos ensinamentos da teologia liberal, encontraríamos curvas praticamente idênticas e veríamos que o liberalismo teológico acompanha o naturalismo secular com alguns anos de atraso, usando termos religiosos em lugar dos seculares. A teologia liberal emprega uma terminologia diferente e, no entanto, diz a mesma coisa pouco tempo depois. Tem uma perspectiva naturalista completamente oposto à do cristianismo histórico e à da Bíblia [3] . A alta-crítica Com os pressupostos iluministas surgiram os precursores da alta-crítica. Semler (1725-1791) foi o fundador do criticismo histórico da Bíblia. Para ele (1) o cânon é apenas uma coleção de escritos recebidos pela Igreja; (2) a Palavra de Deus e as Sagradas Escrituras não são a mesma coisa; (3) a origem das Escrituras não é completamente divina, como se supostamente poderia se empreender dos “erros” científicos, históricos e geográficos. Para Semler ainda, existiriam discrepâncias entre o AT e o NT; além do que os ensinamentos da Bíblia deveriam ser considerados apenas moralmente. Hermann Samuel Reimarus (1694-1768) escreveu “Das intenções de Jesus e seus discípulos” (publicado na Alemanha em 1778). Ele defendeu que todos os elementos miraculosos e sobrenaturais do Evangelho seriam invenções dos apóstolos; Jesus não teria ressuscitado, mas morreu desesperado ao ver o insucesso de sua pregação em torno do advento do Reino dos Céus; os discípulos de Jesus acharam que seria um bom negócio dizer que Jesus ressuscitara. Além destes, o alemão Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) acreditava que o cristianismo histórico pertencia a um estágio passado do desenvolvimento humano ou a um estágio inferior presente. Foi a partir desse referencial então que alguns teóricos se lançaram à obra de “desmistificar” a Bíblia. Julius Wellhausen (1844-1918) afirmou que o início do Gênesis é constituído por 2 documentos: Javista e Eloísta; além disso, o Pentateuco foi escrito por diversos autores em períodos diferentes: Javista (850 a.C); Eloísta (750 a.C); Deuteronomista (621 a.C); Sacerdotal (composto desde Ezequiel até Esdras. Ferdinand C. Baur (1792-1860) aplicou a dialética de Hegel à interpretação do NT. Para Baur, a maioria das Epístolas paulinas foi escrita no 2º século. As únicas autênticas seriam: Rm, 1 e 2 Co e Gl. As biografias de Jesus Se os Evangelhos e as epístolas não teriam autenticidade para falar sobre Jesus, quem teria? Fo aí que surgiram inúmeras biografias que pretendiam “revelar” o verdadeiro Jesus. David Strauss (1808-1874) escreveu “Life of Jesus”, através do qual rejeitava o sobrenatural e introduzia a ideia de “mito”. Para Strauss Jesus foi um mito construído pelos discípulos. Assim, negou a divindade de Jesus e o valor salvífico de sua paixão e morte. Joseph E. Renan (1823-1892) escreveu “The life of Jesus”. Para Renan Jesus era um grande homem que pregava a teologia do amor. No final da vida morreu obcecado pelo fervor revolucionário. John R. Seeley (1834-1895) escreveu “Ecce Homo: A Survey of the Life a…”. Segundo Seeley, Jesus não era Deus. A questão é que Jesus esteve tão perto de Deus, que podia-se dizer que Deus estava nele. Adolf Von Harnack (1851-1930). Considerava que o método histórico-crítico é indispensável para a intepretação da revelação. Assim, eliminava da vida de Cristo tanto os milagres quanto os dogmas. Foi ele quem popularizou a teologia liberal em um livro que é considerado a expressão mais acabada e influente da teologia liberal protestante e ponto alto do movimento: “What is Cristianity?” (O que é o cristianismo?). Segundo Harnack, o cristianismo é a paternidade de Deus; a irmandade da humanidade e o valor infinito da alma. Os desdobramentos Entendo que a prática sermônica é a expressão da teologia do pregador. Em outras palavras, a pregação (seu método e conteúdo) expressão a teologia do pregador. Sendo assim, a Teologia Liberal deu à luz sermões destituídos das Escrituras e do poder transformador do Evangelho. Dargan [4]  nos informa de alguns sermões desse contexto do início do liberalismo teológico. Vejamos: 1- O perigo de ser sepultado vivo (Um sermão para o domingo de ressurreição); 2- O temor aos fantasmas; 3- A preferência da alimentação do gado no estábulo à prática de alimentá-los no campo; 4- A bênção inefável do cultivo da batata; 5- O valor do café como bebida 6- A importância da vacinação contra a varíola Perceba que, pela temática envolvida, tratava-se de sermões frívolos, destituídos da mensagem do Evangelho, sem o poder transformador da proclamação do Cristo morto e ressurreto. J. C. Ryle escreveu uma biografia de George Whitefield. Em sua introdução descreve a respeito do contexto eclesiástico da Inglaterra do séc. XIX: A Igreja da Inglaterra existia naqueles dias com seus artigos admiráveis, sua tradicional liturgia, seu sistema paroquial, seus cultos dominicais e seus dez mil clérigos. O grupo não-conformista existia, com suas liberdades duramente adquiridas e seus púlpitos livres. Mas, infelizmente, uma explicação deve ser dada sobre ambos os grupos. Eles existiam, mas é difícil dizer se viviam. Eles não faziam nada; estavam completamente adormecidos [5] . Qual a razão? Veja: Teologia natural , sem uma única doutrina distintiva cristã, moralidade fria ou ortodoxia estéril [6] , formavam o corpo principal do ensino tanto nas igrejas como nas capelas (grifo meu) [7] . Agora, veja o resultado nos sermões: Os sermões, em toda parte, eram pouco melhores do que pobres ensaios morais, totalmente destituídos de qualquer coisa capaz de despertar, converter ou salvar almas [...] O célebre advogado Blackstone teve a curiosidade, no princípio do reinado de George III, de ir de igreja em igreja para ouvir cada sacerdote importante em Londres. Ele disse que não ouviu um único discurso que apresentasse mais Cristianismo do que os escritos de Cícero, e que lhe seria impossível descobrir, do que ouvira, se o pregador era um seguidor de Confúcio, de Maomé ou de Cristo! [8] A Teologia Liberal no séc. XX A modernidade adentrou pelo séc. XX e o liberalismo teológico com ela. Embora essa teologia tenha sido aclamada como morta, pela insurgência de novas teologias e abordagens, acredito que ela ainda continua viva como antes, embora tenha uma roupagem de nosso tempo. Foi feito um levantamento pelo sociólogo Jeffrey Hadden [9]  entre os pastores nos EUA. Nessa pesquisa dez mil pastores protestantes foram questionados. A pesquisa foi feita em maio de 1982 (7.441 dos pastores participaram). Os resultados foram publicados em 1998 (1) . Veja que as perguntas são relacionadas com o liberalismo teológico. As respostas são surpreendentes: 1- A Bíblia é a Palavra inspirada e inerrante de Deus? 67% dos Batistas Americanos disseram: Não 82% dos Presbiterianos disseram: Não 87% dos Metodistas disseram: Não 95% de Episcopais disseram: Não 2- Jesus nasceu de uma virgem? Batistas Americanos 34% disseram: Não Episcopais 44% disseram: Não Presbiterianos 49% disseram: Não Metodistas 60% disseram: Não Luteranos 19% disseram: Não 3- Jesus era o filho de Deus? Diante do receio dos pastores em responder a essa pergunta os pesquisadores concederam anonimato às suas denominações. O resultado liberado foi que mais de 80% dos ministros da Igreja Batista Americana, Episcopal, Presbiteriana, Metodista e Luterana responderam que "Não acreditam que Jesus é o filho de Deus“. 4- Você acredita na ressurreição física de Jesus? Luteranos: 13% disseram: Não Presbiterianos: 30% disseram: Não Batista Americana: 33% disseram: Não Episcopais: 35% disseram: Não Metodistas: 51% disseram: Não Sim, o liberalismo continua vivo e destibuindo morte por onde vai. Sua sombra continua a ser sentida domingo após domingo em púlpitos por todo o mundo, inclusive no Brasil. A teologia liberal entrou no Brasil por meio da academia. Professores americanos, ao longo do séc. XX, vieram lecionar nos Seminários Brasileiros e trouxeram consigo o germe do Liberalismo [10] . Nas palavras de Nicodemos: “O liberalismo teológico que chegou em nosso país já chegou com formas e propostas diferentes, associado, por exemplo, com a teologia da libertação. Os cursos de teologia oferecidos em universidades seculares ou em universidades teológicas sem nenhum compromisso com a infalibilidade das Escrituras são a porta de entrada do liberalismo em nosso país. O que se percebe claramente é a busca, por parte dos evangélicos, da respeitabilidade acadêmica oferecida pela academia secular. Isso tem feito que o “evangelicalismo” submeta suas instituições teológicas de formação pastoral aos padrões educacionais do Estado e das universidades. Esses padrões, ao contrário do que se pensa, não são cientificamente neutros. São comprometidos metodológica, filosófica e pedagogicamente com a visão humanística e secularizada do mundo. Os cursos de teologia e ciências da religião oferecidos pelas universidades são, geralmente, dominados pelo liberalismo teológico e pelo método histórico-crítico. Com a busca acentuada por um diploma de teologia reconhecido, os evangélicos correm o risco de sacrificar seu compromisso com as Escrituras em troca de qualidade científica prometida e oportunidade de emprego” [11] . Sendo assim, a denúncia de Machen infelizmente continua muito atual, inclusive para o Brasil: Os pregadores atuais estão tentando trazer as pessoas para a igreja sem exigir que elas se arrependam de seu orgulho; eles estão tentando ajudá-las a evitar a convicção do pecado. O pregador se levanta no púlpito, abre a Bíblia e fala para a igreja, mais ou menos, assim: “Vocês todos são muito bons; vocês respondem bem a todas as exigências que visam o bem da comunidade. Agora, temos na Bíblia, especialmente na vida de Jesus, algo tão bom que, creio eu, será bom mesmo para vocês que já são pessoas boas”. Essa é a pregação de hoje em dia. É isso que se ouve todos os domingos em milhares de púlpitos. Mas é mensagem totalmente fútil. [12]  Note que Machen refere-se à abertura da Bíblia por parte do pregador. Essa é a nova roupagem do liberalismo teológico. O teólogo liberal até abre a Bíblia, mas a partir de uma interpretação subjetivista, sem considerar a intenção autoral. Por isso, Machen continua sua denúncia: Cansado pelo conflito com o mundo, alguém vai à igreja em busca de descanso para a alma. Mas o que encontra lá? Muito comumente, só é possível encontrar o mesmo tumulto do mundo. O pregador se coloca à frente, não de um lugar secreto de meditação e poder, não com a autoridade da Palavra de Deus permeando sua mensagem, não com a sabedoria humana sendo colocada de lado, pela glória da cruz, mas com opiniões humanas sobre os problemas sociais do momento, ou soluções fáceis para o vasto problema do pecado” [13] . Como fazer frente ao liberalismo? Diante de tal quadro que se apresenta desolador, segue a pergunta: como fazer frente ao liberalismo teológico? No curto espaço que temos para este artigo, não seria possível ser exaustivos. Mas o fundamento principal da resposta seria a Igreja local. Igrejas realmente centradas nas Escrituras farão frente às ameaças do Liberalismo Teológico.  Assim como os profetas no AT fizeram frente aos falsos profetas; como Jesus repreendeu os fariseus e saduceus que anulavam a Palavra por sua tradição (Mc 7); como Paulo, Pedro, Tiago, se colocaram contra os falsos mestres na igreja primitiva; como os reformadores se posicionaram contra os devaneios da Igreja; como John Knox, William Tyndale, William Perkins, se opuseram aos ditames da Igreja da Inglaterra; como George Whitefield, Jonathan Edwards, Martyn Lloyd Jones, Machen, Francis Shaffer, se ergueram contra a tirania da cultura secular; como tantos homens piedosos têm feito pelo Brasil e pelo mundo, homens de renome ou não, de igrejas numericamente grandes, ou “irrelevantes”, domingo após domingo, a quem queira ou não ouvir: pela pregação fiel de TODA a infalível, autoritativa, inspirada e suficiente Palavra de Deus. Nelson Galvão  Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.     Referências: [1]  Batista Mondin, Os grandes teólogos do Séc. XX. p. 6 [2]  MACHEN, John Gresham. Cristianismo e liberalismo. Shedd, p. 14. [3]  SCHAEFFER, Francis. A Igreja no séc. XXI. Ed. Cultura Cristã. p. 14 [4]  DARGAN. A History of preaching. In CRANE. James. O sermão eficaz. Juerp: 1989. p. 18 [5]  Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/biografias/whitefield_ryle.htm  - acessado 08/08/2019. [6]  É curioso que a ortodoxia estéril, conforme denunciada por Ryle, também gere sermões estéreis! Concordo com ele, mas esse é um desdobramento para outro artigo. [7]  Ibid. [8]  Ibid. [9]  Jeffrey Hadden, results of a survey of 7,441 Protestant ministers published in PrayerNet Newsletter, 1998-NOV-13, Page 1. Cited in Current Thoughts & Trends, 1999-MAR, Page 19. [10]  Recomendo: “ Fundamentos da Teologia Histórica” , Alderi Souza de Matos, Ed. Mundo Cristão, pág. 260-264. [11]  https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/afinal-o-que-e-fundamentalismo-e-liberalismo.html  - acessado 08/087/2019 [12]  MACHEN, John Gresham. Cristianismo e liberalismo. Shedd, p. 62 [13]  Ibid, p. 14

O liberalismo teológico e a pregação

por Nelson Galvão | A modernidade começou a partir da Guerra dos 30 anos (1618-1648). Este evento incitou a mente europeia dos sécs. XVII...

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Quando foi proposto que pregássemos em Ezequiel em nossa igreja, eu fiquei resistente à ideia de meus amigos, que gostariam muito de pregar. Meus primeiros medos foram 1) o livro é longo; 2) é teologicamente complicado; 3) é repetitivo; 4) tem um momento histórico definido; 5) tem parábolas e alegorias de uma interpretação que exige mais pesquisa; 6) por fim, nas minhas pesquisas não encontrei material de pastores que fizeram a empreitada de expor numa Lectio Continua o livro. Reticente e resistente, fui convencido pela empolgação dos meus amigos. Tive a responsabilidade de pregar a mensagem panorâmica do livro. Foi apaixonante. Fiquei apaixonado pelo resumo feito pelo Bible Project. 1- Devemos pregar Ezequiel porque ele desmancha as ilusões do povo O povo de Israel acha que sua segurança está baseada em uma crença errada que beirava a superstição: "Nós, como povo de Deus, com o Templo que simboliza a presença de Deus, na Terra que Deus prometeu, temos 'o corpo fechado'. Nada nos atingirá, pois essas são as nossas garantias e Jerusalém é inviolável. Nada nos afetará, nem mesmo nosso pecado, obstinação e idolatria". Mas o livro de Ezequiel mostra que Deus quer um relacionamento vivo e obediente à Sua Aliança. O povo estava iludido, mas o profeta tenta abrir os olhos deste povo. 2- Devemos pregar Ezequiel porque ele promove o conhecimento de Deus Uma das repetições de é Ezequiel é "saberão que eu sou o Senhor", que ocorre cerca de 60 vezes. O livro ensina que as palavras, ações e juízos de Deus farão que Ele seja conhecido pelo seu povo e pelas nações. Podemos associar que a esperança escatológica é que a terra se encherá da Glória e do Conhecimento de Deus como as águas cobrem o mar (Is 11.9; Hc 2.14). Certamente, ao expor o livro de Ezequiel as ovelhas a quem ministramos conhecerão mais e melhor a Deus. 3- Devemos pregar Ezequiel porque é um livro de Exaltação. Exalta a Glória de Deus A expressão “glória de Deus” é repetida 10 vezes em 9 versos. Ela simboliza a presença “visível” de Deus. No início ela é vista no chamado de Ezequiel. A Glória de Deus é grandiosa, assustadora e bela. Depois ela progride e se movimenta saindo do templo e da cidade. Depois disso, os babilônios invadem Jerusalém. A sua ausência é uma punição, e expõe a miséria de Israel. Mas a Glória de Deus retorna e restaura o povo de Deus, e cria a beleza da cidade futura. O término do livro aponta para a centralidade da presença e da pessoa Deus (48.35). Tudo isso que Deus faz deixa bem claro o zelo pelo Seu nome (20.44). Exalta a Santidade de Deus O livro apresenta como uma exposição pública e visceral o pecado de Israel (seu povo, sua liderança e os responsáveis pela religião). A idolatria é colocada como uma infidelidade conjugal, que talvez seja das mais doloridas traições. O povo se rebaixa ao pior nível moral por meio da imitação dos hábitos sexuais dos povos a sua volta. Deus condena o pecado do povo. Deus é santo. Ele tem repulsa pela vida imoral do povo e dos povos à volta de Israel. Ele é puro, e não compactua com a impureza do povo. Deus não rebaixa o padrão. Seu amor leal e sua misericórdia não o impedem de condenar com energia o pecado do povo. Deus deseja que seu povo viva em sua presença em santidade. Por isso, Deus pune severamente o pecado do povo pecador. Exalta a Soberania de Deus Deus é chamado de Iavé Adonai, o Eu Sou Senhor. Deus não é ferido em sua soberania pelos descaminhos do seu povo. Deus não perde o seu lugar no trono. Pelo contrário, Ele evidencia sua autoridade quando permite que os povos sejam instrumentos da justiça de Deus, punindo o Israel pecador. Deus tem o controle da história. Ele não é refém de seu povo. A soberania de Deus é demonstrada quando Deus julga Israel (caps. 1 a 24), julga as Nações (caps. 25 a 32) e restaura Israel (caps. 33 a 48). Deus fala a sua Palavra e a cumprirá (i.e. 12.25). Exalta o Evangelho de Cristo Cristo é visto na promessa messiânica do Seu reino soberano e eterno sobre toda humanidade e história. No meio do caos moral e espiritual, o livro de Ezequiel proclama que Deus enviará o seu ungido, que governará sobre eles com retidão e santidade. O renovo da linhagem de Judá e Davi será governador para todo sempre, com um povo totalmente vivo e transformado. A esperança do Evangelho é proclamada. Deus restaurará o povo (caps 36-37), e a sua Nova Aliança, eterna, será implantada. 4- Devemos pregar Ezequiel pois o profeta é um paradigma de fidelidade incondicional Deus O chamado sobrenatural do profeta faz com que ele, como um dos que sofre no exílio a punição de Deus, seja a Ele totalmente comprometido com o seu chamado. O profeta é submisso totalmente a Deus. Um dos exemplos mais profundos é quando Deus pede para que a ilustração seja dada através da morte de sua esposa, a delícia dos olhos do profeta. Ezequiel perde sua esposa demonstrando plena submissão ao seu chamado. Mensagem O profeta é comprometido com a mensagem que Deus lhe dá. O profeta faz as ilustrações que Deus lhe pede. Ele prega as visões e profecias que Deus lhe dá sem temer pela sua vida. Sem se importar o quão difícil ou dura é a mensagem, Ezequiel fala com o seu povo o que Deus lhe ordena. O Povo O profeta é comprometido com o povo. Mas genuinamente comprometido. Pois ele fala ao povo o que este precisa, e não o que o povo quer. O povo precisa de advertência e alerta. Mas o povo queria afago. Durante aquela época, ele até encontra uns falsos mestres e profetas que falam para agradar o povo. Mas Ezequiel se mantém firme no compromisso de ser fiel à mensagem. Por isso, ele é um exemplo pra nós (1Co 4.1,2) Descrição Panorâmica Um dos pontos altos do livro é a apresentação de Deus como um insistente comunicador. Apresentamos aqui um resumo. 1. Deus DESCREVE a situação do povo. 2. Deus DENUNCIA o pecado. 3. Deus DECLARA seu juízo. 4. Deus DISTINGUE os culpados. 5. Deus DETERMINA a pena. 6. Deus DESPERTA esperança no povo. O livro é um espetáculo do ponto de vista literário. Nele podemos ver que o profeta é um poeta. O profeta apresenta parábolas, sinais, visões apocalípticas, repetições, frases-chave, temas que permeiam todo o livro e uma estrutura bem definida. Conselho Um conselho: A pregação expositiva de Ezequiel deve ser feita, mas, considerando a complexidade do livro, sugerimos que ela seja feita intercalada, e com pausas, pensando na melhor nutrição da Igreja Sem essas pausas, o ambiente tende a ficar pesado, e a igreja seria prejudicada pela falta de abordagem de outros temas em que necessita de instrução bíblica. Abmael Araújo Pr. Abmael é casado com Fabiana, desde 1998, com quem têm dois filhos. Formado pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, integra a equipe PIBA, desde 1995. A visão da Igreja é investir em jovens que saem do seminário, a fim de orientá-los na prática do ministério. Isso aconteceu com o Pr. Abmael e Fabiana. Atualmente, Abmael é o pastor responsável pelo Conselho Doutrinário e pela Educação Cristã da PIBA.

4 razões para pregar Ezequiel

Quando foi proposto que pregássemos em Ezequiel em nossa igreja, eu fiquei resistente à ideia de meus amigos, que gostariam muito de...

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Segue o XVIII artigo da Declaração de fé de 2000, da Convenção Batista do Sul dos EUA, bem como o comentário explicativo do mesmo efetuado por William Cutrer. Nesta Declaração, a Convenção Batista do Sul esclarece seu entendimento bíblico a respeito da família. BAPTIST FAITH & MESSAGE  ARTIGO XVIII por William Cutrer Deus instituiu a família como a instituição fundamental da sociedade humana. Ela é composta de pessoas relacionadas umas às outras através do casamento, do sangue, ou da adoção. O casamento é a união de um homem e uma mulher num compromisso de pacto para a vida toda. É dádiva única de Deus revelar a união entre Cristo e Sua igreja e para conceder ao homem e à mulher, no casamento, a estrutura para o companheirismo íntimo, o canal de expressão sexual de acordo com o padrão bíblico, e os meios para a procriação da raça humana. O marido e a mulher são de igual valor diante de Deus, já que ambos são criados à imagem de Deus. O relacionamento do casamento modela a maneira como Deus se relaciona com Seu povo. O marido deve amar sua esposa como Cristo amou a igreja. Ele tem a responsabilidade dada por Deus de prover, proteger e guiar sua família. A esposa deve se submeter graciosamente à liderança de seu marido assim como a igreja deliberadamente se submete à liderança de Cristo. Ela, sendo imagem de Deus assim como seu marido e, portanto, igual a ele, tem a responsabilidade dada por Deus de respeitar seu marido e servir como ajudadora administrando o lar e cuidando da próxima geração. Os filhos, desde o momento da concepção, são bênção e herança do Senhor. Os pais devem demonstrar aos filhos o padrão de Deus para o casamento. Os pais devem ensinar aos seus filhos os valores espirituais e morais e levá-los, através de um exemplo de estilo de vida consistente e disciplina com amor, a fazer escolhas baseadas nas verdades bíblicas. As crianças devem honrar e obedecer a seus pais. [1] A Bíblia está repleta de imagens da família, como evidenciado nos muitos versos citados pelo 18º artigo da Baptist Faith and Message [2]  [3] . De fato, somos “irmãos e irmãs” em Cristo, adotados como filhos por nosso Pai celestial. A importância do relacionamento matrimonial se desdobra simbolicamente no Antigo Testamento com Deus como marido e Israel como esposa. No Novo Testamento com Jesus como noivo e a Igreja como a noiva radiante. Claramente, casamento e família são nitidamente teológicos. Um lar saudável tem profundas dimensões espirituais e, assim, a Bíblia nos instrui a respeito da família. Como crentes devemos olhar primeiro para Jesus Cristo, nosso noivo, para engajar e entender o projeto divino para o casamento. A perspectiva de Deus coloca sempre maior ênfase no caráter e na motivação do que na conduta externa. Assim, como Jesus se demonstrou como gentil e humilde de coração, sempre agindo de modo agradável ao Pai, a família provê o altar da transformação onde aprendemos a amar e viver como Jesus. Deus se revela como um ser relacional e somos criados à sua imagem para relacionamentos duradouros e íntimos – primeiro, com o próprio Deus e depois com os outros. Nosso amor e compreensão de Deus encontram expressão em nosso amor pelas pessoas, sendo nossos relacionamentos familiares os mais profundos e preciosos. O ideal de Deus para o lar – um relacionamento íntimo que traz profunda satisfação da alma, tanto do marido quanto da esposa, exemplifica a graça e fé para os filhos e proclama a um mundo perdido e solitário o tipo de amor que Deus tem pelo seu povo. Essa intimidade se estende de um fundamento espiritual à uma esfera relacional e culmina na expressão física dentro dos limites do casamento. Lares cristãos atraem pessoas à Cristo, tanto os filhos que Deus pode trazer para a família quanto os que estão fora da igreja, que testemunham um amor comprometido, sacrificial, abnegado e dependente a cada momento de Jesus como Senhor. As Escrituras dão imperativos únicos – direcionados à marido, esposa e aos filhos, que destacam a encarnação da submissão. O marido piedoso nutrirá e acariciará sua esposa, amando-a “como Cristo amou a igreja e se entregou por ela”. O marido espiritual é um servo submisso de Cristo, humilde, gentil, colocando fielmente o bem-estar e as necessidades de sua esposa acima das suas. A esposa piedosa respeitará e honrará seu próprio marido, submetendo-se a ele “como ao Senhor”. Seu caráter e conduta podem até mesmo atrair um marido incrédulo a fé. Para cada um, o Senhor Jesus é a motivação e objeto de uma vida obediente. Cada um deles recria a exata imagem do amor de Cristo por seu povo quando deu sua vida por sua amada. Tanto marido quanto esposa, igualmente diante do Senhor, fixam seus olhos primeiro sobre ele e depois uns sobre os outros. A obediência para o cristão não é opcional, seletiva e nem condicionada à resposta ou comportamento do cônjuge. Se Deus abençoar tal lar com filhos, eles testemunharão a submissão diária e o amor piedoso quando forem encarregados de obedecer a seus pais “no Senhor”. Jesus, o noivo perfeito e foco central de cada mandamento, irradia seu amor para a família e através de cada familiar para o mundo. A família de Deus atua em oposição direta à nossa cultura e à nossa inclinação natural ao egocentrismo, auto absorção, autogratificação e requer a capacitação sobrenatural do Espírito Santo. A teologia da família é caracterizada por cada membro superando o outro no serviço, no sacrifício e na submissão ao Senhor, refletindo gratidão pela fidelidade e amor íntimo de Deus para conosco. William R. Cutrer  foi um médico cristão, especialista em ginecologia, obstetrícia, reprodução e sexualidade humana. Ele serviu como professor de ministério cristão da cátedra C. Edwin Gheens no Southern Baptist Theological Seminary em Louisville, Kentucky. Serviu também junto ao corpo docente do Institute for Sexual Wholeness, fez parte do corpo clínico do Southern Baptist Theological Seminary e diretor médico clínico da A Woman’s Choice, militando pela causa pró-vida. Ele também possuía mestrado em estudos bíblicos pelo Dallas Theological Seminary. Cutrer faleceu em 2013.     Notas: [1] Baptist Faith and Message - Artigo XVIII [2] Baptist Faith and Message [3] Comentário do comitê de estudo quanto ao 18º artigo da Baptist Faith & Message. Texto original: The 2000 Baptist Message & Faith Tradutor: Tiago Silva

A FAMÍLIA: de acordo com a Declaração de fé de 2000, da Convenção Batista do Sul dos EUA.

Segue o XVIII artigo da Declaração de fé de 2000, da Convenção Batista do Sul dos EUA, bem como o comentário explicativo do mesmo...

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por David Merkh [1]  | Uma das mais ricas experiências na minha jornada de mais de 30 anos como expositor bíblico foi abordar o livro de Cântico dos Cânticos, versículo por versículo, em oito mensagens para o povo da Primeira Igreja Batista de Atibaia. Ao mesmo tempo, tenho vergonha de admitir que, mesmo como defensor da exposição sistemática das Escrituras e com chamado voltado para o ministério familiar, demorou tanto tempo para abordar o livro bíblico mais voltado para o relacionamento conjugal. Alguns questionam se é válido no contexto eclesiástico expor um livro tão franco e de conteúdo tão delicado como Cantares [2] . Por exemplo, Parsons afirma que “pregar Cantares seria inapropriado na maioria dos contextos congregacionais por causa da sua linguagem franca e conteúdo especializado”. [3]  Certamente, pregar Cantares no contexto geral da igreja levanta questões filosóficas e homiléticas importantes, que embora não possam ser respondidas exaustivamente neste ensaio, certamente merecem alguma consideração. Cabe aqui algumas reflexões importantes e relevantes em termos do uso do livro de Cantares nos dias atuais. A seguir, três razões porque devemos pregar o Cântico dos Cânticos hoje. 1. Devemos pregar Cantares para ministrar “Todo o Desígnio de Deus” Em dias em que somos inundados pelas águas turvas e poluídas de perversão sexual e desvalorização do matrimônio, as águas cristalinas do Cântico dos Cânticos oferecem refrigério para o Corpo de Cristo e instrução para seus membros sobre o plano divino para o amor, romance, casamento e sexo. O Apóstolo Paulo disse aos presbíteros de Éfeso, “Jamais deixei de anunciar coisa alguma proveitosa... publicamente e também de casa em casa” (At 20.20) Continuou, “Jamais deixei de anunciar TODO O DESÍGNIO DE DEUS” (At 20.27). Será que seu ministério de exposição bíblica incluiu o livro de Cantares? Cantares é “proveitoso” para toda a igreja ou somente para alguns? A pergunta sobre o contexto e a legitimidade da exposição bíblica de Cantares toca numa questão maior: Há livros bíblicos que não devem ser ensinados publicamente, mas somente particularmente ou em grupos específicos? É válido pregar Cantares para a igreja toda? Ou será que deve ser reservado para encontros ou retiros de casais, ou talvez o aconselhamento pré-nupcial? [4]   Entendemos que o livro de Cantares não somente PODE mas DEVE ser exposto para toda a igreja. Mas existem considerações homiléticas e pastorais que o expositor sensível deve considerar para manter o bom gosto que o próprio livro exemplifica. Mesmo um estudo superficial de Cantares revela um desafio assustador: o que fazer com os textos “sensíveis”, ou seja, que tratam de assuntos íntimos como a relação sexual do casal e descrições do corpo humano? Em primeiro lugar notamos que a Palavra de Deus quase sempre usa a figura de linguagem conhecida como “eufemismo” para tratar de assuntos de natureza íntima e sexual. Eufemismo vem do grego αὐφημισμός, ( aufēmismos ) de εὐφημίζειν ( euphēmizein ), que, por sua vez, vem de εὐ ( eu ), bem , e φημί ( phēmi ) dizer. Bullinger define eufemismo como uma substituição em que uma expressão áspera... cede lugar para outra menos ofensiva. [5]  O livro de Cantares é campeão de eufemismos, pois trata com muito decoro assuntos que consideramos sensíveis ou até mesmo pesados. O expositor deve seguir seu exemplo. Gledhill afirma que o expositor nunca deve violar o modelo do Cântico, que expressa o fascínio sensual dos amantes sem se tornar pornográfico. [6]  Leland Ryken enfatiza que “O modo simbólico de Cantares, em que consumação sexual, por exemplo, é retratada na figura de possuir um jardim... tem embutido em si mesmo uma certa reserva que mantém o poema longe de ser pornografia.” [7] Parsons acrescenta: O expositor deve exercer grande cuidado ao explicar as metáforas de Cantares que contêm possíveis eufemismos ou termos de duplo sentido (como em 7.2) para evitar ofender os ouvintes ou até levá-los a cair em pensamentos impuros, por ser explícito demais na explicação do seu significado sexual. [8] Cremos que o expositor criativo e sensível não somente pode mas deve ensinar esse livro dentro da dieta bíblica que oferece à igreja. Mas além do ministério de púlpito, o livro pode ser usado em encontros de casais, classes de Escola Bíblica ou grupos pequenos, no ministério com adolescentes e jovens (observando as cautelas mencionadas aqui), no aconselhamento pré- e pós-nupcial, no aconselhamento bíblico de casais e de forma devocional pelos próprios casais. 2. Devemos pregar Cantares como antídoto contra o mundo perverso, corrompido e confuso sobre amor, romance e sexo. Enquanto o mundo fala muito sobre a paixão e o amor verdadeiro, alguns acham que Deus tem vergonha da sexualidade humana. Nada pode ser mais distante da verdade! Deus não somente fala sobre a paixão romântica, mas foi Ele quem a criou e abençoou. Não é de estranhar que Ele dedicou um livro inteiro da Bíblia para tratar desse assunto. G. Lloyd Carr comenta, “Se Deus está preocupado com a nossa condição humana – e a encarnação deixa claro que Ele está preocupado, sim – então Sua revelação será preocupada com todo aspecto daquela condição. E isso inclui a sexualidade humana.” [9] Alguns na história da igreja têm alegorizado esse livro (imaginando que sua mensagem só fale do amor de Deus para Israel, ou da "paixão" entre Cristo e Sua igreja). Outros, como São Jerônimo, se assustaram tanto com seu conteúdo escancaradamente sexual, que sugeriram que ninguém o lesse antes dos trinta anos de idade! Mas nada é mais normal do que uma palavra divina sobre o mais importante dos relacionamentos humanos. Deus se interessa, sim, pelo desenvolvimento do amor matrimonial, inclusive o "namoro", as núpcias, a lua de mel e o cotidiano da vida a dois. Deus fala, sim, sobre amor e paixão, e não gagueja! Essa mensagem do livro, pelo menos, fica clara: Deus criou e abençoou o amor verdadeiro entre um homem e uma mulher. Mas quais as características desse amor? Como identificá-lo? Como distinguir entre "paixão" superficial e amor genuíno? Essas perguntas perturbam adolescentes e jovens à procura do seu "príncipe encantado". Complicam a vida dos pais que desejam orientar seus filhos nos caminhos sinuosos do amor. E levantam perguntas para os casados: Como manter acesa a chama desse amor? Como superar os obstáculos inevitáveis, as “raposinhas” (2.15) que tentam devastar as florzinhas do amor? Infelizmente, mesmo na igreja de Jesus Cristo, muitos têm recorrido para “cisternas sem água”, fontes que não saciam a sede do homem sedento de uma palavra confiável de Alguém que sabe como a família foi feita para funcionar – o Fabricante do lar! Infelizmente, para muitos o Manual do Fabricante é o último a ser consultado quando tentam “montar” a família. Como certo autor comentou, “Entre todos os relacionamentos que temos neste mundo, nenhum é mais carente dos pensamentos de Deus e dos Seus caminhos que o casamento”. [10]  3. Devemos pregar Cantares por causa da sua contribuição à história da redenção. Quase todos hoje reconhecem os exageros e enganos do método alegórico de interpretação aplicado ao longo dos séculos no estudo de Cantares. Mas resta uma dúvida: É possível pregar o livro com uma perspectiva Cristocêntrica quando sequer menciona Cristo e, caso sim, como? No caso de Cantares, entendemos que, muito embora o livro exalte o matrimônio e a relação íntima entre homem e mulher, é muito mais que “um manual canônico do sexo”. [11]  O expositor/intérprete tem como tarefa mostrar como Cantares se encaixa na corrente da história da redenção. Neste sentido, existe ampla precedência de informação bíblico-teológica. Conforme Parsons afirma, Lido à luz do todo o cânon – começando com Gênesis 2-3 (incluindo temas como o jardim) – Cantares contribui muito para uma teologia da “sexualidade redimida”... Reafirma a análise divina em Gênesis 1.26-31 que toda a criação dEle (inclusive, o sexo) é “muito boa”... O modelo pós-Queda continua oposto à homossexualidade, ao adultério e à bestialidade. [12]  A exposição Cristocêntrica de Cantares não precisa desfazer as pétalas das flores do jardim de amor do casal para achar tipos de Cristo. Não deve fantasiar associações com Cristo e a Igreja baseadas nos detalhes dos encontros do casal para justificar sua pregação. Certamente podemos usar Cantares para ilustrar muitos aspectos do tipo de amor que Deus tem por Israel e Jesus pela Igreja. Mas o foco Cristocêntrico e redentivo do livro pode e deve destacar: a) A importância que o casamento tem no plano divino da redenção, como reflexo da unidade em diversidade da Trindade e do amor de Jesus o Noivo para com a Igreja, sua noiva (Gn 1.27, 2.24; Ef 5.22-33; Ap 20-22). b) A dignidade da sexualidade humana como reflexo da intimidade da própria Trindade (Gn 1.27; Hb 13.4). c) A distorção da imago Dei como resultado da Queda, e como afetou o casamento e relacionamentos familiares (Gn 3). Desde Gênesis 3.16 não somos mais capazes de ter um casamento que reflete a plenitude da glória de Deus como antes. Por causa de Gênesis 3.16, precisamos de João 3.16! d) A pureza sexual que faz parte do plano de Deus antes e depois do casamento (Gn 2.24; 1 Co 7.1-5; 1 Ts 4.3-8). e) O prazer físico que Deus abençoa e usa como selo da aliança matrimonial ao longo da vida como casados (Gn 2.24). f) A redenção do próprio casamento e da sexualidade humana que somente se experimenta quando os casados encontram a redenção na obra final de Cristo na cruz (Sl 127; 1 Pe 3.1-7). g) A possibilidade de renovação – da pureza sexual, dos votos conjugais, da amizade matrimonial – que encontra-se em Cristo (2 Co 5.17). h) O amor de Deus demonstrado na cruz de Cristo como fundamento do lar e da reversão dos efeitos do pecado experimentados no lar (Sl 127.1; Jo 3.16; Rm 5.8; 1 Jo 4.7,8). Essa lista é só um começo. Há muitas outras maneiras pelas quais a pregação de Cantares não precisa cair em moralismo, legalismo ou alegorização para expor a necessidade do coração humano e a provisão final feita por Cristo Jesus. Concordamos com Dr. Carlos Osvaldo Pinto que conclui: O Cântico dos Cânticos nunca é vulgar ou grosseiro em sua linguagem. Sua sexualidade é clara, mas não explícita; é exposta, mas dignificada; é cativante, mas tímida. Contribui para o amor ao invés de ser seu centro. Assim, o Cântico contribui para a revelação de Deus ao exaltar o tipo de amor que segue o padrão criativo de Deus e evita aquelas distorções das quais a própria Escritura dá amplo testemunho. Em um mundo em que tais perversões praticamente se tornaram a norma, o Cântico dos Cânticos é ao mesmo tempo contemporâneo e relevante.. [13]     David Merkh  Natural dos Estados Unidos, Davi é casado com Carol Sue desde 1982.  O casal têm 6 filhos e 14 netos. Pr. Davi e sua esposa são autores de 17 livros, dos quais o mais recente é o comentário bíblico  "Lar, família e casamento - Fundamentos, Desafios e Estudo Bíblico-teológico Prático Para Líderes", publicado pela Hagnos. Pr. Davi formou-se na Universidade de Cedarville nos EUA (1981), no Seminário Teológico de Dallas (Th.M. 1986) e no doutorado em ministérios pelo mesmo Seminário em 2003 (ênfase na área de ministério familiar). É professor do Seminário Bíblico Palavra da Vida desde 1987.  Atua como pastor auxiliar da Primeira Igreja Batista de Atibaia, São Paulo, como pastor de exposição bíblica. Seu ministério itinerante aborda temas familiares.  Davi também dá palestras para pastores sobre exposição bíblica e a vida familiar do ministro. Seu site www.palavraefamilia.org.br  recebe milhares de visitas a cada mês. Referências [1]  Adaptado do livro do autor, Comentário Bíblico sobre Lar, Família e Casamento, (SP: Ed. Hagnos, 2019). [2]  Embora o título correto para o livro seja “O Cântico dos Cânticos”, usaremos o título “Cantares” para economía de espaço. [3]  Greg W. Parsons, “Guidelines for Understanding and Utilizing the Song of Songs” in Bibliotheca Sacra 156 (October-December 1999), pp. 399-422, citando Hubbard ( Ecclesiastes, Song of Solomon, p. 160). [4] Parsons propõe alguns usos FORA do contexto normal de exposição nos encontros eclesiásticos, inclusive em sermões de casamento, classes de casais, retiros de casais, classes de adolescentes e jovens e no aconselhamento pré-nupcial (419-421) [5] Bullinger, p. 684. [6] Gledhill, The Message of the Song of Songs, 29,30, citado em Parsons, p. 420. [7]  Leland Ryken, Words of Delight: A Literary Introduction to the Bible, (Grand Rapids: Baker Book House, 1987), p. 287. [8] Parsons, 420. [9] Carr, p. 9. [10]  Bill Mills, Fundamentos Bíblicos para o Casamento, (Atibaia, SP: Pregue a Palavra Editora, 2009), p. 20. [11] Parsons, p. 421, citando Dillard e Longman, Introduction to the Old Testament, p. 265. [12]  Parsons, p. 421. [13] Carlos Osvaldo Pinto, Foco,  p. 580. #pregaçãoexpositiva

Três razões porque pregar o Cântico dos Cânticos

por David Merkh [1] | Uma das mais ricas experiências na minha jornada de mais de 30 anos como expositor bíblico foi abordar o livro de...

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por Alexandre Mendes (Sacha) | Recentemente, tivemos em nossa igreja uma série de mensagens bíblicas baseadas na primeira carta de Pedro. Reconheço que a escolha da carta de 1 Pedro para a série de mensagens expositivas foi “parcialmente intencional.” A exposição da própria série revelou razões de aprendizado para a igreja que eram desconhecidas por mim no momento da escolha da série. Como todo pastor, planejei uma série com alguns objetivos em mente, baseados tanto no conhecimento da congregação como do texto de 1 Pedro. Porém, também como todo pastor, era limitado para enxergar as razões do Supremo Pastor da Igreja (1 Pedro 2.25). Essas razões tornaram-se evidentes conforme caminhávamos na série, ouvindo a voz do Senhor por meio de Sua Palavra exposta em 1 Pedro. As razões abaixo se misturam com as lições aprendidas que vivenciamos juntos em nossa jornada em 1 Pedro. Pregue a Palavra porque é uma ordem (2 Timóteo 4.2). E pregue 1 Pedro porque: A igreja do Senhor Jesus sofrerá aqui A primeira carta de Pedro foi escrita para igrejas que estavam debaixo de sofrimento intenso. Embora os detalhes do sofrimento não estão explícitos, sua realidade é presente em vários pontos da carta (1.6-9; 2.19-25; 3.14-17; 4.12-16; 5.10). Cada um desses pontos contribui para entender a natureza geral do sofrimento que o público original enfrentou. Basicamente, o sofrimento humano tem três causas: (1) consequência de um pecado pessoal (por exemplo, Provérbios 6.29-35); (2) um mundo caído que sofre as consequências do pecado original (como sugerido em Romanos 8.18-23); e (3) resultado de viver para Jesus (já antecipado por Jesus em João 15.18-20 e pelo apóstolo Paulo em 2 Timóteo 3.12.). 1 Pedro lida com a terceira causa do sofrimento humano: resultado de uma vida piedosa. A igreja do Senhor Jesus irá sofrer aqui na Terra. Não é uma questão de “se iremos sofrer,” mas sim de “quando iremos sofrer” (João 16.33). 1 Pedro irá lembrar a igreja da realidade do sofrimento inocente como resultado direto de uma vida dedicada a Jesus. Pedro também informa seus leitores acerca do que esse sofrimento produz e ensina as reações apropriadas do cristão em situações de sofrimento. Em 1 Pedro 1.6-9, somos ensinados que as provações irão confirmar o valor da fé. 1 Pedro 2.19-25 encoraja a igreja a perseverar no meio das tristezas, pois isto é grato a Deus. A resposta a esse sofrimento não é de medo, mas de prontidão para testemunho do evangelho (1 Pedro 3.14-17). Inclusive, 1 Pedro apresenta o sofrimento como razão de alegria, não porque cristãos amam a dor, mas porque reconhecemos que a participação dos sofrimentos de Cristo é prova de nossa união com Ele. Nossa união com Cristo não se limita aos sofrimentos, mas aponta também para nossa união com Sua ressurreição e esperança de exultação. Esse sofrimento é temporário e tem seu consolo em Cristo, que nos aperfeiçoa, firma, fortifica e fundamenta (1 Pedro 5.10). Esse amplo ensino sobre sofrimento irá encorajar e exortar a igreja em tempos difíceis. Fica claro que o sofrimento inevitável e esperado (1 Pedro 4.12) não é sinal do abandono de Deus, mas justamente do relacionamento próximo com Ele. E é vivendo em Jesus e na comunidade de Cristo, que a igreja tem o sofrimento atenuado com seu propósito afirmado. Pregue 1 Pedro! A igreja precisa ser ensinada sobre o sofrimento resultante de seguir a Jesus e como reagir a ele. Assim, a igreja irá “armar-se do mesmo pensamento” que Cristo teve diante de Seus sofrimentos (1 Pedro 4.1). A igreja do Senhor Jesus não é daqui Com frequência, cristãos esquecem aspectos importantes de quem são. 1 Pedro também contribui para a construção de uma identidade cristã madura. Em 1 Pedro, somos ensinados sobre os aspectos individuais de nossa identidade. Por exemplo, os cristãos são “regenerados e guardados” de acordo com 1 Pedro 1.3-5. Somos quem somos por causa do que Cristo fez por nós. Também recebemos informações acerca da identidade cristã coletiva, como por exemplo, raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus (1 Pedro 2.9). 1 Pedro foi escrito para forasteiros, provavelmente gente que morava longe de sua terra natal (1 Pedro 1.1). A ideia de “forasteiros” é carregada durante o desenvolvimento do argumento da carta, aplicada para a realidade espiritual de que cristãos não são da Terra, mas peregrinos e forasteiros nesse mundo. Ser um forasteiro e um peregrino tem uma série de desdobramentos para vida dos cristãos e para a igreja como um todo: abster-se das paixões desse mundo, manter exemplar o procedimento etc. (1 Pedro 2.11, 12). A igreja não foi chamada a viver como “imigrantes” nesse mundo; tentando fazer daqui a sua casa, assimilando os costumes da região. Quando isso acontece, a igreja constrói ao seu redor uma realidade exatamente igual ao mundo. Tampouco a igreja é chamada a ser um grupo de “turistas.” Um grupo de “turistas” não quer viver como as pessoas daqui, mas não se envolve aqui. Turistas andam sempre no seu grupo, sem assumirem um compromisso que irá custar o seu conforto. A identidade da igreja se assemelha a um grupo de “exilados.” São indivíduos que vivem numa pátria diferente, mas mantendo as características do lar original: os céus. Cristãos são estrangeiros (1.1, 17; 2.11) e povo escolhido (1.1; 2.9-10). A tensão que surge dessa identidade é de desconforto com os que são daqui e atenção aos valores da pátria dos céus. Essa família tem uma nova filiação (1.14; 2.2-3). Quem somos irá determinar o que fazermos (1 Pedro 1.16, 17). Pregue 1 Pedro para a igreja conhecer sua verdadeira identidade em Jesus. Quando a igreja sabe quem é por causa do que Cristo fez por ela, cria-se a base para expor as ordens de como cada cristão deve viver. A igreja do Senhor Jesus ainda vive aqui A vida do cristão na Terra é desfrutada em liberdade. A liberdade dada por Cristo não é para vivermos de forma autônoma, mas para vivermos livres das paixões que antes nos governavam e fazem guerra contra a nossa alma (1 Pedro 2.11). Sendo assim, cada um dos relacionamentos terrestres irá ser marcado por uma tensão entre as “paixões carnais” e uma vida de boas obras para a glória de Deus (1 Pedro 2.12). A postura do peregrino que ainda vive aqui é de sujeição às instituições humanas. Somos livres, mas essa liberdade não é para dar ocasião para a carne (1 Pedro 2.13-17). Num outro círculo de relacionamentos, servos devem ser submissos a seus senhores, ainda que debaixo de aparente ou clara injustiça (1 Pedro 2.18-25). O paralelo moderno é o relacionamento profissional de patrão e funcionário. As atitudes dos peregrinos também se aplicam dentro de casa. O relacionamento conjugal é determinado pelas realidades celestiais, onde a esposa cresce em submissão e o marido vive com discernimento dentro de casa (1 Pedro 3.1-7). Enfim, existe um chamado à prática de boas obras contra a tendência natural de nossas paixões para se rebelar contra a autoridade em todos os níveis (1 Pedro 3.8-12). Até mesmo dentro da igreja (1 Pedro 5.1-5). Pregue 1 Pedro porque a igreja precisa entender como vive aqui na Terra. A realidade de peregrino irá trazer sofrimento em diversos contextos de relacionamentos. Cada membro de sua igreja precisa entender como viver para a glória de Deus diante das injustiças sofridas dentro desses relacionamentos. Não somos daqui, mas ainda vivemos aqui. E ainda... Além dessas três grandes razões para pregar 1 Pedro, existe o processo natural de ensino de como ler a Bíblia e que pode ser feito por meio do sermão. 1 Pedro faz uso extensivo do Antigo Testamento, mostrando como eventos históricos cresceram em significado teológico no contexto do Novo Testamento. Cada um desses eventos teologicamente expandidos é precioso para levar a igreja à maturidade no conhecimento de Cristo. Temas como evangelismo (1 Pedro 3.14-15) e cristologia são abundantes no livro e irão criar ricas oportunidades de instrução para a igreja no contexto correto da vida da igreja. Espero que você considere com atenção essa pequena, mas não menos importante carta. 1 Pedro irá enriquecer a vida da igreja, mostrando a glória de Deus na face de Cristo e refletida na vida do corpo de Cristo. Pregue a Palavra, pregue 1 Pedro. Alexandre Mendes*  Pr. Alexandre Mendes é casado com Ana e pai de três filhos.  É pastor na Igreja Batista Maranata desde novembro de 2012, quando liderava os jovens e adolescentes e ministrava na área de ensino e aconselhamento bíblico. Em fevereiro de 2019, houve a transição da liderança da igreja, assumindo a posição de Pastor Líder do Ministério Pastoral e consequentemente, Presidente da igreja. Além de pastor, Sacha é professor no Seminário Bíblico Palavra da Vida, Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba, Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares (Brasília, DF) e conselheiro associado da ABCB (Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos). É co-autor dos livros “ O namoro e o noivado que Deus sempre quis ” (Hagnos, 2013) e “ Perguntas e respostas sobre o namoro e o noivado (que Deus sempre quis) ” (Hagnos, 2015). #pregaçãoexpositiva

Três razões para pregar 1 Pedro

por Alexandre Mendes (Sacha) | Recentemente, tivemos em nossa igreja uma série de mensagens bíblicas baseadas na primeira carta de Pedro....

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por Nelson Galvão | Se você não vem de um contexto judaico, provavelmente nunca ouviu falar dos Caraítas. O movimento dos caraítas foi um segmento dentro do judaísmo do séc. VIII cujo a demanda principal foi a autoridade da Torá. Qual a relação dos caraítas com a Reforma Protestante do séc. XVI? Acredito que o ponto de contato do movimento Caraíta com a Reforma Protestante está exatamente em seu princípio formal, a autoridade das Escrituras. Vejamos. Os escritos judáicos A Mishna Ao longo dos séc. I e II d.C, os rabinos compilaram uma série de escritos que surgiram a partir da Tradiçao Oral, denominados Midrash  (“investigação” ou “interpretação”). Esses Midrashim  (no plural) eram o resultado da exegese que os rabinos efetuavam da Escritura e sua aplicação prática às diferentes situações da vida. A Mishiná foi uma coletânea desses Midrashim  compilados pelo rabino Judá, sendo concluído no ano 220 d.C., quando se findaram sua redação e seu fechamento nas “seis ordens da Mishná”. A Mishná foi de suma importância para o judaísmo, sendo capaz de unir o judaísmo palestino e não-palestino. Ele permanece ainda hoje como um ingrediente fundamental na educação da juventude judaica e estudo religioso ao longo da vida. A Gemara Com a Mishná em circulação iniciou-se a era dos “amoraítas” (séc. III – VI d.C), que significa “palestrantes”, ou “intérpretes”. Durante esse período foram concentrados esforços por parte dos amoraítas na: (1) Explicação do texto da Mishná; (2) Harmonização das interpretações com outros textos da tradição; (3) Aplicação das interpretações às novas situações do dia-a-dia. Essa ênfase do ensino é ressaltado por Borger da seguinte forma: “Estudar o Talmud tornou-se uma arte, aprendê-lo uma ciência, dominá-lo abria as portas à excelência e à liderança” [1] . Esses esforços por parte dos amoraítas na explicação da Mishná resultaram nas chamadas Sugiot . A coletânea dessas Sugiot chamou-se de Gemara (em aramaico, “ensinamento”, ou “tradição”), sendo toda ela escrita em aramaico, enquanto a Mishná em hebráico. A Gemara trata de assuntos importantes da vida em geral como: orações, agricultura, relacionamentos sexuais, medicina, etc. Ela divide-se em dois tipos de narrativas: (1) Hálacha. Explicações sobre leis judaicas; (2) Aggadah. Relatos, histórias, metáforas e comentários sobre fatos bíblicos. Os Talmuds Houve dois lugares que produziram Gemaras: Jerusalém e Babilônia. Estes eram os principais centros acadêmicos judaicos da época. A junção da Mishná com a Genara resultou no Talmud (“estudo”, ou “aprendizado”) próprio de cada cidade, o Talmude de Jerusalém e o Talmude Babilônico. O Talmude Babilonico (tem cerca de seis mil páginas) obteve primazia sobre o de Jerusalém. Isso se deu por conta das inúmeras perseguições infringidas à população judaica em Jerusalém. As condições de subexistência eram das mais terríveis, deixando pouco espaço para os estudos. Por outro lado, por volta do séc. II d.C, a população judaica na Babilônia (na época sob o domínio persa) era em torno de um milhão de habitantes [2] , especialmente nas cidades de Sura, Nehardea e Pumbedita, onde foram estabelecidas importantes academias de estudo. No séc. III, Rav Arika, discípulo do rabino Judáh Há-Nassi levou para a Babilônia uma cópia da Mishnáh e lá iniciou-se aquilo que culminaria no Talmud Babilônico. A redação do Talmud Babilonico foi concluída por volta do séc. VI. A primeira cópia impressa foi produzida em 1482, na Espanha, e a primeira edição completa data de 1520 (embora seja corrente entre os judeus a afirmação de que o “Talmud nunca foi concluído” [3] , indicando, assim, que o estudo do Talmud sempre se desenvolveu nas gerações subsequentes). O Talmud está estruturado em Mishináh e Gemara. A parte da Mishnáh contém comentários, explicações e dabates sobre a Lei, enquanto que a Genara, em termos gerais, se referem às narrativas. O rabinato e os escritos judaicos. Os Geonim. No séc. VII d.C surgiu a figura dos Geonim (plural de Gaon , “excelência”). Este nome foi atribuído aos líderes das duas principais academias judaicas da época, Sura e Pumbedita. Estas academias foram responsáveis pela produção do Talmude Babilônico. Com a conclusão do Talmude no séc. VI, os estudos talmudicos deram sequência e os gueonim, na condução destes, alcançaram notável prestígil com o status de intérpretes oficias da Lei. Sendo assim, os Geonim eram lideres reconhecidos em suas comunidades (eram até mesmo chamados de “pilares da comunidade”) e, consequentemente, pelos governos islâmicos, como árbitros oficiais sobre questões religiosas e civis. Coube aos Geonim a difusão e a consolidação do Talmude como código legal de todas as comunidades judaicas. As demandas acerca da Lei de comunidades judaicas do Egito, África, Espanha, França, Itália e Alemanha eram enviadas para os Geonim, na forma de Sheelot  (consulta). Esses Sheelots  eram discutidas nas academias e o consenso era divulgado pelos Geonim, como Teshuvot  (resposta). Foram preservadas milhares dessas Teshuvot . Uma delas é a consulta da comunidade de Lucena, Espanha, que pedia informações sobre a ordem das rezas na comunidade da sinagoga. A Teshuvot de Rav Amram Gaon (860 d.C) deu origem ao primeiro livro de orações que continua em vigor até hoje e é utilizado nas festas litúrgicas, no Shabat e ocasiões como casamentos, circuncisão e funerais. O sistema de Sheelot u-Teshubot  (perguntas e respostas) chegou aos tempos modernos. Existem depoimentos de rabinos que sobreviveram aos campos de concentração nazistas no séc. XX. Esses depoimentos relatam questões que foram discutidas como [4] : No contexto de campo de concentração, era permitido abortar? O caso de uma mãe que tapou a boca de uma criança para não chorar, durante uma ronda de nazistas, e a criança morreu. Esta mãe é culpada de assassinato? A reação anti-rabínica O vigor das academias de Sura e Pumbedita ao poucos se arrefeceu. Os fatores são os seguintes: (1) A influência dos Gueonim  foi diminuída com o declínio do califado; (2) Nos centros de estudo, com a Espanha, França e o Egito, aos poucos foram tomando o lugar da Babilônia; (3) Lutas pelo poder entre os Gueonim  e os Exilarcas  (chefe da população judaica que vivia sob o califado), diminuíram a confiança do judeu na Babilônia; (4) O rigor talmudico chegou ao ponto de ditar os mínimos detalhes da vida. Desde como rezar até a compra de uma roupa nova. Os Caraítas É nesse contexto que surge o movimento dos Caraítas. O conjunto dos fatores descritos acima favoreceu o surgimento de movimentos sectários no seio do judaísmo. O principal desses movimentos ficou conhecido como “o movimento dos caraítas”, no séc. VIII. O líder desse movimento foi Anan bem Davi. Seus seguidores ficaram conhecidos como Ananitas , ou Caraítas  (escrituralistas). Ficaram assim conhecidos porque os Caraítas desafiaram os Gueonitas no campo da lei ritual, civil e criminal. O ponto principal de demanda caraíta era que o judeu deveria voltar à observância restrita do texto bíblico e rejeitar todo o corpo interpretativo rabínico erigido ao longo de séculos; ou seja, a Lei Oral e o Talmude. Observe o que disse um sábio coraíta: Isso é para nos mostrar que não somos obrigados a seguir os costumes de nossos pais em todo aspecto, mas temos de refletir sobre seus costumes e comparar suas ações e suas leis com as palavras da Torá. Se vemos que os ensinamentos de nossos pais são exatamente como as palavras da Bíblia, devemos aceitá-los e prestar atenção a eles. Devemos eguí-los e não ousar modificá-los. Mas se os ensinamentos de nossos pais são diferentes da Bíblia, devemos eliminá-los, e devemos nós mesmos procurar, investigar e pensar nos mandamentos da Torá [5] . Além do mais, para os Caraítas, todos tinham o direito de interpretar a Torá e não somente os rabinos. Seu lema era: “Procure bem na Torá, e não aceite cegamente a minha opinião” [6] . O movimento se propagou, especialmente entre as classes mais letradas, e sob a liderança de Daniel al-Qumisi (850 d.C), uma comunidade caraíta foi estabelecida em Jerusalém. No séc. X Jerusalém era um dos maiores centros intelectuais caraítas. No início do séc. XX haviam 13.000 carítas na Europa. Hoje existem 7.000 vivendo no Estado de Israel [7] . O movimento caraíta estimulou a renovação do estudo da Bíblia e língua hebraicas. O renovado interesse pelo estudo da Bíblia levou os eruditos a questão de qual era o verdadeiro texto da Tanakh, uma vez que este tinha passado por inúmeras cópias desde o tempo de Esdras. Em Tiberíades, os eruditos se lançaram à tarefa de crítica textual. Nessa tarefa, criaram os sinais vocálicos (em forma de pontos em baixo e em cima das letras) e os sinais de pontuação (como vírgulas e pontos). Esse trabalho resultou no que ficou conhecido como “o texto tradicional” da Bíblia hebráica, ou Massoreta  (tradição). Qual é a relação do movimento Caraíta do séc. VIII com a Reforma Protestante do séc. XVI? Acredito que o princípio formal é o mesmo, a autoridade das Escrituras. A reforma protestante A reforma Protestante do séc. XVI foi, antes de mais nada, um movimento cujo princípio formal foi a autoridade das Escrituras. Perceba que este princípio não diz respeito à “Escritura abstraída da economia da graça”, ou à “Escritura independente da tradição da igreja”, conforme advertido por Vanhoozer [8] , mas sim que somente a Escritura é a autoridade suprema para determinar a verdade doutrinária. Isso implica em que a tradição da Igreja - expressa em seus concílios, cânones, ou papa – deve se curvar à autoridade das Escrituras e não ao contrário. Vejamos o princípio formal da Reforma em Martinho Lutero. Qual foi o fundamento autoritativo para a argumentação das 95 Teses que foram arvoradas contra as indulgências? Lutero afirma: “nas Sagradas Escrituras nada contêm a respeito das indulgências” [9] . Perceba, a base de autoridade são as Escrituras. Em carta ao papa Leão X, Lutero argumentou que “em primeiro lugar, protesto que absolutamente nada quero dizer ou sustentar senão o que é e pode ser sustentado primeiramente nas Sagradas Escrituras” [10] . No contexto da dieta de Augsburgo, de 1518, Lutero em carta aberta apresentou na prática o princípio formal da autoridade das Escrituras, uma vez que estas são encaradas como parâmetro para o exame das Bulas papais: Respondi então que não só examinara atentamente essa bula de Clemente, mas também a outra, análoga e do mesmo objetivo, de Sixto IV (pois eu realmente tinha lido as duas, juntamente com sua verborréia, que, de tão cheia de ignorância, merecidamente Ihes tira a credibilidade); mas eu não podia atribuir-lhe autoridade suficiente, entre muitas outras razões porque ela abusa das Sagradas Escrituras e (se é que ainda deve vigorar o seu sentido usual) se atreve a torcer as palavras para um sentido estranho e até contrário ao que elas têm no lugar em que estão [11] . O Reformador da suíça, Ulric Zuínglio escreveu os 67 Artigos para a Primeira Disputa de Zurique, em 1523. Perceba os artigos 1, 5,13 e 16. Artigo 1: Todo que diz que o Evangelho é nada sem a sanção da Igreja, erra e blasfema contra Deus. Artigo 5: Então, todos que consideram outros ensinos iguais ou maiores que o Evangelho, erram. Eles não sabem o que o Evangelho é. Artigo 13: Sempre que dermos ouvidos à palavra, nós adquirimos puro e claro conhecimento da vontade de Deus e somos atraídos a ele por seu Espírito e transformados em sua semelhança. Artigo 16: No evangelho nós aprendemos que o ensino e os estatutos humanos são de nenhuma utilidade para a salvação [12] .     Calvino faz parte da segunda geração de reformadores. Nas Institutas ele expressa sua convicção em relação à autoridade das Escrituras: Quão peculiar, porém, é esse poder à Escritura, transparece claramente disto: que dos escritos humanos, por maior que seja a arte com que são burilados, nenhum sequer nos consegue impressionar de igual modo. Basta ler a Demóstenes ou a Cícero; a Platão ou a Aristóteles, ou a quaisquer outros desse plantel: em grau admirável, reconheço-o, são atraentes, deleitosos, comoventes, arrebatadores. Contudo, se te transportares dali para esta sagrada leitura, queiras ou não, tão vividamente te afetará, a tal ponto te penetrará o coração, de tal modo se te fixará na medula, que, ante a força de tal emoção, aquela impressividade dos retóricos e filósofos quase que se desvanece totalmente, de sorte que é fácil perceber que as Sagradas Escrituras, que em tão ampla escala superam a todos os dotes e graças da indústria humana, respiram algo de divino [13] . Não é por acaso que Calvino menciona a filosofia grega nesse texto. Esse era o fundamento da teologia escolástica durante toda a Idade Média. A autoridade das Escrituras hoje Ao longo dos séculos subsequentes, o princípio formal da Reforma se arrefeceu em muitos segmentos que se apresentam herdeiros dos protestantes do séc. XVI e XVII. Nesses segmentos a autoridade das Escrituras tem sido rejeitada de maneira formal ou informal. A maneira formal de rejeição das Escrituras pode ser vista mais em meios não-cristãos, ou em meios liberais (com o liberalismo teológico do séc. XIX). Por outro lado, a maneira informal de rejeitar as Escrituras pode ser amplamente vista no meio evangélico atual. Essa maneira informal se apresenta de inúmeras formas. Eis algumas: a- Interpretações espiritualistas, alegóricas ou existenciais das Escrituras. Por exemplo, diz-se que assim como José foi lançado no poço pelos seus irmãos, também na vida nos encontramos em “poços” de dificuldade no casamento, trabalho, etc. b- Afirmações do tipo “isso não é para os nossos dias”, quando se trata de textos que chocam com a mentalidade pós-moderna. Uma pergunta que deveria nos ajudar a refletir sobre isso seria: Quem determina o que é atual ou não no texto das Escrituras? A partir daí, se formos honestos, verificaremos quem é a autoridade. c- Tradições denominacionais sacralizadas e perpetradas por Confissões, Declarações de Fé, ou até mesmo comentários bíblicos; d- O conhecimento humanístico adquirido acriticamente em bancos universitários tem sido usado como rejeição informal às Escrituras. Por exemplo, a educação cristã tem se dado a partir de bases da pedagogia moderna (que é humanista) e não nas Escrituras. e- Experiências místicas, revelações e o carisma de líderes também têm sido instrumentos de rejeição às Escrituras. O princípio formal da Autoridade das Escrituras encontrado entre os judeus caraítas do sec. VIII e o Reformadores do séc. XVI faz parte de um sítio arqueológico para inúmeras igrejas evangélicas de nossos dias. Afinal, quantos de nós, pastores, teríamos coragem suficiente para levar a congregação a dizer juntamente com o sábio coraíta: “se os ensinamentos de nossos pais são diferentes da Bíblia, devemos eliminá-los, e devemos nós mesmos procurar, investigar e pensar nos mandamentos da Torá” ?     *Nelson Galvão Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. Referências [1]  BORGER, Hans. Uma história do povo judeu. Vol. 1. p. 285. [2]  BORGER, Hans. Uma história do povo judeu. Vol. 1. p. 275. [3]  GIGLIO, Auro del. Iniciação ao Talmud. p. 29. [4]  BORGER, Hans. Uma história do povo judeu. Vol. 1. p. 340. [5]  BEREZIN, Rifka. Caminhos do povo judeu. p. 53 [6]  Ibid. p. 39. [7]  BORGER, Hans. Uma história do povo judeu. Vol. 1. p. 346. [8]  VANHOOZER, Kevin J. Autoridade bíblica pós-reforma. p. 151. [9]  Lutero. Obras selecionadas de Martinho Lutero. Vol. 1. p. 214 [10]  Ibid. Vol. 1. p. 62 [11]  Ibid. p. 204 [12]  http://www.e-cristianismo.com.br/historia-do-cristianismo/outros-reformadores/os-67-artigos-de-zuinglio.html [13]  Calvino. As Institutas. p. 89 #históriadaIgreja #princípiohermenêutico

O princípio formal da Reforma Protestante e o judaísmo Caraítico. Ponto de contato.

por Nelson Galvão | Se você não vem de um contexto judaico, provavelmente nunca ouviu falar dos Caraítas. O movimento dos caraítas foi um...

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por Nathan Tarr | A história da igreja é um poderoso recurso para o ministério cristão. Isso é verdade, em primeiro lugar, pelo modo como nos ensina a ler. Ler a história com honestidade exige que consideremos uma realidade objetiva que está fora de nós mesmos. Pessoas no passado - até mesmo nossos heróis - não agiram como nós, e não ajuda fingir que eles fizeram. Como o romancista L.P. Hartley reconheceu: “O passado é um país estrangeiro; eles fazem as coisas de maneira diferente lá.” Isso significa que não podemos ler eventos de cinquenta anos atrás - muito menos mil e quinhentos anos - e esperarmos encontrar imagens opacas de nós mesmos. Mas é justamente por nos obrigar a reconhecer essa alteridade que a história da igreja nos prepara para enfrentar os desafios contemporâneos. Ler uma história desconhecida exige que leiamos com paciência, cuidado, curiosidade, simpatia e sobretudo humildade. Ao fazê-lo, estamos sendo libertados de nossa auto-absorção inata e sendo formados em ouvintes sensíveis, habilidosos em ouvir e ajudar os outros. Ler bem a história da igreja é uma disciplina espiritual para remodelar a alma egocêntrica. Segundo, uma vez que reconhecemos essa diferença do passado, estamos prontos para ouvir o que ele tem a dizer. E o que descobrimos é que os ramos dos séculos anteriores estão cheios de frutos de boas respostas a questões em andamento. Para dar um exemplo, fornecer ajuda cristã a outra pessoa tem sido um desafio permanente. Os quatro exemplos seguintes oferecem um gostinho de modo como nossos antepassados ​​na fé reconheceram a complexidade do chamado bíblico para cuidar uns dos outros, bem como provar algumas das estratégias que eles estabeleceram para abordá-lo. Todos os quatro ainda estão impressos ou disponíveis online. Gregório de Nazianzus, Reflexões sobre o Sacerdócio (362 d.C) Gregório comparou a vocação de um pastor (embora também se aplique a um discípulo) com a de um médico. “Como o mesmo remédio e a mesma comida não são administrados em todos os casos aos corpos dos homens, mas a diferença é feita de acordo com seu estado de saúde ou enfermidade, assim também as almas são tratadas com instrução e orientação variadas.” Único na ajuda que eles exigem, mas a ajuda que cada um de nós precisa mudará ao longo das fases de nossa vida. Essa complexidade é agravada pelo fato de que um pastor é chamado não apenas para tratar "a pessoa escondida do coração", mas para fazê-lo entre as pessoas que se escondem de sua própria cura. “A própria ânsia com a qual deveríamos desnudar nossa enfermidade para nossos médicos espirituais, empregamos para evitar este tratamento.” O dever de pressionar através da “resistência armada” oferecida por aqueles que desculpam seu pecado, e então discernir um restaurativo adequado para sua doença espiritual qualifica o cuidado pastoral, na avaliação de Gregório, como “de fato, a arte das artes e a ciência das ciências”. Essa alta visão do chamado pastoral resulta em uma ênfase igualmente alta no caráter de um pastor. Mas, para nos impedir do desencorajamento que vem quando tentamos descarregar essas responsabilidades em nossa própria força, Gregório eleva nossa atenção para a suficiência de Cristo e o poder que ele opera através do ministério de sua palavra. Gregório, o Grande, sobre o cuidado pastoral (590 d.C) Este segundo Gregório baseia-se na observação do primeiro cuidado pastoral: a arte das artes - identificando oito tensões concretas que abraçamos à medida que nos importamos com o povo de Deus. Para dar um exemplo, Gregorio observa que há momentos em que devemos ficar em silêncio e momentos em que devemos falar. Essa tensão significa que, ao ministrar aos outros, devemos estar alertas contra o discurso "precipitado" ou prematuro. Mesmo que o que dizemos seja verdade, nossas palavras servirão a nós mesmos, em vez de lucrar com nosso irmão ou irmã, a menos que sejam acompanhados de uma escuta cuidadosa. Dietrich Bonhoeffer ecoou esta instrução em sua Life Together: “O primeiro serviço que alguém deve aos outros na irmandade consiste em ouvi-los”. Mas isso é apenas um aspecto da tensão. Uma tentação igual e oposta nos convida a manter o que Gregório chama de "um silêncio indiscreto". O silêncio negligente ocorre quando "deixamos em erro aqueles que poderiam ter sido instruídos". Muitas vezes, essa hesitação decorre do temor ao homem. Assim, na feia raiz da fala não lucrativa e do silêncio indiscreto está o amor de si mesmo. “Quando a mente do orientador espiritual é tomada pelo amor-próprio, às vezes isso o leva a uma frouxidão desordenada, outras vezes a uma austeridade indevida.” Nosso discurso e silêncio devem depender do que é melhor para o outro. Martin Bucer, sobre o verdadeiro cuidado das almas (1538 d.C) O reformador Martin Bucer também reconheceu a complexidade do cuidado da alma, descrevendo “este ministério tão variado” que deve ser “realizado de tal maneira a ajudar qualquer um e todos os eleitos.” O modo como ele se lembrava dos diferentes tipos de alma. Sua congregação precisava de cuidados e ele criou cinco categorias de ovelhas que precisam de um ministério diferente de seu pastor. As ovelhas perdidas precisam ser procuradas, as ovelhas extraviadas precisam ser restauradas, as ovelhas feridas precisam ser curadas, as ovelhas fracas precisam ser fortalecidas, e as ovelhas saudáveis ​​precisam ser alimentadas com uma dieta na qual possam continuar a crescer forte. Bucer e seus anciãos conceberam e realizaram seu ministério local, dando atenção a essas distinções. Bucer escolheu a linguagem pastoral de pastor e ovelha para destacar sua convicção de que “Cristo nosso Senhor. . . está realmente presente em sua Igreja, governando, liderando e alimentando-se a si mesmo”. Certamente, isso soa uma nota da Reforma: Cristo não precisa de um “vigário ”(substituto) na Terra sobre sua Igreja porque ele próprio está presente e ativo entre o Seu povo. A maneira que Jesus escolheu para pastorear cada congregação é “através do ministério de sua palavra, que ele faz exteriormente e tangivelmente através de seus ministros e instrumentos” - ou seja, presbíteros que pregam, diáconos que servem e crentes que administram a “graça variada” de Deus. (1 Pedro 4:10) Esta compreensão distintamente protestante de Cristo presente e ativo em Sua igreja dá grande esperança aos crentes chamados, na frase de Paul Tripp, para serem instrumentos nas mãos do Redentor. Richard Baxter, o pastor reformado (1656 d.C) Os puritanos são frequentemente chamados de "médicos da alma". Richard Baxter é uma das razões. Seu ministério, como o título de seu livro, atuou sobre a reforma ainda hesitante na Inglaterra para alinhar a vida pessoal e da igreja com as Escrituras. A avenida pela qual Baxter procurou realizar essa transformação foi a instrução discipuladora contínua de cada membro de sua congregação. Uma compreensão mais completa da verdade revelada de Deus, acreditava Baxter, edificaria cada um daqueles sob seus cuidados. Baxter tinha um apreço incomum pela maneira flexível em que a verdade imutável deve ser ministrada ao seu povo. Ele reconheceu que “Deus não quebra todos os corações igualmente”. O pastor sensível, portanto, “falará à necessidade particular de cada indivíduo”. Grande parte do livro de Baxter se esforça para mostrar esse “trato pessoal” em ação para que outros possam começar a praticá-lo por si mesmos. O quadro que emerge, ao contrário da caricatura, é uma prática pastoral puritana que foi encharcada de misericórdia. Para dar um exemplo, Baxter aconselhou seus colegas ministros: “Quando você percebe que eles não entendem o significado da sua pergunta, você deve extrair a resposta deles por uma questão equivalente ou expositiva; ou, se isso não acontecer, você deve enquadrar a resposta em sua pergunta e exigir uma resposta, mas sim ou não.” Nathan Tarr Serve como pastor de discipulado e missões na Christ Baptist Church em Raleigh, Carolina do Norte. É autor de "O Fruto dos Lábios que reconhecem Seu Nome: O Testemunho do Pastor Paul Schneider". Ele e sua esposa, Devon, têm cinco filhos.  Fonte: www.desiringgod.org Traduzido com permissão. Título original: Doctors of the Soul. Tested Cures for Today's Conselors Tradução: Nelson Galvão #históriadaIgreja #ministériopastoral

Doutores da alma. Curas verificadas para os conselheiros de hoje

por Nathan Tarr | A história da igreja é um poderoso recurso para o ministério cristão. Isso é verdade, em primeiro lugar, pelo modo como...

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Durante os dias 21 a 27 de junho, estive na Inglaterra, representando o Pregue a Palavra, em uma das mais importantes conferências de pregação expositiva da Europa, como também diversas reuniões relacionadas com os projetos de treinamento e capacitação de pregadores ao redor do mundo. Nossos alvos primários foram levar um relatório sobre o trabalho do Pregue a Palavra a respeito de seus primeiros 10 anos de existência e, através disso, conectar nossa missão com novas parcerias estratégicas, a fim de expandir o trabalho internacional do PaP. As reuniões aconteceram primariamente com duas instituições inglesas que trabalham com o treinamento de pregação, a Proclamation Trust e a Sussex Gospel Partnership. A Proclamation Trust é uma organização totalmente focada na proclamação da Palavra de Deus. Fundada a mais de 30 anos, por iniciativa de um pastor anglicano chamado Dick Lucas, trabalha intensivamente através de conferências e de seu curso de pregadores chamado Cornhill Institute, com bases em Londres e em diversas outras cidades na Europa. A vocação da Proclamation Trust é promover a pregação expositiva e capacitar pregadores ao redor do mundo. A Sussex Gospel Partnership é uma aliança de igrejas bíblicas e sadias na região sudeste da Inglaterra chamada Sussex. Essa aliança, tem em sua estrutura, um curso de treinamento de líderes para as igrejas locais, focado primariamente na interpretação e exposição da Bíblia. Tivemos encontros muito proveitosos, tanto com os irmãos em Sussex, tanto em nosso tempo em Londres, onde, pela graça de Deus, nossos queridos parceiros da LRI – Leadership Resources International, estiveram lado a lado conosco em importantes reuniões onde definimos as estratégias do trabalho do PaP em Portugal e, futuramente, Europa. Somos gratos a Deus por tudo o que ele tem feito. SOLI DEO GLORIA. Ludgero Neto Projetos internacionais

Pregue a Palavra na Evangelical Ministry Assembly

Durante os dias 21 a 27 de junho, estive na Inglaterra, representando o Pregue a Palavra, em uma das mais importantes conferências de...

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por David Merkh, Jr. | No mês de junho o mundo ocidental celebra o mês do orgulho LGBTs. Conforme o Wikipedia: “O movimento tem três premissas principais: que as pessoas devem ter orgulho da sua orientação sexual e identidade de gênero; que a diversidade é uma dádiva; e que a orientação sexual e a identidade de gênero são inerentes ao indivíduo e não podem ser intencionalmente alteradas... A palavra orgulho é usada neste caso como um antónimo de vergonha.” [1]  A mentalidade que permeia a nossa sociedade ensina que precisamos acabar com a vergonha . Pelo contrário, você precisa se auto afirmar, se expor, fazer o que quiser e se orgulhar disso. Nós demonstramos a mesma mentalidade toda vez que desculpamos alguma prática pecaminosa em nossas vidas ao dizer: “Eu sou assim mesmo. É o meu jeito”. Porém, este “orgulho” milita frontalmente contra a “vergonha” que a Bíblia associa com estas práticas (Romanos 1.24-32; Efésios 5.11-13). O orgulho do pecado escraviza! Se “orientação sexual e identidades de gênero... não pode[m] ser intencionalmente alteradas” então as pessoas que se identificam como LGBTs estão presas! Qualquer iniciativa de transformação ou conversão é taxada pela sociedade como opressora! Por quê? Porque orgulho pelo pecado gera escravidão ao pecado, mas vergonha pelo pecado abre as portas para transformação. Em Ezequiel 16 vemos Deus expondo a vergonha do pecado do Seu povo idólatra, imoral e arrogante. Só então Ele fala de restauração: “ Firmarei a minha aliança contigo, e saberás que eu sou o Senhor; para que te lembres e te envergonhes, e nunca mais abras a boca, por causa da tua vergonha, quando eu te perdoar tudo quanto fizeste, diz o Senhor Deus ”(v. 62-63). Sim, pecado causa verdadeira vergonha – Adão e Eva, nus diante do olhar santo fulminante de Deus, tentaram tecer folhas para se esconderem. A resposta não é ostentar o pecado, nem tentar esconder nosso pecado – é se voltar para Deus com arrependimento e fé. Só Deus pode cobrir a vergonha do nosso pecado. Cristo fez isso ao tomar sobre Si o nosso pecado e a nossa vergonha na cruz (Colossenses 2.13-15; Hebreus 12.2). Na Cruz vemos exposta a imensidão da vergonha do nosso pecado e contemplamos a misericórdia e amor de Deus. Jesus tomou a nossa vergonha sobre Si e oferece gratuitamente perdão, transformação e santidade!   Pr. David Merkh, Jr. Pastor da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP     [1]  Extraído do site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Orgulho_LGBT  em 27 de Junho, 2019

Sem Vergonha

por David Merkh, Jr. | No mês de junho o mundo ocidental celebra o mês do orgulho LGBTs. Conforme o Wikipedia: “O movimento tem três...

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por Jonathan Rourke | Aproximadamente 0% dos pastores convidados a falar em uma conferência masculina escolheriam o livro de Rute. Se eu tivesse que adivinhar, diria que Rute é visto como um livro de mulher. Afinal de contas, leva o nome de uma mulher, é focado principalmente em mulheres e, portanto, ganha a reputação de ser um livro de romance santificado apto apenas para estudo bíblico de senhoras. Isso é uma verdadeira vergonha, porque resulta em negligenciar um livro que de outra forma seria uma tremenda bênção para toda a congregação. Afinal, poderia facilmente chamar o livro de “Boaz” e torná-lo um livro para homens. Ele é uma das figuras centrais da história, e sem ele a genealogia no final não estaria lá, terminando a linha que trouxe Davi e, eventualmente, o Senhor Jesus Cristo. Além disso, Boaz é um dos melhores exemplos de confiança e segurança na Bíblia. Ele é um dos únicos heróis que não recebe críticas ruins - ele não decepciona. Ele não se atrapalha nem uma vez enquanto ele está nas páginas das Escrituras. Existem dezenas de razões para pregar através de Rute, mas vou me limitar a quatro. 1. Ensina-nos a obedecer a Palavra de Deus. O primeiro capítulo de Rute é sombrio. A eventual história de redenção e alegria é confrontada com um cenário de dor e sofrimento em constante expansão. Durante o período de autodeterminação irrestrita, quando “todos fizeram o que era certo aos seus próprios olhos” (Juízes 21:25), um homem escolheu fazer de sua família peregrinos em uma terra pagã. Em vez de ficar com seu próprio povo e suportar a fome, Elimeleque tornou-se um refugiado na terra de Moabe, uma nação fundada pelos descendentes do incesto entre Ló e sua filha mais velha. Nesta terra de peregrinação voluntária, seus filhos se casaram com mulheres pagãs, e sua lealdade a Deus parece ter vacilado. Em última análise, isso ilumina o eventual livramento dado por Deus. Também descreve as consequências de deixar o lugar que Deus tem para você em busca de melhores oportunidades. Deus ordenou essa mudança, mas foi nessa terra que a família inteira foi quase extinta. Ao pregar Rute, você tem uma oportunidade para lembrar os crentes de sua responsabilidade em obedecer a Deus na criação de seus filhos e de que os pais devem ser um exemplo de fidelidade bíblica. Haverá testes e provas, mas os fiéis perseveram. Isso também significa que você prega sobre a providência de Deus e seu modo de usar o pecado e o mal para bons propósitos (cf. Gênesis 50:20). Se a família de Elimeleque não tivesse deixado Israel, não haveria casamento com Rute, e não havia razão para ela seguir Noemi de volta e acabar se casando com Boaz. Doces expressões de graça em face da fraqueza são tecidas lindamente entre cenas de pecado e julgamento. Há, portanto, uma tremenda esperança em Rute tanto para famílias fortes quanto para feridas. Precisamos pregar Rute porque nos mostra que a desobediência tem consequências, mas que as consequências têm propósitos que levam à esperança no Último Dia. 2. Ensina-nos sobre a soberania divina e a responsabilidade humana. Rute estava em uma situação muito difícil, tanto em casa quanto em Israel. Mulheres solteiras desesperadas que vivem em uma situação de ilegalidade têm poucas opções quando se trata de trabalho. Naquelas eras sombrias, elas não eram educadas, não se envolviam em comércio e eram frequentemente relegadas a servidão ou prostituição. Uma das principais lições que aprendemos como igreja é que a providência é muitas vezes dolorosa. Mas Deus não deve ser julgado de acordo com nossos padrões. Ele deve ser pregado como o Rei Soberano, e nós somos seus súditos. Ele fará o que quiser e nos alegraremos porque isso lhe traz glória. O livro de Rute lembra à igreja (e especialmente os homens piedosos) da oportunidade de alterar a vida das pessoas em risco de exploração. É uma responsabilidade maravilhosa para qualquer crente saudável. Rute optou por deixar a cidade, onde grande parte da indústria imoral continuou, e trabalhou muito em campo aberto. No entanto, se não fosse por homens como Boaz que notaram, protegeram e cuidaram dela, toda a situação teria permanecido incrivelmente difícil. Também vemos a doce providência de Deus ao longo do livro. Em Rute 2: 3, o autor nos conta que “aconteceu de vir para a parte do campo pertencente a Boaz”, que por acaso era um parente, e por acaso era solteiro e desejava casar com uma mulher que se julgava ser mais velha, viúva, estéril, imigrante. Como o escritor de hinos colocou: Vós santos temerosos, coragem renovada; As nuvens têm tanto medo São grandes com misericórdia e devem quebrar Nas bênçãos em sua cabeça. Precisamos pregar Rute porque nos mostra como entender melhor a providência de Deus e a maneira como ele nos usa para fazer sua vontade. 3. Ensina-nos a considerar os pobres e vulneráveis. Vivemos em uma era de exploração sem precedentes de mulheres. No entanto, a situação pode ter sido tão ruim ou pior no tempo de Rute. As mulheres eram propriedade e, se não conseguissem produzir descendentes masculinos, eram muitas vezes descartadas ou, pelo menos, suplementadas com outras mulheres que podiam. Rute era estéril. Para piorar a situação, ela também era estrangeira e pobre. Isso é fundamental para lembrar, porque no mundo antigo, riqueza e nacionalidade eram os principais contribuintes para a qualidade de vida. Em outras palavras, Rute teria sido um alvo fácil para os homens exploradores, mas em vez disso Deus mostrou sua misericórdia através de um homem judeu benevolente e rico chamado Boaz. Ele generosamente dá a ela uma ampla oportunidade de conseguir o que ela precisa, garante proteção e garante que suas necessidades sejam atendidas da mesma forma que as necessidades de seus próprios trabalhadores (Rute 2: 8–9). Quando Boaz finalmente fala diretamente com Rute, ele não mostra nenhuma indicação de superioridade social. Ele é muito gentil e respeitoso, chamando sua filha e reconhecendo sua angústia. Mesmo que Ruth seja imigrante, ele abre caminho para ela ter sucesso na terra. Essa manifestação do amor e compaixão de Deus é um modelo para nós. Boaz não ajudou a todos, e ele não dividiu sua riqueza em um esforço para tornar as coisas justas. Em vez disso, ele tratou a todos com justiça e respeito, concedendo uma medida especial de graça àquele que mais precisava. Precisamos pregar Rute porque nos mostra como proteger os fracos e vulneráveis ​​que carregam a imagem de Deus. 4. Ensina-nos sobre o nosso verdadeiro Redentor. Por volta da meia-noite, a queda da temperatura faz com que Boaz estremeça e se vire na cama. Ele estava dormindo em sua colheita como uma maneira de protegê-lo e estar pronto para começar a trabalhar cedo no dia seguinte. Abaixando-se para cobrir seus pés, ele encontra uma mulher e faz uma pergunta razoável: "Quem é você?" (Rute 3: 9). Esta é uma das maiores conversas da Bíblia. Quando ela pediu para ser capa, Rute essencialmente propõe um casamento que iria resgatá-la (cf. Ezequiel 16: 8; Deuteronômio 23: 1; Malaquias 2:16). É um apelo humilde, mas confiante para um redentor. Essa conversa dá aos pregadores um palco aberto para exibir as glórias do evangelho na vida de duas pessoas comuns. Boaz responde de uma maneira que aponta para suas próprias orações pela proteção de Rute (cf. 2:12). Deus está trabalhando através das ações de um homem justo para realizar seus planos para uma viúva fiel. O livro de Rute mostra como a providência divina e a imaginação humana frequentemente trabalham juntas na história da redenção. Haverá algumas reviravoltas dramáticas ao longo do caminho, mas no final ele recebe a garota. Durante essa troca de propostas, Boaz chama Rute de sua filha e, em seguida, usa uma fórmula hebraica comum que pretendia deixar sua mente à vontade. Ele diz: “Não tenha medo”. Ele sabe que Rute é uma mulher virtuosa e alguém a redimirá. Esta é uma linguagem maravilhosa, melhor do que Shakespeare ou Milton, e a cena termina com uma mulher moabita descansando a cabeça novamente aos pés, com a esperançosa personificada. Precisamos pregar Rute porque nos mostra uma imagem da redenção e adoção que temos em Cristo. Jonathan Rourke Jonathan Rourke é pastor sênior da Igreja Bíblica Tri-City em Vista, Califórnia.  Fonte: www.9marks.org . Traduzido com permissão. Título original: 4 Reasons You Should Preach through Ruth Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva Você pode ler o restante dos artigos desta série aqui: Pregando por meio da Bíblia

4 razões para pregar por meio de Rute

por Jonathan Rourke | Aproximadamente 0% dos pastores convidados a falar em uma conferência masculina escolheriam o livro de Rute. Se eu...

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por  Jeremiah J. Davidson  | Encaixado discretamente na primeira metade de Isaías temos um pequeno relato sobre dois administradores da casa real de Judá durante o reinado de Ezequias (2 Rs 18.37). Sebna e Hilquias têm muito a nos ensinar sobre liderança cristã e o pastoreio. Antes de olharmos para os indivíduos, consideremos as responsabilidades do administrador. Os termos usados aqui em hebraico falam de alguém “útil” (הַסֹּקֵן), um servo (עֶבֶד) e o outro termo diz literalmente que ele está “sobre a casa” (עַל־הַבָּֽיִת). É um cargo de confiança, para administrar todos os afazeres de uma casa e, neste caso específico, o palácio real de Judá. Podemos imaginá-lo como um chefe de gabinete num governo dos nossos dias. É provável que muitos assuntos do palácio fossem resolvidos por ele antes mesmo de chegada do rei. É uma posição de grande confiança e poder, mas na sua essência é um servo. O Novo Testamento se apropria desta mesma linguagem para falar sobre crentes e principalmente pastores e presbíteros na igreja (a palavra grega oikonomos  trata de um servo encarregado dos afazeres de uma casa). O primeiro administrador que encontramos é Sebna. Em Isaías 22.15-16, observamos algumas caraterísticas dele: · Sebna não é um membro da família real. Ele é alguém de fora, talvez um estrangeiro ou gentio. · Ele não é da realeza, mas está se esforçando para ser lembrado entre os reis após sua morte. Ele procura preparar para si mesmo um legado e um monumento para ser lembrado como alguém importante (2 Cr 16.14). Interessantemente um túmulo foi descoberto fora de Jerusalém com inscrição, “Túmulo do Mordomo/Administrador Real.” Pode ter sido feito por Sebna. · Aparentemente, temos em Sebna um homem ambicioso, que usa a sua posição para a sua própria auto-promoção. Certamente, é um homem persuasivo e politicamente habilidoso para penetrar os mais altos escalões do reino. Certamente a liderança cristã não é isenta de pessoas que têm a perspectiva de Sebna. Muitos podem encarar o ministério pastoral como uma forma de deixar um nome para a história. O pastor pode olhar para uma igreja e dizer: “aqui está o meu legado.” Outros podem procurar cavar sepulturas no alto  através da escrita de livros ou grandes feitos ministeriais. Muitos desses com habilidade dizem estar servindo ao Rei dos Reis, mas suas vidas representam um projeto de construção do seu próprio nome e fama. Isaías 22.17-19 traz uma mensagem para esse administrador. Aqui se destacam outros elementos negativos do seu caráter: · Desfruta de “carros magníficos”, aproveitando dos privilégios da sua posição para andar como um rei. · É uma vergonha para o seu senhor. Ele traz honra para si, mas vergonha para o rei ao qual deveria estar servindo. A mensagem profética para Sebna é que será demitido da sua posição (provavelmente rebaixado pois lemos em 2 Rs 18 e Is 36.3 sobre Sebna sendo um escrivão/secretário debaixo do administrador Eliaquim). A sua morte não resultará num repouso glorioso nos túmulos ornamentados entre os reis, mas sim num campo aberto cercado pelos destroços dos carros que ele tanto se apegava. O princípio se aplica aos que estão no ministério pastoral: Quem serve ao Rei para servir a si mesmo traz vergonha para o Rei e coloca a sua esperança em vaidades que logo passarão. Até os monumentos edificados para perpetuar a fama, caem rapidamente no esquecimento.  Isaías 22.20-24 nos conta sobre Eliaquim, que seria um administrador diferente de Sebna: · O SENHOR colocará Eliaquim para tomar o lugar de Sebna. · Num momento tumultuado ele será como um pai para o povo de Jerusalém e para a tribo de Judá. · A Eliaquim serão dadas as chaves da casa de Davi, a autoridade de ceder acesso e tomar decisões em nome do rei. · Ele será fixado por Deus como um prego firme, será de confiança, trazendo honra e glória para a casa do seu pai. Eliaquim não é o egoísta que serve seus próprios interesses, mas é aquele que se prova digno de absoluta confiança do rei e da sua própria família. Certamente nestas palavras você relacionou Eliaquim às palavras ditas por Jesus para Pedro sobre as chaves do Reino dos Céus (Mateus 16.19). Pedro, como apóstolo de Jesus, estava sendo alistado para ser um fiel administrador no Reino de Jesus Cristo, e pela pregação do Evangelho dar acesso ao Reino. O próprio Pedro aplicou o termo fiel administrador aos crentes (1 Pd 4.10). O Apóstolo Paulo também falou da mesma forma (1 Co 4.1-2). Em Tito 1.7, o pastor/presbítero é um administrador da casa de Deus. Eliaquim é um exemplo de administrador fiel e nos lembra a nossa posição e dever como crentes, como ministros do Evangelho e como pastores do rebanho do Senhor Jesus. Fidelidade como administradores é o nosso foco. Mas, a história não acaba aqui. Temos uma surpresa em Isaías 22.25. O firme, fiel e confiável Eliaquim também cairá. Nisso lembremos que o melhor dos homens é apenas um homem. A mensagem do profeta Isaías é que o SENHOR coloca, o SENHOR tira. O pior dos administradores, Sebna, administra enquanto o SENHOR permite. O melhor dos administradores, Eliaquim, administra enquanto o SENHOR permite. Não coloque a sua confiança no administrador. Isaías exorta o povo: coloque a sua confiança no SENHOR soberano, pois o Reino pertence a Ele. Como administradores devemos ser fiéis e confiáveis, buscando tão somente a glória do nosso Rei. Mas, cuidado para não super-estimar a nossa importância. Servimos por um tempo e logo passaremos. Os fiéis administradores não devem chamar o povo para uma confiança neles, por mais confiáveis que sejam. Somente o SENHOR é digno de confiança. Cabe aqui ressaltar a importância dos líderes prepararem a próxima geração de fieis administradores, para que a casa de Deus continue suprida quando o líder não estiver mais. A história de dois administradores ensina valiosas lições, especialmente para pastores e líderes. Os administradores maus passarão reprovados pelo SENHOR, cercados das vaidades que tanto valorizavam. Os administradores bons passarão aprovados pelo SENHOR, mas lembrando a todos na hora da sua passagem que há apenas um Rei e SENHOR. Ele e somente Ele é digno do serviço leal dos seus administradores e da confiança exclusiva do povo de Deus.  Jeremiah J. Davidson Jeremiah e Ana Karlina casaram-se em 2006. Ele é formado em Administração de Empresas pela Universidade Rutgers-EUA, e após dois anos de estudos no SBPV Brasil, concluiu seu curso de Mestrado em Artes no Novo e no Antigo Testamento no Biblical Theological Seminary, Pennsylvania-EUA. Atualmente é Diretor Executivo da EPPIBA. #ministériopastoral

Uma história de dois administradores.
Lições para pastores em Isaías 22.15-25

por Jeremiah J. Davidson | Encaixado discretamente na primeira metade de Isaías temos um pequeno relato sobre dois administradores da...

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por Nelson Galvão |   Uma das coisas que mais escuto dos críticos da pregação expositiva é que esta é mais uma moda da igreja, como tantas outras. Nada mais distante da realidade! Ao menos quando estudamos minimamente a História da Igreja. João Crisóstomo viveu no séc. IV a.D. Nasceu em Antioquia e foi bispo de Constantinopla. Ele viveu em um período em que muitos pais da igreja estavam preocupados em defender o cristianismo, diante do paganismo greco-romano e do judaísmo, a partir de bases filosóficas. Este foi o caso de Justino, o Mártir, que escreveu sua “Primeira Apologia”, endereçada ao Imperador romano Antonio Pio, defendendo a moral e doutrinas de Cristo. Versado na filosofia grega, Justino comparou Cristo com Sócrates: “Quando Sócrates, com raciocínio verdadeiro e investigando as coisas, tentou esclarecer tudo isso e afastar os homens dos demônios, estes conseguiram, por meio de homens que se comprazem na maldade, que ele também fosse executado como ateu e ímpio, alegando que ele estava introduzindo novos demônios. Tentam fazer o mesmo contra nós. De fato, por obra de Sócrates, não só entre os gregos se demonstrou pela razão a ação dos demônios, mas também entre os bárbaros, pela razão em pessoa, que tomou forma, se fez homem e foi chamado Jesus Cristo.” [1]  A defesa do cristianismo a partir de bases filosóficas era a ordem do dia, no séc. II e III. O afã era tanto que, em 185 a.D abriu-se em Alexandria uma escola catequética para instruir os convertidos do paganismo ao cristianismo. Panteno foi o primeiro diretor, seguido de Clemente e Orígenes. A ideia era desenvolver um Sistema Teológico que, a partir da filosofia, apresentasse uma exposição sistemática do cristianismo. Foi assim que nasceu o primeiro tratado cristão de Teologia Sistemática, o De Principiis  (230 a.D), escrito por Orígenes. A ideia era apresentar o cristianismo a partir da argumentação filosófica e, inclusive, lançar mão da hermenêutica alegórica, há muito difundida na época por Filo. Essa hermenêutica alegórica foi muito popular durante toda a Idade Média e, infelizmente, chegou a muitos púlpitos dos nossos dias. Há de se avaliar o quanto a abordagem filosófica para a defesa do cristianismo foi benéfica para a igreja ou não. Esse não é o foco desse artigo. O fato é que a pregação entrou em declínio por conta disso. Nas palavras de Stitzinger, “Os primeiros quatrocentos anos da igreja produziram muitos pregadores, mas poucos verdadeiros expositores”. [2] É nesse contexto então que surge João Crisóstomo, o chamado “boca de ouro”. Ele foi líder da Escola de Interpretação de Antioquia, Escola esta que se contrapôs à hermenêutica alegórica da Escola de Alexandria. Esta Escola praticava a exegese literal, gramatical e histórica. A respeito da pregação de Crisóstomo, o historiador da Igreja Edwin Charles Dargan aponta que: “a pregação era, em grande parte, exposição das Escrituras, muitas vezes em um texto curto, às vezes contínua, em livros inteiros ou partes de livros, ou em assuntos” [3] . Em seu comentário à carta de Paulo aos Romanos, Crisóstomo aponta para a razão de todo o seu labor na exposição das Escrituras: Pois da ignorância das Escrituras originaram-se inúmeros males; dela deriva muitas vezes o lodo de heresias, surgiram as vidas desleixadas, os esforços infrutíferos. Pois, como os que se acham privados da luz não podem caminhar direito, assim os que não fixam o olhar na direção dos raios das divinas Escrituras, forçosamente pecam com frequência, porque caminham em trevas assaz densas. A fim de evitá-lo, abramos os olhos ao fulgor das palavras do Apóstolo. [4] Foi com esse intuito em mente que Crisóstomo pregou durante 12 anos na Catedral de Antioquia antes de tornar-se bispo de Constantinopla, em 398 d.C. Pregou 75 sermões no livro de Gênesis; 144 sermões no Salmos; 90 sermões em Mateus; 88 sermões em João; 244 sermões nas epístolas de Paulo; 54 sermões em Atos. Seu primeiro sermão na carta de Efésios é um exemplo disso. Ele expôs o cap. 1.3-10. Explicou o texto em todo o seu conteúdo, aplicou aos seus ouvintes, refutou as heresias e exaltou a Cristo.  Comentando o v. 5 ele diz: “Vês? Nada sem Cristo. Nada sem o Pai”. [5] Se a pregação expositiva é uma moda, é uma moda que, pela ação soberana de Deus, tem perdurado desde os tempos apostólicos, passado por homens como João Crisóstomo e chegado aos nossos dias.     *Nelson Galvão Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. Referências [1]  Justino Martir. Justino de Roma. Ed. Paulus. p. 16. [2]  Stitzinger, in Lopes. Pregação Expostiva. Haganos. p. 41. [3]  Edwin Charles Dargan. A History of Preaching. Vol I, p. 70 [4]  João Crisóstomo. João Crisóstomo. Comentário as cartas de São Paulo. Ed. Paulus. p. 17. [5]  Ibid, p. 310. #históriadaIgreja

A pregação em João Crisóstomo

por Nelson Galvão | Uma das coisas que mais escuto dos críticos da pregação expositiva é que esta é mais uma moda da igreja, como tantas...

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por Maykon Renner  | O salmo 23, também conhecido como o salmo do pastor, é, sem dúvida, um dos trechos mais conhecidos em toda a Bíblia; e fonte de inspiração para muitos dos que o leem. Na escrita bíblica, na qual várias metáforas são largamente utilizadas para representar diferentes conceitos a respeito de Deus, no entanto diferente do que se pensa o uso das metáforas é mais complexo do que se imagina e revela bem mais coisas sobre um povo ou cultura do que se imagina. Assim, surgiu o questionamento de quais elementos estariam envolvidos na conhecida metáfora elaborada por Davi no salmo 23 e como essa análise pode ajudar na compreensão do modo com Deus trata seu povo. O texto a ser analisado é de autoria do Rei Davi. Escolhido para ser rei quando ainda era jovem, segundo a Bíblia, foi um rei bastante próspero e dedicado à composição de diversos hinos judaicos de culto a Deus. Tradicionalmente, dos 150 salmos da bíblia, 73 deles são atribuídos à autoria davídica. Não se sabe ao certo quando o salmo em questão foi escrito, visto que todo o livro de Salmos foi arranjado ao longo de aproximadamente mil anos e é composto por um compêndio das principais músicas da cultura judaica da época (que por sua vez possuem diversos autores). Pelo conteúdo do salmo, é possível que o rei, ao escrever, estivesse relembrando alguns de seus momentos mais difíceis na vida. A partir das imagens apresentadas no salmo 23, veremos, Deus é categorizado, assim como Davi. E é possível formar uma imagem de quem Ele é e de como trata as pessoas com as quais se relaciona. O artigo original foi destinado a um público diferente para o qual agora irá, e alguns dos conceitos expressos aqui não são tão comuns ao campo da teologia. Isto posto, segue um breve roteiro para orientação. Antes de chegar propriamente a análise do salmo é preciso conhecer alguns dos fundamentos teóricos que envolveram a pesquisa: os princípios de categorização e metáfora conceptual [2] . Ao final poderemos verificar como a função do pastor foi importante na cultura de Israel, como isso se mostrou no salmo 23 a partir da metáfora expressa por Davi e como nossa compressão do modo como Deus trata seu povo é influenciada pelo salmo 23. O QUE É CATEGORIZAÇÃO A categorização pode ser entendida da seguinte maneira: capacidade que os seres humanos tem de naturalmente conectar elementos (sejam eles objetos, alimentos, animais, sentimentos etc.) que em determinados contextos estejam cognitivamente relacionados a partir do modo pelo qual eles são vivenciados pelas pessoas ao interagir com a realidade e conceitua-la. As categorias de pensamento evidenciam o modo como o homem pensa. Algumas dessas categorias são naturais enquanto outras são abstratas. Ainda, não apresentam somente elementos inerentes, mas também, arranjos de pensamentos. Lakoff (1987, p. 84) postula que as categorias são classificadas pelos vários graus de representatividade. Dessa forma, há categorias com um grau menor de representatividade e elas são motivadas pelas categorias com maior grau de representatividade. Como exemplo disso ele cita a categoria “mãe”. Há uma categoria mãe central e dela surgem categorias radiais, que são variações da categoria central. A categoria central mãe é a mulher que deu à luz a uma criança, a alimenta, é casada com o pai e cria a criança. Derivada dessa categoria há as categorias de mãe adotiva, mãe biológica, madrasta ou mãe solteira. As categorias estão presentes também na linguagem e são classificadas através delas, por isso com relação à linguagem, é certo entender que: - Evidências sobre a natureza das categorias linguísticas devem contribuir para uma compreensão geral das categorias cognitivas em geral. Porque o idioma tem uma estrutura de categoria tão rica e porque a evidência linguística é tão abundante, o estudo da categorização linguística deve ser uma das principais fontes de evidência da natureza da estrutura da categoria em geral (LAKOF, 1987, pg. 58). [3] A categorização éssencial ao homem porque é por meio dela que o homem pode sistematizar a realidade a sua volta e por meio da linguagem ele pode expressar o modo como ele a compreende. Assim podemos analisar um documento escrito e tentar recuperar categorias presentes na sua redação. Por isso, é possível analisar um documento como a Bíblia, especificamente o salmo 23 e chegar a uma compreensão a respeito de Deus e do modo como ele trata seu povo. A IMPORTÂNCIA DA METÁFORA Tradicionalmente, a metáfora é entendida como um recurso linguístico, estilístico e literário que faz parte da linguagem poética; analisada nas gramáticas escolares como apenas mais uma figura de linguagem. De acordo com essa concepção, uma metáfora ocorre quando uma palavra é utilizada fora de seu significado comum ou literal e é usada em um sentido figurado, criando uma relação de semelhança entre duas partes. Após alguns estudos importantes da década de 80 a metáfora é mais que isso e ela passou a ser vista como um importante processo cognitivo pelo qual as pessoas atribuem sentido à realidade. Tendo por base a noção de que nossa língua é expressão das nossas experiências entende-se que a atribuição de sentidos à realidade acontece de forma metafórica. A metáfora é a lente por meio da qual os humanos utilizam suas experiências concretas e as relacionam a conceitos abstratos para atribuir significados à realidade. Daí, é possível se falar em metáforas conceptuais [4] . A partir essa compreensão fica mais fácil entender porque a metáfora não é apenas um recurso linguístico estilístico. Mas é uma modo de o homem explicar realidade abstratas a sua volta em termos que lhe sejam mais compreensíveis. É possível entender a metáfora conceptual como um processo cognitivo pelo qual relaciona-se dois domínios (ou duas realidades) diferentes e tendo isso como base organiza-se/compreende-se a realidade ao redor. Essa relação se dá pelo processo chamado de projeção. A projeção estabelece uma conexão entre domínios cognitivos. Através da projeção conceptual (ou projeção de domínios conceptuais) elementos de um domínio são projetados em outro domínio. Um desses domínios é denominado de Domínio Fonte e outro de Domínio Alvo. Um Domínio Fonte (domínio mais físico ou literal), então, é usado para explicar ou falar de um Domínio Alvo (domínio mais abstrato), como exemplificado pela imagem a seguir. Assim o Domínio Alvo assume a estrutura do Domínio Fonte e é explicado em termos dele. Na análise do salmo 23 tentaremos explicar a relação entre o domínio abstrato que é relacionamento entre Deus e Davi e o domínio concreto que é o relacionamento entre Pastor e ovelha, e como o segundo explica o primeiro.                     DIVISÃO DO TEXTO O salmo 23 possui 6 versículos, mas esta discussão limitou-se analisar dos versos 1 ao 4. Isto, porque, são esses versos que são demarcados pela metáfora conceptual SENHOR É PASTOR. Como pode ser observado, os versículo 1 à 4 descrevem atividades pastorais comuns à época em que foi escrito e constituem os limites nos quais a metáfora é constituída. Há algumas perspectivas diferentes de dividir as partes do salmos 23. Alguns interpretes veem em todo ele (vv. 1-6) referência apenas a imagem de um pastor. Outros enxergam ainda uma imagem de um guerreiro (v. 4) e de um anfitrião (v. 5). Assim, por apresentarem uma unidade os versos de 1 a 4 foram agrupados como expressão da imagem de um pastor, e os versos 5 e 6, por apresentarem uma imagem diferente não foram acrescentados artigo. Ao observar o versículo cinco do salmo (por exemplo) é possível ver que Davi apresenta uma nova metáfora conceptual para categorizar Deus e seu relacionamento com ele. A partir do v. 5 Deus deixa de ser qualificado como pastor, pois dificilmente alguém poderia imaginar (tanto na época de escrita do salmo, quanto hoje) um pastor de ovelhas sentado à mesa com suas ovelhas e oferecendo-lhes um banquete e vinho. Como pode ser observado a seguir: Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras ungindo minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. (BÍBLIA, Salmos 23.5) Por fim, o resultado da análise do texto definido trará como resultado a compreensão da relação entre Deus e Davi (categoria mais distante da experiência) a partir da relação entre pastor e ovelha (categoria mais próxima da experiência do salmista). Relação expressa por Davi através uma metáfora: SENHOR É PASTOR.     Maykon Renner S. Lima [1]  Artigo é uma adaptação, em vários artigos menores, do artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, cujo tema original era “A categorização da metáfora conceptual SENHOR É PASTOR relacionando Davi e Deus”. [2]  São princípios que estão Fundamentados na Linguística Cognitiva. [3]  Tradução própria. [4]  Termo usado pela linguística cognitiva para se referir às metáforas usadas para expressar conceitos abstratos da realidade. Maykon Renner da Silva Lima, casado com Jozelia Pereira, pastor da Primeira Igreja Batista em São Gonçalo do Amarante - RN. Formando-se em teologia, e graduado em Língua Portuguesa/literatura.

O SENHOR É PASTOR: O relacionamento entre Davi e Deus - Parte 1

por Maykon Renner | O salmo 23, também conhecido como o salmo do pastor, é, sem dúvida, um dos trechos mais conhecidos em toda a Bíblia;...

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por Jason Sevilha | Sete séculos antes de Cristo, o povo de Deus estava cronologicamente comprimido entre os horríveis reinos dos assírios e dos babilônios. Um profeta olhou em volta para toda a iniqüidade e se perguntou o que Deus faria a respeito disso tudo, se é que faria alguma coisa. O pequeno livro de três capítulos que temos como resultado oferece um grande tratamento do sofrimento e do julgamento, soberania e justiça, e a postura correta diante de Deus para as pessoas que estão sofrendo. Pregar através deste livro será de grande benefício para você como pastor e sua congregação. Os temas contidos em Habacuque são tão relevantes quanto as notícias diárias. Mas não acredite apenas na minha palavra. Permita-me ligar para quatro testemunhas. Você deve pregar através de Habacuque por causa de Epicuro, Lutero, Leibniz e Jesus. 1. Você deve pregar Habacuque por causa de Epicuro. Inúmeras pessoas têm lutado contra o problema do mal, embora o raciocínio filosófico mais básico para a questão seja frequentemente atribuído ao antigo filósofo grego Epicuro. Sua formulação era basicamente esta: se o Deus cristão (que é onisciente, onipotente e onibenevolente) existe, então o mal não existe. A lógica aqui é que, se Deus fosse onisciente, ele saberia sobre todo o mal (bem como sobre como pará-lo); se ele fosse todo-poderoso, ele poderia parar o mal; e se ele fosse todo amoroso, ele desejaria parar o mal. No entanto, Epicuro observou que o mal persiste. Portanto, ou não há Deus ou não é o Deus que os cristãos afirmam. Pastor, como você sabe, Epicuro não foi o último a lidar com essa questão. Sua igreja está cheia de pessoas que lutaram, lutarão ou estão atualmente lutando com a angústia mental de viver a vida em um mundo caído. O profissional que é um fiel cristão se pergunta por que ele perdeu o emprego quando fez tudo certo. A nova mãe agoniza com a incapacidade de ter uma boa noite de sono para que ela possa ter uma devocional decente pela manhã. O estudante cristão luta com o fato de ser ridicularizado pelos colegas de classe e avaliado criticamente por um professor antagônico. E assim por diante. Onde está Deus quando as coisas não estão indo como esperamos que elas vão para os fiéis seguidores de Cristo? Habacuque começa com essas questões diante de Deus (Hab 1: 1–4). O profeta olhou em volta e não viu nada além de violência, injustiça e opressão. Ele clamou a Deus por ajuda, mas pareceu-lhe que Deus estava em silêncio. O mal persiste e Deus parece inativo. Ou pelo menos essa é a percepção que Habacuque tem no começo do livro. Você deveria pregar Habacuque por causa de Epicuro. Ou, mais precisamente, você deve pregar Habacuque porque lhe dará uma grande oportunidade pastoral de falar sobre o problema do mal e pastorear seu povo através da dor e da confusão. 2. Você deve pregar Habacuque por causa de Lutero. Habacuque é uma espécie de “perguntas e respostas com Deus”. O profeta faz uma pergunta em 1: 1–4 e Deus responde em 1: 5–11. Habacuque oferece uma réplica em 1: 5-2: 1 antes que Deus dê uma resposta final no resto do capítulo 2. O capítulo 3 é a oração de Habacuque em resposta a tudo o que aconteceu. O que tudo isso tem a ver com Martinho Lutero? Muito, na verdade. A segunda resposta de Deus a Habacuque contém uma linha que será citada três vezes no Novo Testamento (Gálatas 3:11; Rm 1:17; Hb 10: 37-38) - uma linha que prenderia o monge alemão e se tornaria conhecida por muitos como "O verso da Reforma." Como você deve saber, Lutero, como monge católico, odiava a ideia da justiça de Deus. Instruído por seus professores e sacerdotes na justa ira de Deus para com o pecador iníquo, Lutero vivia com medo de Deus. Ele sabia que, apesar de todos os seus esforços como estudante e monge, ele não era justo e nunca poderia estar diante de Deus. A transformação de Lutero de odiar a justiça de Deus para amá-la - de viver com terror porque suas obras eram insuficientes, para alegria e liberdade, sabendo que ele foi salvo somente pela fé - remonta à sua meditação em um verso da Escritura. E é um verso que originalmente aparece em Habacuque 2: 4: “Eis que a sua alma está cheia de fôlego; não é reto dentro dele, mas os justos viverão pela fé. “Uma vez que Lutero entendeu esse verso (conforme citado em Romanos 1), ele disse: “Eu me senti como se tivesse nascido de novo e tivesse entrado no próprio paraíso através dos portões, que tinham sido abertos.” Essas algemas da retidão por meio das obras aprisionam mais do que algumas pessoas em nossas igrejas. Ajude sua congregação a pensar sobre o que significa que os justos viverão pela fé. Você deveria pregar Habacuque por causa de Lutero. Ou você deve pregar Habacuque porque lhe dá a oportunidade de falar sobre o fardo da Reforma e o princípio sempre relevante de que existem duas maneiras de viver. 3. Você deve pregar Habacuque por causa de Leibniz. Gottfried Leibniz era um filósofo alemão do século XVII que era otimista no sentido filosófico formal. Isso não significa que ele sempre tenha uma atitude meio envidraçada, como podemos usar o termo hoje, mas sim que ele tinha uma visão filosófica otimista do mundo que Deus criou. O mundo que existe deve ser o melhor de todos os mundos possíveis, argumentou Leibniz, porque se um mundo melhor fosse possível, então Deus teria criado esse mundo. Esse otimismo forneceu parâmetros para explicar a presença do mal e do sofrimento em nosso mundo. Se este é o melhor mundo possível, então devemos ser capazes de reconciliar o mal que existe com o nosso Deus todo-amoroso, onisciente e todo-poderoso. Para esse fim, Leibniz cunhou o termo “teodicéia” - uma combinação de palavras gregas antigas para Deus (qeoß / theos) e justiça (dikh / dique) - como uma expressão para a justificação dos atributos e ações de Deus, dada a presença do mal e sofrimento no mundo. Se o problema do mal formula as questões filosóficas e teológicas, então a teodiceia formula as respostas filosóficas e teológicas. Por que pregar Habacuque? Porque é um dos dois livros no cânon das Escrituras que é categorizado como uma teodicéia. Enquanto muitas passagens nos ajudam a reconciliar a bondade de Deus e a presença do mal, somente Jó e Habacuque o têm como tema principal. Pregar através de Jó é benéfico e recomendado, mas levará algum tempo. Habacuque, por outro lado, permitirá que você introduza a doutrina de maneira mais concisa. Você deveria pregar Habacuque por causa de Leibniz. Dito de outra forma: você deve pregar Habacuque porque isto irá equipar seu povo para responder ao problema do mal e ele irá construir sua confiança na bondade e soberania de Deus. 4. Você deve pregar Habacuque por causa de Jesus. Injustiça e sofrimento lembram o cristão das aflições de Cristo em nosso favor. As perguntas de Habacuque sobre a bondade de Deus em face da injustiça são uma sombra do evento de Cristo, em que uma pessoa verdadeira e perfeitamente boa sofreu o tratamento mais injusto da maneira mais desumana. Habacuque nos mostra que Deus se move de uma maneira misteriosa - uma verdade no centro de nossa fé. O Messias não triunfará pela vitória militar, mas pela sua morte. O cristão também deve perder a vida para salvar-se; Aquele que seria o primeiro deve ser o último. Pregar Habacuque trará um lembrete sempre necessário à sua igreja que somente em Cristo temos uma teodicéia que responde ao problema do mal. É somente em Cristo que temos uma justiça pela qual podemos viver pela fé. É somente em Cristo que podemos nos regozijar como Habacuque, cujas últimas palavras declaram que, mesmo que Deus leve tudo embora, "ainda me regozijarei no Senhor; Eu vou ter alegria no Deus da minha salvação. Deus, o SENHOR, é a minha força; ele faz meus pés como os cervos; ele me faz pisar nos meus lugares altos. * * * * * Comentários Recomendados: 1. Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah  by Kenneth Barker & Waylon Bailey (New American Commentary Series) - Como é comum no NAC, há ajuda técnica suficiente para ajudá-lo em alguns lugares difíceis, mas também uma boa dose de sabedoria pastoral. para encorajá-lo na preparação do sermão. 2. Exalting Jesus in Jonah, Micah, Nahum, Habakkuk  by William Curtis & Ken Fentress (Christ-Centered Exposition Commentary) - Muito prático; esboço útil do texto; e, como anunciado, conexões pensativas para Cristo. * * * * * Por Jason Sevilha Jason Sevilha é o pastor sênior de uma igreja internacional na China. Fonte: www.9marks.org . Traduzido com permissão. Título original: 4 Reasons You Should Preach through Habakkuk Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva Você pode ler o restante dos artigos desta série aqui:   1- Quatro razões porque você deveria pregar por meio de Jonas 2- 4 razões para pregar no livro de Juízes 3- Três razões para você pregar através de 1 e 2 Samuel 4- Três razões porque você deveria pregar por meio dos Salmos

Quatro razões por que você deveria pregar por meio de Habacuque.

por Jason Sevilha | Sete séculos antes de Cristo, o povo de Deus estava cronologicamente comprimido entre os horríveis reinos dos...

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por Nelson Galvão |     A maior parte dos pastores que receberam treinamento formal em homilética rechaça de imediato essa afirmação. Isso porque foi ensinado por meio dos manuais de pregação que existe a pregação temática (no Brasil parece que só existe essa mesmo!), tópica, biográfica e expositiva. Sendo assim, a afirmação de que a verdadeira pregação é necessariamente expositiva soa como mais uma expressão de “fundamentalistas radicais” (a expressão é para ser redundante mesmo!). O curioso é que pouca gente questiona os “todo-poderosos” manuais de homilética, muito menos o etos  que se criou a partir deles. De onde vem essa tipologia sermônica que é ensinada nos bancos culturalmente acríticos de nossos seminários? Em futuro artigo responderemos a essa pergunta. Por hora, nos deteremos à pergunta: o que a Bíblia tem a dizer sobre a pregação? A palavra de Deus aponta para o conceito da pregação por meio de três afirmações que estão inteiramente interligadas: (1) Deus fala; (2) Deus ordenou o registro; (3) Deus ordenou o ensino do que foi registrado. 1 – Deus fala A premissa básica das Escrituras a respeito de Deus é que Ele é pessoal. Como tal, ele se comunica. Ele falou e tudo foi criado (Gn 1). Toda a história subsequente à criação se refere ao Deus que se comunica. Acompanhe, por exemplo, a expressão que aparece em Gn 1.3:וַ·יֹּ֥אמֶר אֱלֹהִ֖ים   (disse Elohim), ou יְהוָ֣ה וַ·יֹּ֥אמֶר  (disse Adonai) em todo o Antigo Testamento. Você vai se surpreender o quanto Deus se comunica com Seu povo! 2- Deus ordenou o registro Como sabemos que Deus se comunicou com Seu povo? Ele ordenou o registro. Sem querer ser exaustivo, observemos Moisés (Ex 17.14; 24.4; 34.1,27,28). Perceba nesses textos que Deus ordenou a Moisés o registro de todas as Suas palavras. Esse padrão pode ser observado em vários outros autores das Escrituras como Isaías (Is 30.2), Jeremias (Jr 30.2) e João (Ap 1.11). 3- Deus ordenou o ensino do que foi registrado Deus falou, ordenou o registro e ordenou o ensino do que foi registrado. A Moisés foi ordenado que ensinasse a Lei (Dt 4.5; 5.31; 6.1); ao povo foi ordenado que ensinasse a Lei aos seus filhos (Dt 6.7), de forma completa e continua (Dt 11.19). É por isso que o episódio no tempo de Josias do achado do Livro da Lei é tão trágico (2 Cr 34.14)! Na ocasião da reforma empreendida por Josias, o sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei em meio à reforma do Templo. O fato do livro da Lei estar perdido retrata toda a condição espiritual do povo naquele período. O ensino e pregação em Esdras Depois de dezoito anos de retorno do exílio, as obras do Templo foram retomadas no tempo de Zorobabel, e sob o ministério profético de Ageu e Zacarias, em quatro anos estavam concluídas. Com a reconstrução do Templo de Jerusalém iniciou-se uma nova fase na história de Israel, o que convencionalmente chama-se de “A era do 2º templo”. As reformas empreendidas por Esdras e Neemias levaram o povo de Judá ao apego à Lei de Moisés. Observe o relato de Neemias 8:1-8. Esdras reuniu todo o povo e fez o que Moisés havia ordenado. Ele leu, explicou e aplicou a Palavra de Deus. Este padrão ordenado por Moisés e revitalizado por Esdras chegou aos tempos de Jesus. Durante as inúmeras perseguições e exílios de Israel, muitos judeus achavam-se impedidos de ir a Jerusalém para prestar culto. Com isso, foi instituída a sinagoga como centro local de culto. Provavelmente as sinagogas surgiram no tempo do exílio de Israel na Babilônia e tenha sido introduzida na Palestina por meio do escriba Esdras. Além da necessidade de descentralização do culto no templo, a popularização da sinagoga se deu pelo fato de que a Lei se tornou cada vez mais importante para o judeu pós-exílio. O ensino da Lei cabia a qualquer pessoa que fosse versado nela. O ensino e pregação nos Evangelhos Na era cristã haviam sinagogas em todas as cidades judaicas e em muitas gentílicas. Cidades como Jerusa­lém ou Antioquia possuiam grande número (480 em Jerusalém, con­forme a tradição rabínica). O Novo Testamento está repleto de menções às sinagogas (67 vezes ao todo, incluindo p. ex.: Mateus 4:23; 6.2; Atos 6.9). Nessas sinagogas a Lei era estudada e ensinada periodicamente: "Porque Moisés tem, em cada cidade desde tempos antigos, os que o pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados" (Atos 15:21). Além disso, eram recitadas muitas orações no culto da sinagoga (Mateus 6:5), que consistiam numa oração invocativa, outras orações e bênçãos, a leitura da Lei de Moisés, a leitura dos profetas, e uma oração abençoadora (Megilá 4:3). Foi em uma dessas ocasiões que Jesus entrou na sinagoga de Nazaré e, “segundo o seu costume’ (Lc 4.16) leu o livro do profeto Isaías. Em seguida explicou e aplicou! É exatamente a isso que se refere o relato de Marcos quando este diz que Jesus “anunciava a Palavra” (Mc 2.2). E as parábolas? Uma objeção que geralmente se faz em relação ao hábito de Jesus em anunciar a Palavra é que ele contava parábolas. O argumento é o seguinte: Jesus contava histórias, logo ele não estava tão preocupado assim com esse negócio de exposição bíblica! Entretanto, basta ler os Evangelhos com um mínimo de discernimento que pode-se perceber que Jesus contava parábolas não para esclarecer melhor o que Ele almejava ensinar, nem para deixar um padrão para nós pregadores atuais, mas como sinal de juízo de Deus aos incrédulos que rejeitavam ao Messias (Mc 4.11,12). O ensino e pregação no Novo Testamento Existem 26 pronunciamentos registrados em Atos. São pronunciamentos de apóstolos, líderes cristãos e não-cristãos. Dentre estes pronunciamentos estão os de Pedro (At 2.16-21), um extenso sermão de Estêvão ante o Sinédrio (7.2-53), de Cornélio (10.30-33), de Tiago no Concílio de Jerusalém (15.13-21), o conselho de Tiago e dos anciãos de Jerusalém a Paulo (21.20-25) e nove sermões e discursos de Paulo. Em um estudo acurado dos discursos cristãos de Atos percebe-se claramente o padrão notado no Antigo Testamento e Jesus: leitura, explicação e aplicação do texto bíblico. O primeiro sermão em Atos é o proferido por Pedro na ocasião do Pentecostes (At 2.14-36). Perceba que o sermão de Pedro é a explicação e aplicação de Joel 2.28-31. Em todo o Novo Testamento existe 221 referências à pregação. O vocábulo grego para descrever a pregação abrange 37 verbos diferentes. A ideia envolvida é sempre de explicação e aplicação do texto bíblico. Note que o padrão de ensino e pregação desde sempre foi leitura, explicação e aplicação do texto bíblico. Sendo assim, é exatamante a isso que se refere a ordem de Paulo ao pastor Timóteo: “Prega a Palavra” (2 Tm 4.2). Perceba que pregação expositiva não é uma moda de pregadores conservadores de nossos tempos. O conceito de pregação expositiva Vejamos agora o conceito de pregação expositiva a partir de alguns expoentes modernos. De acordo com Estevão Kirschner, pregação expositiva é: “ a contemporização da verdade salvadora de Jesus; a prédica expositiva é a interpretação detalhada, a amplificação lógica e a aplicação prática de uma passagem da Bíblia... A pregação expositiva é a explicação aplicada; explica a passagem de uma maneira que leve a igreja à sua aplicação verdadeira e prática... A prédica expositiva é a interpretação detalhada, a amplificação lógica e a aplicação ” [1] . Para Bryan Chappel, “ A pregação expositiva não somente constrange o pregador a interpretar o que a Bíblia diz, mas obriga-o a explicar o que a Bíblia significa na vida das pessoas hoje [...] O real sentido de um texto permanece oculto até que compreendamos como suas verdades podem governar nossas vidas ” [2] . De acordo com Haddon Robinson, "Pregação expositiva é a comunicação de uma ideia bíblica, derivada e transmitida por meio de um estudo histórico, gramatical e literário de uma passagem em seu contexto, o qual o Espírito Santo primeiro aplica à personalidade e experiência do pregador e, em seguida, por meio dele, aos ouvintes ”. Para o ministério Leadship Resources International, a pregação expositiva “é aquela que extrai a mensagem da Escritura, tornando-a acessível aos ouvintes contemporâneos” [3] . Perceba que em todas as definições consta os elementos: leitura, explicação e aplicação do texto bíblico. Sendo assim, concluo que a expressão “pregação expositiva” é redundante. Toda pregação deve ser expositiva. É exatamente isso que Lloyd Jones afirma: “Um sermão sempre deve ser expositivo” [4] . Mohler também aponta para a mesma conclusão: “Se somos servos da Palavra, nossa pregação deve ser verdadeiramente expositiva” [5] . E as outras formas de pregação? Acredito que Sidney Greidanus e Timothy Warren são de muito proveito para a elucidação dessa questão [6] :   Note que em termos de tipos de sermão, só existe dois tipos: O sermão bíblico e o sermão não-bíblico. O sermão bíblico é o expositivo, e o sermão não-bíblico é o temático. Esse temático é aquele que infelizmente vemos em muitos púlpitos no Brasil. O pregador fala sobre um dado tema sem que este tema tenha sido derivado das Escrituras e esteja fundamentado nas Escrituras. Por outro lado, o sermão expositivo pode ser temático, teológico, etc. Ou seja, é possível pregar expositivamente um tema. É exatamente isso que Osborne afirma: “ Exposição significa uma mensagem baseada na Bíblia, em geral uma série que conduz a igreja através de um livro como Isaías ou Romanos. Um sermão temático pode ser expositivo, contanto que ele faça a pergunta: ‘o que a Bíblia diz sobre esse assunto?’, e em seguida conduza a congregação através do que a Palavra de Deus revela sobre o assunto em questão ” [7] . Conclusão Diante de tudo o que foi exposto, todo discurso que não explica e aplica o texto bíblico, não é uma pregação. As consequências a curto, médio e longo prazo para a Igreja são devastadoras [8] : 1. Usurpa autoridade divina sobre a alma – Quem tem direito de falar à alma?; 2. Usurpa o senhorio de Cristo sobre sua Igreja; 3. Atrapalha a obra santificadora do Espírito Santo no vácuo de informação bíblica – O Espírito usa a Palavra para santificar (Ef 5.18; Cl 3.16); 4. Demonstra orgulho e falta de submissão à Palavra de Deus; 5. Separa o pregador pessoalmente da graça santificadora das Escrituras; 6. Tira profundidade espiritual da Alma; 7. Impede o pregador de desenvolver a mente de Cristo plenamente; 8. Leva a uma atitude de indiferença para com as Escrituras; 9. Desconecta vida e doutrina; 10. Denigre a pessoa de Deus, omitindo atributos e aspectos da Sua revelação que perturbam e aterrorizam a alma; 11. Abandona o dever de guardar a verdade sempre; 12. Leva ao orgulho Vivemos em um tempo em que o púlpito tornou-se plataforma de discursos humanos. São discursos repletos de ensinos de psicologia, sociologia e filosofias em geral apreendidas em bancos universitários e leituras diversas.  A Igreja de Cristo clama por púlpitos que trovejem a Palavra de Deus, só a Palavra de Deus! *Nelson Galvão Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.     Referências [1]  Estevão Kirschner, in David J Merkh. Apostila: Exposição Bíblica do AT e do NT, p. 8 [2]  Bryan Chappel, Pregação Cristocêntrica, p. 84 [3]  Obra não publicada. [4]  David M. Lloyd-Jones, Pregação & Pregadores, São Paulo: Fiel, 1984, p. 52 [5]  Albert Mohler, Jr. A Primazia da Pregação. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 31 [6]  Adaptação de Sidney Greidanus (O pregador contemporâneo e o texto antigo) e Timothy S. Warren (A Arte e o ofício da pregação [7]  Osborne. A Espiral Hermenêutica. p. 36 [8]  Adaptado de John MacArthur Jr. In David Merkh. Exposição Bíblica do VT e NT. Obra não publicada. #pregaçãoexpositiva

A verdadeira pregação é necessariamente expositiva

por Nelson Galvão | A maior parte dos pastores que receberam treinamento formal em homilética rechaça de imediato essa afirmação. Isso...

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por  Joel R. Beeke & Mark Jones  |   Ver um príncipe rogar a um mendigo que aceitasse uma esmola seria uma cena estranha; ver um rei rogar a um traidor que aceitasse clemência seria uma cena ainda mais estranha; mas ver Deus rogar a um pecador que ouça Cristo dizer “Estou à porta e bato”, com um coração e um céu repletos de graça para outorgar àquele que abrir – essa é uma cena que assombra os olhos dos anjos. John Bunyan. Atualmente estamos testemunhando a erosão da pregação bíblica em uma escala sem precedentes. Em sua biografia definitiva sobre o grande evangelista George Whitefield (1714-1770), Arnold Dallimore conclamou pregadores bíblicos a que sejam: Homens poderosos nas Escrituras, com a vida dominada pela percepção da grandeza, da majestade e da santidade de Deus e com a mente e o coração brilhando com as grandes verdades das doutrinas da graça [...] homens que estejam dispostos a ser tolos por amor a Cristo, que suportem a censura e a falsidade, que arduamente trabalhem e sofram e cujo desejo supremo não seja conquistar o reconhecimento terreno, mas conquistar a aprovação do Mestre quando se apresentarem perante seu imponente tribunal. Serão homens que pregam com o coração quebrantado e os olhos cheios de lágrimas. Onde estão os pastores que desceram do Monte Sião, conquistados pela graça soberana? Quando olhamos para o cenário ao redor, parece que a igreja está tropeçando porque o púlpito vai esfriando. Contudo, há esperança até numa época assim. Enquanto, de um lado, as próprias Escrituras apresentam os pré-requisitos para o ministério do Evangelho, de outro, um levantamento da história da pregação nos mostra que o Senhor nunca abandonou seu rebanho. Em cada geração ele tem levantado homens que atacaram as portas do inferno com a simplicidade da sabedoria do céu. Para nós, o passado se torna um farol de esperança em que encontramos alento para nossa própria época. Entre grandes pregadores puritanos, John Bunyan (1628-1688) está entre os mais destacados, pois tinha a capacidade dada por Deus de envolver com suas mensagens não apenas a mente, mas também o coração. Voltemos nossa atenção para Bunyan como pregador – especialmente como pregador ao coração. Bunyan, o pregador Certa vez, Carlos II perguntou a John Owen (1616-1683), “o príncipe dos puritanos”, porque ia ouvir a pregação de John Bunyan, o iletrado latoeiro de Bedford. Owen, respondeu: “Majestade, se eu tivesse as habilidades do latoeiro para pregar, voluntariamente abandonaria todo meu estudo”. Em 1655, a pedido de vários irmãos de sua igreja local, Bunyan, então com 27 anos de idade, começou a pregar em várias igrejas de Bedford enquanto ainda estava afligido profundamente com dúvidas sobre sua própria condição eterna. Acerca daquelas primeiras pregações ele escreve: “Os pavores da lei e a culpa de minhas transgressões eram um peso enorme em minha consciência. Eu pregava o que sentia, o que sentia dolorosamente, até mesmo aquilo que levava minha pobre alma a gemer e a tremer assustada [...] Eu próprio fui em cadeias para pregar a eles em cadeias e levava em minha consciência aquele fogo do qual eu os persuadia a se guardassem”. Centenas de pessoas vinham ouvir Bunyan, o que o deixava de fato surpreso. Ola Winslow escreve: “No início não acreditando que Deus falaria por meio dele ‘ao coração de qualquer pessoa’, ele logo concluiu que isso podia estar acontecendo, e seu êxito restaurou sua confiança”. Anne Arnott afirma que Bunyan “era um pecador salvo pela graça, que pregava a outros pecadores com base em sua própria experiência sombria. “Tenho sido como alguém enviado a eles dentre os mortos’, ele afirmou. ‘Eu não havia pregado por muito tempo e logo alguns começaram a ser tocados pela Palavra e a ser imensamente afligidos na mente ao compreenderem a extensão de seu pecado e a necessidade que tinham de Jesus Cristo”. Num prazo de dois anos, Bunyan começou a pregar menos sobre o pecado e muito mais sobre Cristo. Conforme Gordon Wakefield expressou, ele ressaltava Cristo em seus “ofícios”, isto é, em todas as diferentes atividades que pôde fazer pela alma humana e pelo mundo; [destacava] Cristo como a alternativa salvadora para as falsas seguranças de ganhar e gastar ou das filosofias do egocentrismo ímpio. E, como consequência disso, ‘Deus me conduziu a alguma coisa do mistério da união com Cristo’ [Bunyan afirmou] e, então, veio a pregar também sobre a união, que era o âmago da espiritualidade calvinista. A pregação de Bunyan, já não trazia somente “uma palavra de admoestação”, mas também de edificação e consolo para os crentes. Isso fortaleceu muitíssimo sua percepção de seu chamado íntimo, o que ajudou poderosamente a persuadi-lo de que estava proclamando a verdade. Enquanto pregava numa casa de fazenda em 1660, cinco anos depois de começar a proclamar a Palavra de Deus, Bunyan foi preso acusado de pregar sem autorização oficial do rei. Embora Bunyan certamente não fosse um rebelde nem político, parece que os proprietários de terras do condado de Bedfordshire consideravam que sua pregação “agitava perigosamente” e, assim, “disseminava a insatisfação que muitos sentiam com o regime e a igreja restaurados”. Sir Henry Chester, juiz de primeira instância, acusou Bunyan de forma ainda mais contundente: “É alguém pernicioso; no país não existe [outra] pessoa tão perniciosa como ele. Assim, Bunyan foi lançado na prisão, onde escreveu prolificamente e fabricou cadarços por doze anos e meio (1660-1672). Antes de ser preso, Bunyan havia se casado com uma jovem piedosa de nome Elizabeth. Ela suplicou repetidas vezes pela libertação do marido, afirmando que tinha de cuidar de quatro filhos pequenos (inclusive uma filha cega) e tinha tido um aborto havia pouco tempo. O juiz-presidente disse-lhe que o fizesse parar de pregar. Ela respondeu: “Meu senhor, ele não ousa abandonar a pregação enquanto puder falar”. Bunyan se prontificou a entregar à autoridades judiciárias as notas de todos os seus sermões para provar que não estava de maneira alguma pregando a sedição. Mas isso não deu em nada. Assim, Bunyan permaneceu na prisão pro violar a lei que exigia que pelo menos uma vez por mês os adultos participassem dos cultos da Igreja da Inglaterra e proibia reuniões (conventículos) não autorizados por aquela igreja. Durante todo seu tempo de prisão, Bunyan conservou um amor diligente pela pregação. Ele escreveu: “Quando, pela boa mão do meu Deus, durante cinco ou seis anos ininterruptos preguei sem restrições o bendito evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo [...] o diabo, aquele antigo inimigo da salvação do homem, se aproveitou para incitar os corações de seus vassalos [...] de modo que no fim um juiz expediu ordem para me procurarem e fui levado e confinado na prisão”. Quando indagado sobre o que faria se fosse solto da prisão, respondeu: “Se eu saísse hoje da prisão, voltaria a pregar o Evangelho amanhã com a ajuda de Deus”. Em outra oportunidade afirmou: “Nem a culpa nem o inferno conseguiram me tirar do meu trabalho”. Ele chegou ao ponto de afirmar que “não podia estar satisfeito a menos que fosse encontrado no exercício de [seu] dom.” Em toda sua adversidade, a Palavra era como fogo ardendo no coração de Bunyan. De fato, ele previa que ia morrer por aquela Palavra. Mais tarde, escreveu: “Foi por causa da Palavra e do caminho de Deus que eu estava nessa condição [e] eu estava decidido a não recuar dela nem um fio de cabelo [...] Era meu dever estar de acordo com sua Palavra, que ele algum dia dirigisse ou não o olhar para mim, quer viesse ou não a me salvar no final. Por esse motivo, eu pensava, até mesmo de olhos vendados saltarei da escada para a eternidade, quer afunde, que nade, quer venha o céu, quer venha o inferno. Senhor Jesus, se desejas me segurar, faze-o. caso contrário, eu me arriscarei pelo teu nome”. Em 1661, e de 1668 a 1672, alguns carcereiros permitiam que Bunyan às vezes saísse da prisão para pregar. George Offer assinalou: “Diz-se que muitas das igrejas batistas de Bedfordshire devem sua origem às pregações de Bunyan à meia-noite”. Mas os anos de prisão foram tempos de intensas tribulações. Bunyan experimentou aquilo que mais tarde Cristão e Fiel, personagens de seu livro O peregrino, sofreriam nas mãos do gigante Desespero, que lança peregrinos “num calabouço bem escuro, imundo e malcheiroso”. Bunyan sentia especialmente a dor da distância da esposa e dos filhos, em especial de Mary, “minha pobre filha cega”, descrevendo essa distância como “arrancar a carne de meus ossos”. A popularidade de Bunyan como pregador não se desfez em seus últimos anos. Com frequência, visitava Londres, “onde”, segundo Robert Southey, “sua reputação era tão grande que, caso se anunciasse sua vinda com um dia de antecedência, o ‘salão em Southwark, onde ele geralmente pregava, não comportava metade das pessoas que acorriam. Três mil pessoas chegaram a se reunir ali, e não menos de mil e duzentas durante a semana e à sete horas de escuras manhãs de inverno”. Bunyan pregava ao coração dos homens, bem como à mente deles. Não há dúvida de que isso era possível porque ele conhecia por experiência própria tentações, pecados e temores e havia, de uma forma notável, experimentado a graça de Deus em Jesus Cristo. Em sua introdução ao livro de Bunyan Some gospel truths opened [ algumas verdade do evangelho desveladas] John Burton escreveu sobre o autor: “Por meio da graça, ele obteve esses três títulos celestes, a saber, união com Cristo, unção do Espírito e experiência das tentações de Satanás, que preparam melhor um homem para aquela obra poderosa de pregar o Evangelho do que todo o conhecimento e títulos que se pode obter na universidade.” Bunyan tinha um grande respeito pelo ofício de pregador. Quando, em O peregrino, Cristão viaja para a casa de Intérprete, é mostrado a ele um quadro com a pintura de um pregador, “uma pessoa bastante séria”, cujos olhos estão “erguidos para o céu, com os melhores livros na mão”. Bunyan prossegue: “A lei da verdade estava escrita em seus lábios, o mundo estava atrás de suas costas, e havia uma coroa de ouro em sua cabeça. Ele estava de pé como se implorando aos homens”. Intérprete diz a Cristão o que esse quadro representa: “É para te mostrar que o trabalho dele é conhecer e revelar coisas sombrias aos pecadores [...] para te mostrar que, ao fazer pouco caso das coisas presentes e desprezá-las por causa do amor que ele tem pelo serviço de seu Mestre, está seguro de que receberá a recompensa da glória no mundo vindouro”. Para Bunyan, esse era o ideal daquilo que o pastor deve ser. Para Bunyan, o pregador é o orientador espiritual autorizado por Deus. Gordon Wakefield escreve:  Usando metáforas do Novo Testamento, Intérprete explica que esse homem gera filhos (espirituais), entra em trabalho de parto para dá-los à luz e então é sua ama. A postura de Intérprete, seu conhecimento bíblico e a verdade escrita em seus lábios deixam claro “que seu trabalho é conhecer e revelar coisas sombrias aos pecadores”. Ele abre os segredos divinos de misericórdia e juízo. E precisa fazê-lo renunciando a este muito bem ser caluniado, ridicularizado e perseguido, como aconteceu com Bunyan e muito outros durante a dinastia Stuart. O amor de Bunyan pela pregação não se limitava às palavras; ele também tinha um zelo intenso por sua igreja. Ele amava pregar e amava as almas do povo. Certa vez ele afirmou: “Na minha pregação, tenho de fato sentido dores e é como se estivesse em trabalho de parto para gerar filhos para Deus. E não podia me dar por satisfeito a menos que aparecessem frutos de meu trabalho”. Em outra passagem, ele escreveu: “Com relação àqueles que foram despertados por meu ministério e vieram a abandonar a fé, como às vezes muitos fizeram, posso dizer que tenho sentido de verdade a perda deles mais do que se um de meus próprios filhos, gerados do meu corpo, tivessem ido para o túmulo”. Bunyan também ficava atônito com a grandeza da alma: “A alma e a sua salvação são coisa tão grandes e tão maravilhosas. Nada é nem deve se assunto de tanta importância quanto a alma de cada um de vós. Casa e terra, profissões e renome, posição social e sucesso – o que são essas coisas comparadas à salvação. Se jamais houve um homem chamado para o ministério do evangelho, esse homem foi Bunyan. O Espírito Santo lhe concedeu bênçãos divinas, e ele não conseguia, sem violar seriamente a consciência, deixar de lado aqueles dons. Mesmo quando estava na prisão, passava a maior parte do tempo reformulando os sermões que havia pregado para serem publicados. Christopher Hill conclui: “Parece que todos os seu escritos publicados antes de Grace Abounding [Graça em abundância] se basearam em sermões, e é provável que o mesmo também tenha acontecido com a maioria dos que publicou mais tarde’. Hill levanta a possibilidade de que os sermões falados de Bunyan fossem bem mais pessoais e expressassem muito mais suas emoções do que suas obras publicadas. Ele acrescenta:  “Também podemos supor que os coloquialismos, os detalhes corriqueiros que sobrevivem na nobreza da palavra impressa, teriam ocupado uma parte significativa de suas palavra faladas.”  Joel R. Beeke & Mark Jones Extraído do livro: Teologia Puritana. Doutrina para a vida. Ed. Vida Nova. p. 1005-1011. Publicado com permissão. #pregaçãoexpositiva #históriadaIgreja

A pregação de John Bunyan ao coração

por Joel R. Beeke & Mark Jones | Ver um príncipe rogar a um mendigo que aceitasse uma esmola seria uma cena estranha; ver um rei rogar a...

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Confira entrevista edificante com o pr. Tote e sua esposa Zeza. Missões, confiança em Deus, casamento, filhos, esses e outros temas são abordados de maneira impactante! Pr. Tote foi pastor da Igreja Evangélica Congregacional de Atibaia-SP por 20 anos e professor do Seminário Bíblico Palavra da Vida. Há 10 anos atua como diretor do Palavra da Vida Moçambique.

Entrevista com Pr. Carlos Nogueira (Tote) e Zeza

Confira entrevista edificante com o pr. Tote e sua esposa Zeza. Missões, confiança em Deus, casamento, filhos, esses e outros temas são...

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Chegamos há pouco de Moçambique e gostaríamos de compartilhar com os irmãos o que Deus tem feito neste querido país. Nossa parceria com o Palavra da Vida Moçambique tem sido frutífera e motivo de louvor ao Senhor. Juntos temos capacitado por volta de 30 pastores moçambicanos, de diferentes cidades e denominações. Assim que chegamos ouvimos relatos desses pastores que têm aplicado com diligência o que tem sido ensinado. Alguns já pregaram em suas igrejas o livro de Jonas, outros Filipenses e Colossenses. Um dos pastores (63 anos) disse o seguinte: “Antes tínhamos que permanecer na linha do líder (chefe), agora estamos sendo ensinados a permanecer na linha da Palavra - isso leva tempo, mas precisamos caminhar”. É recompensador ouvir que sua prática em suas igrejas locais tem sido transformada para simplesmente abrir a Palavra, ler o texto, explicar e aplicar com fidelidade. Uma das coisas que também nos chamou muita a atenção é como Deus tem levantado professores no Brasil com a visão de Reino. O pr. Ricardo Fiorotto (Igreja Batista do Redentor-Jundiaí,SP) foi um dos professores em Moçambique. Sua igreja investiu em suas passagens, alimentação e, como se não bastasse, ainda mandou um livro para cada aluno. Em outras palavras, a igreja investiu em pastores e líderes que não conhece, em igrejas que não conhece, em um lugar que não conhece. Má gestão de recursos? NÃO. VISÃO DE REINO!!! Veja abaixo relato do pr. Ricardo: “Foi uma experiência profunda e marcante! Lecionar a estrangeiros ainda que da mesma língua que eu, porém com o acréscimo da cultura totalmente diferente houve um aumento no desafio e isso foi muito útil para meu crescimento pessoal e ministerial. Sou grato a Deus pelo Pregue a Palavra por me conceder esta oportunidade ímpar e espero contribuir muito mais.” Confira também depoimento do pr. Carlos Nogueira (Toti) a respeito da atuação do Pregue a Palavra em Moçambique:

Notícias de Moçambique - Abril/2019

Chegamos há pouco de Moçambique e gostaríamos de compartilhar com os irmãos o que Deus tem feito neste querido país. Nossa parceria com o...

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Confira a entrevista concedida pelos nossos missionários, pr. Ludgero Machado Neto​ e pr. Tiago Silva​, ao programa Missão Mundo da IPBTV.

Entrevista Pregue a Palavra

Confira a entrevista concedida pelos nossos missionários, pr. Ludgero Machado Neto​ e pr. Tiago Silva​, ao programa Missão Mundo da IPBTV.

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Alguém já disse que "toda mudança gera crise".  Crise?  Sim, crise!  É bom entender que as crises podem ser pequenas ou grandes.  Então, como podemos amenizá-las em um processo de transição? Há aproximadamente cinco anos, iniciamos o nosso processo de transição.  Durante esse tempo, fomos preparando a igreja e a liderança, para que todo o processo fosse bem-sucedido e as crises não fossem tão fortes , a ponto de abalar a igreja. A nossa primeira preocupação foi em estabelecer uma liderança idônea, crível, confiável e preparada, para que o processo não causasse impacto negativo e nem afastasse a igreja.  Quem ficará?  A igreja irá aceitá-lo (ou aceitá-los)?  Essa preocupação não foi muito grande, pois temos um time formado há muito tempo, e que já ganhou a confiança da igreja. O sucesso de uma transição está na escolha de quem vai substituir o líder.  Há algumas igrejas que buscam pastores bem-sucedidos fora da comunidade.  Uma pessoa que está fora pode ser bem-sucedida onde ela está, mas vive em outra realidade e não tem a vivência histórica da igreja.  Com isso, demandará muito tempo para que haja confiança mútua, e poderá ganhar uma paralisação por algum tempo, ou até mesmo, pode ser um desastre total.  Se for um desastre total, o processo de transição terá que ser repetido e, com isso, certamente as crises serão muito maiores e mais duradouras. Diante do exposto, vejo Deus nos dirigindo nesse processo de transição que, para muitas igrejas têm sido extremamente crítico, mas para nós, não!  O nosso processo será de sucesso, primeiro pela ação divina nos dirigindo; e, em segundo, pelo pastoreiro colegiado que sempre foi aceito pela igreja.  O pastoreio colegiado, além de atender todas as faixas etárias da igreja, prepara o pastor (ou pastores) para assumir a liderança da igreja quando se fizer necessário.  Crio que podemos dizer como disse Samuel, na vitória sobre os filisteus: "Até aqui nos ajudou o Senhor" (1 Samuel 7.12). Pr. Mendes #prmendes #pastorais

Transição - Parte 1

Alguém já disse que "toda mudança gera crise". Crise? Sim, crise! É bom entender que as crises podem ser pequenas ou grandes. Então,...

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por Tim Sattler |   Uma vez que existem diferentes definições de pregação expositiva consecutiva e vários equívocos, Tim Sattler* (Diretor Internacional de Treinamento da Missão Leadership Resources International) conversou recentemente com Kevin Halloran para esclarecer por que a exposição consecutiva é o método de pregação mais recomendado. Tim Sattler:  É simplesmente uma abordagem de pregação que lembra que cada livro da Bíblia tem uma mensagem central pretendida pelo autor. Para entender o que é a mensagem, você precisa entender o todo, não apenas partes. Não é uma definição que diz: "Você tem que pregar tantos versículos por semana, esses poucos ou muitos" – trata-se de realmente considerar o desdobramento de todo o livro e comunicar a mensagem do autor, não a nossa. Para fazer isso, temos que ver o livro na íntegra. Dito isso, você pode se encontrar pregando textos menores ou textos mais longos, dependendo do seu dom como pregador na comunicação. A exposição consecutiva é principalmente garantir que você esteja pregando um livro inteiro, porque foi assim que o livro foi comunicado por Deus. Ele não nos deu apenas versos ou segmentos, Ele nos deu uma mensagem através de um autor para uma audiência. E nós temos que saber o que é essa mensagem inteira. Kevin:  Assim como assistir a um clipe de um filme não conta toda a história, às vezes, apenas vendo clipes, você nem entende o conteúdo dos clipes ou do filme. Você precisa de todo o livro para toda a imagem. Agora vamos percorrer oito razões para a pregação expositiva consecutiva. 1. Exposição consecutiva demonstra confiança na autoridade da Bíblia. Tim : A Bíblia está acima de nós, não nós acima dela. Se não estamos contando a história ou mensagem da maneira como Deus a deu, estamos realmente nos colocando acima da Bíblia - escolhendo e escolhendo. Exposição comunica sua visão de Inspiração. Se acreditarmos em uma inspiração verbal e plenária das Escrituras; e se acreditarmos que os pensamentos, as palavras, o coração do autor e a comunicação são de Deus; então temos que dizer o que Deus diz, não o que queremos dizer sobre o texto. A maneira como um pregador lida com o Texto revela qual é sua visão de Inspiração. A Bíblia não é uma enciclopédia de história. Eu acho que muitas vezes pregadores ou pessoas na congregação vêem dessa maneira - apenas como uma enciclopédia de muitas coisas, como doutrinas importantes. Muito poucas pessoas sentam e leem uma enciclopédia do começo ao fim. Normalmente, vamos a uma enciclopédia para obter algumas informações que adicionamos às informações que estamos transmitindo. É assim que muitas pessoas olham para a Bíblia. Desde Moisés, Deus queria que Seu porta-voz comunicasse o que Ele disse. Ele deixou muito claro que você tem que dizer o que Deus diz. É a mesma coisa com Samuel: Quando Deus trauxe a Sua Palavra de volta no tempo dos juízes em 1 Samuel 3, para o perverso sacerdote Eli, Samuel disse tudo. E diz: “Deus não deixou falhar nenhuma de suas palavras” (1 Sm 3.19). Isso significa que houve prazer em Deus que Seu servo tenha dito o que Ele disse. Para fazer isso, precisamos pregar através dos livros e chegar à mensagem que Deus está comunicando. Isso não significa que você tenha que pregar cada palavra e comentar cada palavra. Você tem que pregar quais são os principais pensamentos do autor. Porque todas essas palavras se somam a isso. Se nós pregarmos muito pequenas seções, acabaremos exportando nossas próprias ideias teológicas para o texto, ao invés de ver como a passagem completa se comunica. Na pregação, a arte é chegar no que é a intenção do autor. 2. A exposição consecutiva através de livros da Bíblia é a forma que mais precisamente comunica a mensagem de Deus para nós. Tim : Deus comunicou a Sua Palavra da maneira que Ele quer que seja ouvida. A melhor maneira de comunicar o que Deus nos deu é pregar os livros que Deus nos deu e não apenas escolher passagens aqui e ali de outros livros. Eu acho que muitas pessoas têm a visão de que a Bíblia é apenas uma coleção de versos, e eles não sabem como eles se conectam. Eles podem conhecer algumas histórias, mas não conhecem a história completa da Bíblia. Precisamos fazer o melhor possível para comunicar o que Deus disse da maneira que Ele disse. A Bíblia é uma maravilhosa literatura do começo ao fim, mas é tudo uma só história. Quando comunicamos corretamente, capturamos os corações das pessoas. Kevin : A maneira como penso em exposição consecutiva em comparação com escolher seus versos ou passagens favoritas é como um quebra-cabeça. Você não quer se concentrar em apenas uma peça, você quer se concentrar no quadro geral. Você perde muito sem a grande figura. Ele nos deu um livro inteiro, e precisamos entender que estruturas artificiais (como números de capítulos e versículos) são úteis para navegar no livro, mas elas não são inspiradas. Tim: Você mantém isso no contexto. Você mantém isso no enredo. Mantém o pregador longe de suas próprias ideias, e sob controle. Isso o mantém comunicando o que Deus disse. 3. A exposição consecutiva ajuda a congregação a ler melhor a Bíblia. Tim : Isso precisa ser um objetivo na pregação, toda semana. Ao explicar o texto, um dos seus objetivos é mostrar a simplicidade de ler a Bíblia para aqueles que estão no banco. Se for bem feito, torna-se um modelo de como se deve abordar e ler a Bíblia. Não é como se você quisesse que as pessoas fossem embora dizendo: “Uau, ele é tão bom, acho que voltarei na próxima semana.” Você quer que as pessoas saiam dizendo: “Uau, ele está me ajudando a ler a Bíblia”. Pode ajudar os outros a entender o que a Bíblia está dizendo. 4. A exposição consecutiva força os pregadores a abordar tópicos difíceis que eles podem não escolher por conta própria. Tim : Alguns pregadores não querem pregar sobre pecado, idolatria, imoralidade ou dinheiro; e isso força os pregadores a lidar com o assunto à medida que ele aparece. Além disso, quando há questões pastorais delicadas acontecendo em sua igreja, alguém pode sentar e pensar: “Oh, ele está pregando isso porque estou passando por isso”. Eles não podem dizer isso se for a próxima coisa no texto. Eles não podem dizer: "Tudo o que ele quer é dinheiro porque ele está sempre falando sobre dinheiro". Kevin : Isso dá liberdade ao pastor, a medida que ele não precisa se preocupar com possíveis acusações ou confusão sobre por que certas coisas estão surgindo. Tim : Ajuda um pastor a aprender como pastorear as pessoas porque você está pregando através do livro, com a intenção do autor. Isso vai lhe dar a intenção de pastoreio para o povo de Deus. Você não precisa criar um “princípio de cinco etapas” por conta própria quando o texto der a você. 5. A exposição consecutiva torna mais fácil programar séries de pregação e tirar o máximo proveito do tempo de preparação. Tim : Se você está pregando sermões únicos toda semana e comunicando claramente o contexto literário ao seu pessoal, esses são os sermões mais difíceis de fazer. Você realmente precisa saber como eles se encaixam em toda a mensagem do livro. Kevin : E pensar em termos de todo o livro é extremamente benéfico ao planejar o cronograma de pregação da sua igreja. Você pode saber por meses e meses que passagem você vai pregar em que semana. Isso permite um tempo de preparação mais estratégico. Por exemplo, se você conhece todos os seus tópicos de pregação pelas próximas oito semanas, isso lhe dá oito semanas para estudar as passagens mais difíceis e pensar em ilustrações ou aplicações úteis. Talvez quatro semanas depois do início da sua série, um grande evento ou assunto pastoral aparece na congregação, você pode apertar o botão de pausa e voltar à sua série depois de algumas semanas. Tim : Se um 11 de setembro acontece, e todo mundo está pensando sobre isso no domingo, e você continua passando por Provérbios porque é onde você estava, você provavelmente não vai estar pastoreando bem o seu povo. Esses sermões são mais difíceis, porque você precisa se certificar de que está realizando seu trabalho contextual e sabe para onde está levando o que você está trazendo. Eu me lembro de pregar através de Mateus uma vez, e parei quando chegamos à questão do inferno. Eu tinha um homem na minha congregação que não acreditava em um inferno eterno; ele acreditava em uma aniquilação. Levamos uma semana para explorar o que a Bíblia diz sobre o inferno. Eu ajustei minha agenda porque sabia que havia um cara que precisava ouvir isso. Isso pode acontecer dependendo do calendário da igreja, mas geralmente é a exceção. 6. A exposição consecutiva ajuda as pessoas a ver a história geral das Escrituras. Tim : Muita pregação está desconectada da história geral da Bíblia. Parece haver um ressurgimento para tentar voltar a isso. É importante conectar as pessoas à história bíblica. Ela conecta as pessoas ao que Deus está fazendo no mundo hoje. Kevin : Isso é crucial para o desenvolvimento de uma cosmovisão bíblica em nosso povo, vendo cada livro nas Escrituras em termos de toda a história, porque é a história da humanidade, a história da qual fazemos parte hoje. Tim : Somos egocêntricos e tentamos trazer a Bíblia para a nossa história, em vez de ver como nos encaixamos na história da Bíblia. Eu acho que enquanto estamos pregando a história da Bíblia, ainda lidamos com os mesmos problemas. Ainda somos pessoas caídas em dificuldades e Deus está trabalhando através de nossas vidas. Isso nos dá confiança quando vemos o que Deus está fazendo através das Escrituras e por que Ele está fazendo isso. 7. A exposição consecutiva prega o conselho completo de Deus, permitindo que os pregadores tenham uma consciência limpa diante de Deus. Kevin : Quando Paulo fez seu discurso de despedida aos líderes de Éfeso em Atos 20, ele disse: “Testifico a vocês neste dia que sou inocente do sangue de todos, pois não me esquivei de lhes declarar todo o conselho de Deus”. Paulo pregou a verdade, toda a verdade e nada além da verdade, e trouxe liberdade para ele e uma consciência limpa. Ele não precisava se preocupar. Tim : Voltando ao primeiro ponto sobre inspiração, nossa convicção precisa proclamar o que Deus disse e tudo o que Deus disse. Essa é uma boa maneira de fazer isso sem qualquer agenda personalizada, sem qualquer estrutura que nos dirija, é uma boa maneira de se posicionar diante de Deus e dizer: "Fui fiel ao que o Senhor me encarregou de fazer". Kevin : E sabendo que Tiago 3.1 diz que os mestres enfrentarão maior julgamento, é crucial que possamos ter confiança na Palavra de Deus e pregar com uma consciência limpa. Nós não estamos pregando nossas palavras, mas as de Deus. 8. Exposição consecutiva remove possíveis distrações. Tim : Nós falamos sobre isso no item 4 acima. Alguém diz a você em uma manhã de domingo: “Eu sinto que você esteve na minha sala ontem à noite”. “Eu estava em aconselhamento com você na quinta-feira, e me tornei a ilustração de seu sermão no domingo.” A pregação consecutiva remove obstáculos de pessoas dizendo "Ele está falando sobre mim para eles" ao invés de "Ah, ele está falando diretamente comigo porque esta passagem estava aqui para mim hoje." Tim Sattler Diretor Internacional de Treinamento da Missão Leadership Resources International. Tem treinado professores do Pregue a Palavra no Brasil há 11 anos.   Fonte: www.leadershipresources.org Traduzido com permissão. Título original: Eight Reasons Why Consecutive Expository Preaching is Needed Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva

Oito razões pelas quais a Pregação Expositiva Consecutiva é necessária

por Tim Sattler | Uma vez que existem diferentes definições de pregação expositiva consecutiva e vários equívocos, Tim Sattler* (Diretor...

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por Nelson Galvão | Ao ler o Novo Testamento (NT), você já deve ter se deparado com citações do Antigo Testamento (AT) feitas pelos autores do NT. Se você é um leitor atento das Escrituras, algumas citações parecem ser estranhas! Isso porque em alguns momentos os autores do NT parecem fazer citações fora do contexto do texto vetero-testamentário. Diante disso, precisamos enfrentar a pergunta: os autores do NT interpretaram o AT em sintonia com o sentido geral do AT? Outros questionamentos se derivam deste: Em que medida a citação do AT foi feita de forma livre, mas manteve-se fiel à ideia do texto original? Alguns usos que o NT faz do AT não alteram o texto hebraico a fim de comprovar um cumprimento específico? Existem inúmeras abordagens para tentar responder a estas perguntas. O estudioso G. K Beale [1]  apresenta um levantamento dessas posições e apresentaremos resumidamente a seguir. A primeira posição defende que os autores do NT foram influenciados significativamente pela interpretação judaica do AT. Esta posição é defendida principalmente por Earle E. Ellis, Richard Longnecker, Walter Dunnett [2] , segundo a qual, Jesus e os autores do NT se utilizaram de métodos não contextuais para a interpretação do AT, sendo influenciados pela exegese rabínica do Midrash, Qunran, Talmude ou os Targumim. De acordo com Longenecker: "Esta escola tenta apresentar o uso do Novo Testamento sobre o Antigo como um reflexo do progresso da revelação em Jesus Cristo ("os óculos cristológicos" de escritores do Novo Testamento) e especialmente como fazer uso de métodos de interpretação judaica do primeiro século e exegese (conceitos como midrash, pesher e regras de Hillel de interpretação)" [3] . A segunda posição afirma que os autores do NT tiraram sua intepretação do AT de um suposto “Livro-testemunho”. Esta posição é defendida por J. R. Harris [4] . De acordo com Harris, o livro-testemunho tinha textos-prova que eram utilizados com razões apologéticas. Assim, os autores do NT teriam lançado mão dessas porções textuais e, por isso, desconsideraram o contexto literário. Uma terceira posição é defendida por Petter Enns [5]  que a denomina de “perspectiva cristotélica”. De acordo com esse estudioso, os autores do NT tinham um pressuposto de que todas as passagens vetero-testamentárias apontam para Cristo; ou seja, os autores do NT interpretavam o AT fora de seu contexto, “à luz da vinda de Cristo” [6] . Assim teriam visto Cristo em passagens que não têm qualquer relacionamento com o Messias. A quarta posição é defendida por C. D.Stanley [7]  que afirma que os autores do NT não estavam preocupados com o significado contextual de textos do AT. A preocupação principal dos autores do NT era retórica; ou seja, seu interesse era usar o texto como autoridade para persuadir os seus ouvintes. A quinta posição é a abordagem pós-moderna. Segundo esta posição é impossível a leitores resgatar o significado do texto antigo. Isso porque os pressupostos do leitor o impediriam de efetuar tal empreendimento, restando a este apenas o trabalho de dar significância ao texto. O ponta pé inicial a essa posição foi dado por Gadamer que afirmou: “Compreender não significa primeiramente deduzir o caminho de alguém no passado, mas ter um envolvimento presente no que é dito” [8] . Estudos recentes Em estudo recente, Abdala [9]  sugere ainda outras abordagens conforme as veremos a seguir. A primeira posição seria a proposta pelo próprio Beale (além de Bruce Waltke, Douglas Moo e Jared Compton), o que é conhecida como abordagem canônica. De acordo com essa abordagem, o significado de qualquer texto depende de sua relação com o todo da revelação. Os autores do NT teriam graus variados de consciência dos contextos literários e históricos do AT. Entretanto, “seria equivocado concluir que uma referência veterotestamentária foi interpretada fora de contexto [...] coloco-me ao lado dos que afirmam que o NT usa o AT em conformidade com o seu sentido contextual original”. [10] Uma outra posição levantada por Abdala seria a da abordagem da única intenção autoral, conforme defendida por Walter Kaiser e Douglas Stuart. De acordo com esta posição, existe total identidade entre o sentido tencionado pelo Autor divino e o sentido tencionado pelo autor humano. O autor do AT estaria plenamente consciente do que Deus queria dizer com as palavras que usou e estaria plenamente consciente das implicações que tais palavras poderiam ter para os autores do NT. A abordagem da aplicação inspirada do Sensus Plenior  é defendida Robert. L. Thomas e John Walton. Ela se tornou popular na segunda metade do século XX nos círculos católicos e, em seguida, entre os protestantes. Segundo esta posição, existem duas formas distintas, porém aceitáveis, de ler o AT. A primeira delas é a interpretação histórico-gramatical, que possui regras objetivas e fixas na leitura bíblica. A segunda é a interpretação subjetiva feita pelos autores do NT, cuja autoridade residia na própria inspiração divina. “Se você tem inspiração, você não precisa da intepretação histórico-gramatical” [11] . Uma ultima abordagem a ser considerada é a Referentiae Plenior , segundo é defendida por Elliott Johnson, J. I. Packer, Roy B. Zuck, Norman Geisler e Carlos Oswaldo Pinto (no caso do Brasil). Esta abordagem defende um sentido único para o texto bíblico, mas contendo significâncias, ou referentes múltiplos. De acordo com Zuck: "Nesta visão o sentido de uma passagem é textualmente determinado com um único significado, que inclui vários subsignificados ou implicações relacionados ao significado expresso pelo autor humano. O sentido expressado pelo autor no texto contém apenas um significado que inclui qualquer subsignificado não declarado, mas relacionado , um significado que é traço necessário daquele tipo de significado como um todo" [12] . Atos 2.17-21 Vejamos como exemplo da abordagem Referentiae Plenior  a citação feita pelo apóstolo Pedro à profecia de Joel 2.28-31, conforme registrado por Lucas em Atos 2.17-21. Será que Lucas, na qualidade de autor do livro de Atos, e Pedro, pregador do sermão registrado em At 2.16-21, estavam em sintonia com o sentido geral do AT, ao citar Joel 2.28-32? Para responder a esta pergunta, em primeiro lugar, averiguaremos o sentido e significância de Joel 2.28-32, levando-se em consideração questões como: autoria, data, análise exegética, contexto histórico/literário, questões sintáticas, léxicas e literárias. Além disso, será levada em consideração questões de crítica textual através de comparação do texto Massorético, com a Septuaginta e o texto do NT. O passo seguinte será efetuar o mesmo processo com a passagem de At 2.16-21. Em seguida, efetuaremos a verificação da exegese judaica do texto de Joel 2.28-31 (Talmude, Quran, etc), a comparando com o uso de Lucas em Atos 2. No final da análise espera-se ter condições de apontar para o sentido da citação de Joel 2 em At 2.16-21, como o autor do NT usa o AT, e se ele quer demonstrar um cumprimento ou uma expansão do referente original. Contexto literário da passagem Em termos de estrutura hermenêutica de Atos, pode-se notar que At 2.16-21 está inserida na primeira metade do livro, aquela primeira sessão que seria os doze primeiros capítulos, onde é focado o crescimento do evangelho dentro das fronteiras do mundo judaico. Esta primeira sessão do livro de Atos tem três divisões que começam com o que Pinto chama de “O livro das doze testemunhas” (At 1.1-6.7). Esse “livro” é iniciado com o prólogo (At 1.1-5), em que Lucas menciona a sua primeira obra que trata do ministério de Jesus até a ascensão. Em seguida, Lucas passa a relatar a partida do Senhor (At 1.6-11) em que este estabelece os apóstolos como testemunhas do Reino sob a influência e o poder do Espírito prometido, enquanto esperam o retorno do Messias. Na sessão seguinte (1.12-26) observa-se a preparação dos discípulos para o cumprimento da promessa do Messias. Essa preparação consiste na reunião em oração e na complementação do número oficial das testemunhas da ressurreição. Em seguida, acontece o Pentecostes, o Espírito manifesta Sua chegada visível e audivelmente às Doze Testemunhas (2.1-4). A ocasião dessa manifestação é a Festa das Semanas (Pentecostes). Por ocasião da chegada do Espírito, o testemunho a respeito de Jesus, o Messias, é apresentado aos peregrinos em seus dialetos nativos, causando ao mesmo tempo surpresa e zombaria (2.5-13). É nesse contexto que Pedro então profere o que seria a primeira mensagem cristã (At 2.14-41). Pinto observa basicamente duas sessões no sermão de Pedro. A primeira seria a seção da polêmica, em que Pedro argumenta que os fenômenos observados pelo povo não são resultado de pecado humano, mas da soberania divina em manifestar Seu Reino de acordo com as Escrituras (2.14-21). A segunda sessão seria a da proclamação em que Pedro afirma que os fenômenos observados pelo povo são prova de que Jesus de Nazaré, rejeitado e crucificado pela nação, era de fato o Messias, que ressurgira dos mortos e concedera o Espírito prometido pelos profetas (2.22-36). À proclamação de Pedro segue-se a reação dos ouvintes; ou seja, três mil pessoas são acrescentadas à comunidade do Reino (2.41). Análise exegética de At 2.17-21 Considerações: Nesta passagem, a citação de At 2 corresponde literalmente à tradução da LXX. Porém, Atos demonstra seis diferenças com a LXX: 1. No v. 28 a LXX usa μετὰ ταῦτα καὶ  enquanto que Atos usa ἐν ταῖς ἐσχάταις ἡμέραις ( λέγει ὁ Θεὸς) 2. No v. 28 a LXX usa καὶ οἱ πρεσβύτεροι ὑμῶν ἐνύπνια ἐνυπνιασθήσονται καὶ οἱ νεανίσκοι ὑμῶν ὁράσεις ὄψονται  enquanto que Atos usa καὶ οἱ νεανίσκοι ὑμῶν ὁράσεις ὄψονται, καὶ οἱ πρεσβύτεροι ὑμῶν ἐνύπνια ἐνυπνιασθήσονται . 3. No v. 18 Atos trás o καί γε , ao invés do meramente καί  de Joel 4. No v. 18 Atos acrescenta καὶ προφητεύσουσι 5. No v. 19 Atos acrescenta ἄνω, κάτω  e σημεῖα 6. No v. 20 Atos acrescenta as partículas ἢ  e τὴν 7. No v. 21 Atos omite a expressão ὅτι ἐν τῷ ὄρει σιων καὶ ἐν ιερουσαλημ ἔσται ἀνασῳζόμενος καθότι εἶπεν κύριος καὶ εὐαγγελιζόμενοι οὓς κύριος προσκέκληται. Pode-se notar que a redação de Lucas assemelha-se muito com a LXX. Entretanto, existem algumas poucas alterações que merecem atenção. A primeira delas é a substituição da expressão “ depois dessas coisas” (μετὰ ταῦτα) por “nos últimos dias” (ἐν ταῖς ἐσχάταις ἡμέραις). De acordo Beale e Carson é “provável que a intenção da mudança seja enfatizar que os acontecimentos do Pentecostes de fato pertencem à atividade de Deus nos últimos dias: uma era nova chegou”. [13] Quanto à inserção por Lucas da expressão “diz Deus” ( λέγει ὁ Θεὸς), parece ter a intenção de enfatizar o elemento profético da passagem. Uma outra alteração importante seria a inversão das expressões do fim do v. 18. A LXX trás καὶ οἱ πρεσβύτεροι ὑμῶν ἐνύπνια ἐνυπνιασθήσονται καὶ οἱ νεανίσκοι ὑμῶν ὁράσεις ὄψονται,  enquanto que Atos usa καὶ οἱ νεανίσκοι ὑμῶν ὁράσεις ὄψονται, καὶ οἱ πρεσβύτεροι ὑμῶν ἐνύπνια ἐνυπνιασθήσονται . Aqui Lucas trás os pronomes “meus/minhas” acompanhando “servos/servas”. A ideia é ressaltar o papel desses sujeitos não meramente como agentes sociais, mas como agentes do Reino. “O efeito é que os termos referentes a escravos literais em Joel são agora entendidos como a condição geral dos servos de Deus” [14] . No v. 19 de Atos, Lucas também acrescenta as preposições “para cima” ( ἄνω ) e “para baixo” ( κάτω ), além do substantivo “sinais” ( σημεῖα ). De acordo com Beale e Carson [15]  essa alteração exemplifica a prática de Lucas e outros autores do NT de fazer pequenas alterações, com o propósito de ressaltar o significado do original, ou por motivos estilísticos, ou pela necessidade do novo contexto. Assim, a citação da profecia visa explicar o acontecimento à luz do cumprimento dela. Uma ultima alteração a ser observada é a omissão que Lucas faz de Joel 2.32b: ὅτι ἐν τῷ ὄρει σιων καὶ ἐν ιερουσαλημ ἔσται ἀνασῳζόμενος καθότι εἶπεν κύριος καὶ εὐαγγελιζόμενοι οὓς κύριος προσκέκληται. Pedro tinha o propósito de comunicar a oferta de salvação a todo aquele que invocar o nome do Senhor, seja judeu ou gentio. Entretanto, parece que Joel tinha em mente apenas os judeus, excluindo os gentios. “Dessa forma, Lucas omite Joel 2.32b, que concentra a salvação em Jerusalém, embora cite as últimas poucas palavras em 2.39”. [16] Diante da semelhança do texto de Atos com a LXX, bem como das escolhas conscientes de Lucas na citação do texto, parece razoável dizer que Lucas recebeu o relato de Pedro a cerca do seu discurso na ocasião do Pentecostes e tinha a LXX em mãos ao registrar o sermão. De acordo com Osborne, a LXX era a Bíblia do séc. I: "Um grande número das citações do AT no NT tem origem na Septuaginta. Por exemplo, das oitenta citações encontradas em Mateus, trinta são da LXX. Todavia, a maioria ocorre em discurso direto de Jesus e de João Batista, dando a entender que Jesus usou a Septuaginta. O mesmo foco ocorre nas declarações feita em Atos" [17] . Exegese judaica do texto de Joel 2.28-32 Quando os judeus palestinos pensavam em tempo, estes consideravam a era presente e a era vindoura. Os intérpretes judeus entendiam a era vindoura, como o tempo do Messias. No Talmude Babilônio [18] , o rabino Simlai citando Amós diz que o Dia do Senhor é de escuridão e não de luz. Em seguida afirma que este será o dia do Messias. Na literatura pseudepígrafa encontra-se que a era vindoura será inaugura pelo dia do julgamento do Senhor: “os pecadores perecerão para sempre no dia do julgamento do Senhor, quando Deus inquirir a terra com o Seu julgamento. Mas os que temem o Senhor alcançarão misericórdia nele. E viverá pela compaixão do seu Deus” [19] . Na obra judaica, o rabino Bemidbar Rabba relaciona a era vindoura com o Messias e interessantemente diz: “O Deus santo e bendito diz que neste mundo profetizariam indivíduos isolados (isto é, não a comunidade inteira), mas, no mundo vindouro, todo o povo de Israel será de profetas, conforme é dito em Joel” [20] . Dessa forma, Pedro acompanha a interpretação rabínica de Joel 2.28-31, sendo que o faz aplicando a Cristo. Significado e significância da citação. Na sessão de At 1.12-26, Lucas relata a preparação dos discípulos para o cumprimento da promessa do Messias. Essa preparação consiste na reunião em oração e na complementação do número oficial das testemunhas da ressurreição. Em seguida, acontece o Pentecostes, o Espírito manifesta Sua chegada visível e audivelmente às Doze Testemunhas (2.1-4). A ocasião dessa manifestação é a Festa das Semanas (Pentecostes). Por ocasião da chegada do Espírito, o testemunho a respeito de Jesus, o Messias, é apresentado aos peregrinos em seus dialetos nativos, causando ao mesmo tempo surpresa e zombaria (2.5-13). No início de seu sermão Pedro cita Joel 2.28-31. Porque Pedro faz essa citação? O que ele tinha em mente? Ele estava apontando para um cumprimento, estava fazendo uma analogia, ou demonstrando uma expansão do referente original? Esse questionamento é feito da seguinte forma por Carlos Oswaldo, em relação a Joel 2. 28-32: “Esta passagem foi totalmente cumprida em At 2 ou foi apenas ilustrada pelos eventos de Pentecostes?” [21] Conforme indica G. K. Beale, os autores do NT utilizaram-se de diferentes formas o AT. Com isso, “se desde o início os estudantes estiverem cientes, de modo geral, das principais formas que os autores do NT interpretam o AT, terão melhores condições de delimitar o uso pretendido numa passagem específica em análise” [22] . Sendo assim, o autor oferece categorias de usos do AT pelos autores do NT que nos orientarão na análise de At 2.17-21. Essas categorias são: (1) Para indicar o cumprimento direto de uma profecia do Antigo Testamento; (2) Para mostrar o cumprimento indireto de uma profecia tipológica do AT; (3) Para indicar a afirmação de que uma profecia veterotestamentária ainda não cumprida se cumprirá infalivelmente no futuro; (4) Para indicar uso analógico ou ilustrativo do AT; (5) Para indicar o uso simbólico do AT; (6) Para indiciar a autoridade permanente que transita do AT para o NT; (7) Para indicar um uso proverbial do AT; (8) Para indicar uso retórico do AT; (9) Para indicar o uso de um segmento do AT como projeto ou protótipo de um segmento do NT; (10) Para indicar um uso textual alternativo do AT; (11) Para indicar uso assimilado do AT; (12) Para indicar um uso irônico ou contrário do AT. Para Marshall [23] , a vinda do Espírito Santo devia ser encarada como cumprimento da profecia de Joel . Dessa forma, a categoria “1” (para indicar o cumprimento direto de uma profecia do AT) se enquadraria nessa passagem. Entretanto, Carlos Oswaldo sugere que a categoria “4” (para indicar o uso analógico ou ilustrativo) se refere melhor ao uso que Pedro faz de Joel. O autor argumenta que a “ausência total de eventos cataclísmicos em Pentecostes, apontam para um uso ilustrativo (alguns preferem a palavra “típico”) da profecia de Joel pelo apóstolo Pedro; Joel 2.28-32 encontra seu cumprimento total na segunda vinda do Senhor” [24] . Minha preferência é pela posição de Carlos Oswaldo. Existe duas partes claras na citação de Joel 2.28-32. A primeira parte (At 2.17,18) refere-se ao derramar do Espírito Santo. Isso aconteceria da seguinte forma: (1) Nos últimos dias; (2) A todos os povos; (3) Haveriam evidências claras (profecias, sonhos, visões) sobre grupos específicos de pessoas. Pedro então identifica o advento da vinda do Espírito Santo no Pentecostes com a Profecia de Joel. Esse fenômeno inauguraria o início dos “últimos dias”. A segunda parte da citação de Joel (At 2.19,20) trata de sinais no céu, na terra, sangue, fogo, nuvens e fumaça, além de fenômenos cósmicos antes da vinda do Senhor. Esses fatos claramente não foram constatados no Pentecostes. Por isso, parece ter um outro referente. Kistemaker parece entender que estes sinais foram plenamente cumpridos na morte de Cristo. Segundo o autor, Lucas “deixa de declarar que essa profecia foi cumprida na morte de Jesus na cruz quando as trevas tomaram conta da terra durante três horas (Mt 27.45). Nessa hora o sol não ficou mais visível e os sinais da natureza constituíam um testemunho eloqüente da morte de Cristo” [25] . Entretanto, parece que esta parte da citação de Pedro refere-se aos tempos do fim, em que o Senhor virá em Glória naquele dia (2Pe 3.1-13). Assim, Pedro conclama os seus ouvintes a perceber o que Deus tem feito na história mais recente através de Cristo (At 2.22), inaugurando os tempos do fim, e ao arrependimento para a Salvação (At 2. 21, 38-40). Ladd observa esta questão da seguinte forma: "Pedro reinterpreta Joel, afirmando que a outorga do Espírito também pertence aos últimos dias. Assim fazendo, ele também reinterpreta o próprio significado dos últimos dias; ele separa os últimos dias do Dia do Senhor e os coloca no âmbito da História. Os últimos dias chegaram. Os últimos dias são os dias do Espirito, que agora foi outorgado. No sentido real da palavra, a era messiânica chegou, a salvação escatológica está presente. Contudo, o Dia do Senhor permanece como um evento futuro, no final do tempo, que ainda não chegou" [26] . Assim, os acontecimentos do Pentecostes, segundo Pedro, teriam um duplo referencial: indicariam a inauguração do Reino, mas também apontariam ilustrativamente para a segunda vinda do Senhor. Nas palavras de Williams, “ao citar toda a passagem de Joel, Pedro na verdade poderia estar movendo-se do Pentecostes para a Parousia, sugerindo que assim como o Espírito era um sinal do novo tempo, assim ele também era um penhor de sua consumação” [27] .  *Nelson Galvão Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.  #p rincipioshermeneuticos Referências [1]  G. K Beale. Manual do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. p. 21 [2]  Darrell L. Bock. Evangelicals and the Use of the Old Testament in the New. p. 216 [3]  Ibid, p. 216 [4]  G. K Beale. Manual do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. p. 27 [5]  Ibid, p. 29 [6]  Enns, in Grant R. Osborne. A espiral Hermenêutica, uma abordagem à interpretação bíblica. p. 423 [7]  G. K Beale. Manual do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. p. 30 [8]  Gadamer, in Grant R. Osborne. A espiral Hermenêutica, uma abordagem à interpretação bíblica. p. 603 [9]  Tiago Abdalla Teixeira Neto.  A problemática hermenêutica: uma proposta de abordagem interpretativa para a compreensão do uso do AT pelo NT. Obra não publicada. [10]  G. K Beale. Manual do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. p. 34 [11]  John Walton. In Tiago Abdalla Teixeira Neto.  A problemática hermenêutica: uma proposta de abordagem interpretativa para a compreensão do uso do AT pelo NT. [12]  Op. cit. in Tiago Abdalla Teixeira Neto.  A problemática hermenêutica: uma proposta de abordagem interpretativa para a compreensão do uso do AT pelo NT. [13]  G. K. Beale & D. A. Carson. Comentário do Uso do AT no NT. P. 669. [14]  Holtz, in G. K. Beale & D. A. Carson. Comentário do Uso do AT no NT. P. 669. [15]  G. K. Beale & D. A. Carson. Comentário do Uso do AT no NT. P. 669. [16]  Ibid, p. 671. [17]  Grant R. Osborne. A espiral Hermenêutica, uma abordagem à interpretação bíblica. p. 423 [18]  Talmude Babilônico. p. 311 [19]  Salmos de Salomão. p. 29 – Pseudepigrapha: An account of certain apocryphal sacred writings of the Jews and early Christians [20]  Secção 15, fol. 219, in R. N. Champlin. O Novo Testamento Intepretado versículo por versículo. v. 3. p. 54 [21]  Carlos Oswaldo Pinto, Foco do Antigo Testamento. p. 708. [22]  G. K Beale. Manual do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. p. 34 [23]  Howard Marshall. Atos. p. 73 [24]  Carlos Oswaldo Pinto, Foco do Antigo Testamento. p. 709. [25]  Simon J. Kistemaker, Atos. Vol 1, p. 127 [26]  George Eldon Ladd. Teologia do Novo Testamento. p. 325. [27]  David J. Williams. Novo Comentário Contemporâneo. Atos. p. 72. Bibliografia BEALE, G. K. Manual do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. Ed. Vida Nova. São Paulo: 2013. BOCK, Darrell L. Evangelicals and the Use of the Old Testament in the New. CALVINO, João. Comentário de Joel. p. 13 HUBBARD, David Allan. Joel e Amos : introdução e comentário. São Paulo : Vida Nova. KISTEMAKER, Simon J. Comentário do Novo Testamento – Exposição de Atos dos Apóstolos . Vol 1. Ed. Cultura Cristã. São Paulo:2003. LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Ed. Juerp. Rio de Janeiro: 1993. MARSHALL, I. Howard. Atos. P. 46 NETO, Tiago Abdalla Teixeira.  A problemática hermenêutica: uma proposta de abordagem interpretativa para a compreensão do uso do AT pelo NT (obra não publicada). NICOLE, Roger, “New Testament Use of the Old Testament,” Carl F.H. Henry, ed., Revelation and the Bible. Contemporary Evangelical Thought . Grand Rapids: Baker, 1958 / London: The Tyndale Press, 1959. pp.137-151. OSBORNDE, Grant R. A espiral Hermenêutica, uma abordagem à interpretação bíblica. Ed. Vida Nova. São Paulo: 2009. PINTO, Carlos Oswaldo. Foco do Antigo Testamento. Ed. Hagnos. São Paulo: 2006. ___________________. Foco do Novo Testamento. Ed. Hagnos. São Paulo: 2006. WILLIANS, David J. Novo comentário bíblico contemporâneo - Atos. São Paulo: Vida. Salmos de Salomão. p. 29 – Pseudepigrapha: An account of certain apocryphal sacred writings of the Jews and early Christians The Babylonian Talmud. Trad. Michael L. Rodkinson. Livro I, 1903. Tract Sabbath.

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Quando cheguei à minha igreja há nove anos, comecei a alternar entre o Antigo e o Novo Testamento e seus gêneros literários. Eu rapidamente escolhi pregar Jonas. Eu pensei: "Quem não gosta de Jonas? É uma história de baleia. Certo?” Ops! Talvez não. Mas, mesmo como um jovem pregador, minha congregação e eu rapidamente descobrimos que o grande peixe de Jonas é apenas um adereço submarino usado para transportar este profeta desertor ainda mais longe do que ele poderia imaginar de Deus, apenas para descobrir que mesmo nas profundezas do mar, Deus ainda estava lá, o perseguindo, o preparando e o enviando. Deus nunca perdeu de vista seu profeta e Deus nunca perdeu de vista Nínive. Jonas é um ótimo livro para jovens pregadores que querem pregar um profeta menor. Quase poderíamos intitular Jonas como: “Evangelismo e a Soberania de Deus”, exceto que J.I Packer já reivindicou esse título e eu não tenho o hábito de mudar os nomes dos livros da Bíblia. RESUMO O próprio Jesus parece afirmar claramente Jonas como uma figura histórica (Mt 12 e Lucas 11), um rude contemporâneo de Amós e Oséias, que parece representar um judeu típico. Da mesma forma, 2 Reis 14:25 defende a historicidade de Jonas, definindo sua profecia durante o reinado de Jeroboão II, rei de Israel, por volta de 793-753 aC. Deus o envia em uma missão para advertir os ninivitas, dizendo: “Em quarenta dias Nínive será destruída!” (Jonas 3: 4). À primeira vista, esta mensagem parece simples e transparente, ainda que sombria. Mas Jonas corre para Társis (1: 3), na direção oposta de Nínive. Sua desobediência era talvez tão teológica quanto geográfica. Observe que Jonas correu “para fugir da presença do SENHOR” (1: 3). David Stronach, da Universidade Berkley, da Califórnia, oferece um exemplo do porquê de Jonas ter fugido. Ele relatou: “Em um pilar de pedra, um soberano assírio gabou-se de 'nobres que esfolei'. Três mil prisioneiros queimei com fogo. Eu não deixei um refém vivo. Eu cortei as mãos e pés de alguns. Eu cortei os narizes, orelhas e dedos dos outros. Os olhos de numerosos soldados eu apaguei. Donzelas eu queimei como um holocausto.” Você não pode culpar um pregador por não querer visitar um lugar como esse - seja antes, ou agora. Em Jonas 2, Deus coloca Jonas na barriga de um peixe por três dias antes de cuspi-lo de volta à praia. Em Jonas 3, Jonas obedece ao comando de Deus e finalmente entrega a mensagem a Nínive. Surpreendentemente, os ninivitas se arrependem e Deus cede. Mas como Jonas responde? Você acha que esse profeta missionário se alegra. Não tão rápido. Jonas 4:1 nos diz o contrário: “Mas desagradou muito a Jonas, e ele ficou irado”. Por quê? Jonas 4: 2 descompacta isto adicionando um importante detalhe de flashback intencionalmente deixado ausente desde o começo: “É por isso que me apressei a fugir para Társis; pois eu sabia que o Senhor é um Deus compassivo e misericordioso, paciente e cheio de amor leal, e te arrependes do mal.” Jonas não fugiu porque temia que os ninivitas o matassem; ele temia que Deus os salvasse. Para Jonas, Nínive não representava perigo para seu corpo tanto quanto para sua vontade. QUATRO RAZÕES PARA PREGAR ATRAVÉS DESTE LIVRO 1. Jonas confronta todos nós com a vontade soberana de Deus. Deus diz para ir. Jonas diz que não. Muito antes de Kevin DeYoung escrever Just Do Something , as pessoas procuravam ansiosamente entender a vontade de Deus. Mas não é assim com Jonas. Deus revela sua vontade a Jonas e este foge dela, não depois dela. Embora a mensagem e a missão de Jonas fossem únicas, o fluxo e refluxo de suas lutas com a vontade claramente revelada de Deus é comum a toda a humanidade. Um dos contrastes marcantes neste livro é a dicotomia entre como Jonas responde à Palavra de Deus e o modo como os pagãos ninivitas respondem. Jonas corre, mas Nínive se arrepende. Além disso, todos podemos nos relacionar com esse sentimento quando a Palavra de Deus reverbera em nossas almas e começa a desalojar algum pecado, desejo ou prática. O que você faz com esse sentimento? Você pega seus sapatos e corre? Se sim, qual o caminho que você está correndo? 2. Jonas nos mostra que não há lugar para se retirar do olhar de Deus. No Salmo 139:7, Davi pergunta a Deus: “Para onde devo fugir da vossa presença?” Jonas responde à pergunta de Davi de maneira vívida e pontuada. Deus fala. Jonas corre. Enquanto ele corre, Deus corre ao lado dele sem suar a camisa e oferece um barco para ajudá-lo a pensar que ele escapou. Mas apenas para destacar que Deus não está impressionado com o quão duro e quão longe Jonas correu, Deus o desperta de sua sesta da vitória apenas para levá-lo às profundezas do mar, mais profundo do que o Sheol. Lá, Jonas descobre que sua viagem foi reservada por Deus; Deus o levou para as profundezas, então ele aprendeu não apenas que ele não pode escapar da presença de Deus, mas também que Deus poderia elevar o olhar de Jonas até o Deus cujo olhar nunca o deixou. Não perca isso. O pecado leva à tristeza e a santidade à felicidade. Às vezes, é preciso ser engolido por um peixe grande para nos resgatar da nossa desobediência. Eu não sei quanto à você, mas eu prefiro não me tornar isca de peixe e ser vomitado em terra para uma segunda chance de obediência. 3. Jonas mostra o coração de Deus por trás da vontade de Deus. Este livro revela tanto sobre o "coração" de Deus quanto sobre a "vontade de Deus" - e não há desunião aqui. A Palavra de Deus contra o pecado pulsa com o coração de Deus para salvar os pecadores. Considere como isso é diferente do próprio Jonas. Deus busca o bem de seus inimigos mesmo quando o coração de seu profeta humano prova o contrário. O livro de Jonas funciona um pouco como aviso, um daqueles filmes que retêm um detalhe crítico da cena de abertura até mais tarde na história que, na verdade, muda completamente o significado de tudo que o precedeu. Aqui, esse detalhe surge no final de Jonas 4, onde está sua compreensão da intenção de Deus por trás do aviso. Jonas funciona como o inverso de Isaías, o profeta que diz a Deus: “Aqui estou; envia-me a mim”, e Deus responde dizendo que ninguém irá responder. Aqui, Deus envia seu evangelista àqueles que parecem mais distantes de Deus. Ele prega. Eles se arrependem. Deus se arrepende. E Jonas é ... depressivo? Espera. O que? O flashback faz sentido na resposta de Jonas: Ah! SENHOR! Não foi isso que eu disse quando ainda estava na minha terra? Por isso é que fugi depressa para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, paciente e cheio de amor, e que te arrependes do mal. Jonas não correu devido ao seu medo de Nínive, mas seu ódio deles. Eles eram cruéis. Eles eram maus. Jonas os via menos que humanos, menos valiosos do que a planta que lhe dava sombra. Em resumo, Jonas era racista. Ele não viu os outros com o coração do Deus de Abraão, que prometeu abençoar todas as nações através dele em Gênesis 12. O julgamento de Deus não forçou Jonas a correr. A violência dos Ninivitas não forçou Jonas a correr. A misericórdia de Deus em relação aos inimigos odiados de Jonas forçou Jonas a correr. Jonas antecipou a misericórdia de Deus e odiou-a. O livro de Jonas nos pergunta se nossos corações batem com Deus de tal maneira que antecipamos com prazer que Deus salva pessoas bem diferentes de nós, até mesmo de nossos inimigos, para que ele possa glorificar a si mesmo com uma demonstração aberta de sua misericórdia. 4. Jonas aponta para Jesus. Dificilmente se pode perder as conexões com Cristo. Vou tentar limitar isso aos três mais claros. Primeiro, tanto Jonas quanto Jesus deram suas vidas para salvar os pecadores. O eterno Filho de Deus nunca vacilou em vir resgatar rebeldes e inimigos, e trazê-los para si mesmo ao custo de sua própria vida. No Antigo Testamento, a água representa o caos que separa o homem de Deus. Dificilmente se pode perder a prefiguração de Cristo nos marinheiros que enchem Jonas no mar para silenciar a tempestade que ameaçava afundar seu barco (Jonas 2). Jonas argumentou que sua morte substitutiva salvaria suas vidas, mesmo que temporariamente. É claro que a ironia das ironias é que Jonas fugiu da vontade de Deus de salvar aqueles pecadores ninivitas e, na verdade, levou à salvação de ainda mais gentios - os marinheiros que ele esperava que o ajudariam a escapar de Deus. Em segundo lugar, Jesus submeteu sua vontade a Deus em sua humanidade, enquanto Jonas impôs sua vontade sobre a de Deus. Para ser claro, Jesus se submeteu a Deus Pai em sua humanidade, não em sua divindade. Deus o Filho e Deus o Pai nunca discordam. O Deus trino tem uma vontade; é simples assim. Mas contrastar Jonas com Jesus nos ajuda a exaltar a Cristo. A morte de Jonas parece quase suicida, e nada nos leva a pensar que sua morte decorresse de uma rendição à vontade de Deus de pregar aos ninivitas. De fato, sua depressão em resposta ao arrependimento e à salvação dos ninivitas confirma que, embora o coração de Jonas em relação a Deus possa ter mudado em Jonas 2, ele não abraçou totalmente a vontade de Deus de seu coração. Claro que Jesus é maior que Jonas. O mar que Jonas enfrentou parece tão pequeno quando nós consideramos Jesus em pé na praia olhando para o mar, aparentemente infinito da ira de Deus; quando o consideramos no Jardim do Getsêmani na ocasião em que ele perguntou se aquela taça poderia ser removida de seus lábios e mesmo assim proclamou: "No entanto, não a minha vontade, mas que seja feita a tua vontade" (Lucas 22:42). O Novo Testamento identifica Jonas como um tipo de Cristo que ilustra Jesus sendo engolido pela morte antes de ser ressuscitado para a vida, demonstrando vitória sobre o caos que separa o homem de Deus. Aquele peixe era como um carro fúnebre anfíbio levando Jonas até a morte por três dias. É claro que a morte que Jesus enfrentou foi mais do que metafórica (Mateus 12). Este mundo é também um tipo de Nínive, e Deus o derrubará no último dia. Mas hoje é o dia da salvação para todos os que ouvirem a voz de Cristo, para todos os que se arrependem e acreditam nas boas novas de que há perdão e redenção com o Deus cujo coração bate com misericórdia e graça. Louvado seja Deus por Jesus, o maior Jonas! Poderíamos fazer isso o dia todo, mas há uma conexão final quando comparamos Jesus em Marcos 4, com Jonas 2. Terceiro, Jesus é o homem-Deus. Os marinheiros atiraram Jonas na água por medo da tempestade. Mas aqui está um detalhe surpreendente que você pode ter perdido. Quando a tempestade cessou, os marinheiros ficaram com muito medo: “Então os homens temeram muito o SENHOR, e ofereceram sacrifícios ao SENHOR e fizeram votos” (2:16). Na versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, o construto para esse “medo” é essencialmente “mega-medo ao quadrado”. Essa frase é usada quase exclusivamente em grego para descrever uma teofania - quando as pessoas se envolvem com Deus. Curiosamente, o Evangelho de Marcos provavelmente é originado pelos sermões de outro cara familiarizado com Jope e barcos, o apóstolo Pedro. Você mal consegue ler Marcos 4 sem sentir o impulso de voltar para Jonas 2. Acho que Marcos e Pedro querem que pensemos dessa maneira. E mais uma vez, as descontinuidades destacam como Jesus é maior que Jonas. Em Marcos 4, Jesus simplesmente desperta de seu sono para se juntar aos discípulos que temem uma grande tempestade. Jesus acorda e acalma a tempestade: “Cala-te! Aquieta-te!” (Marcos 4:39). Poucos tomaram nota da notável semelhança entre a resposta dos marinheiros de Jonas e os discípulos de Jesus em Marcos 4:41; os discípulos estavam “cheios de grande medo”. Esse é o mesmo constructo que encontramos em Jonas 2:16: “mega-assustado ao quadrado”. Eles sentiram um encontro com Deus. Por que isso importa? Os marinheiros de Jonas se maravilham com o poder de Javé quando a tempestade cessa; Os discípulos de Jesus se maravilharam com Jesus, fazendo a pergunta: “Então quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” A resposta? Este é o Deus-homem que acalmará um caos maior na cruz. Em outras palavras, o homem Jesus é o próprio Deus. Josh Vincent Josh Vincent é o pastor sênior da Trinity Bible Church em Phoenix, Arizona.  Fonte:  www.9marks.org . Traduzido com permissão.  Título original: 4 Reasons You Should Preach through Jonah Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva  Você pode ler o restante dos artigos desta série aqui: 1- 4 razões para pregar no livro de Juízes 2- Três razões para você pregar através de 1 e 2 Samuel 3- Três razões porque você deveria pregar por meio dos Salmos 4-  Quatro razões por que você deveria pregar por meio de Habacuque.

Quatro razões porque você deveria pregar por meio de Jonas

Quando cheguei à minha igreja há nove anos, comecei a alternar entre o Antigo e o Novo Testamento e seus gêneros literários. Eu...

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No mês de fevereiro tivemos o terceiro encontro do Pregue a Palavra em Cuba e contamos com a presença e apoio (da direita para a esquerda na foto abaixo) do pr. Andre (Brasil), pr. Nelson (Brasil), pr. Patricio (EUA), pr. Miguel (Cuba) e pr. Oscar (Equador). Nossa atuação nesse país tem enfrentado diversos desafios. No segundo semestre de 2016 não foi possível realizar o treinamento por conta do sistema de voos internos que estava paralisado. Em 2017 não conseguimos realizar o treinamento por conta do Furacão Irma. Esses e outros fatores incidiram sobre o ânimo da turma. Por isso, quando chegamos no local do treinamento havia apenas 10 pastores na turma, dos 30 que iniciaram o curso. Entretanto, entendemos que Deus está nos conduzindo à Ilha e devemos persistir firmemente. Um dos 10 pastores que participou do treinamento afirmou o tremendo impacto que a exposição bíblica tem feito em sua vida, família e ministério. Sendo assim, nossos parceiros em Havana (que estão mais avançados no curso) irão nos ajudar com o treinamento onde temos tido dificuldades de acesso regular. Além disso, pasme, fomos desafiados a abrir um novo grupo em Cuba, agora em outra cidade, Santiago (coração da Revolução), o que acontecerá em Setembro próximo. Ore para que Deus nos conduza à superação dos desafios e que os pastores da Ilha sejam despertados para o movimento de retorno à Palavra. Pr. Nelson Galvão Pregue a Palavra

Pregue a Palavra em Cuba. Fev/2019

No mês de fevereiro tivemos o terceiro encontro do Pregue a Palavra em Cuba e contamos com a presença e apoio (da direita para a esquerda...

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A primeira igreja surgiu em Jerusalém, depois Antioquia, Filipos, Colossos, Roma, Tessalônica, Éfeso, Galácia, etc.  Em cada igreja local, era estabelecida liderança (presbíteros e diáconos) para pastorear o rebanho de Deus.  Esse foi o plano de Deus.  Esse foi o plano de Deus para que o evangelho fosse expandido e a igreja glorificasse Aquele que a comprou, por um preço que nenhum outro poderia comprar Uma das igrejas que me encanta é a Tessalônica.  Paulo sempre a mencionava em suas orações e manifestava sua gratidão por ela.  Vejam como Paulo descreve as características dessa igreja em 1 Tessalonicenses 1.3: "Diante de nosso Deus e Pai, lembramo-nos constantemente da vossa fé atuante, do vosso amore prestativo e da vossa esperança bem firmada em nosso Senhor Jesus Cristo." É na igreja local que nos encontramos para juntos louvar a Deus.  Nela desenvolvemos a comunhão com nossos irmãos e recebemos as instruções da Palavra de Deus.  A Bíblia ilustra a igreja local de várias maneiras: como noiva, aguardando a chegada do novo para o casamento; como edifício crescendo sobre o alicerce que é Cristo (e nós, sendo as pedras); e como corpo, em que cada membro tem sua função. Queridos irmãos!  Nosso papel como igreja é mostrar Jesus Cristo para o mundo todo.  A igreja é o Corpo vivo de Cristo, onde se reúnem aqueles que foram regenerados pelo seu sangue. A igreja é parte integrante da vida dos salvos.  Nela temos que viver e desenvolver os muitos ministérios, para a edificação dos crentes, capacitando-os para serem testemunhas em todo o lugar. "Não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, mas pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima."  (Hebreus 10.25). Pr. Antonio Mendes

A Importância da Igreja Local

A primeira igreja surgiu em Jerusalém, depois Antioquia, Filipos, Colossos, Roma, Tessalônica, Éfeso, Galácia, etc. Em cada igreja...

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“Ele se converteu e agora não fala mais palavrão.” Às vezes, achamos que a única transformação que o evangelho faz na vida de uma pessoa é apenas a de não mais praticar o que é errado. Segundo Efésios 4.17 a 32, deixar de fazer aquilo que é errado é só metade do processo. No verso 22, Paulo diz para tirarmos a roupa (despir) do velho homem, ou seja, não agirmos mais como antes do evangelho. E como agíamos? Seguíamos os nossos desejos. Buscávamos nossa felicidade no pecado. Já no versículo 23, ele nos diz para renovarmos nossa mente, isso é mudarmos nossa forma de interpretar a vida. No evangelho, não pensamos em nos satisfazer, mais sim satisfazer a Deus. Nossa visão de felicidade própria muda! Para completar o processo, não podemos ficar nus! Devemos nos vestir com a roupa (revestir) do novo homem (versículo 24), ou seja, mudar nossas atitudes, segundo o padrão de Deus, fazendo sempre o que é certo e santo. Veja como Paulo mostra isso na prática. Verso 25: Não falar mais a mentira (despir), mas falar (não ficar calado) sempre a verdade (revestir), pois somos membros do mesmo Corpo (renovar a mente). Versos 26 a 27: Não pecar quando está com raiva (despir), mas acertar (não ignorar) problemas de relacionamento o quanto antes (revestir), para que o Diabo não se aproveite disso (renovar). Verso 28: Não roubar (despir), mas trabalhar para poder ser generoso (revestir), para fazer com as próprias mãos o que é bom (renovar). O texto de Efésios segue com outros exemplos, mais observe neste último que o contrário de roubar não é “não roubar”, mas sim, ser generoso. Assim o princípio de que a vida cristã é ativa fica bem claro. Quem não rouba, mas não é generoso está errado, assim como aquele que apenas rouba. Pois assim evidenciamos o evangelho, que anuncia um Deus que não é passivo, mas agiu sacrificialmente para a nossa salvação: nós O glorificamos quando agimos com Ele! Pr. Ricardo Libaneo

Apenas Não Fazer o Errado Também é Errado

“Ele se converteu e agora não fala mais palavrão.” Às vezes, achamos que a única transformação que o evangelho faz na vida de uma pessoa...

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por Otoniel Henrique de Melo |  Surgiu uma conversa em um grupo de pastores batistas no Whatsapp sobre os tipos de sermão: Sermão Textual, Tópico, Temático ou Expositivo. A pergunta foi: Qual tipo de sermão você mais usa no preparo das suas pregações? Minha resposta: Tenho lançado mão do Sermão Expositivo, não por modismo ou por simples influência, mas porque o sermão expositivo exige mais de mim no preparo do Sermão. Contexto literário, histórico, procurando responder aquelas perguntas homiléticas: A quem? Quem? Quando? Para quem? Qual a mensagem para aqueles dias? Qual a mensagem para hoje? Responder a essas perguntas faz com que o pregador se debruce sobre os livros (reais ou virtuais) para buscar as respostas e é claro, comparar os textos bíblicos relacionados para realmente expor a mensagem, evitando as armadilhas de uma interpretação equivocada do que Deus quer falar à Igreja nesses dias. Isso diz respeito à aplicação contextualizada da mensagem, o que é o clímax da mensagem pregada. Tenho tido essa experiência gratificante na preparação da mensagem. Claro está que ainda estou “engatinhando” nesse processo. Às vezes aproveito as lições da EBD e faço uma revisão para a mensagem dominical, como foi o caso do estudo da Primeira Carta de Pedro ou a Carta de Tiago, ou o Livro de Atos. Aproveito para apresentar mais informações sobre o livro e as razões pelas quais o escritor, inspirado por Deus (II Pedro 1.20,21) o escreveu. Tive a gratificante experiência de expor, ao menos superficialmente, a Primeira Carta do Apostolo João, a Carta aos Efésios, o Evangelho de Mateus e Filipenses em nosso ministério pastoral na PIB em Machadinho D’Oeste-RO e também na PIB Vilhena-RO. Tive o privilégio de começar e terminar o Curso de Especialização em Exposição Bíblica, promovido pelo Ministério Pregue a Palavra com uma carga horária de 200 horas que teve inicio na cidade de Jarú-RO, com aproximadamente 20 pastores. Minha gratidão a Deus pelos esclarecimentos tão valiosos sobre Pregação Expositiva e como devemos usar essa ferramenta homilética para educar a igreja que Deus põe aos nossos cuidados (Efésios 4.11-16; Hebreus 13.7; Hebreus 13.17). Oxalá os crentes recebam com temor a Palavra Pregada por Homens de Deus, verdadeiramente chamados para pastorear (Efésios 6.19,20; II Pedro 1.19)! Vivemos tempos de grande esfriamento espiritual; os modismos evangélicos têm tomado o lugar da Pregação Bíblica. Cada vez mais pastores –ou os que pensam que são, mas não o são... – são tentados a abandonar a trilha penosa (mas gratificante) do preparo do sermão, a pesquisa exaustiva; são tentados a abandonar  a oração pedindo poder, colocando-se como instrumento de Deus para Pregar um Evangelho não falsificado, aprofundado que realmente cause incômodos necessários ao Corpo de Cristo, que precisa urgentemente se levantar para cumprir a Missão nesta geração. Muitos têm escolhido ficar na superficialidade ou se entregarem a tarefas que não lhe dizem respeito no ministério pastoral; preferem o pragmatismo e o relativismo para resolver problemas complexos ligados à sua congregação. “Para que perder tempo? Para que se preocupar? Não vale a pena!”, dizem. Os próprios ouvintes não estão dispostos a pregações mais consistentes e preferem algo mais rápido, menos elaborado, superficial. É urgente a necessidade de orar por um Despertamento Espiritual em nosso estado e por pastores que estejam dispostos a expor a Escritura, assim, o Despertamento pode chegar mais rápido. Não pode haver mensagem mais atual do que esta registrada em II Timóteo 4.1-5!! Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém! I Timóteo 1.17.  Otoniel Henrique de Melo Otoniel concluiu o curso do Pregue a Palavra em 2016. Tem atuado como missionário e no ministério pastoral desde 2000. Atualmente é pastor da PIB Vilhena-RO.

Depoimento de um Pregador da Palavra

por Otoniel Henrique de Melo | Surgiu uma conversa em um grupo de pastores batistas no Whatsapp sobre os tipos de sermão: Sermão Textual,...

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O coração do Brasil se comove ao ver, cada dia, novas imagens e histórias transmitidas de Brumadinho.  O número de mortos aumenta, enquanto a esperança de encontrar sobreviventes diminui.  Como é que nós, crentes, reagimos a tragédias como esta? Alguns, na época de Jesus, pensavam que vítimas de desastres eram mais pecadoras que as demais pessoas, e por isso mereceram um castigo especial de Deus.  Um dia perguntaram a Jesus a respeito de alguns galileus que haviam sido mortos cruelmente pelo governador.  Jesus respondeu: "Pensais que esses galileus, por terem sofrido essas coisas, eram mais pecadores que todos os outros? "Eu vos digo que não; antes, se não vos arrependerdes, todos vós também perecereis."  Ou pensais que aqueles dezoito, sobre os quais a torre de Siloé caiu e os matou, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?  "Eu vos digo que não; antes, se não vos arrependerdes, todos vós também perecereis." (Lucas 13.2-5 AS21) Jesus foi enfático: Não!  Aquelas pessoas não foram vítimas do desastre por serem piores que as demais.  Na verdade, o desastre da morte e perdição aguarda todos que não se arrependerem dos seus pecados e crerem no Senhor Jesus como Salvador. Tragédias como a de Brumadinho nos alertam para a urgência de que a morte aguarda a todos.  Deus é misericordioso para com os vivos, dando-lhes mais tempo para se arrependerem.  As boas notícias são de que a maior operação de resgate da história já aconteceu com o nascimento, morte e ressurreição de Cristo.  Agora, nós cooperamos com esta missão de espalharmos a mensagem de esperança para todos: Cristo salva! Oremos pelas famílias das vítimas em Brumadinho.  Oremos pelas equipes de resgate.  Esforcemo-nos cada vez mais para levar a mensagem de esperança a todos ao nosso redor. Pr. David Merkh Jr.

As Vítimas de Brumadinho Eram Piores?

O coração do Brasil se comove ao ver, cada dia, novas imagens e histórias transmitidas de Brumadinho. O número de mortos aumenta,...

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por Kevin Halloran |  Recentemente eu conversei com um pastor que descreveu a rotina de pregação de sua igreja da seguinte forma: “Toda semana nós pensamos a respeito das necessidades de nossa congregação e pregamos uma mensagem que vá de encontro a essas necessidades”. Essa abordagem, que muitos chamam de pregação de “necessidades percebidas”, apropriadamente busca ajudar sua congregação crescer espiritualmente e suplantar questões que eles estão enfrentando. No caso específico desse pastor, ele vem do amor pelo seu rebanho e um profundo conhecimento de suas vidas – algo que todo pastor deveria se esforçar para ter. Ocasiões existem quando a pregação focada nas necessidades pode ser necessária, pelo menos em uma escala menor. Por exemplo, quando a congregação passou por uma grande tragédia, ou se existe uma dificuldade maior no meio da igreja, o pastor pode desejar pregar a respeito dessa situação. Mas será a pregação para atender as necessidades percebidas a melhor prática para os pregadores que miram uma grande jornada? Eu acredito que não, especialmente quando esse tipo de pregação é contrastado com a pregação expositiva consecutiva através de livros inteiros da Bíblia. Eis, aqui, quatro razões: 1. Deus conhece melhor as nossas necessidades do que nós mesmos. O Deus que nos criou nos conhece melhor do que nós conhecemos a nós mesmos. Os seus caminhos não são os nossos caminhos, e os seus pensamentos não são os nossos pensamentos (Isaias 55:8-9). Sua Palavra, somente, vai de encontro com todas as nossas necessidades espirituais e expõe todas as intenções do nosso coração (2 Timoteo 3:16-7; Hebreus 4:12). Nossas tentativas de fielmente diagnosticar necessidades não podem se comparar com o diagnostico de Deus: Nós precisamos que a Palavra de Deus brilhe sua luz em nossos “pontos cegos” e exponha nossas verdadeiras necessidades. Assim como a medicina preventiva é melhor do que tratar um problema de saúde depois que ele aparece, pregar através de livros inteiros da Bíblia vai de encontro com uma variedade de necessidades que a congregação e o pregador talvez nem saibam que eles têm. De outra forma, nós dependemos do nosso conhecimento limitado para diagnosticar necessidades e prescrever soluções. 2. Nossas necessidades      percebidas, muitas vezes, não são nossas necessidades reais ou nossas      necessidades mais profundas.  Um grande perigo em ter necessidades percebidas como seu ponto de partida na pregação é a centralização da pregação no homem. Nossas necessidades percebidas podem ser de fato “problemas de primeiro mundo” que expõe nossa superficialidade e nossa miopia. Muitas vezes aquilo que nós consideramos “necessidades” – como sentido e significado, prosperidade e até mesmo saúde – são extirpadas através de uma visão mais bíblica a respeito de Deus e de como Ele age nesse mundo. Pecadores tem uma necessidade real de um Salvador que transforma corações e vidas à medida que as pessoas se arrependem e creem no evangelho. Quantos pecadores diriam que essa é uma necessidade da qual eles tem plena consciência? Uma tentação de pregações de necessidades percebidas é de dar às pessoas “Band-Aids” de auto ajuda quando o que eles de fato precisam é um transplante de coração que só Cristo lhes pode dar. 3. Nós perdemos os detalhes mais profundos de passagens e livros da Bíblia.  Deus nos deu a Bíblia no formato de livro, não uma coleção aleatória de versículos e histórias. Se pregadores pregam somente mensagens tópicas ou exposições isoladas, eles perdem os detalhes mais profundos de passagens e de livros da Bíblia. Pregar a grande mensagem de um livro nos ajuda a ensinar o nosso povo a ler a Bíblia melhor e trata-la menos como um livro de citações espirituais ou como um manual de auto ajuda. Por exemplo, não pregar através das grandes ideias de Genesis nos faz perder a abrangência da história de Deus preservando seus propósitos criacionistas de abençoar o mundo apesar da pecaminosidade da humanidade. Isso provavelmente não vai de encontro com uma necessidade percebida, mas vai de encontro com a real necessidade da humanidade de saber que o mal não é algo que simplesmente usurpa o plano soberano de Deus. Esse é o motivo pelo qual a L.R.I (Leadership Resources International/ Pregue a Palavra) recomenda a pregação da Bíblia assim como ela nos foi dada: Em livros completos. 4. Nós passamos a ideia de que a Bíblia é primariamente a respeito da solução dos nossos      problemas ao invés da revelação recebida de Deus.  A Bíblia vai de encontro com nossas necessidades, mas ela vai muito além. A Bíblia não é primariamente a nosso respeito, ela é a respeito de Jesus (Lucas 24:24). A história da humanidade não é primariamente sobre nós, mas sobre Deus e suas ações de redimir a humanidade pecadora através de Jesus Cristo (Efésios 1:3-14). Se abordarmos a Bíblia como a revelação do próprio Deus à humanidade colocamos Deus no centro de nossas vidas e não nós mesmos. Isso significa que nos aproximarmos da Bíblia com a questão de como eu posso concertar os meus problemas, é útil porém é incompleta. Quando colocamos Deus em seu devido lugar, todas as coisas da vida irão, certamente, se encaixar (Mateus 6:33). Um Caminho Melhor Alguns argumentam que a pregação para os problemas percebidos te ajuda a ganhar, de imediato, a atenção da sua audiência. Mesmo que isso possa ser verdade, nós não devemos ter que escolher entre alcançar as necessidades e a pregação da Palavra. Nós podemos, simultaneamente, pregar através de um livro da Bíblia, manter a mente ativa de nossos ouvintes e pregar mensagens engajantes para uma audiência do século 21. Dessa forma, Deus propõe a agenda, e necessidades são tratadas organicamente. Aqui estão algumas sugestões para a pregação através de livros inteiros da Bíblia tendo em mente as reais necessidades: A- Considere pregar por livros que tratam com assuntos que confrontem nossa congregação. Se sua congregação precisa de um maior zelo evangelístico ou guarda      amarguras, pregue o livro de Jonas. Se sua congregação precisa de treinamento sobre cosmovisão cristã, pregue Gênesis. Se sua congregação carece de unidade, pregue Filipenses. B- Quando uma necessidade se torna obvia, encontre um texto bíblico (ou vários) que      tratem do assunto, e pregue de uma maneira expositiva. C- À medida que você considera cada texto a ser pregado, pense a respeito da sobreposição entre as necessidades de sua congregação e as principais ideias do texto. Com o auxílio do Espírito Santo, você poderá encontrar aplicações mais relevantes do que numa leitura mais superficial. D- Simplesmente tenha seu foco na pregação da Palavra – Deus tem uma forma especial de responder às nossas necessidades. Por exemplo, no auge do #MeToo que tratava a      respeito de abuso sexual, Colin Smith estava pregando em 2 Samuel e chegou a passagem de 2 Samuel 13 – a história de Amnom abusando sexualmente de sua irmã Tamar. Ao pegar o texto, ele conquistou uma atenção poderosa a respeito de como as Escrituras tratam nossas dores mais profundas e estabeleceu confiança em seus ouvintes a respeito da suficiência das Escrituras.  Kevin Halloran Estrategista/Treinador de Conteúdo na América Latina da Leadership Resources International.  Fonte: Leadership Resources International. Website:  www.leadershipresources.org Traduzido com permissão.  Título original: Felt-Needs Preaching vs. Consecutive Exposition: What's Best for God's People? Tradução: Ludgero Neto #pregaçãoexpositiva Confira também:  Por que pregar macro-exposição de um livro da Bíblia?

Pregando às "Necessidades Percebidas" X Exposição Consecutiva: O que é melhor para o povo de Deus?

por Kevin Halloran | Recentemente eu conversei com um pastor que descreveu a rotina de pregação de sua igreja da seguinte forma: “Toda...

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Click na imagem abaixo e confira a exposição bíblica do Sermão do Monte.

Mateus

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Confira depoimento do pr. Jonas Madureira a respeito do Pregue a Palavra.  Jonas Madureira é pastor na Igreja Batista da Palavra, em São Paulo.  Bacharel em teologia pelo Betel Brasileiro e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, bacharel e mestre em filosofia pela PUC-SP e doutor em filosofia pela USP e Universidade de Colônia (Alemanha). É professor de Teologia Sistemática, Filosofia e Hermenêutica nos Seminários Martin Bucer e Servo de Cristo e autor do livro  Filosofia, volume do Curso Vida Nova de Teologia Básica .

Depoimento Pregue a Palavra

Confira depoimento do pr. Jonas Madureira a respeito do Pregue a Palavra. Jonas Madureira é pastor na Igreja Batista da Palavra, em São...

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por João P. Lima | “Mas que título bobo”, você pode pensar. Quem escreveria um texto com um título desses? É assim mesmo que Christopher Ash inicia o seu livro “ Ouça!” (Listen up! A pratical guide to listening to sermons ). Podemos pensar que este pode ser um tema inútil uma vez que estamos acostumados a pregar, mas não a ouvir. E é neste momento que você percebe que este artigo/resenha é para você, pregador. Nós que pregamos a Palavra semana após semana nos acostumamos a fazê-lo e esperamos que os ouvintes da mensagem, depois de muito trabalho no texto, escutem com atenção a pregação que vamos transmitir. Mas e quando assumimos o lugar de ouvintes, como agimos? Geralmente já estamos com a mente saturada de toda homilética, hermenêutica, teologia sistemática e bíblica que a nossa primeira ação pode ser a de um espírito crítico ao ouvir um sermão. Mas antes que você pense qualquer coisa, é importante avaliarmos aquilo que outro está pregando, afinal esperamos ouvir um sermão bíblico. O problema é quando este espírito crítico está ligado à nossa própria vaidade como pregador, pois lá no fundo do nosso coração nós cedemos ao pensamento egoísta de que “ninguém pode pregar melhor do eu”. O perigo é que caímos exatamente no pecado que condenamos, o pecado de não ouvir atentamente a Palavra. Jesus disse, “vejam como vocês ouvem” (Lc 8.18). Jesus está dizendo que a forma como ouvimos é importante. Se você ouvir de uma maneira “ao que tiver, mais será dado”; mas se ouvir de outra maneira “ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado”. Em outras palavras, a maneira como ouvimos a pregação da Palavra é uma questão de vida ou morte, de ganho ou perda. Christopher Ash chega a dizer que ouvir um sermão é um negócio arriscado, pois pode prejudicar ou nos levar para mais perto da salvação final. Se pregar é um trabalho sério, ouvir também é. E ouvir não vale apenas para aqueles que sempre estão sentados nos bancos da igreja, mas também para pregadores que precisam ser alimentados pela Palavra ouvindo sermões. Como isso é possível? Neste pequeno livro, Christopher Ash nos mostra sete ingredientes práticos para ouvirmos sermões. 1. Tenha a expectativa de que Deus irá falar.  Deus nos deu a sua Palavra e é por ela que Ele governa a sua igreja. Ouvir um sermão com a expectativa de que Deus irá falar porque temos a expectativa de que o pregador anuncia a Palavra debaixo da autoridade de Cristo, sempre com precisão e em oração. Quando a Bíblia é aberta e proclamada com fidelidade, Deus fala. Portanto, não ouvimos na expectativa de que o pregador nos dê alguma ideia nova ou adicionais ao texto, mas apenas aquilo que já está no texto e que ainda não havíamos enxergado. A Palavra de Deus é viva e por causa disso podemos sempre esperar que Deus fale quando esta Palavra é proclamada com verdade e fidelidade ao que Deus já revelou. 2. Admita que Deus conhece mais que você.  É interessante como Christopher Ash escreve a segunda dica dessa forma, o que leva a pergunta – “o que ele quer dizer com isso?”. Aqui ele toca em algo muito importante, ou seja, na forma como nos aproximamos para ouvir. Se somos pregadores este talvez seja nosso maior desafio; e qual seria? Se aproximar de um sermão para ouvi-lo com humildade. Precisamos de humildade para pregar, para não nos sentirmos superiores aos outros, e aí percebemos que a humildade é também necessária na hora de ouvirmos quando outro está pregando. Mas na maioria dos casos não somos assim. Por isso, ao nos aproximarmos para ouvir, não devemos apenas esperar que Deus fale, mas também que Ele nos transforme. Ouvir um sermão com humildade é ouvir na expetativa de que a Palavra me chame ao arrependimento dos meus pecados e não para me dizer que está tudo bem comigo. Porque a Palavra não me torna confortável ou complacente com o meu pecado e sim me desafia a mudança de direção, ação e motivação. Christopher Ash diz que ouvir humildemente é admitir que a Bíblia está certa e eu estou errado, que Deus é Deus e que eu preciso mudar. Ouvir humildemente um sermão é admitir que eu preciso da graça de Deus para quebrantar meu soberbo e orgulhoso coração. 3. Examine se aquilo que o pregador diz é o que a passagem diz.  Pense agora como um pregador comprometido com Palavra; o que as pessoas esperam quando pregamos? Ela esperam que aquilo que estamos anunciando seja de acordo com a Palavra que lemos. Como este exame é feito? Conferindo na Palavra aquilo que está sendo proclamado. Quando nos sentamos para ouvir um sermão também não é diferente. Para sermos alimentados pela Palavra precisamos examinar se aquilo que estamos ouvindo está de acordo com revelação de Deus. Nas palavras de Christopher Ash, precisamos checar se o pregador está utilizando a única autoridade disponível a ele, autoridade que não é dele, mas derivada da autoridade que vem do texto que está sendo ensinado. Se aquilo que o pregador está ensinando vem da Bíblia, então eu humildemente me submeto a ela. Mas se aquilo que o pregador ensina não vem da Bíblia, então aquilo que ele está ensinando não passa de uma mera opinião de um ser humano contra outro. Esta última opção revela algo muito comum, o erro que muitos pregadores cometem de usar um texto qualquer da Bíblia como ponte para dizer aquilo que eles diriam de qualquer forma. Qual é o perigo? Estar cativo não a Palavra, mas a uma opinião. Portanto, ore e peça a Deus para abrir sua mente e coração para ouvir a sua Palavra, de modo que, você perceba com clareza se aquele sermão é bíblico ou não. 4. Escute o sermão na igreja. Parece engraçado, mas não é. Parece óbvio, mas para algumas pessoas não é. Principalmente para aquele que prega todos os finais de semana, ouvir um sermão só é possível pela internet. Mas por que é importante ouvir um sermão na igreja? Christopher Ash diz o seguinte, que igreja significa uma assembleia de homens e mulheres que fisicamente estão reunidos. Na “igreja virtual” não cabe este significado. A igreja se reuni sob a Palavra a Deus, para que a igreja seja, em comunidade, moldada pela Palavra. O propósito de Deus não é formar apenas grupos individuais de cristãos, mas um povo semelhante a Cristo. Para Christopher Ash ouvir um sermão na igreja é importante, pois se ouvimos juntos a Palavra, respondemos juntos à Palavra. E a Palavra proclamado com fidelidade molda e forma o povo de Deus reunido. Qual é aplicação mais simples para pregadores? Pregadores da Palavra precisam ouvir sermões na igreja para que o seu amor pelo povo de Deus e o seu desejo de estar reunido com o povo de Deus seja nutrido pela Palavra. 5. Ouça sermões semana após semana.  É importante que aqueles que pregam sejam alimentados sempre. Christopher Ash fala da necessidade de estarmos na igreja semana após semana ouvindo sermões. Eu entendo que muitos pregadores não conseguem fazer isso por causa de suas agendas, mas sempre que possível procure ouvir outros pregadores. E todos os demais princípios se aplicam aqui. Queremos ouvir a voz de Deus quando o pregador anuncia fielmente a Palavra, mas ouvindo sermões semana após semana eu percebo que ouvir a Palavra anunciada com fidelidade não significa que sempre vou ouvir aquilo que eu quero. Vamos colocar desta forma, “a Bíblia não se destina a dar-me uma séria de correções instantâneas. A Bíblia é o instrumento de Deus para moldar a minha mente e o meu coração para ser semelhante a Cristo”. Ou seja, ouvir sermões constantemente significa que nem sempre eu vou ouvir aquilo que eu acho que preciso, mas sim aquilo que Deus quer que eu ouça. Ser semelhante a Cristo quer dizer que gradualmente a Palavra está trabalhando em nosso caráter, nossas afeições, nossos desejos, nossas decisões e em nossas vidas. 6. Faça o que a Bíblia diz. Quando você prega o que você espera que os seus ouvintes façam? Isso mesmo, se você se preocupa em pregar fielmente a Palavra é natural que você espere de seus ouvintes uma resposta. O propósito do sermão não é mostrar qualidades do pregador ou promove-lo, mas transformar pessoas à semelhança de Cristo. O sermão não é para entreter. Nós vivemos em uma cultura de entretenimento e a diversão está sempre por perto. Ash diz que a razão porque pessoas param de ouvir sermões, é que se elas estão ouvindo sermões para entreter acabam percebendo que existe diversão melhor em outro lugar. Christopher Ash continua dizendo que é raro um sermão ser capaz de rivalizar com os efeitos especiais de um filme e que na busca desesperada por entretenimento, para manter pessoas atentas, pregadores muitas vezes falham porque são tentados a tentar rivalizar com as várias opções que temos de diversão na nossa cultura. Mas como essa dica se aplica a nós? Na subcultura do cristianismo contemporâneo estão os “pregadores de sucesso”, que é uma pequena parcela de homens cheios de estilo e frases de efeito moral, aquele tipo de pregador que você é capaz de ouvir por horas por causa da quantidade de histórias e da empolgação que ele pode te dar. Fazer o que a Bíblia diz é parar de percorrer igrejas como se estivéssemos comprando em um shopping até encontrar aquela que se encaixe no meu perfil e estilo. Isso acontece porque muitas vezes o nosso alvo ao ouvir um sermão é ser divertido e não transformador. A razão é que não queremos ser ensinados, repreendidos, corrigidos e treinados na justiça, queremos mesmo é ser adulados e nos sentirmos confortáveis em nosso erro. A resposta à um sermão não é esperada apenas dos ouvintes semanais, mas também daquele que prega. 7. Faça o que a Bíblia diz hoje – e regozije-se! Sempre que a Palavra é anunciada nós somos chamados a se arrepender novamente a confiar em Cristo. Quando nos tornamos cristãos não abandonamos o arrependimento e a fé, pelo contrário, entramos em uma vida de constante arrependimento e fé. Respondemos imediatamente a Palavra voltando o nosso coração para longe do pecado (arrependimento) e para mais próximo de Cristo (fé). Nenhuma parte da Bíblia está lá simplesmente para nos informar, ou para nosso interesse apenas; a Bíblia sempre nos chama a voltar-se para Deus com uma fé renovada, uma motivação transformada, um comportamento diferente ou um sistema valor alterado para aquele que é segundo a Palavra. Ouvir a um sermão e não responder é pior do que não ouvir. Pois todo sermão nos aponta para salvação tanto quanto para a condenação. “O SENHOR, seu Deus, circuncidará o coração de vocês e o coração dos seus descendentes, para que vocês amem o SENHOR, seu Deus, de todo o coração e de toda a alma” (Deuteronômio 30.6). Por que ouvimos a um sermão? Para amar a Deus acima de todas as coisas e com todo o nosso coração. Ouça! Pode ser um desafio e também algo extremamente desconfortável, mas pode ser maravilhoso, pois quando a Bíblia é aberta e pregada com fidelidade, Deus fala. Christopher Ash encerra dizendo que podemos descobrir que ouvir sermões pode ser uma experiência de profunda alegria. É maravilhoso saber que o Deus vivo, que fez o universo, nos fala hoje e nos chama, pela sua Palavra, para uma comunhão deliciosa e prazerosa com Ele. “Deus ama nos transformar” de modo que o nosso coração sempre se volte para Ele e nada mais, e Deus o faz pela pregação da sua Palavra. João P. Lima Extraído e adaptado do livro Listen Up!  – A pratical guide to listening to sermons –  de Christopher Ash; The Good Book Company, 2009 – United Kingdom. João P. Lima. Bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Denoel Nicodemos Eller. Aluno do Pregue a Palavra/BH. Pastor da Igreja Presbiteriana Simonton - Conselheiro Pena - MG #pregaçãoexpositiva #ministériopastoral

OUÇA! Um guia prático para ouvir sermões.

por João P. Lima | “Mas que título bobo”, você pode pensar. Quem escreveria um texto com um título desses? É assim mesmo que Christopher...

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Click na imagem abaixo e confira as exposições bíblicas em Apocalípse.

Apocalípse

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Click na imagem abaixo e confira as exposições bíblicas na carta de Paulo aos Colossenses.

Colossenses

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por Antonio Mendes | E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia os que iam sendo salvos." (Atos 2.46-47). A Primeira Igreja Batista de Atibaia pode ser considerada um fenômeno diante da realidade evangélica. Temos posições irredutíveis, no que concerne ao cumprimento dos princípios eternos da Palavra de Deus. O que parecia ser impedimento para o crescimento de uma igreja, diante da forte tendência ao liberalismo em que vivemos, não é para a PIBA. Nossa igreja não pára de crescer, temos novos convertidos e recebemos muitos que, iludidos e cansados pelo evangelho fácil, buscam uma igreja séria. O fenômeno que ocorre na PIBA está na procura por uma igreja motivada pela seriedade à Palavra de Deus, expressa em seus ensinamentos e na Sua clara exposição. Ao ouvir as motivações dos que buscam a PIBA, percebemos duas grandes motivações: a exposição bíblica e a estrutura de atendimento à família. O departamento infantil, os adolescentes, jovens e casais são seguimentos fortes, que oferecem à família estabilidade e socorro em cada área e situação, sob os cuidados de um pastor. No ultimo domingo (16/12/18), recebemos 24 novos membros pelo batismo. São vidas alcançadas através da melhor maneira de se evangelizar: o estilo de vida. Nosso evangelismo pode acontecer por meio de folhetos ou de outras maneiras, mas a mais eficiente é o estilo de vida com Cristo. Quando a igreja é realmente uma igreja, o Senhor, com alegria, vai acrescentando a cada dia os salvos. Assim era na Igreja Primitiva. Que nos chamem de radicais, ultrapassados, fundamentalistas, redoma e etc. Jamais deixaremos a fidelidade absoluta à Palavra de Deus! Jamais deixaremos de ser a opção para aqueles que, iludidos pelo evangelho fácil, querem encontrar uma igreja séria e comprometida com a Verdade! Somos um fenômeno? Talvez. Pr. Antonio Mendes Pr. Antonio Mendes Gonçales nasceu em Primeiro de Maio, Paraná. Casado com Cida Mendes. É pai de três filhos e avô de quatro netos. Durante 20 anos trabalhou como funcionário da Ford, de onde saiu para estudar no Seminário Bíblico Palavra da Vida. Na Época, foi convidado por um grupo de 22 pessoas para, juntamente com o Pr. Karl Lachler, pastorear o que viria a ser a Primeira Igreja Batista de Atibaia. Pr. Mendes foi presidente da Ordem dos Pastores Batistas Seção São Paulo, presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo e membro da Junta de Missões Mundiais da CBB.  #pastormendes

A PIBA é um fênomeno? Talvez

por Antonio Mendes | E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade...

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por David Merkh Jr e Ricardo Libâneo | O livro de Juízes foi pregado na PIBA no ano de 2018. Confira os vídeos das pregações na imagem acima. Desafiamos os pastores a compartilhar um pouco da experiência de pregar o livro de Juízes. Confira depoimentos:   “Ah não... vocês vão pregar Juízes?!” Esta foi a reação de algumas ovelhas diante da notícia de que o estudaríamos durante os próximos três meses. Pregadores muitas vezes evitam este livro tão sombrio e, às vezes, deprimente. Gostamos de Débora, Gideão e Sansão, mas o que fazer com Abimeleque e Jair – sem falar das histórias grotescas de estupro, homossexualismo, massacre e esquartejamento nos últimos capítulos?   Porém, ao longo da série, a reação da igreja mudou. Fomos lembrados que a Palavra de Deus – toda ela – fala hoje! Juízes é extremamente atual, é o pós-modernismo relativista de antigamente! Ele ensina a realidade de que sem um rei para guia-los, o povo de Deus se esquece de Sua misericórdia, abandona Seus caminhos e cai numa espiral de completa autodestruição. A única resposta para o povo de Deus, para a igreja brasileira, é se curvar diante de Cristo, o único Rei – e deixar de viver e “fazer igreja” segundo o que é “bom aos seus próprios olhos”. pr. David Merkh Jr.  Quando se fala do livro Juízes as pessoas já pensam em heróis que elas conheceram na EBD ou EBF. Heróis como Sansão e Gideão. Heróis? Ao olharmos para o livro dentro do seu contexto, aprendemos que Israel passava por um dos seus momentos espirituais mais tenebrosos, e os juízes levantados por Deus eram um reflexo dessa impiedade. Infelizmente, em nome da didática infantil, o pecado é escondido nas aulas “tipo EBD”, e os crentes crescem com uma visão errada da mensagem do livro de Juízes. Um dos feedbacks que mais recebi na exposição do livro foi: “poxa pastor, eu admirava tanto esse juiz, mas hoje essa admiração acabou”. 	Precisamos expor o livro de juízes para que as pessoas conheçam o verdadeiro herói- o próprio Deus, agindo no Seu povo apesar do Seu povo, pois havia dito “... Jamais quebrarei a minha aliança com vocês” (Jz 2.1). Precisamos expor o evangelho por meio do livro, que mostra um juiz humano que pode, no máximo, com a ajuda de Deus, trazer uma libertação territorial e temporária. Mas o verdadeiro Juiz, que vem dos céus da parte de Deus, é capaz de trazer libertação definitiva do pecado. Ele é o Rei que nos impede de viver de acordo com o que parece certo aos nossos próprios olhos. pr. Ricardo Libaneo. Confira também o artigo:  4 razões para pregar no livro de Juízes  #pregaçãoexpositiva

Juízes

por David Merkh Jr e Ricardo Libâneo | O livro de Juízes foi pregado na PIBA no ano de 2018. Confira os vídeos das pregações na imagem...

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por Josh Vincent | Eu fui encarregado de considerar as razões pelas quais alguém deveria pregar através do livro de Juízes. Os juízes transitaram Israel da liderança de juízes, ou libertadores capacitados pelo Espírito, para um rei humano dotado do Espírito. Ao fazê-lo, o livro aponta para a monarquia davídica como o meio de Deus para libertar seu povo - não apenas das nações inimigas, mas também uns dos outros e até mesmo seus próprios corações pecaminosos. Juízes é o pior livro do Antigo Testamento. Se não fosse pela morte de Cristo, seria o pior livro de toda a Bíblia. Está saturado de eventos tóxicos: genocídio, guerra santa, escravidão e opressão das mulheres. Isso tenta alguns a pensar que a Bíblia tolera este livro de horrores. [1] Muitos notaram que os juízes não são meramente maus; fica cada vez pior. E, no momento em que você chega ao fim, até mesmo os pecados de Gênesis 19, de Sodoma e Gomorra, que resultaram no fogo e enxofre de Deus, ficam pálidos se comparados com o pecado de Israel em Juízes 19, que é pontuado pela ausência notável de Deus. No final de Juízes pode até parecer que Deus não quisesse alcançar Israel. Mas se este resumo não convenceu você a pregar através dos Juízes, deixe-me oferecer-lhe quatro razões melhores para pregar através dos Juízes ao seu povo. 1. Deus é o herói da história. Quando você pensa em juízes, eu aposto que sua mente rapidamente salta para a bravura de Debora, para o velo de Gideão ou para a força de Sansão. Os primeiros 16 capítulos se concentram em juízes com poderes espirituais que se parecem mais com Vingadores do que com juristas. Sansão se parece mais com Thor do que com o juiz Judy. Mas, na verdade, com a notável exceção de Otoniel, este livro faz um grande esforço para mostrar que esses heróis humanos são todos zeros em um sentido ou outro. Baraque precisa que Debora segure sua mão para que ele confie e obedeça à Palavra de Deus. Gideão precisa de reafirmação constante de Deus para que ele possa confiar nEle. Sansão explora os bons dons de Deus para ganhos egoístas. De novo e de novo, esses heróis humanos revelam que a salvação vem da iniciativa de Deus, não do homem. Deus é o grande herói dos juízes. 2. Existem efeitos individuais e coletivos do pecado. Juízes inicia onde Josué termina, com o povo de Deus obedecendo ao Seu mandamento de tomar a Terra Prometida. Mas o ímpeto empaca em Juízes 1:27, quando “Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Sean” e um número de outras nações/tribos. Nos versos que se seguem, o autor registra que Efraim, Zebulom, Aser, Naftali e Dã também falharam em expulsar os povos que Deus ordenou que eles expulsassem. A desobediência corporativa abre uma fenda progressiva e crescente nas vidas do povo de Deus até o final de Juízes, capítulos 17–21, onde duas realidades dominam: a ausência de Deus e o refrão repetitivo: “Naqueles dias não havia rei em Israel. Todos fizeram o que era certo aos seus próprios olhos ”(17: 6, 21:25; cf. 18: 1, 19: 1). Não aparecem mais libertadores depois de Juízes 17, e os pecados do povo de Deus uns contra os outros atingem a sua profundidade quando a tribo de Benjamim - a tribo de Saul - estupra e mata a concubina do levita no centro da cidade. A bússola moral de Israel estava tão quebrada que a resposta "justa" de Israel ao pecado de Benjamin quase resultou no genocídio desse povo. Quando Israel reconheceu seu pecado, eles tentaram trazer “justiça” essencialmente sequestrando e estuprando 400 filhas virgens de Jabes-Gileade e as filhas de Siloé (Juízes 21). Isso explica o último verso do livro: “Naqueles dias não havia rei em Israel. Todos fizeram o que era certo aos seus próprios olhos. O ponto aqui é sombrio, mas simples: à medida que as pessoas se afastam da obediência ao seu Deus soberano, elas se movem em direção a paixões pecaminosas e em espiral progressiva para baixo. Isso inevitavelmente resultará no tratamento de outras pessoas como menos do que humano. O pecado cresce e molda os indivíduos e as comunidades, resultando em injustiça e tristeza caóticas. 3. Juízes ensina como Deus valoriza as mulheres. Eu percebo que essa afirmação vem carregada de óbvia ironia. Uma rápida leitura dos juízes parece argumentar o contrário. Os homens tratam as mulheres horrendamente. Por exemplo, em resposta à narrativa do autor de Juízes 19, Phyllis Trible escreve: “Ele também se preocupa pouco com o destino da mulher”. [2] Para ser claro, não estou dizendo que os homens de Juízes valorizam as mulheres. Eles gradualmente aumentam a opressão por toda parte. Mas a perspectiva do autor de Juízes apresenta um quadro totalmente diferente. O autor parece revelar a escalada da pecaminosidade do homem ao expor, e até mesmo destacar, o tratamento cada vez mais sombrio e brutal às mulheres. De fato, o caos dos juízes não faz sentido algum se o autor retificasse a vitimização das mulheres. Não temos tempo para pesquisar cada caso das relações entre mulheres e homens em juízes; há muitos. Mas deixe-me oferecer alguns exemplos que demonstram como esses relacionamentos entre homens e mulheres são descritivos e indicativos. Primeiro, antes da rebelião de Israel em Juízes 1: 11-15, lemos sobre Acsa e Otoniel; eles representam o homem ideal e a mulher funcionando em harmonia. Otoniel é então levantado como juiz em Juízes 3: 7–11. Ao longo do restante do livro, os relacionamentos entre homens e mulheres servem como um tipo de barômetro espiritual para o quão baixo as pessoas estão caindo - espiritual, teologicamente, moralmente, eticamente e assim por diante. Ao contrário de Otoniel, Baraque recusou-se a confiar e obedecer a Deus. Ele então precisava de Debora como seu cobertor de segurança porque ele se recusava a ver Deus como seu escudo. Como resultado, Jael, uma mulher estrangeira, mata o general do inimigo, Sisera, e recebe crédito por entregar Israel - em vez de Baraque. Curiosamente, Sisera é descrito como sendo enrolado em um útero como um tapete, e Jael o alimenta como uma mãe antes de enfiar uma estaca na cabeça. Mais tarde, Jefté sacrifica sua própria filha como resultado de um voto apressado a Deus, um ato que Daniel Block chama de “o máximo em abuso”. [3] E quem pode esquecer as façanhas sexuais de Sansão que levaram à sua morte final? O apogeu do livro - ou talvez fosse melhor dizer seu ponto mais baixo - chega ao final dos Juízes com o estupro coletivo da concubina seguido pelo genocídio próximo da tribo de Benjamim, e o rapto em massa e estupro das filhas de Siló. Em suma, Juízes se tornaria sem sentido se o autor afirmasse este tratamento hediondo das mulheres por toda parte. Observe que quanto mais os homens fazem o que é certo aos seus próprios olhos e menos Deus parece estar presente, pior se torna o tratamento às mulheres. 4. A escuridão dos Juízes destaca a beleza de Rute e a glória de Deus na redenção. Apenas alguma coisa sobre Rute. Muitas vezes, Ruth é pregada em isolamento a Juízes, embora sua história se realize “nos dias em que os juízes governavam” (Rute 1: 1). Se alguém lê os dois juntos, como eu considero ser o contexto histórico da escrita de Rute, então o relacionamento de Ruth com Juízes parece quase como a nova criação de Deus para um mundo caótico. Ao longo de Juízes, as relações entre mulheres e homens estão se deteriorando e Deus está notavelmente ausente. Ao longo de Rute, apresentamos Boaz e Rute como um novo casal ideal cuja história harmoniosa supera a de Acsa e Otoniel, de Juízes 1. Muitos afirmam que as relações irônicas entre mulheres e homens são fundamentadas no Sitz im Leben  do autor de Juízes, seu cenário de vida. O autor de Juízes, dizem eles, exemplifica um ponto de vista abusivo e patriarcal. Eu argumentaria que o fundamento das relações irônicas entre homens e mulheres se origina muito mais do que na época dos juízes - em Gênesis 1 e 2. Assim, à medida que os Juízes se voltam para o pecado, as relações entre o ápice da criação de Deus se desdobram no caos. As mulheres são abusadas e a espiral descendente continua. Mas então, na surpreendente e soberana graça de Deus, esta espiral é invertida no livro de Rute. Boaz redime Rute - uma moabita, viúva e estéril - e ele a busca alegremente como seu parente redentor. Boaz lhe dá um novo nome e - eventualmente - ele dá seus filhos de quem o rei David acabaria por nascer. Deus é contra o abuso das mulheres - e além disso, Deus promete corrigir as coisas quando parece menos provável. Comentários Se você está procurando comentários úteis sobre Juízes, Dale Ralph Davis’ Judges:  Such a Great Salvation (não publicado em português). Oferece uma grande ajuda para pensar neste livro em termos pastorais. Os comentários de Juízes e Ruth de Daniel Block (não publicado em português) também são úteis para abordar as questões de um ângulo ainda mais acadêmico e acessível. Se você procura uma pesquisa ainda mais abrangente sobre os principais temas e o envolvimento com outros comentaristas, consulte o volume de Trent Butler no Word Biblical Commentary. E, claro, as coisas realmente boas estão nas revistas acadêmicas. Josh Vincent Josh Vincent é pastor titular da Trinity Bible Church, em Phoenix, Arizona. Notas: [1] S. Cyril Rodd, Glimpses of a Strange Land: Studies in Old Testament Ethics (Edinburgh: T&T CLark, 2001), 1-402. [2] Phyllis Trible, Texts of Terror: Literary-Feminist Readings of Biblical Narrative (Philadelphia, PA: Fortress Press, 1984), 37-38. [3] Daniel I. Block, Unspeakable Crimes: The Abuse of Women in the Book of Judges, SBJT 2/3 (Fall 1998), 49. Fonte:  www.9marks.org . Traduzido com permissão.  Título original: 4 Reasons You Should Preach through Judges Tradução: Nelson Galvão #pregaçãoexpositiva  Você pode ler o restante dos artigos desta série aqui: 1-  Quatro razões porque você deveria pregar por meio de Jonas 2- Três razões para você pregar através de 1 e 2 Samuel 3- Três razões porque você deveria pregar por meio dos Salmos 4-  Quatro razões por que você deveria pregar por meio de Habacuque.

4 razões para pregar no livro de Juízes

por Josh Vincent | Eu fui encarregado de considerar as razões pelas quais alguém deveria pregar através do livro de Juízes. Os juízes...

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Quais são as vantagens da pregação expositiva? Vários autores têm apontado para as vantagens da pregação expositiva. Karl Lachler [1]  alista uma série delas. Aqui estão algumas: (1) Livra o pregador da tarefa dúbia de inventar temas para a pregação a cada domingo; (2) O pregadores expositivos apresentarão temas que emanam naturalmente do texto bíblico, que de outra forma seriam negligenciados; (3) A Palavra de Deus age de forma específica a diferentes ouvintes; (4) Diminui o desenvolvimento de ideias heréticas; (5) Reaviva toda a dinâmica da igreja. Em acréscimo a estas, Bryan Chapell [2]  afirma que a pregação expositiva apresenta o poder, a autoridade e a operação do Espírito. Para Hernandes Dias Lopes [3] , como a pregação expositiva tem o compromisso de explicar a Palavra de Deus, a exposição dá ao pregador a liberdade de ser fiel em vez de ser bem-sucedido.  Estas são apenas algumas vantagens da pregação expositiva, dentre outras, que têm sido ressaltadas por alguns autores. Desafiamos os professores do Pregue a Palavra a destacar uma vantagem da Pregação expositiva que tem percebido em sua igreja. Confira abaixo: 1- A pregação expositiva ressalta que a autoridade é de Deus e não do pregador Uma vantagem da pregação expositiva é o que chamo de “patenteamento”. Significa afirmar que o pregador está absolutamente imbuído da autoridade Divina e não sua, isto é, com a PATENTE (permissão) para falar do próprio Deus. Logo, nessa perspectiva, os resultados de sua exposição não são propriamente seus – embora isso não elimine a importância de um trabalho diligente e primaz, mas do próprio patenteador, ou outorgador da autoridade do sermão. Pr. Francisco Lima. Primeira Igreja Batista de Santo Antonio de Jesus/ Santo Antonio de Jesus-BA 2- A pregação expositiva trata o coração Tenho visto mudanças de vida que nunca imaginei, de pessoas que passavam por lutas e que a pregação fiel e expositiva fez saltar destes corações suas reais motivações e dores da alma. Não temos poder para acessar o coração de ninguém a partir de nossa sabedoria, mas é para o coração que devemos focar nossa pregação, exortando-os a viverem para a Glória de Deus e somente a Palavra de Deus possui este poder, sabedoria e a correta dieta para um coração rebelde e pecador. Por isso somos chamados a Pregar a Palavra com fidelidade e devoção. Pr. Lázaro Layson Guimarães Oliveira Igreja Batista da Graça/Campina Grande-PB 3- A pregação expositiva aponta para Cristo A pregação expositiva tem sido eficaz em nos fazer compreender o assunto principal de toda Escritura, JESUS CRISTO. É maravilhoso poder ver e, junto com a igreja, compreender como o texto em exposição apresenta ou aponta para a pessoa de JESUS CRISTO, sua graça, seu amor, suas ordenanças, suas promessas e etc. É uma tarefa que exige esforço, mas é gratificante, ao final, ouvir irmãos dizendo como nosso SENHOR é maravilhoso na revelação de Sua Palavra. Pr. Gilson Mota, Segunda Igreja Evangélica Batista de Araraquara/ Araraquara-SP 4- A pregação expositiva expõe a Palavra de Deus Porque quando não era pastor, ia à igreja para ouvir a voz de Deus e não de homens! Porque Deus fala mais e o homem fala menos. Porque a Palavra de Deus protege os ouvintes do pregador. Porque Deus governa seu povo por Sua palavra! Porque a Palavra de Deus é o martelo que despedaça a rocha e não minha oratória. Porque é a Palavra de Deus que ilumina e não minhas técnicas motivacionais. Porque é a Palavra de Deus que quebranta e não meu rosto sisudo ou quão estridente é minha voz. Porque é a Palavra de Deus que consola os aflitos e não minhas ilustrações em tom fúnebre. Porque a transformação ocorre através da Palavra e não de meus insights. Porque a fé vem por ouvir a Palavra e não meus conceitos. Porque ao final do culto quando alguém diz: “Deus falou comigo!”, não tenho do que me orgulhar, apenas louvar! Porque depois de ter pregado a Palavra de Deus, por causa da graça de Deus, o Espírito Santo de Deus ter ministrado e o povo de Deus ter sido apascentado... Deus é glorificado! Pr. Onéias Pereira Igreja Batista do Farol/São Luís-MA. 5- A pregação expositiva auxilia a Igreja a ouvir a Deus Fiz uma pergunta ao grupo de líderes em nossa igreja, aqui em Angra dos Reis, RJ sobre o valor da pregação expositiva em nossa igreja. Dentre as respostas que eu consegui quero destacar uma: “Primordial, esclarecedora, completa, autêntica!!! Não consigo mais imaginar uma mensagem que não seja expositiva”. Essa fala diz mais do que eu poderia descrever em outras palavras neste momento. A pregação expositiva é simplesmente tudo o que uma congregação precisa para ouvir a Deus, e não apenas ouvir de Deus. Pr. Ezequias Amancio Marins, Igreja Batista Central em Japuiba/Angra dos Reis-RJ 6- Pregação Expositiva contribui para a formação de uma cosmovisão sadia Na atualidade, o que mais se vê são equívocos doutrinários, analfabetismo bíblico e uma visão enfraquecida ou pobre das Escrituras. Por essa razão, a exposição bíblica para a Igreja Batista do Redentor tem sido o remédio para fortalecer a visão que antes anuviada, agora encontra-se nítida e em crescimento por meio de projeto sequencial do texto bíblico. A exposição bíblica tem contribuído para formar ou reformar a visão cristã da igreja dando a ela uma visão mais completa das Escrituras ajudando na compreensão de sua unidade e mensagem. Pr. Ricardo Luiz Fiorotto Igreja Batista do Redentor/ Jundiaí-SP 7- A pregação expositiva ensina a Igreja local a ler a Bíblia Uma das características mais marcantes de um sermão expositivo é o fato de que aquilo que o pregador diz aos que lhe ouvem procede da Escritura, e não de suas estratégias de oratória ou de sua própria sabedoria. Isso porque o pregador lê, explica e aplica o texto bíblico. Logo, de modo natural e exemplificado na prática, o pregador está tão somente demonstrando e ensinando a seus irmãos como ler a Bíblia em casa. Ao verem o que faz o pregador, os irmãos irão reproduzir em sua vida devocional a mesma prática, entendendo que podem (e devem) ler a Bíblia por si mesmos e que é possível compreendê-la em casa. Além disso, entenderão a igual importância do trabalho dos obreiros que foram separados exclusivamente para o estudo da Escritura, uma vez que perceberão também o preenchimento de possíveis lacunas de entendimento que ficaram em suas próprias leituras do texto, mas que foram clarificadas pelo pregador que profundamente mergulhou na passagem. E, assim, pregador e congregação estarão juntos, de mãos dadas, na jornada de leitura, entendimento e aplicação prática da Palavra de Deus Pr. Marcus Vinícius Igreja Batista Cristã/Natal-RN 8- A pregação expositiva instrui a Igreja quanto ao papel prioritário do pastor. Ao longo de 14 anos, a igreja que pastoreio ouve mensagens expositivas em sequências. Observo que ela tornou-se muito exigente e criteriosa, especialmente porque aprecia um conteúdo que seja consistente e coerente com a teologia bíblica. A grande vantagem de tudo isso é que a igreja adquiriu uma consciência razoável de que o pastor deve gastar boa parte do seu tempo preparando seus sermões e estudos. Pr. Wagner Ferreira Primeira Igreja Batista de Cambuí/ Cambuí-MG    Ministério Pregue a Palavra Referências: [1]  LACHLER, Karl. Prega a Palavra. Passos para a pregação expositiva. São Paulo: Vida Nova. p. 53-62. [2]  CHAPELL, Bryan. Pregação Cristocêntrica. São Paulo: Cultura Cristã. p. 23,24. [3]  LOPES, Hernandes Dias. Pregação Expositiva . São Paulo: Hagnos . p. 147. #pregaçãoexpositiva

Vantagens da pregação expositiva, de acordo com os professores do Pregue a Palavra

Quais são as vantagens da pregação expositiva? Vários autores têm apontado para as vantagens da pregação expositiva. Karl Lachler[1]...

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Ontem (28/11/18) aconteceu na Primeira Igreja Batista de Atibaia o culto de gratidão pela equipe de voluntários do Ministério Pregue a Palavra. Foram inúmeras pessoas que trabalharam no apoio ao Pregue a Palavra ao longo de todo o ano de 2018. Esse trabalho voluntário, coordenado pelo pr. André Faria, compreendeu várias áreas: cozinha, artesanato, livraria, transporte de professores, escritório, apoio aos Congressos, dentre outros. Foram várias ações ao longo do ano como a famosa “sopa no pão”, que ajudaram no levantamento de recursos para a capacitação dos nossos mais de 1.100 alunos espalhados pelo Brasil e no mundo. Louvamos a Deus por estes irmãos e que venha 2019!

Voluntários do Pregue a Palavra

Ontem (28/11/18) aconteceu na Primeira Igreja Batista de Atibaia o culto de gratidão pela equipe de voluntários do Ministério Pregue a...

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Quais são as vantagens da pregação expositiva? O que é melhor, pregar textos avulsos da Bíblia  ou expor livros inteiros da Bíblia? O que significa a "familiarização com o texto"? Confira a respostas para estas e outras perguntas na entrevista do pr. Antonio Mendes ao pr. Karl Lachler (07/04/2011). Pr. Lachler é autor do livro Prega a Palvara, publicado pela Vida Nova. Foi missionário durante 32 anos no Brasil. Colaborou para a implantação de igrejas, entre elas a Primeira Igreja Batista de Fernandópolis, a Segunda Igreja Batista de São José do Rio Preto e foi um dos pastores fundadores da Primeira Igreja Batista de Atibaia. Também foi colaborador e conferencista na Aliança Bíblica Universitária e lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo durante 18 anos.  Atualmente ele e sua esposa Margarete moram em Michigan e colaboram com sua igreja local. #princípiohermenêutico #pregaçãoexpositiva

Entrevista com Karl Lachler

Quais são as vantagens da pregação expositiva? O que é melhor, pregar textos avulsos da Bíblia ou expor livros inteiros da Bíblia? O que...

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por Karl Lachler |  Não é fácil definir sermão expositivo em relação aos sermões tópicos ou textuais. Uma das razões disto é que as definições quase sempre tendem a limitar demais as coisas. Definições restritivas não permitem que o assunto seja expandido de forma prática; definições muito amplas não permitem uma concentração exequível. Nenhuma das duas é boa. Uma parte da confusão entre os pregadores surge da permuta descuidada dessas duas palavras, “bíblica” e “expositiva”. Absolutamente elas não significam a mesma coisa. “Bíblica” é, por definição, alguma coisa que se relacione (mais ou menos com a Bíblia). Sermões textuais e tópicos podem se relacionar com a Bíblia sem serem expositivos, assim como maçãs se relacionam com as frutas sem serem peras. Sendo penso, um sermão textual ou tópico, pode, na verdade, se relacionar com a Bíblia em graus variados. Mas, em essência, o sermão expositivo não pode ser nada menos do que diretamente bíblico, gerado a partir do texto bíblico e projetando um assunto (tema) inerente a partir daquele texto. Em seu livro Exposição do Novo Testamento – Do Texto ao Sermão , o Dr. Liefiel sugere que não façamos da definição nosso alvo imediato, mas que primeiro compreendamos as partes conceptuais básicas de um sermão expositivo (Liefeld 1985, 13). Isto é bom porque se concentra na essência do sermão expositivo e não apenas em nomenclaturas externas. John R. W. Stott, em seu livro intitulado I Believe in Preaching (“Creio na Pregação”), não surge primeiro com uma definição, mas, antes, trabalha com o princípio fundamental da explanação. Explanar o conteúdo de um texto bíblico deve ser a própria vida do sermão expositivo (Stott 1982, 125). A obra de Stott enfatiza claramente o centro ontológico do sermão expositivo. Sob este conceito central da exposição está a ideia da explanação . Seu sentido fundamental é o de aplanar alguma coisa enrugada. A exposição da passagem bíblica é caracterizada por um discurso lógico que “aplana” o texto e o torna compreensível. Assim, a explanação é uma forma clara de expressar pensamentos espirituais, de modo que os ouvintes possam aplica-los a situações práticas a vida. Desta forma, a explanação vai além de descrições prolixas de palavras e construções gramaticais (Liefeld 1985, 13). Em íntima relação temos esta outra palavra, explicação , que traz a ideia fundamental de revelar alguma coisa. Os sermões expositivos revelam aos ouvintes as verdades que estão envolvidas pelas vestimentas culturais e teológicas. Se alguém me entrega um mapa dobrado e diz: “Este é o mapa do Brasil”, eu ouço as palavras, mas não compreendo completamente aquele pedaço de papel dobrado, até que ele seja aberto e se exponham o contorno e os detalhes do Brasil. [...] A partir dos fatos culturais relacionados ao antigo arauto grego, temos mais ideias sobre a essência dos sermões expositivos. Para ter um cargo assim, o arauto precisava ser amigo íntimo de seu senhor, te ruma voz clara e ser digno de confiança. Nessa função o arauto fazia proclamações oficiais par ao rei e em nome dele. Em muitos exemplos de proclamação ( Kerussein ) do Novo Testamento, a urgência e fidelidade à mensagem revelada de Deus eram características (Mounce 1960, 12-17). Relacionando isto com o sermão expositivo, vemos o pregador como arauto de Deus, o Rei. Obviamente ele tem de ser um amigo leal de Deus e devotar afeição à Palavra divina. Ele deve levar em seu coração a convicção clara e indelével de que sua vocação vitalícia visa proclamar os pensamentos de Deus com fidelidade e de forma prática. Em sua essência, o sermão expositivo tem uma relação ontológica com a Bíblia e tem sua melhor caixa de ressonância no caráter e nas palavras do pregador (arauto). Assim, um sermão expositivo não é um discurso de improviso casual, em que o pregador vagueia por uma longa sequência de versículos. Acho estranho que um sermão extemporâneo e casual numa sucessão de versículos bíblicos seja chamado impensadamente de exposição bíblica. Como cristãos e pregadores informados podem continuar a acreditar nisso? [...] O sermão expositivo extrai a estrutura e o conteúdo diretamente do parágrafo a ser pregado. As Escrituras são a fonte básica para os dois. Não existe nada daquilo de usar as Escrituras para dar apoio secundário à forma e ao conteúdo do sermão expositivo. H. Grady Davis faz uma pergunta crucial: “A Bíblia é a fonte geradora da forma e do conteúdo, e o sermão realmente diz o que o texto diz?” (Davis 1958, 47). [...] Agora tentemos dar uma definição que se encaixe na filosofia e metodologia propostas neste manual. O Sermão expositivo vernacular: Um discurso bíblico derivado de um texto vernacular independente, a partir do qual o tema é revelado, analisado e explicado, através de seu contexto, sua gramática, e sua estrutura literária, cujo tema é infundido pelo Espírito Santo na vida do pregador e do ouvinte. [...] A Bíblia é o sangue vital do sermão expositivo, e a explanação, explicação e exposição são as partes conceptuais básicas e dinâmicas. O caráter do pregador é a caixa de ressonância da verdade pregada. Karl Lachler Extraído do livro: Prega a Palavra - passos para a pregação expositiva. Ed. Vida Nova. p. 45-52 Publicado com permissão.  Foi missionário durante 32 anos no Brasil. Colaborou para a implantação de igrejas, entre elas a Primeira Igreja Batista de Fernandópolis, a Segunda Igreja Batista de São José do Rio Preto e foi um dos pastores fundadores da Primeira Igreja Batista de Atibaia. Também foi colaborador e conferencista na Aliança Bíblica Universitária e lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo durante 18 anos. Atualmente ele e sua esposa Margarete moram em Michigan e colaboram com sua igreja local. Confira entrevista com Karl Lachler . Confira também o artigo: Pregação Expositiva.  por Grant R. Osborne #pregaçãoexpositiva

O que é pregação expositiva?

por Karl Lachler | Não é fácil definir sermão expositivo em relação aos sermões tópicos ou textuais. Uma das razões disto é que as...

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Pr. Eduardo Mendes é Doutorando em Teologia, Mestre em Administração com concentração em Liderança Organizacional e Pós-graduado em Gestão Empresarial. Nos últimos anos tem atuado na área de capacitação de líderes, sendo executivo do Pregue a Palavra e atualmente compôe a equipe da Missão Treaning Leaders Resources, nos EUA.

10 anos de Pregue a Palavra. Entrevista com Eduardo Mendes

Pr. Eduardo Mendes é Doutorando em Teologia, Mestre em Administração com concentração em Liderança Organizacional e Pós-graduado em...

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Entrevista com pr. Jonas Madureira, na ocasião do Congresso Pregue a Palavra 2018. Marcas de uma Igreja Saudável  Jonas Madureira é pastor na Igreja Batista da Palavra, em São Paulo. É bacharel em teologia pelo Betel Brasileiro e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, bacharel e mestre em filosofia pela PUC-SP e doutor em filosofia pela USP e Universidade de Colônia (Alemanha). É professor de Teologia Sistemática, Filosofia e Hermenêutica nos Seminários Martin Bucer e Servo de Cristo e autor de Filosofia, volume do Curso Vida Nova de Teologia Básica. É também pastor na Igreja Batista da Palavra, em São Paulo.

Entrevista com Jonas Madureira

Entrevista com pr. Jonas Madureira, na ocasião do Congresso Pregue a Palavra 2018. Marcas de uma Igreja Saudável Jonas Madureira é pastor...

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"Talvez hoje no brasil Pregue a Palavra é singular neste aspecto de levar você a ter um contato com a Palavra de Deus, a ter uma vida devocional onde Deus fala com você onde você consegue captar aquilo que o autor queria comunicar e transmitir isso com fidelidade."

Entrevista com Pr. Silvio Menezes

"Talvez hoje no brasil Pregue a Palavra é singular neste aspecto de levar você a ter um contato com a Palavra de Deus, a ter uma vida...

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O 1 dia do Congresso Pregue a Palavra foi de muito trabalho, como não poderia ser diferente! Começamos o dia com a devocional do pr. Eduardo Mendes, que nos encorajou, a partir da exposição do Salmo 23, a lembrar de Deus como Nosso Supremo Pastor. Logo em seguida, o pr. Tim Sattler iniciou a exposição de 1 e 2 Samuel. Depois de trabalhar a visão geral do livro, afirmou a Grande Ideia: "Deus vai estabelecer o Seu reino através de situações mais impossíveis, pessoas mais improváveis e situações mais desesperadoras" Com isso, ao olhar mais especificamente o cap. 1 e 2 de 1 Samuel, levou-nos a entender que Deus usa as situações mais impossíveis e as pessoas mais improváveis para fazer valer a Sua Soberana vontade. Na sequência, o pr. Jonas Madureira iniciou a série de palestras sobre as 9 Marcas de uma igreja saudável. Advertiu-nos que a "Igreja verdadeira é aquela que administra corretamente a pregação e as ordenanças". Dessa forma: "Deus não quer que você seja criativo, Deus quer que você reproduza exatamente o que está nas Escrituras" Na parte da tarde, a palestra do pr. Antonio Mendes foi a respeito de sucessão pastoral e como um líder deve concluir o seu ministério. A noite tivemos mais uma palestra do pr. Tim. A exposição foi de 1 Sm 3. Segundo o expositor, o texto referido nos fala que "em uma época em que cada um fazia o que era correto aos seus próprios olhos, Deus agiu de acordo com Sua própria Palavra". Por causa disso, nos advertiu que enquanto pregadores da Palavra, "antes de falar devemos dar ouvidos a tudo o que Deus fala em Sua Palavra". Constatamos tristemente que "ao redor do mundo, semana após semana, homens se levantam em seus púlpitos para pregar a sua própria palavra porque não ouviram a Palavra de Deus". O dia terminou então com a advertência: o quanto  da Palavra de Deus temos ouvido antes  de subir ao púlpito ? #congresso #jonasmadureira #eduardomendes #antoniomendes

O Primeiro Dia do Congresso

O 1 dia do Congresso Pregue a Palavra foi de muito trabalho, como não poderia ser diferente! Começamos o dia com a devocional do pr....

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por Allen Duty | Os livros de 1-2 Samuel, ou pelo menos parte deles, são bem conhecidos de cristãos e não-cristãos. Filmes inspiradores, livros e analogias esportivas foram extraídos dessas páginas antigas. E, no entanto, poucas pessoas ouviram uma série de sermões sobre esses livros maravilhosos. Primeiro e segundo Samuel foram escritos para ajudar os leitores a entender por que Israel fez a transição para uma monarquia, como essa monarquia teve sucesso e falhou, e como essa monarquia finalmente aponta para Jesus, que governará com amor e justiça para sempre. Você deve considerar começar uma série expositiva através de 1 e 2 Samuel em um futuro próximo, pelo menos por três razões: 1- Eles fornecem contexto para entender o restante das Escrituras 2- Eles pintam uma imagem diferenciada de "heróis" e "vilões" 3- Eles nos ensinam a ter esperança em Deus e não no governo humano 1. 1 e 2 Samuel fornecem contexto para entender o restante das Escrituras. Muitos cristãos confessam que enquanto leem suas Bíblias regularmente, eles não têm uma boa compreensão sobre as origens da monarquia de Israel. Eles não podem dizer quando, como ou por que Israel se tornou uma monarquia ou o que a monarquia israelita tem a ver com Jesus e seu reino. Ao pregar esses livros, você obtém respostas claras para essas perguntas. A razão pela qual Israel se tornou uma monarquia, de acordo com o próprio Deus, é porque “eles me rejeitaram de ser rei sobre eles” (1 Sam. 8: 7). O resto dos livros - e, na verdade, o restante do Velho Testamento - serve como um aviso para nós: “Isto é o que acontece quando você rejeita a Deus como seu rei”. Quando os reis e o povo de Israel receberam a Deus como seu legítimo rei, adorando-o e obedecendo-o, eles experimentaram uma grande bênção. Mas quando eles o rejeitaram, adorando ídolos e se rebelando contra Deus, eles experimentaram grande julgamento. Nossos primeiros pais, Adão e Eva, rejeitaram Deus como rei sobre eles. Como resultado, cada um de seus descendentes nasceu com uma natureza pecaminosa que nos leva a fazer a mesma coisa. Nosso povo precisa saber disso: a rejeição de Deus como rei não leva à bênção, mas ao julgamento. Os livros de 1 e 2 Samuel fornecem amplas oportunidades para ensinarmos essa verdade e para apontar Jesus, descendente de Davi. Ao contrário de Adão, Eva e todos os outros na história do mundo, Jesus obedeceria a Deus perfeitamente. Além disso, ele veio para morrer pelos pecados de seu povo, os mesmos que se recusaram a receber a Deus como seu legítimo rei. E isso não é tudo: Jesus virá novamente para inaugurar seu domínio perfeito e eterno, onde ele se sentará no trono de Davi para sempre como uma bênção permanente para seu povo. 2. 1 e 2 Samuel pintam uma imagem com nuances de "heróis" e "vilões". Histórias memoráveis ​​contêm personagens memoráveis, e dois dos personagens mais memoráveis ​​de toda a Bíblia são Saul e Davi, os dois primeiros reis de Israel. Saul é considerado um vilão e, em muitos aspectos, o título é bem merecido. Ele rejeitou a Deus e desobedeceu à suas ordens. Ele estava mais preocupado em salvar a face do que em fé e arrependimento. O poder subiu a sua cabeça e o corrompeu ao ponto de que, mesmo depois de Deus tê-lo rejeitado, ele tentou matar o homem que Deus escolheu para sucedê-lo. Mas Saul não era totalmente malvado. Ele demonstrou misericórdia para com aqueles que inicialmente não queriam que ele liderasse, ele levou Israel a derrotar seus inimigos e deu a Deus crédito total por suas primeiras vitórias. David é considerado um herói e, em muitos aspectos, o título é bem merecido. Ele amava a Deus com todo o seu ser e procurava obedecê-lo de todo o coração. Ele demonstrou grande fé em Deus e grande lealdade a Saul, mesmo quando Saul tentou matá-lo. Mas Davi também pecou muito contra Deus, Bate-Seba e Urias, cometendo adultério e assassinato; Ele trouxe disciplina a Israel quando seu orgulho o levou a numerar o povo. Quando você prega de 1 a 2 Samuel, fica claro que nenhum ser humano é perfeitamente bom ou completamente mau. Em vez disso, as intenções e ações de cada pessoa são uma mistura do bem e do mal. Isso oferece uma ampla oportunidade para mostrar que Jesus - o único homem perfeito - é o Salvador que Saul precisa, que Davi precisa e de que precisamos. 3. 1 e 2 Samuel nos ensinam a ter esperança em Deus e não no governo humano. Dado o nosso atual clima político, talvez não exista maior razão para pregar através de 1 e 2 Samuel. Qualquer estudante de história sabe que as pessoas sempre caíram na tentação de confiar no governo humano, e não em Deus. E na América, pelo menos, ainda não aprendemos nossa lição. Em todo ciclo eleitoral, os membros dos dois principais partidos políticos (juntamente com os membros da mídia) trabalham para convencer os eleitores de que nossos problemas serão resolvidos se elegermos o candidato certo. Mas se elegermos o candidato errado, uma situação apocalíptica se desdobrará e nossos piores temores serão concretizados. E nós acreditamos neles. Por que mais as pessoas comemorariam quando seu candidato é eleito, ou gritam de frustração quando seu candidato não é? Em 1 Samuel, o povo de Israel está convencido de que todos os seus problemas derivam do fato de que eles não têm um rei - assim como todas as outras nações. Como muitas pessoas hoje, eles acreditavam que se tivessem a pessoa certa no escritório certo, seus problemas desapareceriam. Através de Samuel, Deus advertiu-lhes o que aconteceria se nomeassem um rei para governar sobre eles. Ele abusaria de sua posição de poder, taxaria-os pesadamente e os levaria a clamar a Deus por libertação. Mas eles nomearam um de qualquer maneira, convencidos de que sabiam melhor. Até mesmo o rei Davi, que era o melhor retrato de Jesus Cristo entre todos os reis de Israel, ainda pecou de muitas maneiras. Esses livros são tão úteis porque nos ajudam a perceber que nenhum ser humano - exceto Jesus Cristo - resolverá completamente todos os nossos problemas. Através de 1 e 2 Samuel, fica claro que Jesus é o rei que precisamos. CONCLUSÃO A maioria dos pregadores deseja proclamar o conselho completo de Deus. Isso inclui os livros de história do Antigo Testamento. Mas pode ser intimidante pregar sobre pessoas e lugares que parecem tão remotos na história, quanto mais na história da salvação. Se você quiser pregar entre 1 e 2 Samuel - e espero que o faça -, recomendo dois recursos. O primeiro é “ A Mensagem do Antigo Testamento ”, de Mark Dever. Este livro apresenta uma visão geral maravilhosa de ambos os 1 e 2 Samuel e irá ajudá-lo a manter a grande visão geral do livro em mente quando você pregar de semana a semana. O segundo é o comentário de Peter J. Leithart, “Um Filho para Mim: Uma Exposição de 1 e 2 Samuel” [1] . Leithart é um completo exegeta que ajuda os pregadores a entender a estrutura literária dos livros, junto com seus tipos e antítipos. Será uma grande ajuda se você procurar interpretar e aplicar corretamente as Escrituras para a sua igreja semana após semana.     Allen Duty [1]  Ainda não traduzido no Brasil – nota do tradutor Fonte:  www.9marks.org . Traduzido com permissão.  Título original: 3 Reasons You Should Preach through 1 & 2 Samuel Tradução: Nelson Galvão Leia também: Três razões porque você deveria pregar por meio dos Salmos Allen Duty é o pastor de pregação na New Life Baptist Church em College Station, Texas. Você pode encontrá-lo no Twitter em @AllenDuty. #pregaçãoexpositiva  Você pode ler o restante dos artigos desta série aqui: 1-  Quatro razões porque você deveria pregar por meio de Jonas 2-  4 razões para pregar no livro de Juízes 3- Três razões porque você deveria pregar por meio dos Salmos 4-  Quatro razões por que você deveria pregar por meio de Habacuque.

Três razões para você pregar através de 1 e 2 Samuel

por Allen Duty | Os livros de 1-2 Samuel, ou pelo menos parte deles, são bem conhecidos de cristãos e não-cristãos. Filmes inspiradores,...

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por Nelson Galvão | “Religião é o ópio do povo”. Essa é a famosa frase do alemão Karl Marx, escrita na introdução do seu livro “Crítica da filosofia do direito de Hegel”. Você concorda com isso? Permita-me explicar essa declaração de Marx e depois voltamos à pergunta. Marx acreditava que existe uma luta de classes sociais em que de um lado está a burguesia (classe dominante) e, do outro lado encontra-se o proletariado (a classe explorada). Essa luta é desigual porque, embora a classe proletária seja em maior número, a classe burguesa tem os meios de produção que lhe dar o poder de exploração da mão-de-obra. Diante da exploração da qual é vítima, o proletariado poderia rebelar-se e tomar o poder (revolução). Por que não o faz? (Aqui, então, Marx se utiliza de seu conceito de Ideologia). O operariado não imprime a revolução que o libertaria porque é preso pela forma de pensar da burguesia; ou seja, a ideologia. Em outras palavras, ideologias são conceitos e hábitos sociais falsos que são construídos pelas classes dominantes, com o intuito de entorpecer o operariado a ponto de impedir que ele se rebele. Essas ideologias são reproduzidas através da educação, da família e da religião (é por isso que governos marxistas no mundo inteiro têm perseguido o cristianismo e seus valores). Diante disso, de acordo com Marx, é necessário um Estado totalitário que empregue a desconstrução da educação, da família e da religião. Assim, o proletariado precisa assumir o controle do Estado e, para isso, faz-se necessário a revolução. Voltemos então à pergunta inicial: “Religião é o ópio do povo?”. Você concorda? Se levar em consideração o pensamento de Marx, SIM. Eu concordo. A falsa religião tem a capacidade de “cegar os cegos”, de dar uma falsa consciência ao ser humano, de oferecer ídolos de acordo com os anseios individuais ou coletivos. Por outro lado, NÃO. Eu não concordo. A verdadeira religião corresponde à realidade, à verdade; por isso o cristianismo bíblico não pode ser considerado uma ideologia. Uma vez que a verdade vem à luz, o efeito não é de entorpecer, mas de libertar (Jo 8.32), de elucidar a realidade tal qual ela é. E que religião é essa? Ouça as palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade  e a vida”. (Jo 14.6 – grifo meu). A falsa religião entorpece, mas Cristo nos dá a verdadeira liberdade. Levando em consideração o pensamento de Marx, porque eu não poderia crer que o próprio pensamento de Marx é uma ideologia escravizadora? Que pena que Marx e os marxistas não conseguem ver que a verdadeira revolução que transforma as relações de trabalho e família é Cristo. Não é uma classe social, um partido, o Estado, ou uma ideia. Estão entorpecidos com sua própria ideologia! Segue abaixo algumas sugestões de como lidar com as ideologias: Elementos para um posicionamento cristão frente às ideologias. 1.Saiba que querendo ou não, de uma forma ou de outra, todos são afetados por ideologias; 2. Identifique as ideologias; 3. Analise-as a partir das Escrituras (não use as Escrituras para legitimar qualquer ideologia que seja). 4. Abra mão de sua ideologia em favor das Escrituras; 5. Posicione-se! Para uma visão mais ampla do conceito de ideologia e seus efeitos no Brasil confira as palestras abaixo: 1- A ideologia em Marx https://www.youtube.com/watch?v=fUb8FInQmXg&t=2043s 2- Cristianismo e Ideologia https://www.youtube.com/watch?v=6qFV-5fCGG4&t=1s Sugestões de Leitura: David T. Koyses. Visões e ilusões políticas. Vida Nova. Herman Dooyeweerd. Estado e soberania. Vida Nova. Franklin Ferreira. Contra a idolatria do Estado.Vida Nova. Paul Freston. Religião e Política, sim. Igreja e Estado, não. Ultimato. Wayne Grudem. Política segundo a Bíblia. Vida Nova. Nelson Galvão #pastorais #NelsonGalvão   Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador dos grupos do Pregue a Palavra de Cuba e Moçambique e como professor de História da Igreja, da Escola de Pastores PIBA. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente cursa o programa de mestrado em Teologia do Novo Testamento, no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.

O Cristianismo bíblico é uma ideologia?

por Nelson Galvão | “Religião é o ópio do povo”. Essa é a famosa frase do alemão Karl Marx, escrita na introdução do seu livro “Crítica...

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“Vocês não fazem ideia do impacto do Pregue a Palavra em Moçambique. Não é imediato. Mas vejo em 10 anos igrejas inteiras sendo transformadas pelo poder da Palavra, e isso através da transformação que se iniciou aqui em seus pastores”. Esse foi o testemunho que escutei em Moçambique da parte de um missionário, na ocasião do 2 encontro do Pregue a Palavra nesse país. Para entender melhor o que esse irmão quis dizer precisamos conhecer o contexto de Moçambique. O povo Moçambicano é apaixonante! Um povo alegre, acolhedor, cheio de entusiasmo quanto à vida, que é expressa em todos os momentos através de sua musicalidade (quanto a isso tenho muito o que aprender!!!). Tristemente enfrenta desafios enormes depois de sua libertação da colonização portuguesa em 1975 e da guerra civil que se seguiu. A guerra mergulhou o país em extrema pobreza. Esse quadro inevitavelmente incide sobre as igrejas. Existem inúmeras igrejas evangélicas, mas um grande número delas não têm condições de dar o sustento para o seu pastor. Boa parte desses pastores não têm formação teológica. É nesse contexto que o sincretismo religioso se prolifera. O cristianismo tem sido adaptado à crenças e práticas mágicas (não muito diferente do Brasil, venhamos e convenhamos!!!). Não é raro encontrar até mesmo pastores com crenças e práticas animistas (por isso não surpreende a presença de igrejas neo-pentecostais brasileiras). É nesse contexto que o ministério Palavra da Vida atua. O projeto Tito tem capacitado inúmeros pastores na área de vida cristã e os desafiado biblicamente a viver com integridade. É aí que entra a parceria do Pregue a Palavra com o Palavra da Vida. Temos auxiliado a treinar 25 pastores e líderes em exposição bíblica, na cidade de Macia-Moçambique. São obreiros de diferentes cidades, denominações, idades, formação e experiência ministerial. O intuito é que a exposição bíblica não transforme apenas o púlpito desses pastores, mas também sua devoção pessoal, sua família e seu ensino em geral na igreja. No primeiro dia do encontro ouvimos inúmeros testemunhos do quanto o 1 encontro tinha causado diferença na vida e ministério deles. O 2 encontro então foi animador! Revisitamos as ferramentas hermenêuticas aprendidas no 1 encontro e aplicamos à carta de 2 Timóteo, cujo a mensagem central é a fidelidade na pregação da doutrina bíblica em meio às falsas doutrinas ensinadas pelos falsos mestres. Ore por essa turma de pastores e líderes. 1- Ore para que a Palavra de Deus os impacte de tal forma que transforme sua vida, ministério e igreja. 2- Ore para que o Senhor continue a sustentar os missionários do Palavra da Vida em Moçambique. 3- Ore para que o Senhor continue a levantar parceiros aqui no Brasil que estejam dispostos a financiar esse projeto. Confira abaixo alguns depoimentos:

Pregue a Palavra em Moçambique - out/2018

“Vocês não fazem ideia do impacto do Pregue a Palavra em Moçambique. Não é imediato. Mas vejo em 10 anos igrejas inteiras sendo...

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Depoimento do pr. José Carlos Amorim. Primeira Igreja Batista de Matatu, Salvador-BA. 3 encontro da turma do Pregue a Palavra de Salvador, em parceria com a Igreja Batista Metropolitana de Salvador-BA.

Depoimento do Pregue a Palavra de Salvador-BA

Depoimento do pr. José Carlos Amorim. Primeira Igreja Batista de Matatu, Salvador-BA. 3 encontro da turma do Pregue a Palavra de...

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